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Fix Cascais - Política de privacidade e tratamento de dados pessoais

Política de privacidade e tratamento de dados pessoais
12-09-2018 
Data: 12 de setembro 2018
 
Esta Política de Privacidade e de Tratamento de Dados Pessoais (“Política”) descreve o tratamento de dados pessoais no âmbito do acesso e utilização desta aplicação pelo utilizador.
Ao utilizar a aplicação, o utilizador declara aceitar integralmente o disposto nesta Política de Privacidade e de Tratamento de Dados Pessoais. Recomendamos por isso que a leia atentamente.
 
1.  IDENTIFICAÇÃO DA APLICAÇÃO
1.1. A aplicação FixCascais integra-se numa política de cidadania responsável, em que cada cidadão, residente ou visitante, é convidado a ajudar a Câmara a melhorar o seu território, reportando diferentes tipos de situações em espaços públicos, como calçada danificada, sinalização de trânsito mal colocada ou avariada, necessidade de limpeza de rua, etc., sendo que a participação destas situações pode ser feita através do portal ou duma aplicação móvel disponível para android e IOS. Esta aplicação permite, ainda, aceder a avisos publicados pela CMC e a sugestões de eventos, podendo os mesmo ser pesquisados por localização geográfica.
 
2.  RESPONSÁVEL PELO TRATAMENTO
2.1.  O responsável pelo tratamento de dados pessoais recolhidos através desta aplicação é o Município de Cascais, pessoa coletiva de direito público com o NIPC 505187531 e sede na Praça 5 de Outubro, 2754-501 Cascais (“Responsável”). 
2.2.  Sem prejuízo do aqui disposto, sempre que a utilização desta aplicação envolva o acesso, utilização e/ou consulta de informação ou serviços da responsabilidade de empresas, organismos, associações ou outras pessoas coletivas integradas no universo da Câmara Municipal de Cascais, o Responsável procede à comunicação de dados a tais empresas, organismos, associações ou outras pessoas coletivas, procedendo as mesmas ao tratamento de dados pessoais na qualidade de corresponsáveis (“Corresponsáveis”). 
2.3.  O disposto na presente Política relativamente ao Responsável aplica-se, assim, a todos os tratamentos de dados pessoais efetuados no âmbito desta aplicação pelas Corresponsáveis. As Corresponsáveis, e as finalidades da comunicação e tratamento de dados pessoais aqui previstos, são identificadas no ponto 6 desta Política.
 
3.  CONSENTIMENTO
3.1.  Ao aceitar a presente política de privacidade e tratamento de dados pessoais, o utilizador autoriza expressamente o Responsável e, quando aplicável, Corresponsáveis, a recolher, registar, conservar, integrar, comunicar e a tratar, informaticamente ou não, para as finalidades e nos termos desta Política, os respetivos dados pessoais, incluindo dados de gestão, solicitação e/ou consulta de serviços, prestações ou bens, obtidos ou transmitidos através da aplicação ou de outros meios digitais, físicos ou de comunicação (por exemplo através da Loja Cascais ou chamada telefónica).
3.2. O utilizador tem conhecimento de que o consentimento previsto no ponto anterior pode ser retirado, sob prejuízo de não poder submeter situações na aplicação, e que a utilização da aplicação não limita o direito e faculdades de consulta, acesso, solicitação ou gestão de quaisquer serviços, prestações ou bens municipais, através de outros meios digitais, físicos ou de comunicação disponibilizados pelo Responsável e demais entidades do universo municipal.
 
4.  DESCRIÇÃO DO TRATAMENTO E TIPOS DE DADOS PESSOAIS TRATADOS 
4.1.  O tratamento de dados pessoais inclui (a) dados transmitidos pelo utilizador ao Município de Cascais, incluindo entidades do universo municipal, ou por este recolhidos e/ou conservados no âmbito das relações estabelecidas entre o utilizador, na qualidade de utente de bens ou serviços municipais e/ou morador na área de jurisdição do município, e o Município e quaisquer das entidades do respetivo universo, quanto a quaisquer serviços, prestações ou bens, solicitados, consultados, geridos e/ou executados através da aplicação ou quaisquer outros meios eletrónicos, digitais ou de comunicação (por exemplo, através da Loja Cascais ou chamada telefónica); e (b) os dados transmitidos pelo utilizador no âmbito do acesso à aplicação, incluindo, mas não limitando, através de formulários de contacto, de pedidos de informação e/ou nas áreas relativas à gestão, solicitação e/ou consulta de serviços, prestações ou bens. 
4.2. Os dados pessoais tratados incluem dados relacionados com: 
i) identificação, incluindo nome e NIF, essenciais para a identificação unívoca do utilizador, sendo requisitos essenciais para a correta operação das plataformas informáticas que estão envolvidas no tratamento das situações reportadas;
ii) contacto, incluindo o endereço de correio eletrónico, essencial para as comunicações posteriores com o utilizador no âmbito das situações reportadas por este; 
iii) dados opcionais tais como morada, telemóvel e telefone, para complementar os meios de contacto caso isso não seja possível através dos dados referidos no ponto ii).
 
5.  FINALIDADES DO TRATAMENTO
5.1.  O tratamento de dados pessoais através desta aplicação tem, por finalidade, a prestação dos serviços necessários à resolução das situações reportadas, a solicitação e/ou consulta de serviços, prestações ou bens que possam ser bens geridos, solicitados, consultados e/ou executados pelo Responsável através da aplicação ou de outros meios digitais, físicos ou de comunicação (por exemplo, através da Loja Cascais ou chamada telefónica). 
5.2.  Para além do tratamento efetuado para as finalidades aqui descritas, os dados recolhidos podem ser utilizados para efeitos de contacto e prestação de informação ao utilizador no âmbito da aplicação, realização de inquéritos, sondagens e questionários para aferir do seu grau de satisfação com este serviço e recolher sugestões de melhoria, e/ou para efeitos de participação do utilizador em programas de cidadania em que esteja, eventualmente, inscrito, incluindo, mas não limitando, o CityPoints Cascais. 
5.3.  Podem igualmente ser recolhidos dados anonimizados e para efeitos meramente estatísticos sobre a utilização da aplicação, na medida do necessário ou útil para a gestão, desenvolvimento e melhoria da mesma.
 
