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O Futuro da educação em debate nas Conferências do Estoril
As novidades tecnológicas estão a democratizar o acesso à educação, encurtando distâncias, e diminuindo o fosso entre aqueles que têm formação superior e entre os que não têm. As novas tecnologias são a melhor forma de partilhar o conhecimento. Estas foram as principais ideias apresentadas na manhã do segundo dia das Conferências do Estoril 2015. Até dia 22 de maio, o debate no Centro de Congressos do Estoril, faz-se em torno dos “Desafios Globais, Respostas Locais”.
Carlos Lopes, Secretário Executivo da Comissão Económica das Nações Unidas em África (CEA), não tem dúvidas de que as tecnologias digitais vieram alterar a forma como percecionamos a educação. “Nenhuma geração está mais à vontade com as tecnologias digitais do que a atual. Há já quem os apelide de nativos digitais”, afirmou perante a audiência, reconhecendo que “a globalização acontece graças às novas tecnologias digitais.”
Por seu lado, para Simon Dolan, fundador e criador do Coaching for Values, com vasta obra publicada e professor titular na ESADE Business School, temos de “criar uma cultura onde as pessoas possam desenvolver a paixão pela educação. A paixão é a chave, mas algo que os professores não podem ensinar, a competência técnica vem a seguir”.
Depois de mais de 25 anos a aconselhar líderes da Fortune 500 sobre como gerir e resolver os seus problemas culturais e de negócios, Fons Trompenaars, afirmou no Estoril que “há ainda que lidar com as diversidades culturais na sala de aula. Isto faz-se, mudando os paradigmas que temos usado até agora. Ao definirmos o sistema de aprendizagem temos que contar com as pessoas e, neste aspeto, há estudos que demonstram que o sucesso profissional está muito ligado à inteligência emocional. Há que ter em conta as pessoas”.
Para Trompenaars é importante “combinar opostos. Num ambiente multicultural temos que ter programas que possam reconciliar opostos”.
Uma realidade que ultrapassa fronteiras e continentes, sobretudo se tivermos em conta a atual conjuntura em muitos países africanos, como destacou, na abertura dos trabalhos da manhã, Carlos Lopes, Secretário Executivo da Comissão Económica das Nações Unidas em África. “Em África temos que garantir que mais jovens tenham acesso à educação, promover a criatividade em cada indivíduo. E quem sabe se não surgirá um Steve Jobs africano!”
Carlos Lopes recordou que em África existe a maior taxa de população jovem do mundo, mas só alguns têm acesso às tecnologias e o desemprego nesta faixa de população é muito elevado. Estabelecendo um paralelismo com a Europa, onde apesar do acesso massificado às tecnologias a população está envelhecida e enfrenta graves problemas de desemprego, levanta-se a questão: “Serão as oportunidades digitais a solução para o desemprego?”
FRASES:
Gad Yair - Professor Associado no Departamento de Sociologia e Antropologia na Universidade Hebraica de Jerusalém, dedicado à teoria social, cultura e educação: “Nos países onde não existe democracia, há o medo das novas tecnologias porque estas podem arruinar as estruturas estabelecidas.”
John Stewart (Green School): “Não somos proprietários da aprendizagem dos miúdos”.
Sobre as Conferências do Estoril - «Desafios Globais, Respostas Locais» | É, talvez, o maior evento internacional bianual realizado em Portugal sobre os desafios da globalização. A organização deste evento é responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais que conta com a colaboração de vários parceiros nacionais e internacionais pertencentes ao meio académico, institucional e empresarial. As Conferências do Estoril têm como objetivo criar um pólo de reflexão de nível internacional sobre os desafios da globalização, com particular atenção à relação entre os domínios global e local. Visam, ainda, afirmar Cascais, e Portugal, como ponto de encontro de algumas das mais conceituadas individualidades, organizações internacionais, universidades, centros de investigação e desenvolvimento, think tanks e organizações não-governamentais.
