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Casal Saloio abriu portas ao público

Embarque nesta viagem de (re)descoberta da Cultura Saloia

Sabia que nas suas origens Cascais era um concelho predominantemente rural? E que eram os “saloios” do interior do concelho que semeavam cereais e criavam gado que abasteciam a cidade de Lisboa? Ou que a arte da cantaria produzia pedra para todo o país, mas era também objeto de exportação para diversas regiões do globo? Que, por exemplo, a escadaria da Universidade de Coimbra tem pedra extraída em S. Domingos de Rana? Os mais novos lá de casa sabem o que é um curral? Sabe o que é um massacopa ou marreta e pistolos? Como era o processo tradicional de extração de pedra? O mundo rural e a cultura saloia fazem parte da memória e da identidade de Cascais e a partir de hoje esta realidade histórica tem um lugar para o seu estudo, preservação e restauro. Falamos do Centro de Interpretação do Espaço Rural de Cascais instalado no Casal Saloio de Outeiro de Polima que esta sexta-feira abriu as portas a todos os que queiram embarcar numa viagem de (re)descoberta da memória coletiva e a um passado que remonta a muitos séculos atrás.

A requalificação deste edifício histórico, que começou a ser construído no século XVI e foi alvo de sucessivas ampliações e reconfigurações até meados do século XX, permitiu a criação de um novo espaço dedicado à cultura saloia, em que as memórias da agricultura, da pecuária e da extração e preparação de pedra ocupam lugar de destaque.

"Hoje é um dia muito feliz porque estamos a pôr em evidência mais um equipamento cultural na Freguesia de S. Domingos de Rana. Um equipamento que respeita a nossa memória, a nossa identidade e que os jovens podem visitar e conhecer vivências ancestrais. O Casal Saloio fica junto às ruínas de Freiria, portanto, é perceber que o nosso concelho foi construído por todos estes movimentos culturais e sociais que fizeram de Cascais aquilo que é hoje", afirmou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais que enalteceu o trabalho de todos os que estiveram envolvidos na requalificação do Casal Saloio.

Neste equipamento cultural consagrado à (re)descoberta da história da nossa comunidade, simultaneamente lúdico e pedagógico, os visitantes poderão também tomar contacto com a(s) vivência(s) de uma família saloia, através da recriação de ambientes e da exibição de objetos etnográficos e arqueológicos que traduzem a antiga ruralidade do concelho de Cascais, nomeadamente na primitiva cozinha com forno. Garante-se, assim, a salvaguarda, valorização, comunicação e fruição da nossa memória coletiva material e imaterial.

Fazem parte do espólio do núcleo museológico do Casal Saloio, doações feitas por particulares, como José Luís Simões Duro que doou uma ceifeira dos anos 60 e que hoje tem nova morada no curral do Casal Saloio.

“Toda a vida cuidei desta máquina, fiz a manutenção e arranjava-a quando havia avarias, quando o lavrador morreu, deixou-me a ceifeira em testamento. Restaurei-a e hoje está a funcionar tal como antes”, referiu José Simões que admitiu “logo que soube que o Casal Saloio ia ser restaurado, achei que só podia ficar aqui”. Algumas das fotografias que ilustram a vida saloia na freguesia foram também doadas por José Simões. “Está aqui uma obra de arte que só vem enriquecer a freguesia e o concelho”, confessou o doador emocionado.

"Este espaço tem por missão a preservação, documentação, investigação e divulgação de objetos e testemunhos que enriqueçam o conhecimento acerca da população de Cascais ao longo dos séculos”, referiu João Miguel Henriques, diretor do Departamento do Património Histórico, cuja equipa presidiu à criação do espaço museológico.

“O Casal Saloio assume-se, desta forma, como um espaço em constante construção, cujo percurso expositivo procura destacar cada objeto, imagem ou texto selecionados como símbolos de um ofício ou hábito de vida”, concluiu João Miguel Henriques.

O espaço para além de estar aberto à comunidade, pretende também receber a população escolar, sendo proporcionadas visitas guiadas por marcação. A sua proximidade com as Villa Romana de Freiria, faz deste novo equipamento uma nova centralidade cultural na Freguesia de S. Domingos de Rana que irá atrair muitos visitantes.

“Ao fim de muitos anos de trabalho, inauguramos finalmente o Casal Saloio” afirmou Fernando Ferreira Marques, presidente da Junta de Freguesia de S. Domingos de Rana que aproveitou para agradecer às equipas envolvidas “o magnífico trabalho desenvolvido”.

“Esta é também uma forma de preservar muita da história de S. Domingos de Rana e um exemplo feliz da preservação da história do nosso concelho”, acrescentou Fernando Ferreira Marques para quem este espaço “é mais um contributo de S. Domingos de Rana para Cascais. Porque Cascais também começa aqui, somos uma porta de entrada em Cascais”, aludiu o autarca que tem defendido o combate às assimetrias ainda existentes entre o interior e o litoral do concelho.

Morada: 

Largo do Chafariz, Outeiro de Polima | 2785-505 S. Domingos de Rana

Horário:

Terça a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 | Encerra a 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio e 25 de dezembro.

Visita livre. Visitas guiadas apenas por marcação. 

Mais informação aceda aqui

 

Cascais Digital

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