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Rali de Portugal regressa ao Estoril 40 anos depois
Agenda do Executivo da Câmara Municipal de Cascais de 29 de março a 6 de abril de 2014
Gente que fica na história da história da Gente
2014 marca o arranque das comemorações dos 650 anos da elevação de Cascais a Vila. Esta rúbrica do Boletim C é dedicada àqueles cuja vida e obra se destaca na construção da nossa identidade coletiva. Pela mão de cascalenses que atualmente se destacam em diversas áreas, damos a conhecer o papel e a importância de quem ao longo da história de Cascais contribuiu de forma inquestionável para o desenvolvimento do município.
Porque a história é feita de pessoas e por elas contada, reunimos nesta página todas estas rúbricas.
Fernando Lopes Graça, por Jorge Costa Pinto
Fausto Figueiredo, por João Miguel Henriques
A.H. de Oliveira Marques, por António Carvalho
Luís Villas-Boas, por João Moreira dos Santos
Gente que fica na história da história da gente | Fausto Figueiredo
No ano em que Cascais celebra 650 anos de elevação a vila, assinala-se também o centenário da apresentação do Projeto do Estoril por Fausto de Figueiredo. É este importante visionário que hoje levamos até si, pela mão de João Miguel Henriques, investigador e responsável pelo Arquivo Histórico Municipal de Cascais, autor de “O Estoril e as Origens do turismo em Portugal de 1911 a 1931”, “Da Riviera Portuguesa à Costa do Sol: fundação, desenvolvimento e afirmação de uma estância turística de 1850 a 1930” e “Cascais 650 anos de história em documentos”, entre outras obras.
Fausto Cardoso de Figueiredo nasceu a 17 de setembro de 1880, no Baraçal, freguesia do concelho de Celorico da Beira. Ainda que já exercesse atividade na Farmácia de Alberto Veiga, na Rua dos Retroseiros, em Lisboa, antes de concluir o curso, a sua progressão no mundo do trabalho dever-se-ia sobretudo a José Ferreira do Amaral, abastado proprietário de S. Tomé, cujo escritório funcionava no mesmo prédio. O jovem farmacêutico, com forte interesse pela política, atestado pelo ingresso no Partido Regenerador Liberal, começou por representar o seu protetor na Assembleia Geral dos Obrigacionistas da Companhia dos Caminhos-de-Ferro Portugueses, que lhe valeu, depois, o ingresso no Conselho de Administração. Em 1910 a ligação com a família do mentor consolidar-se-ia, ao casar-se com a sua filha, Clotilde Ferreira do Amaral, fixando, então, residência no Monte Estoril, junto à Quinta do Viana.
O vasto pinhal inexplorado de Santo António do Estoril, na proximidade de uma praia e de termas servidas por estação de caminho-de-ferro, estimulá-lo-ia a lançar-se num novo projeto, que as viagens pelo estrangeiro permitiriam apurar, mostrando-lhe as potencialidades e necessidades do turismo moderno. Por esta altura já Fausto de Figueiredo se destacara como republicano da main stream, desempenhando, desde 1911, funções enquanto Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais e, em 1913, o cargo de Presidente, que também ocuparia, desde 1914, na recém-criada Comissão Executiva Municipal.
Contrariando as vicissitudes conjunturais do país, dependente de capitais externos, apresentou em 1914 o plano do novo Estoril a erigir na Quinta do Viana, entretanto adquirida pela Figueiredo & Sousa, que fundara com o seu cunhado, Augusto Carreira de Sousa. A nova estação marítima, climatérica, termal e sportiva foi publicitada num folheto-álbum ilustrado, que previa a construção de importantes equipamentos coletivos orientados para as atividades de lazer: três hotéis, um novo estabelecimento termal, casino, teatro, palácio de desportos, edifício para banhos de mar, espaços comerciais e galerias cobertas, para além de um amplo jardim, disposto numa extensão alargada de território frente ao mar.
No ano seguinte constituiu-se a Sociedade Estoril, que imporia a região enquanto espaço dotado de identidade própria. Em 1918, as novas termas foram abertas ao público, apesar de ainda se encontrarem em fase de acabamento, dando-se início ao processo de urbanização e venda de terrenos para a edificação de habitações. Cinco anos depois fundar-se-ia a Estoril-Plage, para gestão do projeto da estância turística, de forma a que a Sociedade Estoril se pudesse dedicar à introdução da tração eléctrica na linha de Cascais, concretizada em 1926. Foi, contudo, a partir do ano seguinte, com a criação das únicas zonas de jogo permanente no Estoril e na Madeira, que o projeto de Fausto de Figueiredo efetivamente se desenvolveu. Em 1930, a inauguração do Palace Hotel dotou o projeto de uma infraestrutura de nível internacional, a que se sucedeu a transformação do apeadeiro do Estoril no terminus do Sud-Express, de forma a assegurar a ligação a Paris, e, já em 1931, a abertura do Casino.