6.  COMUNICAÇÕES DE DADOS
6.1.  O Responsável comunica e recebe dados, para efeitos das finalidades previstas nesta Política, de empresas municipais e concessionárias de serviços municipais no âmbito das respetivas competências, bem como de instituições de ação social, de associações recreativas, desportivas e culturais e voluntariado e estabelecimentos de ensino, incluindo, designadamente: Cascais Próxima, Gestão de Mobilidade, Espaços Urbanos e Energias, E.M., S.A., com sede no Complexo Municipal Multiserviços da Adroana, Estrada de Manique, 1830, Alcoitão, Alcabideche; EMAC - Empresa Municipal de Ambiente de Cascais, E.M., S.A., com sede com sede no Complexo Municipal Multiserviços da Adroana, Estrada de Manique, 1830, Alcoitão, Alcabideche; Cascais Envolvente – Gestão Social da Habitação, E.M., S.A., com sede na Av. Eng. Adelino Amaro da Costa 89, 2750-279 Cascais; Cascais Dinâmica  - Gestão de Economia, Turismo e Empreendedorismo, E.M., S.A., com sede na Avenida Clotilde, Edifício Centro de Congressos  do Estoril, 3.º A, Estoril; Águas da Costa de Cascais, S.A com sede na Estrada da Malveira da Serra, 1237 - Aldeia de Juso, 2750-836 Cascais; Fundações D. Luís I e São Francisco de Assis; e estabelecimentos escolares no âmbito municipal.
6.2.  São ainda comunicados dados, no contexto das relações estabelecidas com o utilizador e utente do Município de Cascais, quando legalmente obrigatório ou necessário para efeitos do cumprimento de obrigações legais e de informação ou execução dos serviços solicitados pelo utilizador, aos serviços de finanças, INE, juntas de freguesia, conservatórias, administração central, proteção civil e polícia municipal.
 
7.  DIREITOS DO UTILIZADOR
7.1.  O utilizador tem os direitos de acesso, retificação, portabilidade e eliminação de dados pessoais, bem como o direito a opor-se ao tratamento dos mesmos, e de conhecer as entidades a quem os seus dados pessoais são comunicados, consoante o caso.
7.2.  Sempre que nisso tenha consentido, o utilizador poderá igualmente opor-se à utilização dos seus dados pessoais pelo Responsável e/ou por outras entidades a quem os dados tenham sido comunicados para efeitos do disposto no ponto 5.3 desta Política. 
7.3. O exercício dos direitos mencionados poderá ser realizado mediante comunicação escrita ou por email para os seguintes contactos: Chefe de Divisão de Atendimento (ou Encarregado de Proteção de Dados) da Câmara Municipal de Cascais, Edifício Cascais Center Rua Manuel Joaquim Avelar, n.º 118 piso -1 2750-281 Cascais, atendimento.municipal@cm-cascais.pt, 800 203 186.
7.4. O utilizador tem, ainda, o direito de apresentar reclamação a uma autoridade de controlo, nomeadamente à Comissão Nacional de Proteção de Dados (“CNPD”)( https://www.cnpd.pt/). 
 
8.  MEDIDAS DE SEGURANÇA
8.1.  O Responsável adota as medidas técnicas e organizativas necessárias para assegurar a segurança e confidencialidade dos seus dados pessoais, designadamente medidas técnicas e organizativas razoáveis para impedir a consulta, remoção, modificação ou divulgação não autorizadas ou involuntárias, bem como a perda de dados pessoais. 
8.2.  O utilizador é advertido, no entanto, para a possibilidade de os seus dados serem vistos e utilizados por terceiros, designadamente quando utiliza equipamentos e redes não seguras (incluindo redes públicas e redes abertas). O utilizador deve assim adotar as medidas de segurança adequadas, evitando equipamentos e redes não seguros e fazendo uso das ferramentas e configurações de segurança e privacidade que lhe sejam disponibilizadas tanto no dispositivo ou navegador (browser) utilizados, como através de software específico que permita reduzir o risco de interceção de comunicações e/ou de acesso ao seu dispositivo. 
8.3.  O Responsável não assume, em caso algum, qualquer responsabilidade pela interceção, acesso, modificação ou perda de dados pessoais em resultado da utilização de equipamentos, redes, software ou outros meios ou comunicações não seguras.
 
9.  SUBCONTRATAÇÃO
9.1.  O Responsável recorre a subcontratados no âmbito da manutenção e gestão da aplicação, da realização de comunicações, eletrónicas ou não, do processamento e conservação de dados, prestação de informação ao utilizador e/ou execução de quaisquer solicitações ou obrigações. 
9.2. Os subcontratados podem ter acesso aos seus dados pessoais, e atuam unicamente de acordo com as instruções e orientações do Responsável, adotando as medidas de segurança técnicas e organizativas adequadas e exigidas para assegurar a confidencialidade e segurança dos seus dados pessoais.
 
10.  CONSERVAÇÃO DE DADOS
10.1.  Sem prejuízo da faculdade de atualização, correção ou eliminação de dados pelo utilizador, os dados pessoais tratados no âmbito desta Política serão conservados enquanto estiver pendente ou em execução qualquer solicitação, ação ou serviço, efetuada, apresentada ou requerida através da aplicação, e por um período de 5 (cinco) anos após a última submissão.
10.2. O exercício do direito ao esquecimento no âmbito desta aplicação não implica a eliminação de dados e informações relativas ao utilizador enquanto utente de outros serviços, prestações ou bens, ou no âmbito da sua relação com o Município de Cascais e quaisquer entidades integradas no universo municipal, os quais serão conservados pelo período mínimo de 10 (dez) anos, salvo obrigação legal de conservar tais dados por período maior.

Cascais aumenta valor das refeições escolares em 63,4%

A partir deste ano letivo as refeições escolares em Cascais passam a incluir obrigatoriamente carne de “categoria talho” como bifes de alcatra, pojadouro e vazia e “peixe nobre” como pescada n.º 5, lombo de cherne, salmão ou bacalhau crescido. São as disposições do novo concurso para a prestação deste serviço.

A partir de 17 de setembro, os alunos dos 35 Jardins de Infância e Escolas de 1º Ciclo passam a usufruir de um serviço de refeições com melhor qualidade e com um preço de € 2,02 + IVA por refeição. Um aumento de 63,4% face ao preço até agora em vigor.

