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I Encontro Internacional das Geminações em Cascais, Debate internacional procura respostas para desafios comuns
Ao longo de três dias vão estar em Cascais 19 delegações de cidades e vilas de quatro continentes: África, Europa, Ásia e América cujos representantes, perante uma audiência de mais de 150 delegados, vão apresentar as mais-valias das suas regiões e partilhar experiências comuns.
Acreditando que é ao nível local que se tomam hoje algumas das decisões com maior impacto junto dos cidadãos, Cascais - concelho anfitrião e organizador do congresso - assume-se assim como promotor global do diálogo intercultural e inter-religioso à escala local.
Prémio Internacional das Geminações
O dia 28 de junho vai ser marcado pela presença de Jorge Sampaio, que será distinguido com o Prémio Internacional das Geminações, um galardão atribuído pela Câmara Municipal de Cascais como forma de reconhecer e homenagear o trabalho desenvolvido na área dos Direitos Humanos, aproximação de culturas e eliminação das barreiras culturais e religiosas entre os povos. Nos últimos anos Jorge Sampaio tem-se distinguido como Alto Representante das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, concretizando programas de entendimento e reconciliação entre culturas a nível global, com particular enfoque para a relação entre as sociedades muçulmanas e ocidentais.
Espetáculo Internacional das Geminações
No âmbito deste encontro, a Baía de Cascais é palco, no dia 29 de junho, a partir das 21h45, do Espetáculo Internacional das Geminações, onde irá atuar a cantora Luísa Sobral, o grupo Mon da Roda (Cabo Verde) e o Grupo de Folclore da Moldávia. Haverá também uma passagem de modelos de Kimono, do Japão. O espetáculo é aberto ao público.
PLANO ESTRATÉGICO DAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS
O I Encontro Internacional das Geminações está enquadrado no Plano Estratégico das Relações Internacionais, criado recentemente pela autarquia e que define as linhas orientadoras da política estratégica a ser seguida pela autarquia, bem como as diretrizes para demais entidades que trabalham nestas áreas, em particular municípios geminados e associações/organizações não-governamentais que se relacionam com o município.
Entre os pontos principais do Plano destacam-se a eficiente recolha de informação e prospeção de mercados, a promoção da saúde, educação, ambiente, desporto e juventude.
O QUE SÃO CIDADES GEMINADAS?
São cidades/vilas de países diferentes que se unem no sentido de estabelecer trocas de sinergias a nível cultural, social, económico, educacional, através da criação de iniciativas e mecanismos de cooperação. Muitas vezes os parceiros partilham referências históricas ou características comuns.
Cascais é geminada com as cidades de Vitória e Guarajá (Brasil), Santana (S. Tomé e Príncipe), Biarritz (França), Atami (Japão), Wuxi (República Popular da China), Ilha do Sal (Cabo Verde), Gaza (Palestina), Xai-Xai (Moçambique) e Bolama (Guiné- Bissau). Para além destas, também vão participar no I Encontro Nacional das Geminações cidades da Noruega, Bélgica, Marrocos, Moldávia, Japão, entre outras.
Concurso de Ideias de Negócio de Cascais: "The DivePod" vence 6ª edição
O vencedor do CINC irá receber um prémio de 2500 euros para criar a nova empresa, bem como serviços de consultoria para aperfeiçoamento do plano de negócios e elaboração do plano de mitigação de riscos. Terá ainda preferência na instalação da empresa no Ninho de Empresas DNA, em Alcabideche.
“Apesar de ainda não ter assimilado por completo o facto de ter vencido o CINC, estou muito contente. Espero que esta vitória abra portas para concretizar a ideia de negócio” afirmou João Holtremann.
