Carlos Carreiras reafirma a opção ambiental e de proteção de espaços verdes
“Nunca se construiu tão pouco, em Cascais, como nos meus mandatos como presidente”, afirmou ontem, (6/04) Carlos Carreiras na reunião de Câmara. Carreiras respondia aos vereadores da oposição que questionaram o executivo sobre um alegado “projeto de urbanização” para a Aldeia do Juso.
Nuno Piteira Lopes, morador naquela zona há 42 anos e vereador do licenciamento urbano, intervenção territorial e reabilitação urbana esclareceu que não deu entrada na Câmara nenhum projeto de urbanização para aquele local. Ao contrário do que corre nas redes sociais, o que existe é uma alteração do alvará de loteamento de 1988, que definia para ali construções de natureza fabril de 30 mil metros quadrados.
A alteração de loteamento, que esteve em discussão pública em 2019 e 2020, diminui em 10 mil metros quadrados a área de construção e não prevê instalações industriais, mas apenas comércio e serviços. Piteira Lopes desmentiu também as informações a circular nas redes sociais e que fundamentaram as intervenções dos vereadores da oposição, sobre o impacte do alegado projeto. O vereador esclareceu que foram construídas vivendas nos finais dos anos 70 e destinadas a ex-funcionários do Casino do Estoril, a nascente da Rua do Chesol, no Pinhal das Sete Lagoas e que não deu entrada na Câmara de Cascais nenhum projeto de urbanização.
As alterações de loteamento incidem sobre a zona onde estava instalada a Standard Electrica, uma unidade industrial com barracões com amianto que foram demolidos ficando aqueles terrenos como uma zona semiabandonada e um local onde prolifera marginalidade e corridas ilegais de automóveis.
Miguel Pinto Luz. Vice-presidente fez um historial daquela zona, incluída no antigo Plano de Ordenamento da Costa do Sol, como Zona Industrial sem espaços verdes, cujos terrenos foram então alienados pela Câmara e entregues à ITT Ideal Color para instalações fabris. Pinto Luz acentuou que o aditamento ao loteamento agora proposto só considera uma zona de comércio e serviços dos quais a autarquia terá uma área de 5 mil metros destinados a escritórios.
João Ruivo, vereador do Partido Socialista reconheceu que a degradação ali existente “não serve para nada” considerando também que se trata de uma “zona desqualificada”, mas colocou enfase no que circula nas redes sociais, pelo que entendeu que, “se o que anda a circular não é correto o executivo deverá exibir o projeto”, o que levou Carlos Carreiras a reafirmar que não existe projeto nenhum entregue na Câmara e somente uma alteração ao loteamento de 1988 garantido que as preocupações ambientais são uma das prioridades do atual executivo reafirmando que “há regras que têm de ser cumpridas”.
O presidente da Câmara afirmou que os níveis de construção em Cascais, durante o seu mandato, são “muito abaixo de que outros concelhos”.
Outra situação que motivou discussão entre o presidente e os vereadores da oposição foi a apresentação no ponto de informações, de um abaixo-assinado, subscrito por mais de 50 trabalhadores da Cascais Dinâmica a trabalharem no aeródromo de Tires que desmentiam uma carta recebida pelos vereadores do partido socialista onde era criticada a gestão daquele equipamento aeroportuário.
A Câmara ratificou o despacho relativo à isenção de pagamento em parques de estacionamento da MobiCascais.
Finalmente foi aprovado por todos os vereadores um voto de pesar pelo falecimento do autarca de Viseu, António Almeida Henriques.