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Cascais reflete em conjunto temáticas sobre a promoção da saúde

Com a presença de 20 munícipes e representantes de entidades parceiras do Fórum Concelhio para a Promoção da Saúde, teve lugar, no mercado da Parede, o debate “Saúde Participativa” que contou com a participação do neurologista Alexandre Castro Caldas, atual Director do Instituto de Ciências de Saúde da Universidade Católica Portuguesa.

O Fórum Concelhio para a Promoção da Saúde convidou, assim, Alexandre Castro Caldas a partilhar com os presentes o seu conhecimento sobre o cérebro humano na sua relação com as demências, bem como sobre alguns dos mitos e realidades que rodeiam esta área com tanto impacto na sociedade.

A partir de uma conferência em torno do cérebro, mitos e realidades, proferida pelo conceituado neurologista, abriu-se um espaço de discussão com os presentes a colocar diversas questões em torno do tema apresentado.

Num segundo momento e com a apresentação dos resultados já alcançados no âmbito da Estratégia Local de Promoção da Saúde 2016/2020, foi possível prestar contas quanto às 18 medidas que integram a referida Estratégia.

Por fim e organizados por mesas, todos os presentes foram convidados a refletir e partilhar ideias sobre as principais temáticas a abordar em torno da promoção da saúde e quais os melhores canais para o fazer. Esta reflexão foi depois partilhada por todos, através de uma pequena apresentação.

Foi uma sessão muito participada pelos presentes que em duas horas possibilitou aproximar o Fórum Concelhio para a Promoção da Saúde de todos os interessados, procurando reforçar em Cascais a construção da cidadania em saúde.

Sobre a Estratégia Local de Promoção da Saúde | A  construção  da Estratégia Local de Promoção da Saúde ocorre no contexto de implementação do Fórum Concelhio para a promoção da saúde de Cascais e pretende ser um instrumento concelhio de planeamento estratégico no domínio da Promoção da Saúde. A sua elaboração assenta no cruzamento de informação de diagnóstico de nível nacional e local, bem como de um modelo de planeamento participado que possibilitou auscultar não só as entidades concelhias com intervenção em promoção  da  saúde,  como  também  os cidadãos, em ordem a identificar prioridades e medidas de ação. PL

Auditório Sra. da Boa Nova repleto para ouvir a Sinfónica de Cascais

A Sinfónica de Cascais teve casa cheia este sábado, 9 de dezembro, despertando o espírito de Natal aos muitos amantes de Beethoven e Tchaikovsky.

O Concerto para violino, violoncelo e piano em Dó Maior, Opus 56, conhecido como Concerto Triplo, ou Concerto Tríplice, por ser dirigido a três instrumentos solistas, mais orquestra, é o único concerto de Beethoven para mais de um instrumento solista e foi eximiamente interpretado pelo violino e violoncelo, respetivamente, de Christian Altenburger e Pavel Gomziakov e com Elizabeth Allen ao piano.

Nomeada pelo próprio Tchaikovsky como “Pathétique”, o público que esgotou o auditório vibrou ao som da Sinfonia Nº6, conhecida por inspirar emoções fortes e por vezes sombrias, através das belas melodias magistralmente dirigidas por Nikolay Lalov.

Os fortes aplausos no final deste Concerto de Inverno vêm, assim, confirmar a excelência da Sinfónica de Cascais que transforma cada espetáculo num grande sucesso.

Por isso não se atrase e adquira já os seus bilhetes para o próximo Concerto de Ano Novo 2018, dia 7 de janeiro, no Salão Preto e Prata do Casino Estoril.

Veja aqui o programa:

C. M. Von Weber Invitation to the dance

Fr. Liszt Liebestraum (arr. Longfield)

Ch. Gounod Je veux vivre

Robert Stolz Fruhjahrsparade

J. Strauss Tik -Tak Polca

F. Mendelsohnn Marcha Nupcial de “Um Sonho de uma Noite de Verão”

J. Strauss Intermezzo da 1001 noites

Robert Stolz Zwei Herzen in Dreivierteltakt

P. Tchaikovsky Valsa sentimental

J. Strauss Adele’s Laughing Song

J. Strauss Danúbio Azul

Rita Marques | Soprano

Nikolay Lalov | Direção Artística

Veja mais em: LINK DA BILHETEIRAONLINE Concerto de Ano Novo 2018:

https://bairrodosmuseus.bol.pt/Comprar/Bilhetes/56193-concerto_de_ano_no..