O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, deixou uma mensagem a todos os participantes: “Não desistam, mesmo que não tenham sido o projeto eleito pelo júri, porque só perde quem desiste. E não se esqueçam de que DNA Cascais está disponível para ajudar todos os empreendedores”. Acrescentou ainda que “o empreendedorismo está na moda em Portugal, e ainda bem, mas em Cascais não é uma questão de moda, é antes uma questão genética. Prova disso é esta ter sido a edição mais concorrida de sempre do CINC, com 85 candidaturas”.
De facto, este ano 85 ideias de negócio concorreram à iniciativa. Houve uma clara preferência dos empreendedores pelas categorias “Comércio & Serviços” (40%) e “Turismo” (16,5%). À categoria “Outras áreas de negócio” concorreram 16,5% das ideias, “Ambiente & Energia” arrecadaram 11,8% das propostas, “Saúde” 9,4% e “Empreendedorismo Social” 5,8%.
Desde que foi lançado, em 2006, já participaram mais de 1200 empreendedores neste concurso, com um total de 414 projetos apresentados - uma média de 70 projetos por edição. As áreas a que concorreram mais ideias foram “Serviços & Comércio” (37%), “Turismo” (14%) e “Saúde & Bem-estar” (11%).
Promovido pela autarquia, através da DNA Cascais, o CINC visa fomentar o espírito empreendedor, captar ideias de negócio e facilitar o acesso dos empreendedores a fontes de financiamento. Os projetos vencedores são escolhidos com base no grau de inovação da ideia, exequibilidade, impacto económico, adequação dos currículos e envolvimento dos promotores à concretização da proposta.
Projetos finalistas do 6.º CINC:
À final do concurso chegaram 13 projetos: EventCluster (Plataforma Web B2B direcionada para o Turismo de Negócios), Savin (Cartão do Turista), Think Green (novas soluções de eficiência energética), PureWater Portugal (equipamento dessalinizador inovador), Mobiara Research & Development Design (produção de equipamento, hardware e software para investigação comportamental), MEDQUALY (portal inovador na área médica para avaliação de serviços), SURF.ART (promoção do surf como método de desenvolvimento pessoal e social de jovens em risco), Come On Volunteers (atrair jovens voluntários estrangeiros para áreas sociais em Cascais), The DivePod (criação de equipamento desportivo náutico inovador), e-ordering (aplicações para serem integradas com as plataformas/mesas tecnológicas da Microsoft), EasyFish (novo conceito de restauração), Prane Interactive (painel interativo para provadores de roupa, utilizando a tecnologia RFID) e Symbiosis (criação de um portal e central de compras para empresas vitivinícolas).
CINC: 6.ª edição foi a mais concorrida de sempre | Final do concurso realiza-se a 21 de junho, no Ninho de Empresas DNA
Esta é a sexta edição do concurso e aquela que reuniu mais candidaturas: este ano foram apresentados 85 projetos. Destes, 12 chegam agora à fase final, submetendo-se a um júri do qual fazem parte especialistas em empreendedorismo, criação de empresas, banca, capital de risco e business angels.
O CINC é um concurso de ideias promovido pela Câmara Municipal de Cascais, através da agência municipal DNA Cascais. Tem como objetivo promover o espírito empreendedor no município, dando aos promotores de ideias de negócio a oportunidade de apresentar projetos nos mais variados setores de atividade. O vencedor da competição irá receber um prémio no valor de 2500 euros para criação do seu negócio ou reforço do capital de uma empresa já existente.
Cortes de trânsito entre 13 e 17 de Junho | 21º Encontro Europeu de Harley Davidson
Contactar de perto com o mundo Harley-Davidson e viver a experiência única de emoções e estilo de vida que representa é a aposta do 21.º Encontro Europeu de Harley Davidson, que irá decorrer de 14 a 17 de junho no centro da vila e na Marina de Cascais. Gratuito e aberto a todo o público, este evento prevê atrair a Cascais um número significativo de motos e promover um forte contributo para a economia local.
