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José António Proença

Nasceu em 1959 em Quintãs, freguesia de Três Povos, Fundão.

A localidade onde vivia com os pais e os avós integrava três povoações: Salgueiro, Escarigo e Quintãs. Tinha três escolas e três igrejas e entre as povoações existia uma “rivalidade” que reclamava por autonomia. José António Proença conta que para ele essas contendas deixaram de fazer sentido quando foi estudar para Belmonte e arranjou amigos dos outros lugares.


Quando ainda estudava na Escola Primária, lembra-se de ir com o pai à estação de comboios de Caria despachar as encomendas de queijos para Alcântara-Terra. Gostava do passeio, mesmo que fizesse muito frio não queria perder a oportunidade de ver o comboio passar e sentir a azáfama do local de embarque. Em 1969, quando tinha 10 anos, os pais emigram para França e deixam os três filhos à guarda dos avós. Esta foi uma decisão encarada por todos com serenidade. Continuavam a viver na casa de família, a estudar na escola da aldeia e não perderam os amigos de sempre. Uma boa parte das pessoas do interior do país emigrava e a Região da Cova da Beira não era exceção. Hoje, em conversa com a mãe sobre as razões da partida, ela diz-lhe que “nos anos sessenta ninguém ficava nas aldeias. Emigrar era quase uma moda e eles seguiram-na”. A promessa dos pais de que um dia poderia ir visitá-los nas férias para conhecer Paris, mantinham no expectante. Era bom aluno a todas as disciplinas, mas História era aquela em que superava os resultados. Em finais de Julho de 1975, aos 15 anos, completa o antigo 5º ano no Liceu de Belmonte, mas ainda não tinha ideia das suas escolhas em termos profissionais. O país vivia à época, uma crise económica. Não havia emprego garantido. Muitos colegas terminavam ali o percurso escolar, mas não conseguiam colocação.

No seu caso, já tinha decidido que continuaria a estudar. Era verão e estava de férias. Tinha chegado a sua vez de embarcar no Sud-express que o levaria na primeira viagem até Paris. O comboio seguia “à pinha” e entre os portugueses que regressavam a França, recorda-se que também viajavam muitos turistas que tinham vindo a Portugal “ver a Revolução”. Chega à 01h30 à Gare d’Austerlitz de onde telefona para os pais com os dois francos que “alguém” lhe emprestou. Não se tinha lembrado de os avisar que chegava naquele dia. “Hoje, acho que não faria isso, mas na altura não achei nada de extraordinário”, conta. Entre 1975 e 1984 passou sempre as férias de verão em Paris. Arranjava ocupações temporárias e aproveitava para aperfeiçoar o francês. Depois de completar o ensino secundário em Portugal vai viver para França durante um ano e de lá prepara-se para prestar provas de acesso ao ensino superior. Coimbra abre-lhe as portas do curso de História em 1980.

 Termina a licenciatura, leciona ainda menos de um ano na escola de Oeiras e concorre para assistente de conservador na Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves e fica colocado. Entre as coleções de prestígio da Casa Museu Dr. Anastácio Gonçalves, contam-se as Porcelana da China e a Pintura Naturalista de autores portugueses consagrados, como Silva Porto, Malhoa e Columbano. No dia-a-dia do museu, fazia visitas guiadas, participava na descrição e estudo das peças das coleções e na organização de exposições.

A diretora sabia que dominava a língua francesa e quinze dias depois, decide que seria ele a fazer a visita orientada a um grupo de profissionais do Louvre. O foco da visita incidiu sobre a relação entre a Pintura Naturalista Portuguesa e a escola francesa de Barbizon. “Naquele momento fiquei em pânico”, diz, mas a visita correu bem”. Fez boa figura. A oportunidade de fazer o Curso de Conservador de Museus surge pouco tempo depois. Como o mobiliário dos museus era das coleções menos estudadas em Portugal, a diretora propôs-lhe que o estágio versasse sobre o mobiliário da Casa Museu. Sob o título “O Reinado da Cadeira”, apresenta o estudo que incluía todos os exemplares da cadeira portuguesa no século XVIII existentes no museu. Entre os mais variados aspetos, relacionava o tipo de cadeira e os vestidos usados pelas senhoras naquela época. Com esta análise levada ao pormenor, o nome de José António Proença começa a ser indicado para colaborar com outros museus do país.