 

Estacionamento gratuito em Cascais durante a quadra festiva | até 6 de janeiro de 2018

Durante a presente quadra festiva que se estende até 6 de janeiro de 2018, Cascais vai dispor de zonas de estacionamento gratuito. A iniciativa visa promover o comércio tradicional e incentivar a vinda de visitantes e consumidores a Cascais.

" Cascais é um concelho mais seguro" concluem Comissões Municipais de Proteção Civil e de Defesa da Floresta

Cascais, em matéria de proteção civil, pode ser considerado um concelho pioneiro, quer na prevenção e combate de incêndios, quer nas medidas em execução para mitigar os riscos de catástrofes naturais e provocadas pelas alterações climatéricas, o que o torna um dos mais seguros do país. Estas foram as conclusões das reuniões da Comissão Municipal de Proteção Civil e da Comissão Municipal da Defesa da Floresta que tiveram lugar esta quinta-feira, 7 de dezembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Cascais.

Se vive em Cascais saiba que é das zonas do país onde a Proteção Civil tem vindo a mostrar uma evolução mais positiva nestes últimos anos, no que se refere ao combate aos incêndios e à mitigação de riscos de catástrofes naturais, como sismos e tsunamis. Os números são reveladores do muito que se tem feito nesta área. Pois, ao contrário do que se verificou no resto do país, 2017 foi o ano em que se registaram menor número de ignições de fogos e a menor área ardida de sempre – 4,5 hectares, na sua maioria mato.

Isto só é possível graças a uma conjugação e coordenação de esforços de todas as entidades envolvidas na prevenção e combate de incêndios florestais. Um trabalho que tem vindo a ser feito há uns anos a esta parte e que está agora a mostrar resultados que se traduzem numa maior sensibilização da população para o risco de incêndios e para a proteção da floresta, numa maior informação sobre os condicionantes do uso de fogo na época critíca, assim como, uma maior visibilidade e interesse pela área protegida do Parque Natural Sintra-Cascais e pelo nosso Património Natural em geral que representa 1/3 da área do concelho.

A vigilância é também um dos fatores cruciais para a tónica da prevenção que é a aposta fundamental que resulta na diminuição drástica da área ardida nestes últimos anos. Neste campo registo para as ações de vigilância e prevenção levadas a cabo pelo exército, sobretudo no período noturno; para as ações de planeamento e gestão florestal que se traduzem na limpeza e reflorestação do espaço natural, na limpeza das faixas laterais de 10 metros ao longo das estradas, na gestão de combustíveis florestais nas faixas de envolvência de edificações e aglomerados urbanos e noarranjo dos caminhos florestais, entre outras.

 

 

Mas, se a prevenção é a palavra-chave, também o combate aos incêndios se tem mostrado mais eficiente. Melhores meios e equipamentos disponibilizados às entidades no terreno, incluindo equipamento de autoproteção e a formação e atualização dos elementos que integram essas entidades são algumas das razões apontadas para o aumento da eficácia no combate a incêndios e na diminuição do tempo em que se considera o fogo controlado.  A tudo isto se junta também uma maior eficácia na coordenação de todos os envolvidos no cumprimento do plano municipal de gestão da floresta.

 

Já no que se refere à mitigação dos riscos de catástrofes naturais, destaque para as medidas pioneiras levadas a cabo no concelho de Cascais, onde se inclui o aviso de alerta de tsunamis já em pleno funcionamento.

Para o presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, este percurso de cada vez melhores resultados na área da proteção civil, deve-se também ao trabalho desenvolvido junto da população, sobretudo nas camadas mais jovens: “Desenvolvemos o lema de que cada cidadão é um membro da proteção civil e que por isso todos devemos estar informados e sensibilizados para o que fazer em caso de necessidade”, referiu Carlos Carreiras.    

A interligação com todas as entidades responsáveis pela proteção civil, nomeadamente, Forças de Segurança, Associação de Bombeiros e todo o conjunto mais alargado de entidades em estreita colaboração com as unidades orgânicas da Câmara Municipal, foi outro dos aspetos apontado por Carlos Carreiras para a evolução positiva agora apresentada na Comissão Municipal de Proteção Civil: “Em Cascais há uma estratégia de ordenamento do território com uma grande articulação e conjugação de esforços entre todos os envolvidos”, referiu.

 

 

 

Sobre a mitigação de riscos em caso de catástrofe natural, o autarca lembrou que “temos o território todo estudado a nível geológico e perfeitamente identificados todos os locais de especial risco”, acrescentando que “ estamos também na frente em termos tecnológicos e somos o único concelho do país a ter um sistema piloto de aviso de tsunami”. Todavia, Carlos Carreiras assegura que “ainda há muito por fazer” e sublinhou a necessidade de trabalhar agora na redução das consequências das alterações climatéricas: “É preciso trabalhar no plano estratégico para aumentar a capacidade de sermos mais resilientes não só no que se refere ao aumento da eficácia de resposta em caso de catástrofes naturais, quer nas provocadas pelas alterações climatéricas que estão na ordem do dia e de que já estamos a sentir as consequências.”