Assim, em Cascais, de 13 a 17 de junho, o trânsito estará permanentemente cortado entre a mini-rotunda junto ao Jardim Visconde da Luz e a Rotunda João Paulo II (Centro Cultural de Cascais). Estará também interdita a circulação na Av. Rei Humberto II de Itália, entre o Centro Cultural de Cascais e a entrada para a Marina.
A 16 de junho, dia em que se realiza a parada/desfile desta concentração de Harley Davidson, o corte de trânsito estende-se a partir do Autódromo do Estoril até Cascais, incluindo a Avenida Marginal nos dois sentidos entre Cascais e Carcavelos-Rotunda do Forte S. Julião da Barra. As restrições para a parada/desfile serão levantadas após a passagem das motos.
Cascais e as suas gentes são reconhecidos no mundo inteiro pela arte de bem receber. Contamos com todos para fazer dos participantes no 21.º Encontro Europeu de Harley Davidson futuros embaixadores de Cascais.
Percurso parada/desfile 16 de junho
11h00 - Saída do autódromo em direção a: Estrada N9, Estrada da Lagoa Azul, Vale
Cavalos, Malveira, Estrada do Guincho, Av. Diana Spencer (Guia), Av. 25 de Abril, Avenida
Marginal até Carcavelos (Rotunda do Forte S. Julião da Barra) e regresso a Cascais
13h30 - Concentração junto à Baía de Cascais
Arrow (Cascais) e Eduardo Fonseca vencem com.arte 2012 | Concurso reuniu 110 lojas e 130 artistas
Aliando a criatividade de artistas de nomeada reputação à promoção da atividade comercial, a com.arte 2012 reuniu a participação de 110 lojas e 130 artistas. Ao longo de 15 dias foi assim possível transformar as montras das lojas dos Centros Comerciais Urbanos das seis freguesias do concelho de Cascais numa exposição pública de arte comissariada por Antonio Roquette Ferro, que contribuiu para dinamizar a atividade comercial do concelho.
O júri, constituído por Sofia Carvalho, Paulo Ossião e Salvato Telles Menezes entendeu ainda atribuir duas menções honrosas: a primeira Menção Honrosa foi para a dupla Loja Solóptica (Cascais) e Alessandro Aiello e a segunda Menção Honrosa para a Loja Garrafeira Fah (Cascais) e Pedro de Sousa Araújo.
Animação e glamour na 5.ª edição do Stock & Fashion Market, dias 25, 26 e 27 de maio | Baía de Cascais
Evento anual dedicado à comercialização e escoamento de produtos de fim de estação e outras promoções do comércio tradicional, o Stock & Fashion Market tem entrada livre e, além dos produtos expostos, oferece ainda um programa paralelo especialmente dedicado às crianças no espaço “Fun For Kids”, com ateliês de pinturas faciais, bijuteria, escultura de balões, feltro e desenhos. Este ano haverá ainda uma exposição de automóveis da C.A.M. - Camiões, Automóveis e Motores S.A., concessionário Ford em Cascais.
A entrada é gratuita.
Horário:
25 de maio | das 17h00 às 24h00
26 de maio | das 10h00 às 01h00
27 de maio | das 10h00 às 20h00
Equipamento inovador para dessalinização apresentado em Cascais
A apresentação inicial decorreu dia 21 de maio e contou com a presença do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, para quem “o futuro vai passar por este tipo de solução”, embora defenda a realização prévia de um estudo quanto ao enquadramento legal “da captação de um recurso público”.
Baseado no princípio de destilação multiefeito, sistema alternativo proposto pela GD processo por osmose inversa muito utilizado sobretudo em países com baixos recursos de água potável, o equipamento enquadra-se na classe de sistemas inovadores com recurso a energias renováveis.
José Carlos Pinto Coelho
Julho e agosto de 2011 foram meses extraordinários em Cascais, no que diz respeito ao turismo e os grandes eventos previstos para o próximo verão prometem reeditar a notoriedade da vila além-fronteiras. No ano passado, com um aumento de 4% no número de dormidas de hotel, foi este o concelho com melhor de-sempenho no setor.