É com base neste e em muitos outros trabalhos já publicados que começa a ser sondado por museus com os quais já colaborou e que José António Proença aceita, em 2002, fazer o catálogo da coleção de mobiliário do Museu Condes de Castro Guimarães. Três anos depois foi convidado para integrar a equipa do Museu como Conservador e responsável. 

 

C - Boletim Municipal | 23 de janeiro de 2014

 

Fernando Lopes Graça

Gente que fica na história da história da gente
2014 marca o arranque das comemorações dos 650 anos da elevação de Cascais a Vila. E neste jornal acompanhamos este marco histórico a par e passo. Na primeira edição do ano, damos início a uma nova rubrica dedicada àqueles cuja vida e obra se destaca na construção da nossa identidade coletiva. Convidamos personalidades relevantes do presente para escrever sobre os mais notáveis nomes da nossa história. Jorge Costa Pinto, maestro de Cascais, homem do mundo, celebra precisamente 40 anos de carreira em 2014. Aceitou o desafio de partilhar com os leitores as memórias de um dos vultos da música portuguesa, de quem, aliás, foi aluno: Fernando Lopes Graça. As próximas linhas são uma viagem biográfica à vida do pedagogo, escritor e músico, cujo trabalho se encontra em destaque no Museu da Música Portuguesa, no Monte Estoril.
 
Pedagogo
Fernando Lopes Graça foi professor na Academia de Amadores de Música, em diversas disciplinas, durante largos anos. Nos primórdios dos anos 50, do século XX, frequentei aquela instituição estudando teoria, piano e composição.
Foi na aula de teoria da música a primeira vez que o vi, quando entrou na sala e perguntou se algum aluno tinha disponibilidade para integrar o coro que ele estava formando... creio que alguns colegas aceitaram o convite!
Mais tarde fui seu aluno nos 3º e 4º anos de piano e também nos cursos de harmonia e composição.
Lopes Graça foi professor exigente, interessado em que o aluno obtivesse as melhores notas, mas sobretudo que o aluno compreendesse a matéria, pela minúcia dos exemplos, por sugestões para melhorar a performance, a lembrar a minha dificuldade na gestão do tempo que restava para o estudo, após os compromissos diários do trabalho profissional que já exercia, sobretudo quanto ao piano que requer tempo de prática no instrumento, na harmonia a análise dos corais de Bach era exaustiva, a condução das vozes, nas progressões, tinha o detalhe das várias possibilidades quer se apresentavam, pois uma ou duas não era forma do Graça aceitar como definitivas.
São detalhes do ensino que o professor ministrava na Academia de Amadores de Música, aos seus alunos das diversas disciplinas que dirigia.
Foi membro dos júris que me avaliaram nos finais dos cursos de piano, e de composição; do ponto de vista do aluno, talvez um pouco avaro na atribuição das notas, mas à distância de algumas dezenas de anos, creio que foram justos, como não podia deixar de ser, não só pela honorabilidade como também pela sapiência dos membros que os compunham: professores: Fernando Cabral, Maria Vitória Quintas, Francine Benoit e Fernando Lopes Graça.
 