No gráfico abaixo pode verificar-se a evolução positiva de ignições e área ardida no período dos últimos 15 anos:

 

 

 

   

Cascais replica sala de aula inovadora em Coimbra

Cascais é levado como exemplo pela Microsoft Portugal, na 1ª Conferência do Fórum Permanente para as Competências Digitais que está a decorrer em Coimbra. Inserido na Iniciativa Nacional Competências Digitais e.2030 | Portugal INCoDe.2030. Este evento pretende dinamizar e articular um leque alargado de atores sociais e garantir uma ampla mobilização para a temática das Competências Digitais.

A Microsoft Portugal vai replicar uma sala de aula inovadora com recurso ao jogo Minecraft: Education Edition. Serão dinamizados workshops para os alunos presentes, exibindo o projeto existente com a Câmara Municipal de Cascais e assinalando, assim, a Hour of Code, iniciativa celebrada entre 4 e 10 de dezembro e que mobiliza milhões de alunos de todo o mundo.

O objetivo é replicar o que a Câmara Municipal de Cascais proporciona aos seus alunos, em parceria com a Microsoft, no projeto pioneiro em Portugal que equipou todas as escolas do 1º ciclo de Cascais com Minecraft: Education Edition.

Para Vânia Neto, diretora da área de Educação da Microsoft Portugal, “a celebração da Hour of Code alinha-se na perfeição com a estratégia global da Microsoft, permitindo trazer as soluções mais inovadoras e criativas para a sala de aula, equipando os nossos alunos com as ferramentas necessárias para melhorar a sua experiência de aprendizagem. O Minecraft: Education Edition permite levar o jogo que todos adoram para dentro da sala de aula e integrar com a maior parte das áreas disciplinares com muito sucesso”, referiu.

No espaço de exposições estão mais de uma dezena de computadores equipados com Minecraft: Education Edition do projeto de Cascais, bem como o quadro interativo Promethean, mobiliário de sala de aula da Steelcase e ainda uma impressora 3D da BEEVERYCREATIVE, recriando o ambiente de uma sala de aula inovadora.

No passado mês de novembro, a Microsoft Portugal, em parceria com a autarquia de Cascais, organizou um evento na Escola Básica Areia-Guincho, que permitiu a 80 alunos e 30 professores, jogarem em simultâneo a edição de educação do famoso jogo Minecraft, como uma ferramenta de aprendizagem, que promove o desenvolvimento do pensamento lógico e princípios de programação. No evento desta quarta-feira, os alunos poderão, mais uma vez, controlar uma personagem Minecraft através de Código.

Tanto os alunos como os professores terão a oportunidade de experimentar e interagir com a sala de aula inovadora, promovida pela Microsoft Portugal e os seus parceiros, onde se inclui o município de Cascais. PL

Centro Comunitário da Paróquia da Parede ganha Troféu Português do Voluntariado

No Dia Internacional do Voluntariado, assinalado a 5 de dezembro, o Centro Comunitário da Paróquia da Parede foi distinguido com o Troféu Português do Voluntariado, atribuído pela Confederação Portuguesa de Voluntariado. Há 30 anos no concelho de Cascais, esta instituição viu, assim, reconhecido o seu trabalho voluntário em prol da comunidade da freguesia da Parede.

Com cerca de 100 voluntários a atuarem junto da população da freguesia da Parede, este Centro Comunitário exerce a sua missão em quatro áreas: Centro de Dia/Convívio e apoio domiciliário à população sénior; Ação Social; e Reinserção. São várias as atividades exercidas pelos voluntários como a distribuição de refeições, ligação com o Banco Alimentar, procura ativa de trabalho, serviço de acolhimento, entre outros.

“ Este prémio é um reconhecimento enorme não só para a instituição, mas do trabalho dos voluntários que trabalham de pessoas para pessoas” referiu Ana Branco que recebeu a distinção em nome de todos os voluntários do Centro Comunitário da Parede, acrescentando que “ acreditamos que tudo o que não se dá, perde-se, por isso trabalhamos em prol da comunidade”

Enaltecendo o trabalho dos voluntários em Cascais e em todo o país, o Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, reconhece que “somos uma sociedade melhor e a nossa comunidade beneficia muito de quem faz o bem pelo bem em si mesmo”. O autarca lembrou, ainda, que em Cascais o voluntariado tem uma grande expressividade na camada jovem, pois, “são mais de 2000 os voluntários jovens que participam nos diversos programas de verão”. Carlos Carreiras afirmou também que “estamos de facto a formar cidadãos mais informados e mais exigentes, numa relação intergeracional, fundamental para termos uma comunidade de grande inclusão social”.