A rentabilidade da hotelaria que acolhe os visitantes tem muito a ver com o nível de qualidade das várias unidades hoteleiras, num total de onze, sendo que 2/3 da oferta são de unidades de cinco e quatro estrelas.
Para o presidente da Confederação do Turismo Português, José Carlos Pinto Coelho, sendo o turismo um setor estratégico exportador, serve de alavanca à recuperação económica do país. E, nesse contexto, Cascais está bem preparado, pois também a autarquia apresenta uma “política orçamental e fiscal na direção certa, encorajando pessoas e empresas a escolher Cascais para a sua residência e sedes”.
No seu setor de atividade empresarial - o turismo - de que forma é que a atual conjuntura económico-financeira e social se faz sentir e que consequências pode ainda vir a gerar?
O Turismo não é alheio à actual conjuntura económico financeira e social, mas enquanto setor estratégico e como principal exportador de serviços tem a capacidade para contribuir com maior rapidez para a recuperação económica, não só através da captação de receitas externas como através do combate ao desemprego, o que é muito relevante na conjuntura que se vive. Assim sendo, é necessário criar condições para promover o crescimento deste setor e, em concreto, implementar medidas que incentivem o desenvolvimento e viabilização de bons projetos.
Como empresário, como planeia enfrentar esta época de recessão contínua, falta de confiança dos mercados e austeridade geral?
A atitude dos empresários que actuam no sector do Turismo deve continuar diferenciadora, ou seja, devem concentrar os seus esforços na segmentação e especialização dos seus produtos, aliados a uma oferta de inegável qualidade. O principal problema a resolver é o acesso ao crédito. O aumento de impostos incluindo o IVA na restauração e no golfe e o aumento dos custos gerais, como a energia, obrigam a uma gestão extremamente rigorosa e, por vezes, de simples sobrevivência.
Está otimista quanto à forma como Cascais e os seus munícipes conseguirão ultrapassar esta fase menos positiva? Porquê?
Cascais é reconhecido como um município de estabilidade e onde o empreendedorismo sempre foi, mais que uma regra, uma atitude. Nomeadamente no sector turístico que tem especial preponderância na economia local desde há muitos anos. É esta atitude positiva, a que se junta criatividade e perseverança, que me faz acreditar numa recuperação que voltará a trazer crescimento.
Como pode a autarquia contribuir mais para minorar os custos da atual situação económico-financeira?
O Orçamento apresentado pela Câmara Municipal de Cascais demonstra coragem e uma capacidade de não ficar fechado nos necessários cortes. Aquilo que se pretende é que haja a capacidade política para saber distinguir o que é despesa daquilo que é investimento. E isto é fundamental no sector turístico, onde a contenção de custos de contexto e de impostos, dentro de limites aceitáveis, é obrigatório para nos manter competitivos. A actual política orçamental e fiscal está na direcção certa, encorajando pessoas e empresas a escolher Cascais para a sua residência e sedes, respectivamente. Esperemos que os resultados sejam visíveis a curto prazo, para poder ser alargado o âmbito dos incentivos agora decididos.
Como polo económico, quais os pontos fortes e pontos menos fortes do concelho de Cascais?
Cascais é decididamente um dos principais pólos turísticos nacionais, detendo marcas de grande projecção e qualidade. Tem sabido reinventar-se mesmo nas dificuldades, por exemplo através de grandes eventos. Muitos ficaram preocupados com a saída da Fórmula 1, mas hoje em dia já existem outros acontecimentos com enorme sucesso.
O golfe, a marina, o centro de congressos e o autódromo são pontos fortes que há que promover. A curta distância a Lisboa e ao aeroporto são muito importantes para a fixação de empresas e desenvolvimento do turismo de negócios. O aumento das acessibilidades onde se destaca a abertura da A16 é de extrema importância, sendo urgente terminar a ligação da A5 ao Guincho.
