Cascais abriu caminho | Veículo autónomo já chegou

“Cascais abriu caminho”, é a frase inscrita no veículo autónomo de classe 4 (pode ir até 5), que está agora em fase de testes e em breve irá cumprir carreiras regulares entre o novo campus universitário de Carcavelos e a estação de comboio de Carcavelos. Totalmente elétrico e sem necessidade de condutor, o veículo irá percorrer nesta primeira fase cerca de 700 metros.

Uma curta distância (ou pequeno passo em Cascais) que representa um salto gigante para mobilidade (não só no concelho, mas no país). “Quem avança para este tipo de soluções nas cidades com certeza que está a olhar bem à frente para o futuro”, salientou José Mendes, Secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, considerando mesmo que esta inovação da Câmara Municipal de Cascais “é uma inspiração não só para Portugal, mas para o mundo. É de classe mundial aquilo que temos aqui”.

Anfitrião da viagem inaugural do novo veículo de transporte, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, fez o percurso com o Secretário de Estado e vários jornalistas. Aproveitou para lembrar que “nas cidades, o transporte democrático e acessível é, cada vez mais, uma prioridade” e que “a tecnologia é importante para criar soluções, mas ela não serve de nada só por si, tem de estar ao serviço das pessoas”. Já enquanto serviço público prestado aos cidadãos, a mobilidade é mesmo, para o autarca, “uma exigência e uma obrigação, é um direito adquirido pela nossa constituição”.

Obrigando a um investimento significativo de cerca de 500.000 euros, 250.000 na aquisição do veículo e outro tanto na manutenção para os próximos cinco anos, o novo veículo autónomo é capaz de transportar 15 pessoas, mas aguarda ainda a conclusão do percurso até à rotunda junto à Estação de Carcavelos e a homologação por parte das entidades nacionais competentes.

As novidades legislativas são esperadas nos próximos meses, afiançou o Secretário de Estado: “Eu e um colega de governo nomeámos um grupo de trabalho para nos debruçarmos sobre dois aspetos de condução autónoma: como é que se criam zonas livres de teste para estes veículos poderem circular e que alterações legislativas podem ser feitas a prazo para que estes veículos cheguem às vias comuns em espaços abertos”.

Em Cascais não se quis perder tempo e avançou-se já para a fase de testes para que tudo funcione perfeitamente muito em breve.

“Hoje temos soluções de mobilidade que não imaginávamos apenas há dois ou três anos atrás”, reforçou Carlos Carreiras, para quem “estas novas soluções de mobilidade urbana, exponenciadas pela tecnologia são uma mega tendência do século XXI com impactos económicos sociais e urbanos de uma forma nunca vista até aos dias de hoje”.

E embora o investimento nesta fase pareça muito elevado, o autarca garante que “de acordo com estudos de consultores, investimentos desta natureza podem significar “ganhos até 600 mil milhões de dólares na economia mundial”, fruto da “disrupção tecnológica, da redução da poluição, do aumento da segurança rodoviária, da conetividade e do ganho de tempo”. Ganhos que se traduzem, em suma, na melhoria da “qualidade de vida do planeta” e em “pessoas mais felizes”, concluiu.