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“Cascais: Memórias de Pedra e Cal (1364-2014)” | 9 abril a 12 de julho

A exposição apresenta a evolução de um município pontilhado de edifícios que traduzem de forma expressiva a riqueza da história, memória e identidade locais, onde os visitantes são desafiados a redescobrir Cascais por intermédio de alguns dos mais emblemáticos imóveis do concelho.
As perspetivas, peças e documentos que se mostram neste roteiro de arquitetura são fundamentais para a compreensão do passado coletivo do concelho, que importa divulgar em nome da preservação e valorização do património (i)material do município.
“A salvaguarda e a preservação do património devem ser uma prioridade das politicas públicas porque promovem a coesão social, o desenvolvimento económico e o turismo e é o garante que daqui a 20 ou 30 anos os jovens cascalenses e quem nos visite possam usufruir desse património como nós aqui hoje” afirmou Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais que acrescentou “o novo PDM será das ferramentas principais de salvaguarda do património não só edificado, como o imaterial, assim como a preservação dos recursos naturais existentes no concelho”.
A exposição “ Cascais: Memórias de Pedra e Cal” inicia o percurso pelo castelo, já referenciado em 1370, apresenta-se, em seguida, a Torre quatrocentista de Santo António, que veio, a ser integrada, c. 1590, na Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, recentemente musealizada.
Para além destas fortificações exibe-se igualmente a riqueza do património religioso do município, atestada por dois painéis quinhentistas das igrejas de Nossa Senhora da Assunção e da Misericórdia de Cascais. A exposição é valorizada pela mostra de peças arqueológicas, muitas nunca exibidas, que remontam à fundação da vila, que está a celebrar o 650.º aniversário.
Com recurso a novas perspetivas fotográficas e a imagens em vídeo, conta-se a história das fortificações seiscentistas, construídas após a Restauração, entre o Guincho e Carcavelos, sem esquecer a arquitetura civil, nomeadamente as construções vernáculas e os palácios e quintas, que ainda hoje marcam a fisionomia do concelho.
Na sequência da ascensão da vila à condição de praia da Corte, em 1870, pelos favores que lhe foram concedidos pelos reis D. Luís e D. Carlos, Cascais renovou-se para acolher novos visitantes, habituados aos confortos da cidade, pelo que, para além da edificação de um teatro e de um modesto Paço Real, assistiu a um surto de construção que se materializou através da designada arquitetura de veraneio.
A posterior divulgação da região em função do turismo e da saúde conduziriam ao nascimento de equipamentos como sanatórios, casinos e hotéis, que estiveram na base do projeto do novo Estoril, apresentado em 1914 enquanto estação marítima climatérica, termal e desportiva. Antes, durante e depois da II Guerra Mundial, a Costa do Sol impor-se-ia como o cenário ideal para o despontar da arquitetura modernista que seguia as tendências estéticas em voga. Esta apetência pela inovação ainda hoje se mantém, pelo que Cascais continua a orgulhar-se de poder contar com alguns dos melhores exemplares da arquitetura contemporânea.