Finalmente, é fundamental reinventar o centro de Cascais, que consideramos o projecto mais importante que falta concretizar para benefício de toda a atividade económica do concelho.
Dionísio Pestana
Pensamos atingir as 100 unidades hoteleiras durante o corrente ano. Podemos afirmar que se trata de uma das maiores cadeias hoteleiras europeias e com expressão mundial. E, apesar de termos como Grupo, uma atividade diversificada (aviação; distribuirão; empreendimentos com golfe; time-sharing; etc.), ramos ligados à economia do turismo é a hotelaria o pilar fundamental da nossa atividade. É com base na hotelaria que temos vindo a montar toda a nossa estratégia de desenvolvimento.
Temos pois uma visão abrangente do futuro do turismo em termos globais o que não nos impede de olhar para o turismo nacional com alguma apreensão pois, as condições económicas/financeiras do nosso país não são favoráveis e há incerteza na Europa sobre o futuro do Euro. Algum eventual enfraquecimento da capacidade económica dos principais mercados emissores de fluxos turísticos para Portugal (Alemanha; Inglaterra; Espanha; França; etc…) a juntar ao enfraquecimento do poder de compra do mercado interno conduzirá à diminuição dos níveis de rentabilidade.
Temos uma parte importante do nosso negócio hoteleiro em Portugal e as crises são sempre momentos de preocupação.
Contudo, assinalo que esta é a terceira crise que passamos desde que estamos nesta atividade e sempre tivemos força para seguir em frente. Como?... Preparando--nos sobretudo quando não há crise, estruturando as nossas empresas com base numa grande racionalização de meios criando condições para resistir nos períodos menos bons. Saber gerir as oportunidades que surgem nestas alturas é essencial.
Tudo o que não seja determinante para o nosso crescimento não nos interessa. Construir ou comprar em contraciclo pode vir a ser uma boa oportunidade numa lógica de longo prazo uma vez que a hotelaria deve ser encarada como um negócio sustentável. Precisamos de diversificar pro-dutos e destinos. Construir mais hotéis em Portugal, só se forem diferentes do que existe, senão não conseguem captar clientes e ainda pode estragar o mercado. Foi por isto que nos pensamos na Cidadela de Cascais!
A Cidadela de Cascais, não é apenas mais uma Pousada, embora por si só seja um produto diferente e desculpem a imodéstia, fantástico, que se insere na nova geração de Pousadas com maior dimensão (128 quartos); melhores equipamentos virados para o cliente; melhor localização e ino-vadora a nível de decoração.
A Cidadela de Cascais é, além disso, um conjunto integrado de ofertas variadas de produtos que a tornam um destino dentro do próprio destino Cascais.
A Cidadela de Cascais tem a preocupação de oferecer para além da qualidade do alojamento mais e melhores condições na área da restauração, bares e animação cultural. E tem uma envolvente fantástica tratando-se, de facto, de um conceito inovador muito virado para o turismo mas igualmente para a população local.
Só visto! Claro que estou muito entusias-mado com esta nova joia da coroa do Grupo Pestana em Portugal. Considero que a Cidadela de Cascais estará entre os melhores produtos turísticos do nosso país.
Presidente do Grupo Pestana,
distinguido “Prémio Ernst & Young
Entrepeneur of the Year 2011”
Duarte Nobre Guedes
Nasceu em Lisboa mas por volta dos 18 anos mudou-se definitivamente para Cascais, por vontade própria. Adotou para sempre a terra que já o cativava, quatro meses por ano, em férias de verão vividas intensamente junto ao mar.
Qual é a leitura que faz de Cascais/Estoril como destino turístico desde que está à frente do Turismo do Estoril?
