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Estão abertos os Programas de Voluntariado Jovem de Verão

















Os Programas de Voluntariado Jovem de Verão são uma iniciativa que já se realiza há 25 anos no concelho de Cascais, totalizando mais de 22.000 participantes. Esta segunda-feira, dia 17 de junho, o anfiteatro do Parque Marechal Carmona acolheu a sessão de abertura dos Programas deste ano, que decorrem de junho a setembro, e que contam com 2.000 vagas disponíveis.
“Fomentar este espírito de voluntariado é incentivar a uma comunidade mais solidária, coesa, inclusiva e com valores de cidadania”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras. “Divirtam-se e aproveitem esta oportunidade!”, concluiu o autarca, dirigindo-se às centenas de jovens presentes na sessão de abertura.
Os Programas de Voluntariado Jovem de Verão convidam os jovens a envolverem-se em projetos de preservação ambiental, a apoiar causas sociais importantes, ou a ajudar a impulsionar o turismo na região de Cascais, desenvolvendo importantes competências pessoais e profissionais. Este ano, existem seis programas nos quais os jovens se podem inscrever: Cultura no Bairro; Cultura Social; Férias na Desportiva; Locals; Maré Viva; e Natura Observa.
“Durante estes Programas de Voluntariado, os jovens tornam-se embaixadores de Cascais. Esta experiência permite que os participantes adquiram ferramentas, que mais tarde serão importantes para ingressar no mercado de trabalho”, disse Frederico Nunes, vereador com o pelouro da Juventude na Câmara Municipal de Cascais.
Este ano, o destaque vai para a criação de um novo projeto dirigido a jovens dos 12 aos 14 anos, os “Mini Chef’s”, numa parceria com o Cascais FoodLab, e através do qual os participantes terão oportunidade de experimentar a área da cozinha, pastelaria e produção de eventos gastronómicos.
A sessão de apresentação dos Programas de Voluntariado Jovem de Verão terminou em ambiente de festa, tendo contado com a presença dos vereadores Francisco Kreye, Carla Semedo e da equipa da Jovem Cascais.
Mais informação sobre os Programas de Voluntariado Jovem de Verão aqui
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Cascais recebe Placa de Honra do Conselho da Europa








Em 2021, Cascais recebia, desta mesma instituição europeia, o Diploma Europeu, em 2023 (referente a 2022) era distinguido com a Bandeira de Honra e esta manhã, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o professor Luís Leite Ramos, em representação da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, entregou ao presidente da Câmara Municipal de Cascais a Placa de Honra.
O próprio representante da entidade europeia, Luís Leite Ramos, garantia que “só por duas vezes um município foi distinguido com os três prémios em tão pouco tempo”.
Estes galardões distinguem os municípios cuja prática política se afirme pela solidariedade para com outros municípios com ele geminados, políticas públicas de defesa dos Direitos Humanos e dos valores da Europa, mas também a promoção de valores de cidadania entre os seus cidadãos designadamente através de programas de apelo à participação cívica dos mais jovens, práticas de inclusão, entre outras.
Com estes três galardões Cascais pode candidatar-se à distinção máxima que é o Prémio Europeu, possibilidade que o vereador Francisco Kreye assumiu ser uma expectativa fundada.
Criado pela PACE em 1955, o Prémio Europa é a mais alta distinção que pode ser atribuída a uma cidade europeia pelas suas ações no domínio europeu. O prémio é composto por um troféu, uma medalha, um diploma e uma bolsa de estudo a gastar numa visita de estudo a instituições europeias para jovens do município vencedor.
Para este propósito Cascais conta também com uma lista enorme de cidades consigo geminadas, mais de duas dezenas, a última das quais o Rio de Janeiro, referiria Francisco Krey, vereador com o pelouro das Relações Internacionais. O autarca destacaria o programa SOS Ucrânia em 2022, a doação do veículo de combate a incêndios a Cabo Verde, ou na ajuda às vítimas do terramoto ocorrido na Turquia, mas também, por exemplo a duas escolas que Cascais ajudou a reconstruir em Irpin, na Ucrânia, lembraria o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras. A tudo isto soma, acrescentaria Francisco Kreye, “o espírito acolhedor e inclusivo da comunidade cascalense que tem no seu território cidadãos de mais de 80 nacionalidades dos quatro cantos do Mundo”.
