Está aqui
Harley-Davidson 2019: Evento gerou 15 milhões de retorno financeiro em três dias


























































Hoje largámos a rotina, trocámos a cadeira do escritório pelo banco de uma Harley-Davidson e o teclado do computador por um capacete e um lenço motard. Estávamos preparados para a grande aventura. Percorrer a Estrada Marginal na companhia de7500 mil motas. “Uma experiência inspiradora para a vida”, exclamava um dos participantes.
Sem dúvida que o ponto alto da 28ª edição da concentração europeia da Harley-Davidson foi o desfile de motos. Este sábado, mais de 7500 desfilaram num percurso que arrancou do Circuito do Estoril e estendeu-se ao longo da costa por 32 quilómetros, pela Marginal entre Cascais e Carcavelos.
Mas, o público também fez a festa, acenando com entusiamo aos motards que interagiam com a população, brindando-a com o típico som dos motores Harley Davidson, enquanto agitavam as bandeiras dos 32 países representados no desfile. Muitos portugueses de norte a sul do país, muitos espanhóis também, assim como ingleses, italianos e franceses. De mais longe vieram, claro, os americanos, além de Russos e Polacos. A Arábia Saudita e até o Brasil também se fizeram representar, entre muitos outros.
Enquanto íamos “cavalgando” estrada fora, à pendura na Harley-Davidson, Constantin Hoffmann, o nosso condutor, um motard alemão que nunca tinha estado na região, ia exclamando: “ isto é lindo… mas, como isto é incrível”. Estávamos em pleno Parque Natural e à nossa frente mais de duas dezenas de quilómetros de pura emoção. “Estive em muitas partes do mundo, recentemente, na Austrália, mas isto aqui é único”, dizia Constatin enquanto entrávamos na estrada do Guincho. Assim que as dunas da Cresmina deixaram avistar o oceano, o alemão não se conteve: “ Tenho que vir surfar para aqui. Acho que vou ficar mais duas semanas”.
Entretanto, a adrenalina continuava a subir e o público a afluir cada vez em maior número à medida que nos aproximávamos de Cascais. Sempre que passava junto de um grupo mais numeroso de espetadores, Constantin fazia rugir a sua Harley-Davidson e as pessoas ripostavam num ambiente verdadeiramente incrível de comunhão e partilha. Ou não fosse esse o espírito difundido pela mítica marca americana e que também casa tão bem com a alma cascalense.
Se bem que o evento já tivesse acontecido em 2012, pelo que já não se podia contar com o fator surpresa, o certo é que as razões que levaram a organização H.O.G a repetir Cascais, contrariando a regra de nunca repetirem o mesmo local para a realização do Rally anual, não só voltaram a verificar-se como superaram de novo as expetativas. Ainda mais público, com mais envolvimento da população, ainda mais gente e mais motos, mais nacionalidades presentes, mais e melhor feedback por parte dos participantes e da própria organização H.O.G.
De facto, em 2102, o retorno financeiro desta iniciativa foi de seis milhões de euros. Este ano a economia local contou com um retorno de 15 milhões. Cascais esteve quase na sua capacidade máxima nestes três dias. As taxas de ocupação dos hotéis e alojamento local estiveram praticamente a 100%. Os serviços e o comércio tiveram que reforçar as suas equipas e contratarem mais mão-de-obra.
“Um grande estímulo para a economia local que, para além de gerar cadeias de valor, mais emprego e riqueza, contribui para projetar o nome de Cascais pelos quatro cantos do mundo”, referiu Carlos Carreiras, Presidente da Câmara de Cascais, á saída do desfile em que também participou, carregando a bandeira do município.
Quanto a nós que, durante estes três dias, andámos pelas ruas da vila a sentir o pulso ao evento, podemos afirmar que houve um sentimento generalizado de muita satisfação e até surpresa, por parte daqueles que não conheciam Cascais. “ Este é um dos locais mais bonitos que já visitei” ou “ As pessoas são muito simpáticas”, ou, “a comida é fantástica” e o “ambiente excelente e acolhedor”, foram frases ouvidas amiúde e que os nossos ouvidos de cascalenses registaram inúmeras vezes, com grande orgulho e um sentimento mútuo de missão cumprida: Dar o melhor de nós, partilhar com gosto e fazer com que todos se sintam em casa. Mas, sobretudo, essa capacidade de despertar em quem vem a vontade de voltar. Como aconteceu com os fãs da Harley-Davidson. (PL)