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As Grutas do Poço Velho vão poder ser visitadas por todos

Alvo de curiosidade há séculos, as Grutas do Poço Velho reabrem ao público

Horário de funcionamento: De 17 de maio a 30 de setembro. Sábados, domingos e feriados das 14h00 às 18h00.

Um dos mais simbólicos mitos urbanos de Cascais. A histórica necrópole do centro da vila, alvo de curiosidade há largas décadas e durante tanto tempo fechada ao público, vai abrir finalmente para visitas regulares aos fins de semana e feriados. Saiba mais aqui

Se não puder visitar as grutas, presencialmente, faça uma visita virtual aqui. 

Não haverá cascalense que não conheça, passe por, ou já tenha estado, na entrada das grutas. O monumento fica na margem direita da Ribeira das Vinhas, a cerca de 500 metros da sua foz, na Praia da Ribeira, em plena vila de Cascais. "E não, as grutas do Poço Velho não vão ter ao Guincho, nem à Boca do Inferno como creêm os cascalenses mais velhos, agora todos podem comprovar isso ao vivo", referiu Severino Rodrigues, arqueólogo e responsável pela Divisão de Arqueologia e Património Histórico da Câmara Municipal de Cascais.

As obras de requalificação que permitiram reabrir as grutas ao público

Com as obras que agora terminam, abre-se um capítulo novo na política cultural e patrimonial local, devolvendo a Cascais e aos Cascalenses aquele que é porventura o mais significante e impactante monumento arqueológico da nossa terra.

Nas duas antecâmaras foram promovidas obras de remodelação do espaço e recolocadas novas portas, que garantem a circulação de ar no interior das grutas, condição fundamental para o não desenvolvimento de fungos e líquenes no seu interior.

A entrada foi requalificada com a criação de duas pequenas salas, uma para arrumos e instalação do quadro elétrico e outra, do lado oposto, onde ficará a receção ao visitante e são guardados os capacetes, de uso obrigatório durante a circulação no interior das grutas.

Nas paredes da antecâmara de entrada foram aplicados painéis onde consta uma breve descrição da formação geológica, do decurso das investigações arqueológicas e do espólio que lhes está associado, que é complementada com a exibição de um pequeno filme sobre as grutas, apresentado num ecrã de grandes dimensões.

No interior da gruta foi criado um circuito para a circulação, com um passadiço construído em plástico, assinalado por uma suave iluminação lateral e limitado por barreiras físicas que não permitem o avanço para áreas não visitáveis. Em toda a gruta foi montado um circuito de iluminação LED, com a instalação de projetores, sempre que possível dissimulados, que potenciam a observação de toda a envolvente. Em situações pontuais procurou-se reproduzir a iluminação bruxuleante de archotes que procuram simular um cenário, mais sensorial, que nos remete para tempos pré-históricos.

Na antecâmara de saída, para além da pintura e limpeza do revestimento de pedra das paredes foram reparados e aumentados os degraus de acesso ao exterior. Esta foi a razão que obrigou à execução de uma nova cobertura metálica sobre toda a antecâmara.

No exterior, no canteiro que se encontra entre as duas antecâmaras, foi também instalada iluminação que durante a noite potencia a imagem do maciço rochoso de calcário no qual se encontra inclusa a gruta.

Aqui nasceu a identidade de Cascais

Tal como se explica aqui, em 1879, o geólogo Carlos Ribeiro (considerado o “fundador” da arqueologia cascalense) explorou pela primeira vez estas grutas, tendo detetado nos sedimentos que preenchiam o seu interior vestígios arqueológicos que vão desde o Paleolítico até à Antiguidade Tardia.

No entanto, a principal ocupação terá sido de época neolítica e calcolítica (4º e 3º milénios a. C.) e corresponde à utilização da gruta como necrópole, tendo sido identificados mais de uma centena de enterramentos.

Entre 1945 e 1947, o engenheiro Abreu Nunes promoveu novas intervenções neste sítio arqueológico, então sob a gestão da Junta de Turismo de Cascais. Os trabalhos de escavação permitiram recolher um diversificado conjunto de espólio funerário, que incluiu artefactos de pedra polida e lascada, artefactos votivos de calcário, placas de xisto decoradas, elementos de adorno e cerâmica. Algum do espólio recolhido neste sítio arqueológico encontra-se em exposição no Museu da Vila de Cascais.

As primeiras expressões religiosas, visíveis nos rituais funerários que nos permitem perceber a grande ligação que Cascais sempre teve ao mar e à exploração dos seus recursos naturais, estabelecem uma relação direta entre as primeiras comunidades humanas estabelecidas neste espaço e a definição de uma estrutura organizacional comunitária que virá a transformar-se muitos milénios depois no Cascais onde nascemos e vivemos atualmente.

Tendo sido ali que nasceu Cascais, o projeto de recuperação deste monumento e a criação de um circuito de visitação que permitirá a todos os Cascalenses a visita e o conhecimento deste espaço, é simultaneamente um contributo de primeira importância para o reforço da atratividade da região enquanto destino turístico de excelência no contexto mundial, ao mesmo tempo que em termos pedagógicos potencia a possibilidade de a comunidade educativa de Cascais passar a deter uma ferramenta de interesse extraordinário para que as novas gerações possam conhecer e partilhar a memória comunitária municipal.

Informações: 214 825 190 | museudavila@cm-cascais.pt | mdv@cm-cascais.pt

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