A primeira coisa que tivemos de fazer foi um diagnóstico, desenvolvido em várias vertentes, e constatámos variadíssimas lacu-nas. Identificámos três principais: uma degradação do produto, uma desorientação/indefinição em ter-mos de política de marketing, e finalmente a gestão, em si, do destino turístico. Atacar nessas frentes fez parte de um plano estratégico, com a Câmara Municipal de Cascais, em que foram definidas as linhas em que devíamos desenvolver. Desde as ruas, jardins, praias, parque natural, hotéis desqualificados, enfim, o produto - na sua generalidade - estava muito degradado. Na parte do marketing sentimos que não havia um posicionamento correto para a Costa do Estoril. Finalmente, a gestão era um pouco antiquada.
Começaram então a trabalhar…
Trabalhámos essas três – produto, marketing e gestão - com a CMC, e havia task forces, para melhorar o produto. Como resultado, penso que hoje o concelho de Cascais, a Costa do Estoril, tem um produto completamente diferente. Todos os hotéis foram requalificados ou subiram mesmo de classificação, bem como todos os outros produtos turísticos. Em termos de marketing está perfeitamente definido o que é este destino.
E o posicionamento da Costa do Estoril é uma grande diversidade de oferta, de excelente qualidade, com um enquadramento natural e monumental único, com um clima muito ameno, uma situação geográfica privilegiada junto da costa (com Lisboa muito próxima, e é muito importante essa referência). E, assim, chegamos a um slogan: "um lugar com mil sensações!". É essa diversidade concentrada que faz a diferenciação da Costa do Estoril.
Com esse posicionamento começámos a trabalhar em várias vertentes, desde a promoção pura e dura – publicidade, participação em feiras - até aos eventos, e tem dado resultados. Eventos como veículos privilegiados de promoção, sejam eventos adaptados ao perfil da região, com visibilidade a nível global, que tenha a mediatização e com rentabilidade em termos de participação.
Eventos não são só os desportivos, mas também os culturais…
Eventos desportivos, culturais, de música, todos - sempre adaptados ao perfil da região. Finalmente, no último vetor - gestão do destino - consideramos que deve haver uma maior participação do sector privado, todos os players devem estar sentados à mesa. E a ideia é haver uma marca-umbrella geral mas depois, por produto turístico, ir-se constituindo com os privados associações de direito privado, como temos no turismo de negócios o Convention Bureau, ou o Golf Bureau e, eles próprios, fazerem a sua promoção. Haverá mais associações a serem criadas à medida que os produtos vão sendo maduros, vão ganhando massa crítica.
Caminhar-se no sentido das parcerias?
Muito! No que toca ao produto este é um projeto que não tem fim, está sempre em melhoria. No turismo, cada vez mais, a motivação é o produto em si. Por isso é que existem, por exemplo, feiras especializadas em golfe, comunicação especializada em golfe, etc. As associações são mais conhecedoras do produto e nós tratamos mais do enquadramento geral. Está em curso, quer no turismo de natureza e no turismo náutico, começarem a constituir-se associações…
Uma das vertentes mais explorada é o turismo de negócios. Faz falta à região um parque de exposições como o da FIL, em Lisboa?
O turismo de negócios representa hoje 45% das receitas e é, de facto, de longe, o produto mais importante. Há dez anos - quando se constituiu esta equipa - o turismo de negócios representava 15% e o lazer, com tudo o que comporta, representava 70%. Houve portanto uma evolução e ainda bem! Em termos de equipamentos, penso que têm de estar de acordo com a dimensão da região. Temos cerca de 3200 quartos vendáveis e os equipamentos, centro de congressos, etc., têm de estar mais ou menos equilibrados. Normalmente existe um rácio de dez por cento [entre o número de camas e o número de lugares necessários de um auditório].
A oferta da região em eventos consegue projetar a marca no estrangeiro como se pretende?
Penso que sim. Fazemos sempre um inquérito ao turista e temos noção de que cerca de um terço das pessoas que nos visitam ouviram falar da Costa do Estoril através dos eventos. É um instrumento de promoção muito importante. E toca o público que pretendemos.
