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Formação Profissional: um percurso educativo

Cascais aposta na qualificação das ofertas profissionalizantes

Cascais tem apostado no alargamento e na qualificação das ofertas profissionalizantes, nas escolas públicas, uma aposta que se intensificou a partir de 2015, com a criação do Polo Tecnológico de Formação, implementado no Agrupamento de Escolas Matilde Rosa Araújo, em parceria com a Câmara Municipal de Cascais e a ATEC – Associação de Formação para a Indústria.

O Polo Tecnológico de Formação funciona com um modelo de gestão partilhada, em que o Agrupamento de Escolas Matilde Rosa Araújo é responsável por ministrar a componente sociocultural dos cursos e a ATEC pela componente técnica e em que a CMC apoia financeiramente o funcionamento das ofertas formativas, no que respeita a aquisição de equipamentos especializados, fardamento e supervisão da entidade em toda a componente técnica e suporte ao estabelecimento de protocolos, para formação em contexto de trabalho.

São ministrados os cursos de Técnico de Mecatrónica Automóvel e Eletrónica Médica, com um total de alunos envolvidos, por curso, e até à data, de 125 e 37, respetivamente. Em relação ao curso de Técnico de Mecatrónica Automóvel, a procura é maior que a oferta, para 25 vagas anuais, há uma média de 35 candidatos.

Para 2021/22 está prevista a abertura de mais um curso profissional na área das Ciências Informáticas: Técnico de Informática – Instalação e Gestão de Redes que vai ao encontro do PRR- Plano de Recuperação e Resiliência, na Dimensão da Transição Digital, que prevê a reforma e o investimento para a educação digital.

 Além dos cursos apoiados pela CMC, a ATEC através do Pólo Tecnológico, oferece dois CET - Cursos de Especialização Tecnológica: Especialista em Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação e Especialista em Mecatrónica Automóvel Planeamento e Controle do Processo. O CET é uma certificação pós secundário, não superior que confere o Nível V de Qualificação Profissional, com a mais-valia do prosseguimento de estudos superiores, dando equivalências a disciplinas dos cursos do ensino universitário e politécnico.

Consulte aqui Cursos e escolas

A partir de 2015, todos os cursos profissionais protocolados com a CMC passam a adotar este modelo de gestão partilhada com agrupamentos e empresas especializadas, designadamente:

•            2017 - Técnico de Manutenção de Aeronaves, no Agrupamento de Escolas Frei Gonçalo de Azevedo, em parceria com a Sevenair-Aerovip, envolvendo, até à data, 60 alunos. Este curso tem o reconhecimento da ANAC - Autoridade Nacional da Aviação Civil. É muito procurado tanto pela excelência da formação como pelo elevado grau de empregabilidade, com uma taxa de 100%, até à data da pandemia. Todos os anos há uma lista de candidatos muito superior às vagas existentes, para 15 vagas anuais há sempre um número de cerca de 60 candidatos, o que faz com que as provas de seleção sejam muito exigentes, incluindo uma prova prática.

•            2018 – Técnico de Animação em Turismo, Variante Náutica, no Agrupamento de Escolas de Carcavelos, em parceria com o Clube Naval de Cascais e a 4EMES, envolvendo, até à data, 45 alunos. Este curso tem uma lista de espera em média de 15 alunos por ano, ou seja, para uma turma de 15 alunos que abre anualmente ficam sem vaga cerca de outros 15. O curso Técnico de Animação em Turismo, Variante Náutica, confere uma tripla certificação uma vez que aos alunos que finalizam o curso além do nível IV de certificação, lhes é atribuída a Carta de Patrão Local e o Certificado de Nadador Salvador.

•            2019 – Técnico de Gestão de Transportes, Agrupamento de Escolas IBN Mucana, em parceria com a FERNAVE, envolvendo, até à data, 30 alunos. Os alunos que terminam o curso com aproveitamento, ficam com a mais-valia de obterem a carta de condução, com apoio da CMC.

•            2019 – Intérprete de Dança Contemporânea, Agrupamento de Escolas da Parede, em parceria com a Escola de Dança Ana Mangericão, envolvendo, até à data, 20 alunos.

 

 De salientar ainda a existência de um Curso de Especialização Tecnológica em Desenvolvimento de Produtos Multimédia no Agrupamento de Escolas de Cidadela, desde 2018, com protocolo com o Instituto Superior de Educação e Ciência, que tem muita aceitação e sucesso, com o envolvimento de 45 alunos, até aos dias de hoje. Este curso tem uma lista de espera em média de 10 alunos por ano, ou seja, para uma turma de 15 alunos que abre anualmente ficam sem vaga cerca de 10. Os alunos terminam com o Nível V de Qualificação Profissional e podem beneficiar de condições especiais de acesso ao Ensino Superior nesta área, ficando com equivalências a disciplinas dos cursos do ensino universitário e politécnico. 

 

Para além da oferta pública registam-se ainda as Escolas Profissionais Val do Rio e Escola de Teatro de Cascais.