O aumento do valor por refeição de €1,28 para €2,02, será suportado integralmente pela Câmara Municipal de Cascais, não existindo qualquer alteração do preço que os encarregados de educação pagam por cada refeição dos seus educandos.

“Partimos do reconhecimento de que, por maiores que fossem os esforços das empresas, os índices de qualidade que pretendemos nas refeições das nossas crianças não eram atingidos com requisitos impostos centralmente e que conduziam a uma sobreposição do fator preço sobre a qualidade. É irrelevante saber de quem é a responsabilidade. Porque as pessoas, sobretudo as crianças, são sempre da nossa responsabilidade”, assinala o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras. “Em Cascais não precisamos de esperar por envelopes financeiros para atuar. As necessidades das crianças não podem estar reféns da tática política.”

Com mais de 1.100.000 refeições servidas ao longo do ano letivo (cerca de 6.200 por dia) as escolas do Ensino Pré-escolar e 1.º ciclo do concelho garantem almoços a 95% da população escolar. Em Cascais existe ainda o serviço de lanches escolares que são servidos a 55% da população escolar. “Com tal responsabilidade é fundamental garantir a qualidade”, explica Frederico Pinho de Almeida, vereador da Educação que ao longo do ano letivo 2017-2018, levou à Assembleia da República uma petição para denunciar as fragilidades da legislação na matéria. “Permitem-se situações em que quem ganha os concursos não tem condições para prestar o serviço. Isso é intolerável!”

Por isso mesmo, Cascais decidiu inovar e lançou um novo concurso em que impôs como critérios decisivos a melhoria dos recursos humanos da entidade prestadora do serviço e da qualidade da matéria-prima das refeições escolares. Em relação ao existente até aqui, a empresa vencedora – a ITAU – Instituto Técnico de Alimentação Humana S.A – vai ter de aumentar em 10% de colaboradores, incluindo cozinheiros-chefe (categoria máxima) nos polos de confeção e cozinhas com mais de 150 refeições. Ao todo, as equipas vão ter de trabalhar mais 30% do tempo anteriormente despendido para prestação deste serviço.

Para garantir maior qualidade dos pratos servidos, e além das imposições do Ministério da Educação, o município de Cascais, impede o uso de fécula de batata nas sopas e obriga à utilização de azeite virgem na confeção e virgem extra no tempero de alimentos crus. O prato principal que terá alternar entre carne (3 dias) e peixe (2), (sem repetições na mesma semana), terá de incluir carne de “categoria talho” como bifes de alcatra, pojadouro e vazia (duas vezes por semana) e “peixe nobre” como pescada n.º 5, lombo de cherne, salmão ou bacalhau crescido (uma vez por semana). Está também pensada a opçção vegetariana.

Obrigatório é ainda incluir diariamente duas variedades de hortícolas a acompanhar o prato principal. “Continuaremos a ser intransigentes no cumprimento do caderno de encargos. Na eventualidade de existir algum incumprimento aplicaremos as multas/sanções previstas, tal como fizemos no último ano letivo, antecipa o vereador da Educação do Município de Cascais.

A Itau ganhou com o preço mínimo exigido (2,02€), apresentando uma Ementa e um quadro de pessoal acima do mínimo exigido. Sendo que a ordem de classificação foi a seguinte:

1º lugar – ITAU – Instituto Técnico de Alimentação Humana S.A

2º lugar –GERTAL – Companhia Geral de Restaurantes e Alimentação S.A

3.º lugar –UNISELF – Sociedade de Restaurantes Públicos e Privados S.A

4.º lugar –EUREST Portugal – Sociedade Europeia de Restaurantes Lda

5.º lugar –ICA – Indústria e Comércio Alimentar S.A

 

Biblioteca de S. Domingos de Rana encerrada no dia 17 após as 18H00

Biblioteca também estará encerrada como sala de estudo na próxima segunda-feira após as 18H00 para expurgo.

A Biblioteca Municipal de S. Domingos de Rana encerra a partir das 18h00 do próximo dia 17 para a realização de um expurgo, razão pela qual não funcionará como sala de estudo.

Em 2017, foram 39.532 os que passaram pelas salas de estudo, em horário noturno, nas duas bibliotecas municipais aderentes ao programa.  A Biblioteca de S. Domingos de Rana recebeu, em horário noturno e na sua sala de estudo, 11.873 alunos.

Desde que é possível estudar em período pós laboral nas bibliotecas municipais até às 24h00 que o número de visitantes destes equipamentos culturais aumentou 33% face a 2016.

Esta nova valência reconhece a importância das bibliotecas como extensão da escola no processo de aprendizagem, para quem vê naquele espaço cultural a energia e o contexto ideal para a tarefa do aprender, mantendo as regras de utilização em vigor, pelo que não será permitido comer, beber e falar ao telemóvel no interior das salas.

 

"É preciso tirar as crianças do sofá"

Carlos Neto, Professor Catedrático, investigador na Faculdade de Motricidade Humana fala-nos da importância do Brincar no desenvolvimento da criança, dando espaço e tempo à brincadeira porque, “brincar é estruturante”. Mas vai mais longe e afirma que é preciso haver a coragem de mudar o paradigma da “trilogia, escola, comunidade e família”, porque, caso contrário, “o que hoje ensinamos na escola provavelmente não servirá para quase nada”.

O que é brincar?

É um comportamento ancestral de todos os animais. Na infância e durante todas as idades, o brincar é estruturante. Faz parte do comportamento espontâneo e do organizado. Beneficia imenso a espontaneidade, a criatividade, o plano sensorial, percetivo, social, cognitivo e, essencialmente, a relação emocional.

E como brincamos?

Há o brincar ao faz de conta, o jogo simbólico. O brincar físico, com dispêndio de energia. Também o jogo social. Somos seres sociais antes de tudo. Há uma correspondência entre a herança biológica e cultural. Quando a criança é exposta ao que a rodeia, brinca com o próprio corpo, com os objectos, com a natureza. Isso é essencial no crescimento mental, na estruturação da linguagem, nas aquisições motoras e perceptivas. Tudo isto é fundamental para o equilíbrio e capacidade adaptativa, do ponto de vista escolar, da relação social.

E porquê a urgência de brincar?

Vivemos num mundo digital avassalador. As crianças vivem o corpo na ponta dos dedos. As novas tecnologias forçaram o corpo a funções não expectáveis. Nas primeiras idades, precisamos de mexer o corpo, ganhar autonomia, de arriscar, explorar, descobrir.