Nesta cerimónia juntaram-se, através de mensagens enviadas, os presidentes das autarquias de três municípios geminados com Cascais, o autarca de Ungheni, Moldávia, de Irpin, Ucrânia e do Sal, Cabo Verde.CMC/HC/NH/LB
“50 anos de conquistas” na Biblioteca de S. Domingos de Rana












O antes e o depois numa viagem pelas transformações no concelho desencadeadas pela Revolução do 25 de abril e levadas a cabo por um poder local, também ele filho da Revolução dos Cravos. Esta exposição foi inaugurada pelo Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras.
Trata-se de um registo fotográfico das alterações decisivas na vida da população do concelho, conquistas para a qualidade de vida dos cascalenses que, como referiria João Miguel Henriques, historiador da Câmara Municipal de Cascais, "percorrem os direitos à habitação, à saúde, ao saneamento básico, à cultura, ao desporto, à mobilidade", em suma conquistas que permitiram à população fruir de um concelho mais coeso, cumprindo aspirações de uma população, portas que o 25 de Abril abriu.
Esta exposição, que reflete o antes e o depois do 25 de Abril de 1974, viajará depois pelas escolas e espaços comerciais do concelho, e tem o propósito de mostrar o que a porta que a Revolução do 25 de Abril de 1974 abriu e o que o novo poder local foi concretizando. CMC/HC/NH/LB
Escola de Artes performativas em Tires





















“Recordar Carlos Martinho é mantê-lo vivo entre nós”, disse Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, na cerimónia de inauguração da Casa das Artes Carlos Martinho, em Tires. Um projeto concretizado pelo município cumprindo um sonho do dedicado e dinâmico ator cultural do Grupo Recreativo e Dramático 1.º de Maio, entretanto falecido.
Trata-se de um edifício, “construído num prazo de um ano”, lembraria Fernando Ferreira Marques, presidente da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, que comporta quatro pisos e que vão permitir, àquela coletividade centenária, 1.º de Maio de Tires, proporcionar aos seus associados o ensino da música e de outras artes performativas, como a dança, atividades que eram já desenvolvidas pela coletividade junto da comunidade de Tires.
Um primeiro piso, explicaria Duarte Xavier Sabido, presidente da coletividade, está destinado a “receber os sócios mais velhos”, num espaço de convívio. Nos pisos superiores funcionarão as salas de aula coletivas, designadamente a banda que tem 33 músico, 16 dos quais já formados na coletividade, que passarão pelo Conservatório de Cascais e várias salas destinadas a aulas individuais de música.
No piso superior uma sala para o ensino do ballet, mas também para outros estilos de expressão nesta área performativa.
A construção deste edifício, construindo junto da sede Da Grupo Recreativo e Dramático 1.º de Maio, “cumpriu o prazo estipulado” (1ano) e “o orçamento previsto” (1.291.736,30 €+ IVA), aprovado, referiria Carlos Carreiras, que acabaria por precisar: “O prazo foi até antecipado”.
Na cerimónia, participaram, além do autarca, o presidente da coletividade centenária, Duarte Xavier Sabido e o presidente da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana, Fernando Ferreira Marques. A inauguração contou com a presença da família do homenageado.CMC/HC/NH/MC/LB
LandArt Cascais regressa para a 11.ª edição













A 11.ª edição da LandArt Cascais foi inaugurada no sábado, dia 8 de junho, em pleno parque natural da Quinta do Pisão, estando agora aberta ao público até ao dia 1 de setembro. Este ano, a exposição bienal de arte na paisagem apresenta obras de Francisca Carvalho, Pedro Vaz e Rui Matos, com a curadoria de Luísa Soares de Oliveira, e a organização a cargo da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais.