Cascais conta com cerca de 5000 voluntários a trabalhar em áreas que vão muito para além da tradicional área social como o ambiente, ação cívica, educação e proteção civil, entre outras. Esta distinção foi, assim, “uma gota muito importante no oceano de boa energia” destacou a vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Joana Pinto de Balsemão.

“Cascais tem um programa de voluntariado fantástico desde programas com crianças à área do ambiente” reconheceu por sua vez a vice-presidente da Confederação Portuguesa do voluntariado, Susana Queiroga que acrescentou “Cascais vale a pena nesta matéria, sobretudo no área ambiental” referiu a vice-presidente da CPV.

Saiba mais sobre o voluntariado em Cascais

Sobre o Troféu Português do Voluntariado | Este prémio é atribuído anualmente pela Confederação Portuguesa do Voluntariado. Tem como finalidade homenagear o trabalho dos voluntários e a necessidade de incentivar a prática do voluntariado, em projetos desenvolvidos no âmbito de uma organização de voluntariado ou promotora de voluntariado, legalmente constituída e sediada em território nacional. PL

 

Cascais instala iluminação inteligente e renovável

Agora já possível passear à noite no passadiço da Duna da Cresmina e Estrada do Guincho (desde o acesso ao Hotel Fortaleza do Guincho ao cruzamento para a Areia). A Cascais Ambiente implementou um projeto inovador de iluminação pública, conjugando a componente smart com a redução dos impactos ambientais.

São mais de 500 metros de iluminação completamente “off-grid”, o que significa que não estão ligados à rede elétrica nacional. O sistema, constituído por 20 pontos de luz, é todo autónomo e autossustentável. A energia solar é a fonte abastecedora de energia das luminárias, equipadas com painéis fotovoltaicos e baterias que acumulam a energia durante o dia para alimentar a luminária à noite. Tendo em conta que a zona em questão está classificada como Zona Protegida (Parque Natural Sintra-Cascais), esta solução evitou impactos ambientais inevitáveis nomeadamente com a abertura de valas.

Como forma de garantir que a energia renovável é ainda usada com o máximo de eficiência, o sistema é controlado remotamente através de qualquer dispositivo móvel. Assim é possível regular a intensidade da luz, detetar anomalias, verificar o estado de carregamento das baterias, elaborar o perfil de funcionamento de cada luminária de modo a poder posteriormente regulada, entre outras informações.

Cada ponto de luz está ainda munido de sensores de presença, permitindo acionar a iluminação apenas quando é detetada a presença de pessoas, e todas as luminárias utilizam tecnologia LED.

A utilização de energias renováveis em detrimento da energia proveniente de combustíveis fósseis é o garante de emissões zero neste trajeto, contribuindo para a preservação do parque natural e da sua biodiversidade. P.L.

Luís Campos e Cunha

Luís Campos e Cunha “A Art in Residence vai atrair artistas de todo o mundo a Cascais”

Nasceu em Angola, em 1954. Em 2005 foi ministro das Finanças, durante quatro meses, antes de bater com a porta, por discordar do rumo seguido. Se esta parte do seu curriculum é conhecida, a da ligação às artes plásticas é quase remetida ao foro privado. E foi sobre esta paixão e a futura instalação de uma residência para artistas em Cascais que falamos com o economista.

O Sr. Professor é sobejamente conhecido como economista, antigo Vice-governador do Banco de Portugal, ou ministro das Finanças. Pouca gente conhece o outro lado do homem ligado às artes em geral...parece esconder deliberadamente essa sua faceta?!