Qual é o perfil desse público?
Estamos a falar de uma região que tem cerca de 80% dos hotéis de 4 e 5 estrelas, que tem um enquadramento natural fantástico…
Portanto, turismo de negócios?
Com certeza! O nosso público não é híper-luxo- super-caro, mas tem o valor de qualidade - value for Money - que é o mais importante, algum poder aquisitivo.
Em termos de equipamentos culturais, a oferta já projeta o destino?
Penso que sim. Dentro dos eventos desportivos temos o golfe, a vela ... Dentro dos culturais, temos as conferências do Estoril, o cinema, etc. Uns eventos trazem mais espetadores que outros ou têm mais mediatização internacional. O importante é que haja a comunicação . Os melhores promotores são os participantes. Temos uma percentagem extremamente forte de fidelização dessas pessoas. As pessoas ficam agradavelmente surpreendidas, são bem recebidas e voltam. Para mim, a melhor promoção que existe é o passa-palavra. Por isso os eventos são o veículo de comunicação privilegiada: os que vêm aqui tornam-se eles próprios promotores. Claro que para isso é preciso não defraudar - não vender gato por lebre.
Com o seu conhecimento dos estrangeiros, de outros mercados, do próprio destino, é também um embaixador desta terra…
E com muito orgulho. Andei em várias provas, Dakar, etc., e as pessoas sempre me associaram ao piloto de Cascais. Quer se queira, quer não, para o bem e para o mal, as pessoas de Cascais são diferentes. A presença de alguém de Cascais nota-se. Em mim também se notou, sou conhecido como tal e tenho muito prazer nisso. É carisma. Não são pessoas com preconceitos, snobes ou elitistas - não tem nada a ver com isso.
Nessas experiências desportivas falava da sua terra?
Sim, sempre. O glamour, o ambiente que se vive em Cascais, na minha pessoa também estava presente. Amigos meus vêm cá, visitam, gostam disto e voltam. Hoje em dia faz parte da minha profissão, mas estou sempre a promover o destino.
O fato de já não haver Formula Um não diminui a oferta?
Em relação há dez anos temos mais ou menos o mesmo número de camas. Contrariamente a Lisboa e ao Algarve, que aumentou a oferta cerca de 25% a 40% mas tem a mesma receita. Nós aumentámos a receita 63% com o mesmo número de camas! Houve uma enorme requalificação do produto. Para requalificar é preciso investir, e para investir é preciso que haja dinheiro e para isso é preciso vender caro. Quando se vai atrás de preços baratos - esse é o problema e não é essa a nossa política - a médio prazo degrada a qualidade dos equipamentos e degrada a qualidade do destino. Aqui não se passa isso: o preço médio de venda de quartos aumentou 40%.
A região está assim melhor preparada para resistir à crise...
Acho que sim, o turismo teve a crise em 2008-2009 e nós, em 2011, apresentámos números superiores a 2007. Recuperámos em termos de hóspedes, e com preços mais altos. Isso reflete que estamos bem posicionados, temos um bom produto, trabalha-se bem, as pessoas gostam de cá voltar.
Preocupa-se com a sustentabilidade. A esse nível também a oferta está a melhorar?
Quando falamos em sustentabili-dade falamos em três valências: económica, social e ambiental. O concelho de Cascais tem a preocupação de trabalhar nesse sentido. Em termos económicos, quando em dez anos se aumentaram as receitas turísticas em 65 ou 70%, acho que estamos a trabalhar bem. Na parte ambiental existe essa preocupação vincada muito forte da parte da CMC e de nós próprios, determinante também em termos turísticos. O turista hoje também quer ver como um destino se comporta em termos de sustentabilidade e os próprios munícipes têm de estar satisfeitos. No concelho de Cascais trabalha-se muito a esse nível. Fomos o primeiro centro de congressos na Europa a ser certificado. A sustentabilidade é fundamental e faz a diferença.