A rápida ligação à capital, que a Estrada Marginal viria depois a facilitar, transformou, desde então, a Costa do Sol na mais importante estância de turismo internacional do país, que se associou à passagem de muitos estrangeiros em contexto de guerra, sobretudo após a ocupação da França em 1940. Findo o conflito, em 1946 também o Conde de Barcelona escolheria o Estoril como local de exílio, logo seguido por Humberto II de Itália, que fixou residência em Cascais, e, no ano seguinte, pelo Rei Carol II da Roménia, igualmente no Estoril.
Foi, assim, neste Estoril que Fausto de Figueiredo sonhou, desenhou, concretizou e amou até ao seu falecimento, a 5 de abril de 1950, que decorreu parte da história mais simbólica do nosso concelho no último século, cuja memória continua bem presente no coração dos cascalenses.
Cascais, fevereiro de 2014
João Miguel Henriques
Gente que fica na história da história da gente | A.H. de Oliveira Marques
A comemoração do VI Centenário da Elevação de Cascais a Vila, celebrada em 1964, ficou registada na nossa memória colectiva, do ponto de vista editorial, como tendo permitido a publicação, em simultâneo, de mais de uma dezena de títulos (como de uma colecção se tratasse) consagrados a temas tão diferentes como: a geologia, a flora, a toponímia, a pré-história, a história militar, a história económica e social e, claro, a história local no quadro da história geral de Portugal.
Sob a coordenação institucional e no “terreno” do Vice-Presidente da Câmara de então, D. António Castelo-Branco, que com ele trouxe para Cascais alguns conhecidos olissipógrafos, vários foram os nomes que se ocuparam de assuntos específicos no quadro destes temas gerais, passando os seus textos a ser do conhecimento de todos. Não apenas para alguns cascalenses, cujos livros então editados figurariam doravante nas estantes das suas casas, mas, fundamentalmente, nos acervos das bibliotecas públicas, como na do Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães ou na Biblioteca Infantil e Juvenil, do Parque Marechal Carmona, onde milhares de pessoas os haveriam de consultar desde então (e continuam hoje a consultar).
Os seus nomes devem ser recordados em 2014: Manuel Ferreira de Andrade e capitão Afonso do Paço (ambos com dois títulos), Octávio da Veiga Ferreira, Georges Zbyszewski, João Diogo Correia, Manuel Acácio Pereira Lourenço, general Afonso Botelho, João de Carvalho e Vasconcelos e Maria das Dores Jorge de Goes.
Um entre eles merece especial referência, Manuel Ferreira de Andrade. Autor da monumental obra Cascais Vila da Corte: Oito Séculos de História e A vila de Cascais e o Terramoto de 1755. E deve ser recordado não só por estes dois títulos, mas pela dimensão e variedade da obra que produziu nos anos que se seguiram e até ao seu desaparecimento.
Muitos historiadores, a quem devemos, a partir daquela data, algumas das mais importantes páginas sobre a História de Cascais, publicaram principalmente após os anos 70 do século XX. É absolutamente justo também recordar aqui alguns desses nomes, pois proporcionaram-nos a investigação indispensável à criação de uma moderna historiografia em - e sobre - Cascais. Correndo o risco de cometer injusto esquecimento, recordo José d’Encarnação, Jorge Miranda ou Guilherme Cardoso, bem como Raquel Henriques da Silva ou, mesmo, Margarida Magalhães Ramalho, entre outros, apenas para citar a geração entretanto “nascida para a investigação” à data da celebração de 1964, e nos anos posteriores, e que permitiram “fazer a ponte” com os anos 80.
O historiador A. H. de Oliveira Marques – hoje recordado nesta crónica (cuja extensão, por compreensível limitação editorial imposta, é inversamente proporcional à importância e dimensão da sua obra) – nascido em 1933 e então com trinta e um anos de idade, não foi chamado a contribuir para o dinamismo historiográfico então promovido pelo Município.
Nascido em São Pedro do Estoril, em casa que ainda hoje se conserva (embora remodelada) e onde existe uma placa, entretanto colocada pela Autarquia a assinalar o facto, era autor, já em 1964, recorde-se, de uma extensa e significativa obra publicada, composta por dezenas de títulos. Tinha já inclusive publicado em livro, em 1959, a sua inovadora dissertação de doutoramento intitulada Hansa e Portugal na Idade Média.
Para os mais atentos, desde os meados dos anos 50, mas fundamentalmente desde meados dos anos 60, início dos anos 70, que este Historiador cascalense se vinha afirmando como um dos mais reputados historiadores portugueses do século XX, tendo leccionado em Portugal e no estrangeiro (onde se exiliou, quando se viu impedido de o continuar a fazer em Portugal), regressando ao seu país para, com outros, ajudar a fundar a Universidade Nova de Lisboa, designadamente a “sua” Faculdade de Ciências Sociais e Humanas.
