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8.º Episódio! Como Cascais influenciou a Guerra Civil espanhola

Há 84 anos um acidente na Quinta da Marinha influenciaria a Guerra Civil Espanhola.

Um acidente, um acaso do destino acabaria por ser decisivo no desenvolvimento na Guerra Civil espanhola e na ascensão do general Francisco Franco como “Caudillo” de Espanha. E esse acidente esse acaso inesperado ocorreu precisamente na vila de Cascais.

Falemos então de Sanjurjo, ou melhor, do General do Exército espanhol José Sanjurjo y Sacanell, 1.º Marquês do Rife que, em agosto de 1932 é responsável pela tentativa falhada do golpe de Estado na Andaluzia contra o governo Republicano.

O seu prestígio junto dos militares, da direita e monárquicos que conspiram contra a República ultrapassa todos, mesmo o prestígio de Franco. Sanjurjo chegaria mesmo a dizer que o seu levantamento se faria “com ou sem Franquito”. O general Franco à última hora recusou-se a participar na revolta. A tentativa de golpe de Sanjurjo falhou e ele foi capturado em Ayamonte, quando tentava fugir para Portugal. Julgado em tribunal marcial, pediu a Franco que o defendesse, mas o futuro ditador respondeu-lhe friamente que ele, Sanjurjo, ganhara "o direito a morrer heroicamente". E recusou o convite.

Porém, a pena seria comutada para prisão perpétua e, depois, em 1934, acabaria por ser amnistiada. Desmotivado, Sanjurjo decidiu transferir-se para Portugal, mais concretamente para o Estoril, mas a conspiração continua a contar com ele. Sanjurjo converteu-se em Portugal no chefe  moral das conspirações dos grupos direitistas e monárquicos, até que em 17 de julho 1936 foi nomeado chefe da Junta militar que tomaria o poder após novo golpe militar.

Os responsáveis pelo levantamento militar reclamam a sua presença para liderar o movimento e enviam a Portugal, Juan António Ansaldo, um ás da navegação aérea e playboy monárquico que tem a missão de levar para Espanha o general.

No dia 19, o piloto aterrou em Cascais com ordens do general Mola para levar Sanjurjo para Espanha.

Sanjurjo pede a Salazar autorização para levantar voo. Salazar nega, mas, garantem as fontes, terá deixado a porta aberta ao limitar tal proibição ao aeroporto do Estado.

Esta teria sido a porta aberta para que Sanjurjo mandasse improvisar uma pista na Quinta da Marinha para poder levantar a avioneta que o levará de regresso a Espanha.

Sanjurjo embarcou com uma bagagem demasiado pesada com os seus uniformes de gala, dos quais se recusou obstinadamente separar-se por os considerar necessários para as comemorações de uma vitória iminente.

Mas o acaso fez com que todos os planos dos revoltosos fossem por água-abaixo, quando a avioneta se despenhou em chamas no final da pista improvisada, entre as ruas de Santa Cruz e da Areia, em Cascais.

Com a morte de um dos militares mais carismáticos e laureados da história da Espanha, a sublevação de 18 de julho mudava de rumo abrindo caminho à liderança de Francisco Franco.

 

Cascais Digital

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