O que muda na criança com a brincadeira?

Aprende a lidar com os próprios complexos; a resolver problemas; a comunicar. Ganha capacidade de autorregulação emocional. Sem a competência da relação com os outros dificilmente teremos crianças felizes, com capacidade de adaptação a uma sociedade completamente diferente no futuro.

E qual é o papel da escola?

O que é que a sociedade do futuro vai exigir a estes cidadãos e como estamos a preparar as crianças para ele?, são das perguntas mais importantes que podemos pôr. O que hoje ensinamos na escola provavelmente não servirá para quase nada. Temos de pensar em como isto vai mudar, com novas tecnologias, inteligência artificial, robótica, muitas funções sociais que vão desaparecer. Temos de preparar um cidadão novo. O brincar é talvez o comportamento que melhor ajuda a estruturar todas as competências são essenciais para o futuro. 

Quais os perigos deste afastamento das crianças da rua?

A criança está muito desligada do mundo natural, o que tem diminuído as suas competências essencialmente motoras. Há problemas muito sérios de obesidade, inatividade física, sedentarismo infantil. Estão a criar-se doenças complexas. Há um decréscimo enorme nas últimas décadas do ponto de vista do comportamento lúdico, da brincadeira livre. Um aumento muito pronunciado de atividades sedentárias, que levam as crianças a terem problemas de ansiedade, depressão, excesso de peso, diabetes, doenças respiratórias, cardíacas. Há também uma preocupação muito evidente com a passagem para a adolescência e para a idade adulta e problemas do ponto de vista comportamental, inclusive a taxa de suicídio.

Mas há novos medos.

Há circunstâncias históricas que explicam que em Portugal os adultos vivam cheios de medo. Ao viverem assim não dão autonomia, independência e mobilidade às crianças. Isso é muito penalizante para o desenvolvimento do adolescente. Tem repercussões enormes não ir a pé para a escola, sair de bicicleta, andar na rua, fazer tarefas que permitam descobrir e viver o território. As crianças serem transportadas de automóvel para a escola, é manipulá-las na sua liberdade de ação. Há uma imaturidade emocional enorme. Ao contrário do que acontece noutros países temos um índice de mobilidade muito baixo. Os pais e os educadores têm medo que as crianças tenham autonomia. Sem autonomia não há desenvolvimento, nem liberdade, nem democracia. As crianças necessitam de autonomia desde que nascem. Temos de exercitar esta capacidade, libertarmo-nos do medo, das representações mentais que criámos. Temos de acreditar que as crianças são capazes de resolver problemas, de se confrontar com o risco, com o inesperado. Educar é dar autonomia, distanciamento, Dar a capacidade à criança de resolver por si os seus objectivos, de não ficarem aprisionadas e serem conduzidas, manipuladas, no seu quotidiano.

E como se combate o medo?

Não sou psicólogo, mas a melhor forma de combater o medo será conter-se emocionalmente e perceber que crianças e jovens têm, dentro de si, mecanismos de controlo que lhes permite terem liberdade de ação e autonomia. Há momentos em que precisam de proximidade, afeto e segurança. Mas, antes de tudo, precisam de confronto com o risco, de autonomia, e de distanciamento e isso as escolas e as famílias devem dar. As políticas públicas devem apostar numa sociedade onde haja o maior risco possível. Temos de correr riscos para haver um desenvolvimento harmonioso.

As crianças estão aprisionadas?

Olhem para os joelhos das crianças, estão todos limpos! Policia-se o seu comportamento. Nas prisões americanas, os presos têm cerca de três a quatro horas de atividade no recreio. Em Portugal, 70% das crianças têm menos de uma hora de brincadeira livre por dia. Menos tempo que os prisioneiros. A infância está aprisionada. Estamos a criar monstros.

Como pode a política pública inverter esta tendência?

Temos de pensar em cidades saudáveis para as crianças. Onde elas participem nos próprios processos e projetos. A Câmara Municipal de Cascais têm prestado boas políticas para a infância, no que toca à vivência da cidade, do criar condições para as famílias virem à rua. O brincar na rua está em vias de desaparecer, já não se veem crianças na rua. É preciso tirá-las do sofá, de casa, para serem mais ativos, terem mais saúde mental e física. Nós temos de correr riscos para que tudo isto se possa desenvolver de forma harmoniosa e não esta parcimónia em que tudo está controlado, tudo está aprisionado, tudo está previsto. Quando tudo está previsto, não há desenvolvimento. 

E como está a Câmara de Cascais a fazê-lo?

Primeiro, com a criação de espaços verdes, para todas as idades. E, acima de tudo, escola com o novo modelo organizativo do ponto de vista educativo, mais equilíbrio entre os tempos formal e informal. A autarquia apostou bem na humanização dos recreios, uma das coisas mais importantes, com mais equipamentos e espaços. O tempo passado na sala de aula e no recreio tem de ser revisto. As crianças têm de participar mais nos projetos educativos. Tem de haver mais tempo livre. Estamos a trabalhar na reformulação das Atividades de Enriquecimento Curricular. Para que as crianças, depois de já terem tido muitas aulas escolarizadas, possam ter um tempo para um conjunto de atividades mais livres. Também a relação entre os tempos de trabalho dos pais, em família, na escola, onde passam muitas horas, e na comunidade, implica uma mudança de políticas. Nesse sentido acho que a Câmara Municipal de Cascais está neste momento a ter uma estratégia visionária e inovadora do que pode ser o futuro de uma comunidade que participa, partilha, resolve este tipo de problemas Isto implica uma grande mudança e é preciso haver aqui muita coragem de mudar o paradigma da trilogia, escola, comunidade e família.

Leia a entrevista aqui a entrevista alargada 

Carlos Neto

“É preciso tirar as crianças do sofá” Carlos Neto, professor Catedrático, investigador na Faculdade de Motricidade Humana fala-nos da importância do Brincar no desenvolvimento da criança, dando espaço e tempo à brincadeira porque, “brincar é estruturante”. Mas vai mais longe e afirma que é preciso haver a coragem de mudar o paradigma da “trilogia, escola, comunidade e família”, porque, caso contrário, “o que hoje ensinamos na escola provavelmente não servirá para quase nada”.

O que é brincar?