Escritor
Lopes Graça enriqueceu a bibliografia musical portuguesa contemporânea, com as dezenas de livros que escreveu ao longo da sua vida. 
Crítica, crónica, técnica musical, ensaio, biografia, memória, foram assuntos que tratou nos seus escritos...afeiçoado ao alto valor literário, da melhor cepa camiliana, de Fernando Lopes Graça João Freitas Branco, in "Páginas Escolhidas de Critica e Estética Musical".
'Viana da Mota - Subsídios para uma Biografia’, 'A Música Portuguesa e os seus Problemas', 'A Caça aos Coelhos e Outros Escritos Polémicos’, 'Um Artista Intervém-Cartas com Alguma Moral’, 'Pequena História da Música de Piano', são apenas alguns dos livros por si publicados. Valiosa bibliografia que, sobretudo pelas críticas a concertos, memórias e ensaios, nos dá uma panorâmica da atividade musical no país durante um período de mais de sessenta anos!
Não esqueçamos que Lopes Graça, logo após o termo do curso superior de piano, no Conservatório Nacional de Lisboa, (1931) concorreu a vaga existente, para professor naquela instituição pública, tendo sido aprovado com distinção, mas impossibilitado de concretização por razões políticas. Posteriormente (1954) aconteceu ter sido espoliado da licença para o ensino de música, não oficial, quando exercia esse mister na Academia de Amadores de Música. Vez mais por razões políticas. Muitos alunos foram prejudicados por essa ação, entre os quais o escriba destas linhas então no 4º ano de piano.
 
Músico
Graça inicia-se na música por acidente, como descreve de forma muito peculiar no seu livro Disto e Daquilo (Edições Cosmos-1973) na crónica "Recordações em Dó Maior"...começa aos onze anos a dedilhar no piano caseiro na procura de reproduzir as melodias que ouvia por onde andava, Margarida vai á Fonte, O sole Mio, e outras, tudo de ouvido! Mais tarde tem ajuda de professora amiga que lhe dá as primeiras noções da leitura musical.
Na casa materna, em Tomar, descreve, com humor, como foi absorvendo o conhecimento da grande (!) música. Cavalleria Rusticana, Palhaços, Viúva Alegre, Danúbio Azul - pela audição dos concertos dominicais que a Banda de Música do Regimento de Infantaria nº15, dirigida pelo tenente-maestro Rocha, promovia na Praça da República , hoje Praça de D. Manuel I. Outros organismos musicais existiam entre os quais as banda filarmónicas: Banda Republicana Marcial Nabantina e a Sociedade Filarmónica Gualdim Pais. Com muita graça, Lopes Graça diz: Sempre que as duas bandas se encontravam, tínhamos a música desafinada. Festa ou romaria abrilhantada por ambas elas desandavam em heróica e homérica refrega, da qual saíam os trombones amachucados, as flautas rachadas, os bombos estoirados, à força de serem utilizados como armas agressivas ou pararem os golpes do adversário. E é bem de ver que nem só os pobres dos instrumentos pagavam as custas das rivalidades entre as duas bandas, transformadas em dois autênticos bandos, com seus competentes partidários, que, em geral, são os mais assanhados nestas contendas clubistas. Aquilo era mesmo como as actuais e por vezes sangrentas lutas entre "benfiquistas" e "sportinguistas"...(!)
É vasta a obra composicional que o músico escreveu, grande parte está produzida em suportes fonográficos editados por empresas nacionais e internacionais, contudo um melómano, músico amador, imbuído de grande perseverança em proteger o património musical nacional, com a criação da Discoteca Básica Nacional, no âmbito da Direção-Geral das Artes - Secretaria de Estado da Cultura, onde foi alto quadro, Romeu Pinto da Silva, proporcionou a Lopes Graça a gravação de muitas das suas obras orquestrais e de câmara, nas últimas décadas do século XX, que de outro modo certamente hoje não teríamos o ensejo de escutar.
Na minha condição de músico e produtor musical tive oportunidade de ter colaborado em muitas dessas gravações: 6
- Sonata nº 6, Op.221 - Cinco Nocturnos, Op.105 – Quatro Improvisos, Op.146 - Dois Improvisos, Op. 228 - Ao Fio dos Anos e das Horas, Op.212 - Quarteto de Arcos Nº 2 - Canto de Amor e de Morte - Três Sonetos de Camões, Op.27 - Aquela Triste e Leda Madrugada, Op.112 - Seis Sonetos de Camões, Op.215 - Dez Novos Sonetos de Camões, Op.231- Oito Bagatelas - Trovas - 7 Canções Castelhano- Portuguesas de Rio de Onor - 6 Canções sobre Quadras Populares Portuguesas - Canções do 25 de Abril - 12 Canções Heróicas.
Um acontecimento me surpreendeu, em trabalho de gravação de obras para canto e piano, com Lopes Graça a meu lado na sala de controlo e, colaborador lírico recentemente chegado de Itália na sala onde se procedia a captação do som, com o pianista acompanhante. Depois de ter observado que tal intérprete não respeitava algumas das notas escritas na partitura, o compositor e cantor travaram-se de razões, altamente excitados, que só não chegaram a vias de facto por intervenção do produtor e a gravação chegou ao fim sem nunca ter visto a luz do dia.
Conheci o Graça temperamental! 
Foi uma vivência muito estimulante pela aprendizagem, pelo conhecimento, pela amizade que mantivemos até final dos seus dias, a 27 de Novembro de 1994. Paz à sua alma.
 