Escolho, entretanto, a data de 1987, porque lhe devo (devemos todos) ter animado a organização e marcado significativa presença nas I Jornadas de História de Cascais, que se realizaram no Palácio da Cidadela, a 11 de Abril, tendo aí proferido a decisiva intervenção “Para a História de Cascais na Idade Média”.
Naquele dia, uma plêiade de historiadores, uns mais conhecidos do grande público, outros ainda nem tanto, que tinham Cascais como território de estudo, revisitaram vários temas de história, vendo as suas palestras um ano depois vertidas no Arquivo de Cascais – Boletim Cultural do Município, nº 6, relativo ao ano de 1987.
A.H. de Oliveira Marques apesar de autor também de uma História de Portugal, em três volumes, com mais de uma dezena de edições e milhares de exemplares de tiragem, não mais abandonou a sua terra. Para além de aqui continuar a habitar, foi ainda autor de: Para a História do Concelho de Cascais na Idade Média II (1988) (dedicado aos fundamentos do municipalismo), Carta de Vila de Cascais: Estudo e Transcrição (1989), e, ainda, o intimista prefácio à monografia da “sua Cae-Água” da autoria de Ana Cristina Antunes, Carlos Miguel Ferreira e Francisco Matta Pereira, intitulada De Cae Água a São Pedro do Estoril (2005).
Devo-lhe ainda a revelação do livro publicado em Frakfurt, em 1703, que adquiriu, e de onde se extraiu a imagem para a capa do Arquivo de Cascais – Boletim Cultural do Município, nº 11 (1992-94) e a ideia para o artigo de João José Alves Dias, Para a História da Iconografia de Cascais, incluído no mesmo volume.
A partir daquele sábado dia 11 de Abril de 1987, no Palácio da Cidadela, fundou-se um novo ciclo editorial, fomentando e diversificando em simultâneo a investigação histórica, através da revisitação de velhos temas e impulsionando novas linhas de trabalho.
Hoje, como seus herdeiros e leitores, somos apenas “mais um degrau” para outros que se nos seguirão”.
Cascais, março de 2014
António Carvalho
Cascalense.
Director do Museu Nacional de Arqueologia.
Roteiros do Património Concelhio | 30 de março
Dia 30 de março o tema escolhido é “Arqueologia no Centro Histórico de Cascais: Da pré-história ao século XVII” e a visita guiada incidirá sobre alguns dos mais importantes sítios arqueológicos que foram identificados na área do centro da vila de Cascais e que permitem compreender melhor a evolução histórica e povoamento deste local deste a época pré-histórica até ao século XVII.
A visita terá início nas grutas de Poço Velho, com passagem pelas cetárias romanas e ruínas de um edifício de época moderna, terminando na Fortaleza de Nossa Senhora da Luz.
Visita guiada por: Severino Rodrigues e Susana Pombal
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios: viva “Lugares de Memória” em Cascais








Sob o mote “Lugares de Memória”, as comemorações do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios recordam que o Património guarda uma natureza evocativa e de celebração. O objetivo é sensibilizar a população não só para a diversidade e vulnerabilidade do património, mas também para o esforço desenvolvido por diversas entidades, entre as quais as autarquias – e Cascais é disso um bom exemplo - na sua proteção e conservação.
12 abril, 09h30 - Rota pedestre pela moagem árabe
12 abril, 16h00 - Visita guiada Raul Lino e a Casa de Santa Maria
12 abril, 21h00/23h00 - Farol de Santa Marta
12 e 13 de abril, 11h00 e 16h00 - Palácio da Cidadela de Cascais
15 abril, 17h00 - Museu do Mar - Rei D. Carlos
16 abril, 10h30 e 14h30 – Forte de S. Jorge de Oitavos
16 abril, 11h00 e 15h00 – Torre de S. Sebastião
17 abril, 10h30 – Torre de S. Patrício
17 abril, 14h30/17h00 Museu do Mar – Rei D.CarlosCorrida da Juventude junta atletas federados e amadores | 25 de abril |9h00 | Bairro Massapés
Cascais celebra 650 anos de História | Início das Comemorações





“Todas as iniciativas têm um objetivo: que as comemorações sejam um ponto de encontro da identidade, da cultura, da solidariedade e das pessoas”, afirmou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, acrescentando que “em tempos tão exigentes como os que vivemos, estas celebrações oferecem-nos a oportunidade de formar um movimento positivo que está ao serviço de Cascais”.
Dia Mundial da Atividade Física de volta à Marginal | De S. Pedro a Carcavelos | 6 de abril | 9h00 – 13h00


















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