Pegadas de Cascais | Segredos da história local

PEGADAS DE CASCAIS EP.6 | CASCAIS NO CAMINHO DA LIBERDADE

Cascais foi o palco improvável de reuniões clandestinas importantes na vida do Partido Comunista Português

Perseguidos e remetidos à clandestinidade, desde os primeiros anos da ditadura, os comunistas viveram as décadas de 30 e 40 sob o signo da reorganização e do esforço de implantação.

Em Novembro de 1943, o III Congresso reunia-se em Cascais no número 14 da Rua do Pinheiro, no Monte Estoril.

Era o primeiro congresso na clandestinidade, e tinha sido preparado secretamente em Manique de Baixo, numa casa aonde vivia outro dirigente do PCP: Dias Lourenço.

Foi também em Cascais que o MUD (Movimento de Unidade Democrática) havia de nascer.

Em 1946, no n.º 9 da Rua de S. Tomé e Príncipe, no Estoril, Álvaro Cunhal, Octávio Pato, Mário Soares, Salgado Zenha, entre outros, dão vida ao MUD-Juvenil.

Esta frente, pensada e criada em Cascais, seria o embrião da candidatura de Norton de Matos e, mais tarde, a convergência na candidatura de Humberto Delgado.

Já em 1952, no N.º 11 da Rua dos Lusíadas, em S. Pedro do Estoril, realizou-se a IV reunião ampliada do Comité Central do PCP.

E, pelas casas de Cascais, de apoio ao trabalho clandestino do PCP, passaram alguns dos seus mais destacados dirigentes.

Numa das casas aonde viveu Octávio Pato, o n.º 10 da Rua José Carvalho Araújo, em Cascais, foi preparada, no mais rigoroso secretismo, a fuga de Peniche de 10 dirigentes comunistas ali presos - entre os quais, Álvaro Cunhal.

Mais tarde, já em liberdade, Cunhal havia de passar a sua primeira noite na Vivenda Montalvinho, em S. João do Estoril, morada onde vivia um militante deste partido.

Em 1957, um ano antes da campanha de Humberto Delgado, o PCP voltaria a reunir-se em Congresso, era o V e decorreria na Casa dos 4 Cedros, na Rua do Campo Santo na Galiza, Estoril.

E mais uma vez Cascais na rota desta história.

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