De facto, vou sendo conhecido como economista, embora nem faça parte da respetiva Ordem. Sou Professor de Economia na Universidade Nova. Mas nunca escondi o meu interesse pela área da cultura e, em particular, pelas artes plásticas contemporâneas. A maioria dos artistas, de uma certa geração, conhece-me bem e tenho o gosto de ser amigo de muitos.Poucas pessoas sabem que é pintor e chegou mesmo a expor em Nova Iorque. Ter sucesso na Big Apple, nesta área, não o fez desviar do caminho inicial na sua formação. Porquê? Não vá tão longe. Fui aluno de pintura durante dois anos e fui selecionado, entre muitos outros, para a exposição coletiva dos Young Artists of Columbia University. Foi uma surpresa e uma alegria. Penso que foi merecido, mas é tudo. O que o levou a estudar arte em Nova Iorque?Quando estamos a escrever uma tese de doutoramento, não é possível trabalhar todos os dias e todas as horas para esse objetivo. É necessário ter pausas e isso levou a minha atenção a assuntos que nada tinham com a economia, propositadamente. Foi uma experiência única olhar para as artes plásticas de uma forma mais educada e tentar fazer algo de novo. Outros colegas foram estudar piano, por exemplo. Mas o meu ouvido não me permite experienciar com todo esplendor a mais abstracta da arte humana: a música. Lamento mas é de nascença. Já disse noutras ocasiões que é uma pessoa tímida. Ir diretamente para Nova Iorque fazer um doutoramento sem nunca antes ter saído de Portugal, que na altura era um país fechado sobre si mesmo e conservador, não é para tímidos!?Tinha saído de Portugal, mas poucas vezes, tinha visto muito pouco e jamais tinha visitado os Estados Unidos. De facto, a minha timidez patológica (que hoje controlo bem) não me impediu de ir para a melhor escola do mundo na minha área: a economia internacional. Foi, sem dúvida, um ato de coragem ao vencer a timidez, digo-o com orgulho.

Quando estava a tirar as cadeiras de pintura e história de arte foi selecionado para os jovens artistas de Columbia University. Que tipo de pinturas apresentou?Como estudante tinha dificuldades financeiras, os materiais de pintura são muito caros e a minha Professora, a Susan Wilmarth, de quem fiquei amigo até morrer, era muito exigente com os materiais. Deste modo, um dia era suposto levar umas telas de linho devidamente engradadas. Como eram caras e não tinha dinheiro, decidi-me por comprar umas calças e um casaco de veludo numa loja de roupa em segunda mão no meio do Harlem. Estiquei-as nuns cartões e apareci com estas coisas para pintar. Contrariamente ao que eu temia, a Susan ficou muito entusiasmada e foram esses trabalhos que acabei por expor nos Young Artists of Columbia University em 1985. Se tivesse tido dinheiro para comprar umas telas decentes, provavelmente, não teria sido selecionado. A necessidade aguça o engenho!

Quais são as suas influências artísticas?

Não tenho gabarito para ter influências! Dir-lhe-ei alguns artistas que eu aprecio particularmente. Digamos que Marcel Duchamp é fundamental para toda a arte nos últimos cem anos. Depois temos Matisse pela cor, pela alegria e pelo erotismo subtil, em contraponto com Picasso, cuja genialidade nunca me tocou. Nos anos 50 temos a escola de Nova Iorque: Barnett Newman, De Kooning, Rauschenberg, Rothko ou Judd mais recentemente... Na Europa temos fundamentalmente os alemães, a sararem as feridas da guerra: Richter, Joseph Beuys ou Anselm Kiefer. No panorama português, para não ofender ninguém, refiro apenas o meu bom amigo José Pedro Croft, finalmente representante nacional na Bienal de Veneza. Notável, mas há muitos mais a referir... Temos uma nata de artistas plásticos absolutamente excecional, que será reconhecida um dia, como Lisboa o é, finalmente, pela elite europeia.

Está ligado a diversas associações, nomeadamente artísticas, como a Fundação Serralves, o Centro Cultural de Belém e preside à SEDES. O artista em si começa a sobrepor-se ao economista?

Não é tanto uma questão de sobreposição, mas de opção. Em qualquer dessas posições, servi sem qualquer retribuição pecuniária mas pelo gosto de ser útil. Estou já afastado, faz tempo, de qualquer dessas instituições que muito respeito e com quem aprendi muito e espero ter dado algum contributo.

Está também ligado a um projeto da sociedade civil para a criação de uma Residência de Artistas em Cascais. Em que ponto está esse projeto?

De facto, com mais alguns amigos e vários mecenas, estamos a lançar um projeto internacional de residências artísticas. É uma ideia antiga que se materializou em Cascais dado interesse da CMC e, em particular, do Vice-presidente Miguel Luz. Dentro de poucas semanas saberemos muito mais sobre esta organização sem fins lucrativos — AiR 351, Art in Residence— que atrairá artistas de todo o mundo, incluindo nacionais, para Cascais. É uma aposta forte que, com coragem, a CMC decidiu apoiar. Esperamos retribuir à cidade esse apoio.

Que opinião tem sobre o património arquitectónico, histórico, material e imaterial de Cascais?