Jorge Costa Pinto
Parede, Janeiro de 2014
 

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From now on, a double page issue with events, news and articles about life in and arround Cascais.
 
Chek it out on pages 12 and 13 !
 

Assinatura do acordo de princípios para criação do Museu Militar de Artilharia de Costa | 2.ª Bataria da Parede

Tendo em vista a instalação de um Museu Militar de Artilharia de Costa e de um Parque Temático e jardim abertos ao público nos terrenos da 2.ª Bataria da Parede, a Câmara Municipal de Cascais e o Exército Português assinam, no próximo dia 28 de janeiro, às 10h30, um Acordo de Princípios para um Protocolo de Colaboração entre a Câmara Municipal de Cascais e o Exército Português para a instalação do Museu Militar de Artilharia de Costa.

A assinatura decorre na Sala de Honra da 2.ª Bateria da Parede (subterrâneo).

Desativada há alguns anos, esta Bateria - património edificado e exemplar único no país - foi o segundo reduto da defesa da costa marítima portuguesa, reforçando o poder de fogo da primeira e segunda Batarias localizadas, respetivamente, em Alcabideche e Lage (Oeiras).

Cobrindo uma área desde Cascais até Oeiras, a Bataria da Parede estava equipada com três peças Vickers de 152mm de médio alcance, mais especificamente Vickers Armstrong, modelo XIX, canhão para artilharia de costa calibre 152,4mm. 

 
Data do evento: 28 de janeiro
 Hora limite de chegada: 10h30
Acesso: Portão localizado na confluência da Estrada Militar com a  Rua Paulo Falcão, junto ao Centro de Saúde da Parede
Coordenadas GPS: GPS: 38 º 41’ 49’’ N | 9º 21’ 26’’ W
(Latitude 38.697146 e Longitude - 9.357315)
 

 

Aleida Monteiro Veríssimo

Ao longo dos anos o pai tentou convencê-la a deixar Cabo Verde porque entendia que por cá teria outras oportunidades, mas Aleida resistiu sempre porque não queria deixar a avó que cuidou dela desde o dia em que a mãe lhe apareceu à porta a dizer que não podia ficar com a filha.

Na altura tinha apenas dois anos e, por isso, não se lembra desta passagem da sua vida, mas como qualquer criança na sua situação, mais cedo ou mais tarde, iria começar a questionar os adultos que lhe estão mais próximos. No caso de Aleida foi a avó paterna que se viu confrontada com as suas perguntas. Aleida Monteiro Veríssimo nasceu a 30 de março de 1982. Nesse ano, nasceram mais duas irmãs, fruto de outros relacionamentos do pai. A diferença de idade entre ela e as irmãs é de apenas três meses; uma mais nova e outra mais velha. Ambas acabariam, na altura, por ter o mesmo destino de Aleida: também foram viver para casa da avó paterna.

