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Mata dos Dragoeiros de Cascais passa a ter Bilhete de Identidade

Localizada no Parque Palmela, a Mata dos Dragoeiros de Cascais recebeu dia 21 de março, o seu Bilhete de Identidade. Numa forma diferente de assinalar a chegada da primavera, este maciço, que acaba de ser classificado como de interesse nacional pela Autoridade Nacional Florestal (Aviso n.º 5/2012), passou a dispor de um Bilhete de Identidade onde constam dados como as características da espécie, motivos de classificação, entre outros. A entrega do documento foi feita por Campos Andrada, representante da Autoridade Florestal Nacional, ao presidente da autarquia, Carlos Carreiras.

“Recebi hoje o primeiro bilhete de identidade de um património que é de todos e que urge proteger. A certificação da Mata dos Dragoeiros de Cascais é o reconhecimento que temos no concelho património natural de excelência, com história, que temos que proteger e valorizar”, salientou, destacando ainda a importância deste género de acontecimentos, não apenas para todo o município mas a nível nacional, “revela a grande ligação que estas árvores têm com a história portuguesa”.


De acordo com o representante da ANF, António Campos de Andrada, a existência deste maciço arbóreo de dragoeiros no Parque Palmela, fica a dever-se às “boas condições do clima temperado do município de Cascais, que permitem um bom desenvolvimento desta espécie, quase extinta naturalmente, apesar de muito plantada.


A classificação de "Interesse Público" atribui ao arvoredo um estatuto similar ao do património construído classificado, dado que as árvores e os maciços arbóreos classificados de interesse público constituem um património de elevadíssimo valor ecológico, paisagístico, cultural e histórico. Garante de um maior respeito pela sua manutenção, esta classificação impõe que nenhuma árvore com este estatuto possa ser cortada ou desramada sem autorização prévia da Autoridade Florestal Nacional, sendo todos os trabalhos efetuados sob sua orientação técnica, pelo que, no âmbito deste processo de salvaguarda, toda a manutenção das árvores será efetuada por profissionais com formação específica.


Constituído por 36 árvores da espécie Dracaena draco L., vulgarmente conhecidas por dragoeiros, a Mata de Dragoeiros do Parque Palmela ressalta pelo seu “grande exotismo e valor paisagístico que constitui memória de uma antiga quinta e dos tempos em que Cascais se tornou no principal centro de vilegiatura da aristocracia e burguesia enriquecida do País”. A referência é da responsabilidade da Autoridade Nacional Florestal e visa defender um conjunto com cerca de 130 anos e que pode ser apreciado num dos parques mais emblemáticos do concelho de Cascais.


Esta é a segunda classificação de exemplares no perímetro do Parque Palmela: a primeira aconteceu em 1996, visando proteger um Pinheiro das Canárias com uma centena de anos. No concelho de Cascais existem 12 árvores ou manchas arbóreas classificadas como de interesse público, na sua maioria na freguesia de S. Domingos de Rana.




Sobre a Mata dos Dragoeiros de Cascais | De acordo com a Autoridade Florestal Nacional esta mata remonta a 1875 e conta, para além dos dragoeiros, com outras espécies mais comuns, tais como zambujeiros, yuccas e palmeiras. Com um crescimento muito lento, os dragoeiros podem ter centenas de anos de idade. Um drogoeiro pode chegar a ter cerca de 15 metros de altura e cerca de cinco metros de largura de copa. Apresenta um caule simples que se ramifica no topo, formando uma copa quase plana. Este caule é robusto, rugoso e com marcas nos exemplares mais velhos, e liso nos exemplares mais jovens, apodrecendo facilmente. Trata-se de uma planta nativa dos arquipélagos das Canárias, Madeira e Açores onde, devido à destruição do seu habitat se encontra bastante vulnerável. O nome dragoeiro vem sobretudo da cor da sua seiva que quando exposta ao ar, forma uma substancia espessa vermelho vivo, a que se dava o nome de “sangue de dragão”- muito apreciado no passado e que era comercializada para tinturaria e fins medicinais a preços bastante elevados. Nas Canárias era também considerada uma árvore sagrada para alguns povos e assumia uma posição importante na vida quotidiana das populações.


Breve descrição da espécie - classificação científica:


Reino:  Plantae
Divisão: Magnoliophyla
Classe: Liliopsida
Ordem : Asparagales
Familia: Ruscaceae
Género : Dracaena
Espécie: Dracaena draco
 

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