Nas férias gosta de fazer turismo de aventura por conta própria… É verdade?
A ida aos ralis - Dakar, Egito, Dubai, Tunísia, etc.- durante dez anos, marcou-me muito, porque dá para ver a vida de outra maneira. Houve um acontecimento determinante quando andava nos ralis. Foi ter ficado perdido durante vários dias, sozinho, etc., num lugar de eleição especial que é um deserto. Esse acontecimento, em 1990, marcou-me para sempre. Decorrente desse episódio, de vez em quando, sinto a necessidade de estar só, comigo, em contemplação da vida… E daí a aventura, sim. Fiz os caminhos de Santiago, são mil quilómetros de BTT. Todos os anos faço uma viagem desse género. Na altura desse episódio tinha uma atividade profissional muito intensa e foi uma travagem às quatro rodas… A família assustou-se um bocado, mais do que eu. E quando a minha mulher me foi buscar ao aeroporto ela própria disse que eu estava uma pessoa diferente, pela cara, pelo sorriso… Nunca entrei em pânico, mas tive muita sede, muita fome, deu para isso tudo. Medo? A determinada altura estive muito assustado mas consegui ultrapassar. Foi muitíssimo posi-
tivo, de negativo não ficou rigorosamente nada.
Qual é o local mais bonito?
Todos os dias, por volta das seis e meia da manhã faço jogging, da Guia ao Guincho. Esse nascer do sol toca-me muito. Deito-me cedo e levanto-me cedo. Nunca gostei muito da noite e sempre gostei muito da manhã e considero que é um privilégio poder assistir ao nascer do sol nesse ambiente em que se vê o Cabo da Roca, o Guincho, o mar, etc. Para mim, são os instantes de isolamento de que preciso todos os dias.
Um restaurante?
Só vou a restaurantes de qualidade – não é que sejam caros mas onde sei que se come bem, mas não queria estar a referir nomes. Para mim, a gastronomia portuguesa é superior a qualquer outra, mas tem sido pouco explorada internacionalmente. Eu próprio promovo a gastronomia cá, porque uma pessoa não vai a um destino turístico onde se coma mal.
Equipamentos culturais?
Há vários. Num segmento gosto muito do Centro de Congressos. Gosto muito da Cidadela, um encanto aquele espaço, um lugar superior. Em termos de arquitetura gosto imenso do (museu) Paula Rego. O hipódromo é fantástico. O Farol de Santa Marta, a Casa de Santa Maria, o M. C. Castro Guimarães… gosto muito de toda aquela zona. O espaço que se criou com o Marechal Carmona com o hipódromo é fantástico. O Farol de Santa Marta, a Casa de Santa Maria, o M. C. Castro Guimarães… gosto muito de toda aquela zona.
E a praia de eleição? O Guincho?
O Guincho, mas não sou muito de praia… Gosto de sítios menos concorridos e de grandes horizontes..
Eventos?
Sou mais adepto de desporto que de cultura. Gosto muito de golfe, desporto que pratico. Acho que no hipismo o CSI é fantástico. A vela é excecional. O Moto GP e os eventos que há no autódromo também são extraordinários; e o ténis à sua dimensão… Os eventos desportivos mexem muito comigo. Depois, na parte cultural, os festivais de música… Estou muito expectante em relação ao [remake do concerto dos] Genesis.
Um desejo que tenha para o concelho, para este destino?
Que se mantenha, não só em termos turísticos, uma terra onde exista a tal sustentabilidade: na economia, seja agradável; o ambiente seja respeitado; socialmente seja solidária – uma terra que não se degrade, o que faz com que este seja um sítio muito especial para se viver. As pessoas devem pensar nisso, falarem e promoverem este sítio. Eu, claramente, do fundo do coração, sinto-me um privilegiado por viver em Cascais.
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