O pai já vivia em Portugal, mas nunca perdeu o contacto com a família. Escrevia, telefonava e enviava dinheiro para ajudar no sustento das filhas, mas foi a avó que esteve sempre na hora certa na vida das netas. Em versão de avó, foi mãe e pai ao mesmo tempo. Tal como nos contou, considera a avó a pessoa mais importante da sua vida: “A minha mãe deu-me à luz e a minha avó deu-me a vida. Cuidou de mim. Nunca me faltou nada”, afirma sem hesitações. A situação das irmãs mudou quando as mães as foram buscar alguns anos mais tarde. Sem a companhia das irmãs, Aleida não entendia porque é que era a única que continuava em casa da avó.
Até que a avó decidiu que tinha chegado a hora de ficar a saber o que se tinha passado. E, aos 10 anos, Aleida foi confrontada com uma realidade que a deixou sem palavras até hoje. “Perguntava muitas vezes à minha avó porque é que não vivia com a minha mãe. Nunca tive coragem de abordar a situação com ela”. Apesar do começo de vida atribulado, afirma: “A minha infância foi fantástica. Adorava brincar à chuva! Em Cabo Verde a chuva é quente. Gostava de jogar à bola e quando não tinha “uma bola a sério”, fazia uma com restos de tecidos. “Cresci uma “maria-rapaz”, estava quase sempre no meio de rapazes”. Nasceu e cresceu em Lagedos, no interior de Santo Antão onde viveu até aos 18 anos. A casa da avó era de betão armado, mas recorda que na aldeia havia muitas casas com cobertura de palha que hoje já não existem. Quando fez 15 anos foi estudar para a cidade de Porto Novo. Dois autocarros da Câmara iam buscar os jovens da aldeia que frequentavam o ensino secundário. Fora do programa escolar chegou a integrar um grupo de teatro.

Quando veio para Portugal já tinha completado o 11º ano. “O meu sonho nunca foi ir viver para outro país porque era muito apegada à minha avó. A primeira vez que o meu pai me falou em ir para Portugal tinha oito anos”. O pai volta a insistir com ela aos 15 anos e depois aos 18. Como a avó já estava a viver em casa de uma das filhas, incentivou-a a aceitar o convite do pai. “Nós lá temos uma ilusão sobre como é viver no estrangeiro. Achamos que é tudo bom. Não pensamos que no estrangeiro também existem dificuldades. Mas é claro que aqui se vive melhor. Em Cabo Verde é mais complicado arranjar trabalho”. Já passaram 13 anos desde que veio para Portugal com o propósito de acabar os estudos e voltar para Cabo Verde. Mas o curso de Secretariado de Direção em que o pai a inscreveu em Portugal não correspondeu às suas expetativas. Porque não queria continuar a sobrecarregar financeiramente o pai, arranjou trabalho. E acabou por ficar por cá. O que Aleida gostava mesmo era de ser Educadora de Infância, mas não obteve equivalência para entrar nesse curso.

Apesar das dificuldades, não está arrependida de ter mudado o seu projeto de vida. “Aqui, sempre dá para ganhar mais alguma coisa e pensar nos que estão lá ficaram. Sinto-me um pouco como a mãe dos meus irmãos. O que é o que tenho feito desde que vim para cá? – Tenho ajudado os meus nove irmãos, que em número contabilizam quase uma equipa de futebol”.  Só consegue ir a Cabo Verde de dois em dois anos porque a viagem é muito dispendiosa e este relato é feito precisamente dias antes de voltar a “casa” por um período de um mês. A avó tem perto de 90 anos, e atualmente vive com uma filha. “Cada vez que vou a Cabo Verde, aproveito bem todos os momentos com ela porque penso sempre que poderá ser a última vez que a vou ver”. Aleida trabalha há oito anos para a empresa que fornece os almoços no refeitório da autarquia. É a alma daquele espaço. As refeições são sempre servidas com doses de verdadeira simpatia e boa-disposição. É assim que encara todos os dias, sempre a sorrir para a vida. Sente-se feliz, ao lado do marido. Um dos seus maiores desejos é ser mãe, e em breve espera concretizar esse sonho.