É um comportamento ancestral de todos os animais. Na infância e durante todas as idades, o brincar é estruturante. Faz parte do nosso comportamento espontâneo e do organizado. Beneficia imenso a espontaneidade, a criatividade, o plano sensorial, percetivo, social, cognitivo e, essencialmente, a relação emocional.

E como brincamos?

Há muitas formas de brincar. Brincar ao faz de conta, o chamado jogo simbólico. O brincar numa dimensão de entidade física, portanto de dispêndio de energia, de poder acionar o corpo numa perspetiva ativa. Também no jogo social. Nós somos seres animais, mas somos seres sociais antes de tudo e há aqui uma correspondência interessante entre aquilo que é uma herança biológica e cultural e por outro lado a possibilidade de exercitar o corpo na relação com o que nos rodeia, de modo a que essas aquisições possam ser feitas sem terem que ser ensinadas, estruturadas ou organizadas. Quando a criança é exposta livremente perante o envolvimento que a rodeia, em primeiro brinca com o seu próprio corpo, depois com os objetos e depois com os elementos naturais que a rodeiam. Isso é essencial no seu crescimento mental, mas também na estruturação da linguagem e nas aquisições motoras e percetivas, fundamentais para o seu equilíbrio e a sua capacidade adaptativa, quer do ponto de vista escolar, quer também do ponto de vista da relação social, na relação com os amigos.

E porquê a urgência de brincar?

Porque a sociedade mudou imenso, porque vivemos hoje num mundo digital que é avassalador. As crianças vivem o seu corpo na ponta dos dedos. As novas tecnologias, desta era digital, forçaram o corpo a outras funções não expetáveis. Nas primeiras idades, precisamos de mexer o corpo, necessitamos de ser ativos, de ganhar autonomia, de arriscar. Interessa também exercer essa atividade que todos os animais fazem quando são pequenos, explorar, descobrir e arriscar. Temos de pensar muito bem como é que se gere o conceito de tempo, o tempo de vida, quer ao nível da família, quer da escola, onde as crianças passam muitas horas, quer ao nível da comunidade.

O que muda na criança com a brincadeira?

Aprende a lidar com os próprios complexos; a resolver problemas; a comunicar. Ganha capacidade de autorregulação emocional, fundamental para o seu equilíbrio, autoestima e desenvolvimento. Sem a competência de relação com os outros dificilmente teremos crianças felizes, com sucesso do ponto de vista do empreendedorismo, com capacidade de adaptação a uma sociedade completamente diferente no futuro.

E qual é o papel da escola?

O que é que a sociedade do futuro vai exigir a estes cidadãos e como estamos a preparar as crianças para ele? São das perguntas mais importantes que podemos pôr. O que hoje ensinamos na escola provavelmente não servirá para quase nada. Temos de pensar em como isto vai mudar, com novas tecnologias, inteligência artificial, robótica, muitas funções sociais que vão desaparecer. Temos de preparar um cidadão novo. O brincar é talvez o comportamento que melhor ajuda a estruturar todas as competências essenciais para o futuro.

Quais são os perigos deste afastamento das crianças da rua?

É evidente que a sociedade hoje debate-se com problemas diversos do ponto de vista de espaço construído e espaço natural. A criança está muito desligada do mundo natural o que tem diminuído as suas competências essencialmente motoras. Nós hoje assistimos a problemas muito sérios de obesidade, de inatividade física, sedentarismo infantil. Estão a criar-se doenças complexas quer físicas, quer mentais. Há um decréscimo enorme nas últimas décadas do ponto de vista do comportamento lúdico, da brincadeira livre e um aumento muito pronunciado de atividades sedentárias, que levam as crianças a terem problemas de ansiedade, depressão, excesso de peso, diabetes, doenças respiratórias, cardíacas. Há também uma preocupação muito evidente com a passagem para a adolescência e para a idade adulta e problemas do ponto de vista comportamental, inclusive a taxa de suicídio.

Mas há novos medos.

Há circunstâncias históricas que explicam que em Portugal, inadvertidamente, de uma forma paradoxal, os adultos vivam cheios de medo. E, ao viverem assim, não dão autonomia, independência, mobilidade às crianças. Isso é algo que é muito penalizante para o desenvolvimento do adolescente. Tem repercussões enormes não ir a pé para a escola, sair de bicicleta, andar na rua, fazer tarefas que permitam descobrir e viver o território de forma plena. As crianças serem transportadas de automóvel para a escola, serem conduzidas, é manipulá-las na sua liberdade de ação. E isso tem consequências. Há uma imaturidade emocional enorme. Ao contrário do que acontece noutros países nós temos um índice de mobilidade muito baixo. Os pais, os educadores, professores, supervisores na escola, têm medo que as crianças tenham autonomia. Mas sem autonomia não há desenvolvimento. Sem autonomia não há liberdade, não há democracia. As crianças necessitam de autonomia desde que nascem e por isso nós temos de exercitar esta capacidade, libertarmo-nos do medo das representações mentais que criámos. Temos de acreditar que as crianças são capazes de resolver problemas, de se confrontar com o risco, com o inesperado. Educar é dar autonomia, distanciamento, dar a capacidade da criança resolver por si própria os seus objetivos, de não ficarem aprisionadas e serem conduzidas, manipuladas, no seu quotidiano.

E como se combate o medo?

Não sou psicólogo, não sou psicoterapeuta, nem psiquiatra, mas admito que a melhor forma de combater o medo é conter-se emocionalmente e perceber que crianças e jovens têm, dentro de si, mecanismos de controlo que lhes permite terem liberdade de ação e autonomia. É óbvio que há momentos em que as crianças precisam de proximidade, de afeto e de segurança. Mas, antes de tudo, precisam de confronto com o risco, de autonomia, e de distanciamento e é isso que as escolas e as famílias devem fazer. As políticas públicas devem apostar numa sociedade onde haja o maior risco possível, porque é bom para todos, para os mais velhos, para os mais novos e também para os adultos. Avós e netos, pais e crianças, professores e alunos, cidadãos comuns, todos necessitam que a vida seja um risco permanente, porque a vida é um risco.

As crianças estão aprisionadas?

Olhem para os joelhos das crianças, estão todos limpos! Hoje policia-se o comportamento das crianças. Nas prisões americanas os presos têm três a quatro horas de atividade no recreio e admitem que se assim não fosse seria uma tragédia. No estudo que fizemos em Portugal 70% das crianças portuguesas têm menos de uma hora de brincadeira livre por dia. Têm, portanto, menos tempo que os prisioneiros nas celas das prisões. Quer dizer que a infância hoje está aprisionada. Estamos a criar monstros.

