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Dia da Procissão na Abóboda

“Lembro-me bem. Foi no bailarico que conheci um rapaz. Coloquei-lhe uma flor na lapela do casaco, como era tradição.” Maria diz isto com um sorriso de menina e o Carlos, o rapaz, agora seu marido, acena a cabeça em sinal de concordância. Também por isso o dia 8 é especial, mas há uma tradição ancestral, que não se fica pelo bailarico casamenteiro. A lenda fala dos milagres de uma Imaculada Conceição que ali apareceu.
Uma tradição que Carlos Tomáz, atual Mordomo, nunca faltou desde os idos anos 50 quando, de flor na lapela, voou nos braços da Maria, no bailarico do adro da Ermida que marcava o fim de uma romaria. “Comia-se o bolo da Padroeira”, recorda Maria Tomáz. E do sagrado, da missa e da procissão, Maria recorda, como se fosse hoje, os anos 50, quando, apesar de uma comunidade pequena e pobre, a tradição se cumpria. Agora, que são mais de 16 mil pessoas, alerta o Padre Miguel Ribeiro, “é preciso acolhê-las” para que a tradição se continue a cumprir.