O presidente da autarquia cascalense, Carlos Carreiras, o presidente da Fundação D. Luís I, Salvato Teles de Menezes, a curadora Luísa Soares de Oliveira, e os artistas em questão, marcaram presença na inauguração desta exposição na qual, à semelhança das anteriores edições, cada artista foi convidado a realizar um trabalho que se integrasse no cenário da Quinta do Pisão.
A LandArt Cascais 2024 acolhe, assim, as três seguintes obras:
“A Multiplicação dos Fingidos” – Francisca Carvalho
“A instalação consistirá em pousar os cerca de vinte e quatro tecidos tingidos e cortados em forma triangular no chão, cromaticamente intercalados, justapostos e/ou sobrepostos, cobrindo a totalidade do chão da Ermida até ao degrau que delimita o pequeno altar. É certo que a obra que aqui apresento interpreta, mais do que reitera, a noção de Land Art, tendo de «Land» a sua matéria e posição - os extratos vegetais vindos da terra e a horizontalidade do chão na instalação da Ermida.”
“One-night Shelter” – Pedro Vaz
“A inspiração surge do próprio conceito de Bivaque - Bivouac em francês - que designa um acampamento rudimentar para pernoitar na natureza. Pode ser feito numa tenda de campismo ou ao ar livre, ou mesmo a adaptação, construção de um abrigo rudimentar com matéria orgânica da própria natureza. Assim, a partir desta ideia de contacto com a natureza, a obra consiste na construção de um abrigo em madeira, pensado para resistir às intempéries da Serra de Sintra, que possa durar até ao próximo LandArt Cascais 26.”
“Passagem Cega” – Rui Matos
“Na Quinta do Pisão, preparou-se uma área plana de terra com aproximadamente dez metros de comprimento por cinco metros de largura. No centro, rebaixou-se o terreno na profundidade de um metro para aí colocar a Passagem Cega. A descoberta de algo que sempre ali esteve. A memória de uma impossibilidade. A cor da terra remexida e a cor do ferro oxidado vão-se fundir numa peça só”.
Saiba mais sobre a LandArt Cascais 2024 aqui
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Marchas Populares de Cascais 2024









































Desde que foram recriadas, em 2012, as Marchas Populares de Cascais tornaram-se num dos pontos altos da Semana do Município e, neste dia 8 de junho, voltou-se a confirmar isso mesmo. Sob o tema “Liberdade”, numa alusão aos 50 anos do 25 de Abril de 1974, 17 marchas vindas das quatro freguesias do concelho desfilaram desde a Baía de Cascais até ao Hipódromo Manuel Possolo, onde se apresentaram perante os milhares de pessoas presentes.
“As Marchas de Cascais são sinónimo de alegria, celebração e comunidade. As coletividades que temos são muito importantes para a dinâmica do nosso concelho, pois dignificam a nossa história e cultura”, referiu o presidente da Câmara Municipal, Carlos Carreiras. “A todos os marchantes e a todas as coletividades, o meu muito obrigado! Ié, Ié, Ié, Cascais é que é!”, disse abertura das Marchas Populares de Cascais 2024. Continuar a ler
Ver Transmissão em Direto do evento. Saiba mais sobre a Semana do Município 2024 aqui
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Não perca os próximos Festivais de Música em Cascais
Com o bom tempo a chegar regressam também os Festivais de Verão a Cascais, uns já bem conhecidos dos munícipes, como o Ageas CoolJazz, e outros novos, que pretendem atrair públicos diversos e aumentar o leque de oferta de estilos musicais. Durante os meses de junho e julho, há vários concertos a que pode assistir, em cenários incríveis como o Parque Palmela, o Parque Marechal Carmona e o Hipódromo Manuel Possolo. Se é residente no município e utilizador Viver Cascais, poderá ainda aproveitar descontos nos bilhetes para alguns destes eventos. Prepare-se para um verão cheio de momentos de alegria e celebração, nos cenários mais bonitos que Cascais tem a oferecer.