Como pode a política pública inverter esta tendência?

Devemos ter um modelo organizado de uma forma ecológica. Que passe por alterar as relações entre o tempo que se está na família, o tempo que se está na escola e o tempo que vive a comunidade. Temos de pensar em cidades saudáveis para as crianças. Onde elas participem nos processos e projetos. Solicitar-lhes competências do ponto de vista de participação para uma cidadania ativa e também para uma cidade sustentável para o futuro. E, nesta matéria, a Câmara Municipal de Cascais e o seu elenco governativo têm prestado boas políticas para a infância, no que toca à vivência da cidade, do criar condições para as famílias virem à rua. Porque, o brincar na rua está em vias de desaparecer, já não se veem crianças na rua. É preciso retomar uma nova era, retirá-las do sofá, de casa, de atividades sedentárias, para serem mais ativos, terem mais saúde mental e física. Nós temos de correr riscos para que tudo isto se possa desenvolver de forma harmoniosa e não esta parcimónia em que tudo está controlado, tudo está aprisionado, tudo está previsto. Quando tudo está previsto, não há desenvolvimento. 

E como está a Câmara de Cascais a fazê-lo?

Primeiro, com a criação de espaços verdes, de mobilidade nas cidades adequada para todas as idades inclusive para as crianças. Espaços verdes temáticos e, acima de tudo, escola com o novo modelo organizativo do ponto de vista educativo, onde haja mais equilíbrio entre os tempos formal e informal. A autarquia apostou bem na humanização dos recreios, uma das coisas mais importantes, com mais equipamentos e espaços. O tempo passado na sala de aula e no recreio tem de ser revisto. As crianças têm de participar mais nos projetos educativos. Tem de haver mais tempo livre. Estamos a trabalhar na reformulação das Atividades de Enriquecimento Curricular. Para que as crianças, depois de já terem tido muitas aulas escolarizadas, possam ter um tempo para um conjunto de atividades mais livres. Também a relação entre os tempos de trabalho dos pais, em família, na escola, onde passam muitas horas, e na comunidade, implica uma mudança de políticas. Nesse sentido acho que a Câmara Municipal de Cascais está neste momento a ter uma estratégia visionária e inovadora do que pode ser o futuro de uma comunidade que participa, partilha, resolve este tipo de problemas Isto implica uma grande mudança e é preciso haver aqui muita coragem de mudar o paradigma da trilogia, escola, comunidade e família.

Cascais é pioneiro nesta reforma da escola?

Julgo que o projeto do elenco governativo da educação da Câmara Municipal de Cascais é verdadeiramente inovador em todo o país. Isto significa que também está de acordo com as indicações que têm sido dadas por parte do ministério da educação no que respeita a essa alteração da vivência do tempo escolar. Nesse sentido, acho que a Câmara está de parabéns porque, de facto, iniciou uma série de projetos que têm exatamente a ver com essa alteração. As crianças podem aprender e podem estar mais felizes, tendo mais participação e, por outro lado, uma escola que as convide a serem crianças de facto e a terem um conjunto de atividades novas, diferentes. Por isso há aqui um envolvimento que, do meu ponto de vista, tem sido muito bem estruturado pelo elenco governativo no que diz respeito à preparação dos professores, preparação dos supervisores, isto para falar dos auxiliares de educação, dos diretores, também dos agrupamentos das escolas. Estou convicto que isso está a correr muito bem.

Tem acompanhado essas alterações?

Temos realizado várias reuniões com grande participação dos responsáveis da autarquia, no sentido de alterar o modelo de funcionamento. Isto implica, também, a participação dos pais neste projeto. O governo está a preparar a delegação de competências para as Câmaras Municipais e passa a haver liberdade e autonomia para inovar o conceito de aprendizagem. Os pais trabalham praticamente de manhã à noite, têm muito pouco tempo para os filhos e, portanto, tem de haver uma concertação social na discussão do que é a escola do futuro. A relação entre o tempo de trabalho dos pais, o tempo que a criança passa na escola e o tempo que deveria ter em família e em vivência na própria cidade, implica uma mudança de políticas. É nesse sentido que a Câmara Municipal de Cascais está a ter uma estratégia visionária e inovadora. E é preciso muita coragem para mudar o paradigma do que é esta trilogia entre a escola, a comunidade e a família.

Que tipo de sociedade se pode prever numa cultura em que a criança é afastada da rua?

Devemos preparar as cidades não para regressar ao passado, mas para reinventar o futuro. Cidades onde se possam vivenciar o espaço, o território de uma forma mais prazerosa, em maior dinâmica de festa, de encontro, de solidariedade, de preparação de cidadania e, acima de tudo, desenvolver padrões de vida saudáveis. Isto é, de termos mais saúde mental, mais saúde física, porque de facto nós sabemos hoje, por estudos científicos realizados, que a imobilidade, a inatividade, o estar sentado, o não mexer o corpo, mata, cria problemas ao desenvolvimento, principalmente nas primeiras idades. Quer dizer que toda a gente tem memórias do que foi a sua infância e era preciso que existisse uma consciência de recordar essas memórias da sua infância para perceber o que é a vida hoje das crianças. As crianças hoje vivem em prisões. São prisioneiras do tempo, vivem vedadas, vivem fechadas. Necessitamos de fazer uma revolução tranquila, com mais liberdade, mais iniciativa das crianças, permitir-lhes que vivam uma escola sem muros, uma escola que se abre para a sociedade. A criança tem de participar nos projetos da própria sociedade. Isto implica provavelmente uma mudança do paradigma da vida familiar, mas também do paradigma da vida escolar e é aqui que se colocam muitos problemas.

Que tipo de problemas?

Como vamos alterar o processo de ensino, o conceito do que é viver a escola, o conceito do que é aprender, do que é partilhar projetos numa escola onde alunos e professores possam, de facto, ter um modelo de funcionamento muito mais aberto, muito mais interessante, muito mais desafiante. Onde o conhecimento não seja imposto mas antes assimilado, por participação do próprio. Temos que mudar o velho paradigma, conservador, de que o ensino é feito por imposição, em que a criança está em silêncio a ver um professor cansado, velho e chato, para um processo dinâmico, muito mais participativo e em função dos interesses que as crianças têm. As crianças são muito diferentes, umas das outras e necessitam que os projetos educativos lhes deem as oportunidades de se revelarem, de manifestarem as tendências e os talentos que têm. Provavelmente a escola não está a fazer isso bem. E estou convencido de que o brincar o fará, porque é uma linguagem universal, é, talvez, a melhor forma de comunicação que existe entre os seres humanos e outros animais, é independente da cultura e do espaço geográfico.