A Escola Val do Rio certificada com o selo de Qualidade EQAVET, contempla uma oferta formativa constituída pelos cursos de Técnico Auxiliar de Saúde, Técnico de Ação Educativa e Técnico de Apoio Psicossocial, acolhendo 75 alunos /curso/ano, num total de 225 alunos por ano letivo. O curso com maior taxa de empregabilidade é o de Técnico Auxiliar de Saúde com uma média de 80%. O curso com maior lista de espera é o Técnico de Ação Educativa, para 25 vagas anuais há uma média de 40 candidatos.

A Escola de Teatro de Cascais ministra o curso de Técnico de Artes do Espetáculo – Interprete – Ator /Atriz, que abre anualmente 50 vagas e tem uma lista de espera de cerca de 30 candidatos. A grande maioria dos alunos que terminam este curso segue a via profissional sendo que neste ramo a empregabilidade funciona por projetos com duração de 6 a 9 meses. Cerca de 30% dos restantes alunos que terminam, prosseguem estudos no ensino superior, designadamente na Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e Porto, bem como em escolas internacionais com incidência em Londres, Barcelona, Paris e Amesterdão. Também seguem estudos superiores noutras áreas nomeadamente da cultura e psicologia.

Cascais conta também com operadores de formação profissional, o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) e a CERCICA

O IEFP tem uma vasta oferta de formação com certificação de Nível IV, em áreas como restauração, mecatrónica, ação educativa, comunicação, multimédia, estética, comércio e desporto. As condições para ingressar nestas formações são: idade até aos 24 anos e ter entre o 9º e o 12º anos de escolaridade incompleto.

A CERCICA oferece cursos de formação com dupla certificação, destinados a jovens com idade igual ou superior a 18 anos, com deficiência intelectual ligeira e/ou dificuldades de aprendizagem, com autonomia e potencial para o exercício de uma atividade profissional. As áreas de formação são hotelaria, culinária, operador gráfico, jardinagem, viveirista e tratador de animais. 

Nesta grande variedade e riqueza de ofertas educativas e formativas há também o Turismo de Portugal, através da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, com um vasto número de Cursos Profissionais e CET - Cursos de Especialização Tecnológica, designadamente:

Cursos Profissionais, com certificação Nível IV: Alojamento Hoteleiro, Cozinha e Pastelaria, e Restaurante Bar. Para ingressar nestes cursos é necessário ter concluído o 9º ano de escolaridade em qualquer modalidade de educação e formação.

CET – Cursos de Especialização Tecnológica, com certificação Nível V: Culinary Arts , Gestão de Restauração e Bebidas , Gestão e Produção de Cozinha , Gestão Hoteleira de  Alojamento e Turismo Cultural e do Património. Para ingressar nestes cursos é necessário ter um curso de ensino secundário ou de habilitação legalmente equivalente ou ter concluído um curso profissional de Nível IV. 

A realidade nacional 

Também no panorama nacional são hoje mais de 70 mil os alunos que frequentam o ensino profissional e, como refere em entrevista ao DN, Teresa Damásio, embaixadora portuguesa na Semana Europeia da Formação Profissional, “este número tende a crescer”.

Segundo dados revelados na Semana Europeia da Educação e da Formação Profissional, realizada em Helsínquia, em Portugal, entre 2000 e 2019 a percentagem de abandono escolar baixou de 44,9% para 10,6%.

Ainda assim o compromisso assumido no âmbito do Portugal 2020, apontaria para uma frequência de 50% dos alunos do secundário, percentagem que ainda se situa nos 35%.

Por outro lado, citando dados do Ministério da Educação, José Luís Presa, presidente da Associação Nacional das Escolas Profissionais refere que há “uma maioria significativa de escolas profissionais que apresentam indicadores de realização acima da média”.

Teresa Damásio garante que “o ensino por projeto, os manuais escolares elaborados pelos respetivos professores, a avaliação contínua, as PAP - Provas de Aptidão Profissional, a existência de um orientador educativo, entre outras especificidades, são, na atualidade, imagem de marca do ensino profissional, o que contribuiu de forma decisiva para o aumento da notoriedade e para o crescimento do número de estudantes que o escolhem para concluir o seu percurso educativo antes de ingressarem no mercado de trabalho ou, ao invés, prosseguirem estudos no ensino superior”. Sustenta ainda que é importante para a evolução do ensino profissional o facto de “as remunerações dos diplomados do ensino profissional serem 25% acima da média dos salários dos diplomados com o ensino científico-humanístico(1)”. No entanto um estudo recente da OCDE revela que se quem passou pela formação profissional parece ter mais empregabilidade, não está em vantagem para obter um emprego mais qualificado. Em Portugal são estes os trabalhadores mais suscetíveis à precariedade, com uma percentagem de 46% de contratados a prazo contra 36% no ensino secundário regular.

De referir que (dados de 2014/2015) apenas 15% destes alunos finalistas dos cursos profissionais prosseguem no ensino superior, mas por outro lado, cerca de 30% dos alunos que permanecem no ensino secundário e terminam o 12.º ano com 18 anos, para além de não terem qualquer qualificação profissional, também não chegam ao grau de licenciatura.

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