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Aproveite o melhor que as Praias de Cascais têm para oferecer
Prepare as toalhas, o chapéu de sol e o protetor solar porque a época balnear 2024 em Cascais está oficialmente aberta! Conhecida pelas suas praias deslumbrantes e atmosfera vibrante, Cascais convida todos a aproveitar mais um verão cheio de sol, diversão e em segurança. Durante a época de veraneio as praias do concelho contam com a presença de mais de 50 nadadores-salvadores que, depois de assegurarem a vigilância das nossas praias durante o inverno, têm agora as equipas aumentadas para garantir a segurança de todos os utilizadores das nossas praias.
Durante este período, Cascais conta ainda com o Dispositivo de Monitorização e Fiscalização da Época Balnear composto por entidades como a Autoridade Marítima, a Agência Portuguesa do Ambiente, a Autoridade de Saúde do concelho, a Associação de Nadadores-salvadores e outras entidades que trabalham em conjunto para garantir a segurança e a qualidade das nossas praias e zonas costeiras.
“Vamos ter, certamente, mais um ano de sucesso nas praias do concelho de Cascais”, referiu o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, na cerimónia oficial de abertura que decorreu na Praia de Carcavelos, na manhã do primeiro dia de maio de 2024.
Com cerca de 30 km de costa Cascais oferece praias para todos os gostos. De Carcavelos ao Guincho, em 2024 há 13 praias balneares que pode aproveitar no concelho, dez com Bandeira Azul e sete distinguidas pelo galardão Praia Qualidade de Ouro, da Quercus.
Vem à praia em Cascais? Encontre aqui as informações sobre a Época Balnear 2024.
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O perfume que inebriou 660 anos de história
Talvez o fresco aroma a alecrim, o perfume do rosmaninho, do tomilho e da esteva que emana de uma frondosa vegetação de carvalho cerquinho, carrascos ou zambujeiros não deixasse indiferente quem se passeou nas margens da Ribeira das Vinhas, no Alto do Cidreira, em Alvide, em Alcabideche ou nas redondezas de Freiria. E, quem sabe, não é este aroma que liga o presente a um passado remoto, como uma hera perene que envolve o tempo nos seus braços, uma marca genética de um território que ganhou a identidade administrativa há 660 anos, mas habitada, pelo menos, desde o neolítico, como nos revelam as Grutas do Poço Velho ou de Alapraia.
O mesmo aroma que, em Freiria, entre fileiras de ciprestes que desembocam no portão norte da Villa Romana, nos faz imaginar os fins de tarde: Titus Curiatius Rufinus lá está. Cáligas dispostas no chão, distendido, toga dobrada sobre o braço direito, ou talvez meio coberto pelo manto que lhe tempera o frio, disfruta no meio do pátio da casa senhorial, o ócio. Mais adiante, na pars rustica, os braços cruzam-se na labuta e, o rude algodão das vestes dos escravos, assim como é a vida, limpam o rosto suado de quem ali acomoda no celeiro o trigo, ou esmaga os frutos dos zambujeiros e contempla o fio de azeite que escorre, enquanto o suor se mistura na água russa.
Estamos ainda no século I, ou talvez não, mais perto do século V, longe de Roma, mas também do tempo em que Cascais se autonomiza de Sintra. Antes mesmo que se inicie essa contagem, dos 660 anos, as vidas foram ficando, inebriadas pelos aromas, a maresia, o murmúrio de um mar que ora beijava a terra, ora açoitava escarpas no Guincho ou no Espigão das Ruivas. Encantados pelas cores do céu em fim de tarde, pintadas a partir de Freiria, Casais Velhos, Alto de Cidreira, Casal do Clérigos, Miroiços e Caparide, nem sempre rezando ao mesmo Deus, por cá ficaram. Foi este o paraíso de romanos, visigodos, muçulmanos e cristãos, gentes a quem nada faltou, nem mesmo a fome, porque a terra não se promete, constrói-se.
