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Realizadores portugueses reunidos no FIC para viajar entre cinema e literatura

Luzes, câmara, ação! No palco já estavam sentados Inês Medeiros - atriz e realizadora -, João Botelho - reconhecido cineasta português - Jorge Paixão da Costa - realizador de televisão e cinema e professor - e Margarida Cardoso - também realizadora e professora. No centro, Mário Augusto – jornalista - moderou a conversa sobre "Escrever no Grande Ecrã: Entre Cinema e Literatura".

E porque de cinema se tratava, foi com um documentário de Manoel Oliveira e Agustina Bessa-Luís que arrancou mais uma sessão do FIC- Festival Internacional de Cultura, no auditório da Casa das Histórias Paula Rego.


Mas se para muitos esta é tida como a sétima arte, para João Botelho "o cinema é uma arte vampiro: rouba um pouco a cada arte. Rouba à pintura, rouba à fotografia...rouba à literatura".


"O cinema não é e, aliás, diminui a literatura", continuou o cineasta que já adaptou a esta arte alguns dos maiores clássicos portugueses, debruçando-se sobre a questão da adaptação de livros para filmes.


Embora não faça uma distinção tão grande entre literatura e cinema, também para Inês Medeiros "toda a arte é plágio. Parte-se de uma obra e faz-se outra coisa. A adaptação é ela própria uma criação", defendeu.


Já para Margarida Cardoso" o que se discute são questões éticas pois, o que fica, no fundo, na adaptação cinematográfica é uma espécie de rasto da relação entre o realizador e o escritor. É aquilo que pedimos ao escritor e depois o que lhe conseguimos dar", refere. E, uma vez que na sala estava presente a autora de um dos livros que reproduziu no grande ecrã, a professora e realizadora confessou: “só tive coragem de pedir à Lídia [Lídia Jorge] para adaptar uma obra sua porque me sentia como uma personagem".


Mas afinal, "qual o sucesso para se respeitar uma obra literária"? Refletindo sobre esta questão, o professor Jorge Paixão da Costa salientou que "há vários graus de adaptação, fugindo ao relatório de livro. Isto é, há toda uma essência que inspira cada realizador e que torna os seus filmes em peças únicas".


No fim não houve dúvidas de que “atualmente há uma contaminação inevitável entre Cinema e Literatura”. Mas todos reconheceram que “é preciso ter consciência de que os filmes não são feitos para substituir a leitura. Cada adaptação parte da sensibilidade e da interpretação de um realizador a determinada obra”.


Para Mário Augusto esta conversa "foi bastante enriquecedora, interessante e, ao mesmo tempo, parecida com uma conversa de café [pelo à-vontade dos intervenientes e pela descontração entre todos]".


À conversa seguiu-se a exibição do mais recente filme de João Botelho: a adaptação do clássico de Eça de Queirós, "Os Maias".
 


As conversas aconteceram todas as noites de 3 a 12 de julho, no âmbito do FIC - Festival Internacional de Cultura.

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