Esse património é imenso e muito diverso. Na AiR 351 temos uma particular atenção em ligar esse património com as nossas atividades. Temos ideias e vamos conseguir as pessoas para levar cabo essa tarefa.Foi ministro das Finanças 4 meses, demitiu-se e acabou condecorado pelo ex-Presidente Cavaco Silva com a Grã Cruz da Ordem do Infante.

É obra ter-lhe acontecido tanta coisa em tão pouco tempo...

Não foi em pouco tempo. A minha vida teve sempre um percurso de intervenção cívica. Comecei desde muito novo. O meu primeiro artigo foi no jornal Expresso quando tinha 20 anos em finais de 1974. Desde então, com altos e baixos, não mais parei. Procurei retribuir o apoio que a sociedade portuguesa me deu para a minha formação e o meu trabalho académico. Tem sido um dever cívico e nada mais. Servir o país, mesmo quando nos demitimos ao fim de 4 meses, é dar um exemplo. 

C 88 - Agosto 2017

 

Miguel Arruda

Miguel Arruda “Cascais tem um património com condições para se reafirmar ao nível do melhor que se faz no estrangeiro”

O talento do arquiteto Miguel Arruda não é fácil de definir, pois move-se com o mesmo à vontade na arquitetura, na escultura e no design. Mas, é nesta última vertente que o seu reconhecimento internacional tem sido um crescendo, com a atribuição, nos últimos anos, dos mais importantes prémios internacionais de design. Entre outros, destaque para os notáveis trabalhos de recuperação do azulejo português e utilização da cortiça, em conjunto com inovadoras soluções de iluminação, criações únicas que se contam entre as mais premiadas. Dos últimos trabalhos distinguidos, refira-se a linha de iluminação SUN TILE, por si desenhada e produzida pela portuguesa Exporlux, que venceu o RED DOT Design Award 2017, uma espécie de “Oscar” do mundo do design. Para além disso, a linha de iluminação foi também premiada com o SILVER A’DESIGN Award, na categoria de Design de Projetos de Iluminação e Produtos de Iluminação pela International Design Academy. Mas, já em 2016, a cadeira Spherical, produzida em cortiça pela empresa portuguesa Movecho, tinha sido distinguida com o Red Dot Award que concorreu com cerca de 5.200 produtos de 57 países, onde são analisados fatores como o nível de inovação, a qualidade formal, a funcionalidade e compatibilidade ecológica. Em Cascais, Miguel Arruda tem agora o desafio de transformar o icónico Edifício Cruzeiro numa nova Academia de Artes. Outro dos projetos que trás para Cascais e Estoril é o Cascais School of Arts and Design, uma escola de design que vai nascer no antigo mercado municipal. 

 

Arquiteto, escultor e designer. Como é que essas áreas se intersetam e qual a predominante?

A maneira, justamente, como essas áreas se intersetam impossibilita uma predominância e essa ausência de predominância é um fator muito importante no meu trabalho. A escultura como matriz formal é um ponto de partida com uma importância muito especial, depois as funcionalidades têm uma primeira confrontação com o design. A arquitetura, como premissa de definição de um espaço interno, segundo a definição de Bruno Zevi, depende num primeiro momento, em termos formais, do elemento escultórico. Pelo que não há qualquer tipo de predominância nessas áreas. Se estou a fazer escultura trago sempre elementos de outras formas de expressão. A maneira como depois o trabalho se focaliza, isso sim tem a ver com a resposta final, ou seja, se é arquitetura, escultura ou design.

É por isso que nessas formas de expressão e, nomeadamente, na arquitetura, o espaço interior tem tanto protagonismo na sua obra?

Estou a lembrar-me da escultura habitável, um dos seus trabalhos mais icónicos. Sim. O espaço interno é uma característica imprescindível na arquitetura, diria mesmo que é característico da arquitetura a definição desse espaço interno (mais uma vez a definição de Bruno Zevi).

Tem tido uma grande projeção internacional ao longo da sua carreira, com a atribuição de vários prémios, dos mais importantes que são atribuídos no mundo do design. Sendo português e a viver no Estoril, como é que vê essa situação?

Obviamente que me deu muita satisfação receber esses prémios, nestes últimos anos. Por um lado a nível pessoal, por outro lado porque esses prémios são, normalmente, atribuídos a países com empresas (produtoras) de uma grande dimensão financeira.

Até porque para quem dá os prémios é importante dá-los a estruturas que depois tenham capacidade de divulgação. Ora, isto não acontece em Portugal, onde as empresas não têm essa dimensão, nem estão preparadas para esse tipo de investimento. Devo dizer que as empresas portuguesas que estão a trabalhar comigo dão o seu melhor e o resultado disso é o estarmos a ganhar de facto tantos prémios.

