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Lançado Projeto de Intervenção no Duplo Diagnóstico em Cascais








O Projeto de Intervenção no Duplo Diagnóstico em Cascais foi lançado no dia 13 de maio, numa sessão que decorreu no Centro Cultural de Cascais. Este é um projeto que tem como objetivo desenvolver uma resposta terapêutica especializada e integrada, destinada aos munícipes que se encontram em situação de vulnerabilidade com duplo diagnóstico, isto é, que possuem doença mental e comportamentos aditivos.
“Trata-se de um projeto-piloto, diria até, pioneiro a nível nacional, em que há coordenação por parte da Fundação “A Barragem” e interligação com a Câmara Municipal de Cascais, e outras entidades no âmbito da saúde e também outros parceiros da comunidade” começou por explicar Bárbara Carvalho, diretora municipal de Saúde e Social da Câmara Municipal de Cascais. “Na prática, trata-se de uma espécie de rastreio no Duplo Diagnóstico, que passa por identificar pessoas em situação de vulnerabilidade ou em situação de sem-abrigo, que têm duas patologias: doença mental e dependências. As pessoas identificadas nessa situação serão referenciadas pelos serviços da Câmara Municipal de Cascais para a Fundação “A Barragem”, que fará determinado número de consultas, fará o seu rastreio, o seu diagnóstico, e depois direcionará para entidades de saúde ou finalizará aí a sua atuação”, acrescentou Bárbara Carvalho.
A complexidade crescente dos fenómenos de exclusão social, particularmente entre pessoas em situação de sem-abrigo ou de extrema vulnerabilidade, exige respostas clínicas integradas e ajustadas às especificidades dos casos mais severos. No concelho de Cascais, tem-se verificado a necessidade de um modelo de intervenção que responda de forma eficaz às situações em que a doença mental coexiste com comportamentos aditivos.
O conceito de Duplo Diagnóstico, segundo a Organização Mundial da Saúde (2005), refere-se à presença simultânea de uma perturbação psiquiátrica e de uma dependência de substâncias. Este quadro clínico associa-se a maior gravidade psicopatológica, risco acrescido de suicídio, aumento das hospitalizações, infeções como o HIV e a Hepatite C, e um conjunto de fragilidades sociais e familiares que comprometem a autonomia e a reintegração. A dificuldade em tratar estas pessoas decorre, muitas vezes, da separação entre os sistemas de saúde mental e de tratamento da toxicodependência. Para dar resposta a este desafio, foi assim desenvolvido este projeto de intervenção especializada, com base num modelo terapêutico integrado, ajustado às necessidades desta população particularmente vulnerável.
“Tudo o que seja associar as academias do saber com as academias do fazer, dá-nos mais capacidade de encontrar soluções para os problemas que existem. Este projeto é mais uma resposta que tentamos dar à própria comunidade”, referiu Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, na sessão de lançamento do projeto.
A sessão contou também com a presença da equipa técnica de “A Barragem - Fundação Portuguesa para o Estudo, Prevenção e Tratamento das Dependências”, parceira da Câmara Municipal de Cascais nesta iniciativa. Os técnicos da instituição explicaram que o projeto vai ser desenvolvido através de três fases principais: Sinalização e Triagem dos munícipes a tratar (a cargo da Câmara Municipal de Cascais); Avaliação desses munícipes (a cargo da Fundação “A Barragem”); e Encaminhamento (para as ULS – Unidades Locais de Saúde: Equipas Tratamento + Comunidades Terapêuticas).
Este é um projeto financiado pelo PRR - Plano de Recuperação e Resiliência, e pela União Europeia.
Projeto de Intervenção no Duplo Diagnóstico
Objetivo Principal
- Desenvolver uma resposta terapêutica especializada e integrada para munícipes em situação de vulnerabilidade com duplo diagnóstico (doença mental + comportamentos aditivos).
Público-alvo
- Munícipes do concelho de Cascais;
- Maiores de 18 anos;
- Em situação de sem-abrigo ou vulnerabilidade social;
- Com diagnóstico de perturbação psiquiátrica e consumo problemático de substâncias.
Justificação da Intervenção
- Elevada prevalência de comorbilidade entre doenças mentais e dependência de substâncias;
- Falta de respostas integradas no sistema convencional de saúde;
- Riscos acrescidos associados à ausência de tratamento adequado (ex: suicídio, infeções transmissíveis, exclusão social).
Recursos Disponibilizados aos Beneficiários
1. Rastreio Psicológico - Identificação inicial de indicadores de saúde mental e adição;
2. Apoio Psicológico / Psicoterapia Individual - Sessões regulares de acompanhamento clínico;
3. Grupo Terapêutico – Intervenções em grupo focadas na partilha de experiências e promoção da mudança;
4. Atividades Integrativas – Dinâmicas terapêuticas complementares que favorecem a reintegração social e o equilíbrio emocional.
Metodologia de Intervenção
- Modelo multidisciplinar (psiquiatria, psicologia, serviço social);
- Abordagem centrada na pessoa;
- Intervenção contínua e articulada entre serviços.
Impacto Esperado
- Redução das recaídas e hospitalizações;
- Melhoria da adesão ao tratamento;
- Promoção da autonomia e reintegração social.
- Diminuição dos riscos associados ao consumo de substâncias.
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