Há uma consciência generalizada da importância do Brincar?

A Organização Mundial de Saúde e outras organizações internacionais têm vindo a chamar a atenção para o facto de estarmos a criar novos problemas de saúde que necessitam de ser combatidos e, não há nada melhor do que esta relação entre o corpo ativo que brinca com o meio exterior. Temos que, novamente, estabelecer uma conexão mais próxima do que é o Homem e a natureza e isso é tão importante que implica um novo modelo de funcionamento da escola. A escola tem que abrir-se ao exterior, ir para a floresta, mexer na terra, subir às árvores, confrontar-se com o desconhecido, confrontar-se com o incerto, com o risco.

Uma escola aberta ao risco?

A escola não pode ser um local onde tudo está previsto. Na escola tem de existir incerteza, inovação porque existe risco. Numa escola a funcionar desta forma mais inteligente, as crianças vão ter o prazer de acordar todos os dias de manhã com vontade de ir à escola. E é isso que nós pretendemos em cascais, nos projetos que estão a ser desenvolvidos. Fazer deste concelho um modelo para o país, um novo paradigma de funcionamento da escola, na relação com a família e com a comunidade. Não é fácil mudar. Isto leva anos, não surge por milagre, nem por magia. Leva muitos anos a eliminar um conjunto de estereótipos, de preconceitos, mas vejo muita vontade no elenco governativo da Câmara de Cascais.

E o que fazemos à velha escola?

Uma sociedade nova, uma sociedade moderna tem de conviver entre o mundo digital e aquilo que é a nossa natureza mais ancestral, mais profunda, mais animalesca, mais biológica. É esta coerência que temos que saber fazer. O conhecimento científico dá-nos toda a razão em função destas teses, já não é mais possível suportar esta escola conservadora, esta escola reprodutiva, esta escola sem sentido para as crianças e para os jovens. Temos que colocá-los a participar na criação de uma escola muito mais ativa. Isso já nem tem discussão, porque toda a gente percebeu que essa escola a antiga morreu. Temos de criar uma escola nova em que todos os elementos que a integram, desde os seus responsáveis, até aos agrupamentos, até às estruturas autárquicas, até os próprios pais, as próprias crianças, têm todas de participar neste projeto de inovação. E é isso que no fundo estamos a fazer dando relevo ao elemento básico que é estruturador de tudo isso que é brincar: a palavra mais simples de todas.

Já se começa a Brincar em Cascais?

Sim, esse é, talvez, o aspeto mais interessante que está aqui nesta discussão. É que brincar é talvez aquilo mais estruturante para tudo, porque quando a criança brinca ela está envolvida de uma forma total naquilo que é uma vivência do tempo e do espaço. Foi por isso que nós iniciámos com esta ideia de "Cascais a brincar" ou "brincar em Cascais", que é exatamente a ideia de uma mudança que já foi feita em muitos países, principalmente países do Norte da Europa, há muitos anos. Nós estamos cerca de 30 ou 40 anos atrasados em relação a outros países no que respeita a este conceito de maior equilíbrio entre atividades estruturadas e atividades não estruturadas, na relação com a natureza, nas preocupações com a saúde mental e a saúde física.

Como será esse novo mundo?

Neste momento não sabemos prever, porque nunca o mundo mudou tão rápido. Por isso há aqui um paradoxo muito interessante: se é necessário mudar tudo isto, porque vivemos numa sociedade muito rápida, muito apressada, também é necessária, ao contrário, que através do brincar as pessoas percebam que necessitam de viver mais devagar, que precisam de aprender mais com os seus silêncios, aprender o que é o seu tempo interior, parar e meditar, interiorizar, aprender a olhar, a visualizar o seu corpo, o seu estado e o seu envolvimento. Hoje, a velocidade com que a informação nos chega, o tempo completamente estruturado e organizado retira-nos esta perceção do nosso próprio corpo no que diz respeito a essa necessidade que ele tem de poder viver mais devagar, para poder assimilar as coisas melhor. Temos de mexer o corpo, alimentarmo-nos de forma adequada e, por outro lado, dormirmos bem. Estas três coisas são essenciais, mas também o envolvimento da família, da escola, da comunidade, para que tudo isto se faça de uma forma mais serena, mais tranquila, e não neste suicídio com que estamos a viver o conceito de tempo. O espaço está cada vez mais diminuído, mais opressivo e um tempo extraordinariamente organizado. As agendas estão completamente cheias, não há tempo sequer para pensar, para refletir, para interrogar, para analisar, para perceber e isso cria doenças, algumas delas que ainda são desconhecidas.

 

“Portugal desperdiça dois patrimónios: O Mar e a Língua", afirma Carlos Carreiras

“Nós não temos noção da superpotência que somos com estes dois patrimónios do Mar e da Língua".

“Portugal desperdiça dois patrimónios: O Mar e a Língua”, disse hoje o Presidente da Câmara Municipal de Cascais, durante a apresentação do programa cultural e artístico de Cascais para o último trimestre de 2018 e destaques para 2019.

“Nós não temos noção da superpotência que somos com estes dois patrimónios do Mar e da Língua. A partir de Cascais queremos provocar uma visão diferente destas riquezas que não estão a ser suficientemente aproveitadas", disse.

O autarca acrescentou que o Forte de Santo António da Barra será a sede onde se irão ancorar estes dois patrimónios, com a “Rota do Mar e da Língua Portuguesa”.

A cerimónia decorreu no dia 12 de Setembro, na Casa das História Paula Rego, na presença do presidente da Fundação D. Luís I que divulgou, pormenorizadamente, o programa de atividades, nomeadamente em áreas como a música, as artes plásticas, os acervos e a educação.

Salvato Teles de Menezes destacou, entre outras atividades, o novo Programa Internacional de Residências Literárias, que contará com cinco escritores internacionais; a estreia mundial da exposição Norman Parkinson: Sempre na Moda, uma retrospetiva da carreira do fotógrafo do século XX; uma nova exposição de Paula Rego com foco nos anos 80; assim como a fotobiografia do compositor Fernando Lopes-Graça.