Das suas obras em Portugal, qual as que destaca pelas suas particularidades e as que lhe trouxeram mais satisfação como artista?

Há duas que destaco: Uma aqui em Cascais que é a Praça D. Diogo Menezes que foi nomeada para o Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia - Mies van der Rohe 2011 (Um dos prémios de eleição para a arquitetura a nível europeu e que nesse ano nomeou também em Cascais, a Casa das Histórias Paula Rego, de Souto Moura). A outra é a Biblioteca de Vila Franca de Xira, na antiga fábrica de Descasque do Arroz e que ganhou o Ícone da arquitetura alemã em 2016. São duas obras que têm tido grande aceitação internacional.

Em Cascais tem mais algum projeto que queira destacar na área da recuperação do património?

Sim, tenho um projeto que foi agora aprovado que é a recuperação de dois pequenos edifícios no centro da vila, em que vamos construir no casco histórico um edifício contemporâneo. Há semelhança do que acontece nas grandes capitais europeias, vamos estabelecer um diálogo entre a contemporaneidade e o passado. Esta é a aposta do proprietário e também da Câmara de Cascais que aceitou o desafio.

Cascais está a respeitar esse diálogo entre o contemporâneo e o passado?

No que diz respeito ao património material, está-se a tomar os devidos cuidados de preservação daquelas peças que são fundamentais para a identidade e caracterização de Cascais. Em termos de intervenções contemporâneas tem-se feito coisas de diversa escala. É muito importante que se tenha uma atitude contemporânea para contrapor e dialogar com o passado. Aqui em Cascais temos do passado coisas muito interessantes: uma obra significativa do Arquiteto Raul Lino que são peças muito especiais que têm de ser conservadas tal como foram criadas. Temos obras extraordinárias da arquitetura modernista como o edifício dos Correios do Estoril (Museu dos Exílios) de Adelino Nunes que é uma peça fabulosa; A nível de arquitetura de moradias também existem coisas muito interessantes dos anos 60 e 70. Destaque também para o grande arquiteto Ruy Athouguia, é dele por exemplo, a Torre do Infante quando se vai de Cascais para o Guincho. Mais recentemente, não posso deixar de destacar a Casa das Histórias Paula Rego de Eduardo Souto Moura que é um bom exemplo de perfeita integração no espaço exterior. Portanto, Cascais começa a dispor de património contemporâneo muito importante.

Foi convidado para o projeto de recuperação do Edifício do Cruzeiro que é uma das construções icónicas do concelho e que vai ser um centro de artes performativas e multimédia. Fale-nos um pouco desse projeto.

O Cruzeiro é uma boa oportunidade de intervenção na área da recuperação, em que vai ser mantido totalmente as características exteriores do edifício. O que é muito importante nesse edifício é o conceito que a Câmara de Cascais propôs em termos culturais. Aquele que era um centro comercial dos anos 50 vai agora ter nova vida como centro de artes performativas e multimédia, com um auditório, uma Escola de Música e de Teatro, uma biblioteca entre outras valias. Trata-se, assim, da recuperação de um edifício com a preocupação de o implementar culturalmente, o que é extremamente importante para a comunidade e vai revitalizar, significativamente, aquela zona do Estoril, dando origem a um repovoamento necessário num espaço que está um pouco deteriorado. É um desafio muito interessante porque temos que adaptar o espaço às suas novas funcionalidades de uma forma contemporânea e tecnológica, de acordo com as novas formas de estar dentro dos espaços.

Cascais também é muito rico em património imaterial. Acha que está a ser dada a devida atenção à sua preservação?

É verdade, Cascais tem um património imaterial significativo que tem sido cuidado, mas tem que vir a ser objeto de uma atividade de recuperação constante. Acho que tem havido um olhar bastante atento e critico nesse sentido que aliás é fundamental em termos turísticos.

Cascais com a sua realidade paisagística, o seu passado histórico ao nível não só da arquitetura, mas também ao nível social e cultural, tem todas as condições para reafirmar esse passado num diálogo muito muito intencional com a contemporaneidade. Esse passado obriga a um registo contemporâneo muito afirmativo e permite que justamente que a arquitetura contemporânea dialogue com esse passado. Só assim é possível marcar uma atitude cultural contemporânea e evoluída ao nível do que melhor se faz no estrangeiro.

Sei que está ligado ao projeto de uma nova escola de Design em Cascais. Pode falar-nos um pouco desse projeto?

