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Expedição Científica no mar de Cascais, Mafra e Sintra em documentário

Obra inserida no processo de criação de Área Marinha Protegida de Iniciativa Comunitária

O documentário “Expedição Científica Oceano Azul – Cascais | Mafra | Sintra”, foi exibido pela primeira vez esta quarta-feira, dia 10 de setembro, no auditório Mar da Palha, no Oceanário de Lisboa. A obra mostrou a expedição científica que estudou a área ao longo da zona costeira destes três municípios, estando integrada no processo de criação de uma Área Marinha Protegida de Iniciativa Comunitária (AMPIC), que visa reconhecer o valor natural e estratégico do mar partilhado.

“Este documentário representa um testemunho fantástico do cruzamento entre o conhecimento científico, dos investigadores, e o conhecimento empírico, dos pescadores”, referiu Jean Barroca, Secretário de Estado Adjunto e da Energia, que marcou presença no evento. “A colaboração entre os vários intervenientes deste processo é o que vai promover a mudança”, acrescentou.

Os Municípios de Cascais, Mafra e Sintra, em colaboração com a Fundação Oceano Azul, assumiram o compromisso de criar uma AMPIC, num processo que se iniciou com a assinatura de um protocolo entre as entidades parceiras, em 2021, ao qual se seguiu a referida expedição científica, em 2022, que reforçou a base científica deste compromisso, através dos resultados apresentados.

O Governo português reconheceu a relevância do projeto e disponibilizou um milhão de euros para a realização de estudos complementares, através do Fundo Ambiental, sendo o restante financiamento assegurado pelos três municípios envolvidos, num reafirmar dos compromissos locais assumidos na conservação do oceano.

Agora, passados cerca de três anos da expedição, e ultrapassados os trâmites técnico-administrativos que condicionaram o avanço do projeto, estão reunidas as condições para retomar os trabalhos no terreno. Com o arranque dos estudos dos valores naturais e o desenvolvimento dos estudos socioeconómicos, será possível consolidar a base científica e técnica que sustentará o processo participativo, cujo início está previsto para ainda este ano. Este processo permitirá envolver as comunidades locais na definição da proposta final da Área Marinha Protegida, reforçando o carácter participativo e integrado da iniciativa.

“Este projeto mostra que são as pessoas a tomar conta do seu destino”, afirmou José Soares dos Santos, presidente da Fundação Oceano Azul. “Quanto mais tempo demorarmos a tomar decisões relativas à conservação do oceano, maior vai ser o problema para as nossas comunidades”, alertou.

A zona costeira entre Cascais, Sintra e Mafra encontra-se em parte classificada pelo Parque Natural Sintra-Cascais até aos 30 metros de profundidade (Rede Natura 2000). No entanto, apesar desta classificação e dos esforços municipais na obtenção de informação atual de toda a sua zona costeira, o desconhecimento do efetivo valor natural desta área tão particular é uma realidade.

Com o objetivo de ficar a conhecer melhor esta zona costeira, foi realizada a expedição científica que originou o documentário estreado hoje, e que mostra o trabalho feito na primeira campanha de caracterização de valores naturais desta nova Área Marinha Protegida. Em 2022, a bordo do Navio Santa Maria Manuela, estiveram 50 investigadores de 8 entidades diferentes (MARE | 4 polos diferentes; CCMAR; IH; IPMA; SPEA), pescadores, comunidade local, e jornalistas, durante 12 dias de expedição.

“Tivemos equipas a trabalhar desde a zona intertidal até à zona do mar relativamente profundo, entre os zero e os 100 metros de profundidade, utilizando diferentes metodologias: drones, veículos de deteção remota, observadores no terreno, mergulhadores, câmaras, e robôs submarinos, para caracterizar estes habitats”, disse David Jacinto, um dos investigadores participantes na expedição “É um trabalho que nos devemos todos orgulhar enquanto comunidade, porque abre o precedente para aquilo que poderá vir a ser uma Área Marinha Protegida, nesta zona tão importante à saída de Lisboa”, acrescentou o investigador.

Já para o Mestre Pedro Teixeira, membro da comunidade piscatória de Cascais, participar nesta expedição “foi muito importante, uma vez que os pescadores aprenderam com a comunidade científica e vice-versa”, sublinhando ainda que “o mar não pode continuar a ser esquecido, como tem sido até agora”.

Recorde-se que o Município de Cascais tem vindo a aplicar políticas ambientais ligadas ao mar, incluindo o seu conhecimento e desenvolvimento de programas de sensibilização. Recentemente, redobrou esse esforço para estar à altura dos desafios e responsabilidades para a próxima década (Década da Ciência Oceânica das Nações Unidas) designadamente com a criação do “Conselho Municipal para o Mar”. Este Conselho tem como objetivo dinamizar e potenciar a articulação entre as entidades da administração central e local, em matérias de ordenamento e gestão das zonas marítimas adjacentes ao território do concelho de Cascais, promover a participação da sociedade civil nos processos de decisão, e criar um maior alinhamento com as tendências internacionais.

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