Nos 660 anos comemoram-se, também, os últimos 50 em Liberdade, porque, como disse o poeta Ibn Mucana, “O amor da liberdade é o timbre de um carater nobre!” que existe na raia miúda, essa mole humana que verdadeiramente rema.
No litoral, pescava-se, pilhava-se e fugia-se da pilhagem e, no interior, onde a maré trazia cereais, cebolas e aboboras, diz-nos igualmente Mucana, “os moinhos trabalhavam com as nuvens” e alimentavam Lisboa e tantos quantos lá chegavam e partiam.
Ora, Cascais já não era só o porto de espera pela melhor vaga que aponte o caminho sem percalços, na Barra do Tejo, é também um entreposto de pescado e produtos agrícolas que alimentam Lisboa. Argumento forte que, a 7 de junho de 1363, fez D. Pedro I subscrever a Carta de Vila de Cascais, no Paço da Alcáçova de Santarém, entregue aos homens-bons da aldeia de Cascais, agora Vila, isenta da sujeição a Sintra, com jurisdição e juízes para fazer direito e justiça, a troco de 200 libras por ano, além daquilo que já era pago.
A área do concelho só a 8 de abril de 1370, aquando da entrega de Cascais e do seu termo, como feudo, a Gomes Lourenço de Avelar, seria definida, e não era muito diferente do atual limite do concelho, onde se calcula vivessem, em finais do século XIV, um milhar de indivíduos. Uma média de ocupação superior à do restante território português que, segundo um censo de 1527, mais de meio século depois, apontava para a existência de 280.528 fogos, cada um dando abrigo a 4 almas, significava uma população de 1.122.112. Número suspeito face á expulsão de judeus, muçulmanos e população ceifada pela peste, fome, venturas e desventuras marítimas.
Desde os finais do Século XV que as novas, boas e más que vinham do mar sabiam-nas as gentes de Cascais do alto da Torre de Santo António e sofriam para que o Tejo nem sempre fosse um tapete vermelho. A todos este povo cerrava ou franqueava portas e era o primeiro a sofrer quando derrubadas, abrigava-se nas cercas de um castelo, também ele por diversas vezes devassado.
Quis a ironia que, só depois de trespassada pelo Marquês de Santa Cruz e pelo Duque de Alba, a 28 de julho de 1580, a Fortaleza de Nossa Senhora da Luz seria construída e, após a Restauração, escondida pela estrutura da Cidadela.
Pela governação de Cascais passavam os Avelares, os Vilhenas, João das Regras e seus descendentes, os condes de Monsanto e os marqueses de Cascais. Quatro séculos cruciais do porto da vila, como posto avançado, porta de entrada e entreposto. Nos finais do século XIV, mais de dois terços da população vivia no interior, o povo saloio e, em Tires, canteiros e cabouqueiros sobreviviam do trabalho de extração e talhe do calcário. Na vila, não mais de 200 a 300, fatalmente lambidos pelas águas do mar a 1 de novembro de 1755.
Ao lado da Cidadela, no Convento de Nossa Senhora da Piedade dos Carmelitas Descalços, Frei António do Espírito Santo descreveria o desastre: “Suas ruas não são Ruas, são montes de pedras. Suas praças não são praças, são cúmulos de caliças. Seus templos não são templos, são montões de quebradas madeiras (…) nenhuma [casa] deixou de padecer destruição, mais e menos, ou do terramoto, ou quando o mar saiu fora. As mais interiores da vila, o movimento as demoliu; as da borda do mar, este as soçobrou com quanto nelas havia”. 220 mortes, 93,1% nas freguesias de Nossa Senhora da Assunção e Ressurreição de Cristo.
A vida prossegue, é certo, e as feridas vão sendo saradas com o tempo, mas só há uma nova Vila quando os monarcas do reino, D. Maria Pia, D. Luís e depois D. Carlos se apaixonam pelos encantos do mar, talvez já não o mesmo perfume que inebriou as gentes do interior, mas nascia uma terra diferente.
