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A tradição ainda é o que era… na Páscoa apanha-se mexilhão em Cascais| testemunho de Miguel Almeida

Nas praias das Avencas, Mexilhoeiro e Cabo Raso entre outras, “logo que a maré está de feição, ou seja, a vazar juntam-se famílias inteiras para a apanha e vem gente até fora do concelho que depois fica por aí a fazer piqueniques” referiu Miguel Almeida, que desde sempre se lembra de ir com os pais apanhar o mexilhão nesse dia e acrescentou que “podíamos ir à loja comprar o mexilhão, mas não tinha a mesma piada.
Assim, vamos cedo, de manhã, seguimos a linha da maré que está a vazar e apanhamos o mexilhão um a um nas zonas mais expostas das rochas. Depois, vamos para casa, limpam-se e cozinham-se. É o resto do dia a comer mexilhão e a conviver com a família”. Há muitas maneiras de cozinhar o mexilhão que pode mesmo ser comido ao natural, aberto só com o calor, mas à espanhola ou à Bulhão Pato são as mais populares.
Para que a tradição se mantenha por muitos anos é preciso proteger o bivalve da apanha exagerada. Isto porque, referem os especialistas, a apanha de toneladas de mexilhão concentrada numa única manhã, e numa só maré, tem um impacto muito negativo no ecossistema. Por isso a Câmara Municipal de Cascais limita a três quilos por pessoa, e por dia, a apanha dos bivalves que devem ter 5 centímetros ou mais. Devem ser apanhados à mão ou com facas de mariscar. Para garantir que as regras são cumpridas, vão ser destacadas equipas de fiscalização nas praias mais concorridas do concelho. Para os infratores haverá multas.
Informe-se sobre as regras a seguir e sobre a salubridade dos bivalves do local onde vai apanhar os mexilhões, contactando o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (www.ipma.pt) ou a Capitania de Cascais, através do número 214 830 136.