Na ocasião, Carlos Carreiras salientou que a Fundação D. Luís I tem sido um "braço armado" de uma estratégia que pretende atrair para o conselho uma comunidade criativa, com "armas que disparam conhecimentos e sensibilidade”, que acredita serem “os verdadeiros modelos transformadores das próprias sociedades".

“Temos neste momento fortíssima expectativas para anunciar algo a nível de um esforço que tem vindo a ser feito no levantamento da arqueologia marítima. Tivemos muito recentemente indicadores precisos de que estaremos à beira  de poder anunciar uma descoberta marcante”, revelou o autarca.

O Presidente do Município realçou o trabalho desenvolvido na recuperação e limpeza do Forte de Santo António da Barra, elogiando a extrema competência dos funcionários da Câmara Municipal de Cascais na tarefa.

A poucos dias da inauguração oficial do campus da NOVA SBE em Carcavelos, Carlos Carreiras não quis deixar de salientar o impacto estruturante desta universidade para o concelho, que irá também reforçar a oferta de equipamentos culturais em Cascais. M.D.A.

Campanha de arqueologia subaquática de Cascais em curso

Campanha visa a caraterização histórica dos despojos identificados e que venham a ser descobertos e garantir a conservação preventiva de objetos salvaguardados.

A campanha anual de arqueologia subaquática do município de Cascais começou este ano em meados de agosto e prolonga-se até novembro em várias zonas do litoral do concelho.

A campanha do Projeto de Carta Arqueológica Subaquática de Cascais, em parceria com o Centro de Investigação da Escola Naval e a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, articula-se com a equipa Mar, da Cascais Ambiente, no sentido de avaliar o estado de conservação do património cultural subaquático já referenciado e simultaneamente proceder ao levantamento da biodiversidade existente em várias zonas do litoral.

Nesta primeira fase os trabalhos decorrem entre a Bafureira e o Bugio, o que permitirá a monitorização da Área Marinha Protegida das Avencas (AMPA), Ponta de Rana, S. Julião da Barra e os naufrágios do Bugio.

A campanha tem como objetivos a caraterização arqueográfica e histórica dos despojos identificados e que eventualmente possam vir a ser descobertos, garantir a conservação preventiva de objetos salvaguardados do meio aquático e avaliar o estado de conservação de objetos que permanecem no local.

Finalmente, a campanha serve também para incentivar e acompanhar a continuação dos censos da biodiversidade e validar os protocolos usados. S.R.S.

 

Jornal C 100 assinala abertura do ano escolar

Quando, em Cascais, a campainha tocar, a partir de 12 de setembro, são mais de 20 mil os alunos do ensino público do concelho a abrir as portas a uma nova escola, onde alunos, professores e mais de seis centenas de assistentes operacionais e assistentes técnicos das 65 escolas dão os primeiros passos numa longa caminhada.

As novidades são muitas. Da alimentação, matéria em que a autarquia se bateu por uma elevação dos padrões de qualidade, à beneficiação e requalificação de 35 escolas do Pré-Escolar e Primeiro Ciclo, cujo investimento ronda os 2,2 milhões de euros, da requalificação dos espaços de recreio da escola do 1º ciclo, cumprindo aquilo a que se designou por Estratégia do Brincar, à reorganização das Atividades de Enriquecimento Curricular, do tempo dedicado à aprendizagem informal, passando pelo ensino técnico-profissional ao projeto-piloto do Agrupamento de Escolas de Carcavelos ou ao Programa Escolar de Sensibilização Ambiental, tudo são passos para esta nova Escola que Cascais procura fundar.

Esta edição 100 do C antecipa também informação sobre um dos grandes eventos que marcam o ano em Cascais, dedicando as páginas centrais ao Lumina.

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Final de Futsal do torneio “Taça de Cascais”

Torneio visa promover preparação das equipas seniores não profissionais que participam nas competições distritais da Associação de Futebol de Lisboa e nas competições nacionais da Federação Portuguesa de Futebol.
  • O Estoril Praia e os Reguilas de Tires defrontam-se hoje no pavilhão de Sassoeiros na final de Futsal da “Taça de Cascais”.

    O Município de Cascais, em parceria com a União de Clubes de Futebol e Futsal do Concelho de Cascais, organiza o Torneio “Taça de Cascais” com o objetivo de promover o encontro e preparação das equipas seniores não profissionais que participam nas competições distritais da Associação de Futebol de Lisboa e nas competições nacionais da Federação Portuguesa de Futebol, num período de pré-competição desportiva.

    Esta edição da “Taça de Cascais” conta com a participação de 9 equipas na vertente de Futebol e com 7 equipas no Futsal.

“Aprender a Salvar Vidas” em Cascais com a CUF

Aula de Suporte Básico de Vida realiza-se a 15 de setembro na Praça 5 de Outubro, junto à Baía de Cascais.

No âmbito das comemorações do 10º aniversário do Hospital CUF Cascais realiza-se no próximo dia 15 de setembro uma Aula de Suporte Básico de Vida, na Praça 5 de Outubro, junto à Baía de Cascais.

Esta iniciativa de Masstraining, que conta com o apoio da Câmara Municipal de Cascais, pretende “reforçar o compromisso da instituição de saúde com a comunidade na promoção da educação para a saúde”, segundo o Hospital CUF. A coordenação da ação será deixada nas mãos dos profissionais de saúde da Academia CUF, a entidade responsável pela formação, ensino e investigação de todas as unidades de saúde CUF.

A formação será bastante completa no que diz respeito ao ensino da prática de Suporte Básico de Vida (SBV). Desde a chamada do 112 e das informações que devem ser transmitidas aos profissionais do INEM, até às manobras de socorro e reanimação, a aula destina-se a habilitar mais munícipes de Cascais com os conhecimentos e procedimentos básicos a tomar em caso de emergência.

A iniciativa está aberta a todos indivíduos com mais de seis anos de idade, sendo de inscrição gratuita e obrigatória, limitada ao número de vagas existentes. Esta deve ser previamente efetuada através do site www.saudecuf.pt/academia-cuf/eventos/eventos/aprender-a-salvar-vidas-mass-trainning-sbv-cascais, ou no próprio dia, no local. M.D.A.

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