Em meados do século XIX, a população de Cascais, perante censos mais fiáveis, são mais de cinco mil e a freguesia da Vila de Cascais ganha peso (1498), ainda que continue a ser S. Domingos de Rana (2363) e Alcabideche (2193) as mais populosas. Cascais mantém as caraterísticas: agricultura, pecuária, pesca e exploração da pedra, uma atividade estimulada pelo aumento das obras públicas que desencadeia vários polos de extração como as pedreiras de Cruz d’El-Rei, Cai-Água, Parede, Tires, S. Domingos de Rana, Conceição da Abóboda, Fisgas, Murtal e Manique. A agricultura continua a liderar, ainda que, no último quartel do século XIX, escasseie mão de obra, que mais tarde atrairá migração alentejana. A vinha pontifica, desde logo o Carcavelos, a freguesia que lhe dá nome e que acabara de passar de Oeiras para Cascais, mas também na Parede, Murtal, Livramento e Galiza. E assim seria, não fora o ataque da filoxera e do Oídio.
O comércio, apesar de incipiente, beneficia de melhores caminhos e da adoção do sistema métrico decimal. A definição de horários, para a venda em rua e a fixação de um local de venda (1867), são marcos de uma nova atividade que irá ocupar cada vez mais gente e alimentar de impostos o poder.
Com a instalação na Cidadela da família Real, em 1870, a vila transforma-se num centro de veraneio, que não perdeu com o fim da monarquia, apenas massificou a prática. E, com o veraneio, veio a transformação da costa numa franja urbana, primeiro a Costa de Santo António ou Monte do Estoril e tudo isso a puxar o comboio.
E se a vila se aburguesava, o interior saloio inventava o movimento associativo local, social, cultural, lúdico, desportivo, educativo e beneficente ou que mais houvesse.
A vila, inspirada, na Rivera francesa, recebe na primeira metade do Século XX, a aristocracia em declínio e é palco do contraditório poder crescente na Europa. A volúpia da conspiração mora na franja costeira do concelho e dá a Cascais uma aragem cosmopolita. Nas mais insuspeitas mansões, nas barbas do ditador, vão sendo escritas as linhas da resistência ao regime e acabará por ser aqui definido o programa que, em abril de 1974, é aclamado pelo povo nas ruas de Lisboa.
Cascais não volta a ser a mesma. O poder local toma a palavra e é legitimada pela raia miúda. Mas a aragem cosmopolita não mais desaparece e muda os arrabaldes do concelho.
A 7 de junho comemora-se o estoicismo de um povo, às vezes saloio, outras vezes marinheiro, que embarcou e atracou neste lugar, e que, por direito, conquistou a proa da Caravela, que largou do porto de Cascais há 660 anos.
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Vencedores do Orçamento Participativo já são conhecidos
Já são conhecidos os vencedores do Orçamento Participativo de Cascais 2023/24. Ao todo, foram eleitos pelos munícipes 21 projetos vencedores, num investimento total previsto de 5.815.740€. Este foi o processo de votação mais participado de sempre em termos percentuais, com um total de 128.296 votos e 64.157 votantes. De 13 de abril a 12 de maio estiveram a votação 24 projetos (um foi, depois, retirado pelos proponentes), com o projeto mais votado a ultrapassar a fasquia dos 13.000 votos, e a terem sido submetidos, em média, mais de 2.600 votos por projeto.
“Uma votação tão expressiva volta a confirmar a vitalidade da democracia participativa no concelho de Cascais, onde o Orçamento Participativo é um verdadeiro caso de estudo e um exemplo a nível nacional e internacional”, confirma José D’Almeida, vereador com o pelouro da Cidadania e Participação na Câmara Municipal de Cascais.
A apresentação dos projetos vencedores e das verbas alocadas pelo município para a concretização dos projetos, decorreu no dia 29 de maio, no Mercado da Vila, em ambiente de festa e celebração da democracia participativa.
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