É um projeto muito interessante que será designado por Cascais School of Arts and Design que irá ser localizado no antigo Mercado Municipal do Monte Estoril, justamente junto ao Edifício do Cruzeiro. Será, assim, constituído um polo muito interessante e poderoso com a Escola de Música a Academia das Artes, no Edifício o Cruzeiro. Mais em cima há também o Museu Casa Verdades Faria.

Pode falar-nos mais um pouco sobre a futura Escola de Design?

É uma escola particular que se vai dedicar numa primeira fase ao Design nas suas várias vertentes, como sejam o Design de Comunicação, Design de Interiores, Design Multimédia e que vai ter condições para desempenhar um papel importante sob o ponto de vista educacional e cultural que vem na sequência da aposta que a Câmara de Cascais tem vindo a fazer nestas áreas, como seja a Nova SBE, em Carcavelos, entre outras.

Com os dois projetos na forja já referidos para Cascais – A recuperação do Edifício Cruzeiro para uma Academia de Artes e a nova escola de design no antigo mercado municipal do Estoril estão indubitavelmente ligados à vida cultural cascalense. Como avalia o que se tem feito no concelho a esse nível?

Não posso deixar de referir a criação do conceito Bairro dos Museus que está prestes a receber dois novos equipamentos culturais debaixo de um dos espaços que recuperei em 2008, a praça D. Diogo de Menezes. Nomeadamente, no espaço livre que reservei no parque de estacionamento da Marina e que era para ser uma área comercial que nunca foi aproveitada. São eles o Museu Automóvel e o Museu do Vhils que é dos mais reconhecidos criadores de arte urbana. O Bairro dos Museus representa, assim, uma atitude urbana extremamente importante porque através de um conceito de unificação dá-lhe escala interventiva aos equipamentos culturais. Todas estas iniciativas que a Câmara de Cascais está a tomar de uma forma, em certos aspetos, única, é muito importante no panorama cultural do concelho.

C 89 - outubro de 2017

 

Novas ofertas de formação profissional nas escolas concelho

Tendo em vista combater o insucesso e abandono escolar e facilitar a transição escola-mercado de trabalho, a Câmara Municipal de Cascais continua a apostar no alargamento e qualificação das ofertas de formação profissional nas escolas públicas.

Neste âmbito, a partir de janeiro de 2018, a Escola da Cidadela em Cascais é a primeira do agrupamento  a incluir na sua oferta educativa um curso profissional de Especialização Tecnológica (CET) em Desenvolvimento de Produtos Multimédia.

Ainda no âmbito da oferta da formação profissional e transição para a vida ativa, o Agrupamento de Escolas de São João do Estoril, já dispõe de um Centro Qualifica (CQ), um espaço especializado em qualificação de adultos que tem como objetivo melhorar os níveis de qualificação da população e de empregabilidade dos participantes.

Sobre o Curso Profissional de Especialização Tecnológica em Desenvolvimento de Produtos Multimédia | Com duração de 18 meses, os alunos que obtiverem aproveitamento, recebem um certificado profissional de nível V e também vão poder também beneficiar de condições especiais de acesso ao ensino superior nesta área.

Planear e desenvolver soluções de informação e comunicação, recorrendo aos princípios e práticas do design e das tecnologias multimédia, são as principais funções de um Técnico de Desenvolvimento de Produtos Multimédia.

Entre outras competências, com esta formação, os alunos ficam habilitados a resolver problemas de programação simples adaptando-os aos modelos de programação das linguagens multimédia de alto nível; Planificar uma aplicação multimédia; Avaliar uma aplicação multimédia em função do consumidor final; Aplicar as tecnologias de conceção e produção de efeitos visuais e vídeo; Avaliar e selecionar estratégias de otimização do design de interfaces para suportes multimédia. A.M.

Mais informações - geral@multimediacidadela.com   

Sobre o Centro Qualifica (CQ) | Agrupamento S. João Estoril |

Podem frequentar o Centro Qualifica Adultos com idade igual ou superior a 18 anos, que pretendam dar continuidade ao seu percurso de qualificação, mudar de área profissional ou melhorar as suas competências, ou jovens dos 15 aos 29 anos, que não se encontrem a frequentar modalidades de formação ou de educação e que não estejam inseridos no mercado de trabalho.

O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de São João d Estoril permite a certificação escolar (até ao 12º ano) e profissional.


Mais informações - Escola Secundária S. João do Estoril - Rua Brito Camacho
2769-501 Estoril - Telefone: (351) 21 465 8440    Fax: (351) 21 465 8447
qualifica.aesje@gmail.com  

 

 

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