C - Boletim Municipal | 25 de julho de 2013


 

Agenda do Executivo Câmara Municipal de Cascais de 24 de janeiro a 2 de fevereiro

No período compreendido entre os dias 24 de janeiro a 2 de fevereiro de 2014, o Presidente e Vereadores da Câmara Municipal de Cascais estarão presentes nos seguintes atos:

Domingo, 26 de janeiro 

13h00 – Comemorações dos 90 anos da Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Murtalense, com a presença do presidente da Câmara, Carlos Carreiras, e do vereador Frederico Pinho de Almeida | Murtal. 
 
Segunda-feira, 27 de janeiro 
09h30 – Reunião de Câmara. 
17h00 – Projeto Âncoras: apresentação de resultados, com a presença do vereador Frederico Pinho de Almeida | Biblioteca Municipal de São Domingos de Rana. 
 
Terça-feira, 28 de janeiro 
10h45 – Assinatura do Acordo de Princípios para o estabelecimento do protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal de Cascais e o Estado-Maior do Exército, com a presença do Ministro da Defesa Nacional, José Pedro Aguiar Branco, o Chefe de Estado-Maior do Exército, Artur Neves Pina Monteiro, do presidente da Câmara, Carlos Carreiras, e do vice-presidente, Miguel Pinto Luz. | Sala de Honra da Bateria da Parede.  
 
Quarta-feira, 29 de janeiro 
12h00 – Conferência de Imprensa de apresentação do Est Art Fair, com a  presença do presidente da Câmara, Carlos Carreiras | Hotel Ritz, Lisboa.
 
19h30 – Lançamento do Livro: “PPP e o Custo de um Estado Fraco”, de Sérgio Azevedo, com a presença do presidente da Câmara, Carlos Carreiras, e do vice-presidente, Miguel Pinto Luz | Salão Nobre da Associação Empresarial de Lisboa. 
 
Quinta-feira, 30 de janeiro 
16h30 – Descerramento da placa toponímica “Rua Padre Miguel Barros”, pelo presidente da Câmara, Carlos Carreiras | Bairro Mira Golfe, confluência da Travessa S. Domingos Sávio e Ruas S. Francisco de Sales, Santa Maria Mazarello e Palmeiras. 
 
Sexta-feira, 31 de janeiro 
15h00 – Sessão de abertura da conferência de apresentação do filme “Comparando Gerações, da Associação para o Planeamento da Família, pelo vereador Frederico Pinho de Almeida | Centro Cultural de Cascais. 
 
Sábado, 1 de fevereiro 
10h00 – Reunião de reflexão estratégica do BIS – Banco de Inovação Social da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com a presença do presidente da Câmara, Carlos Carreiras, e do vereador Frederico Pinho de Almeida |Casa de Santa Maria.  
 
Domingo, 2 de fevereir
13h00 – Almoço comemorativo do 101º Aniversário do Grupo Musical e Desportivo 31 de Janeiro Manique de Baixo, com a presença do vereador Frederico Pinho de Almeida| Manique.  
 

Ana Paula Rodrigues

Ana Paula Rodrigues nasceu no Monte Estoril, em 1957. Aos 15 anos já tinha conseguido conquistar alguma independência.Vivia a sua primeira experiência profissional como técnica de caixa no supermercado do Centro de Cultura e Desporto do Pessoal do Município de Cascais (CCD), e deslocava-se para o trabalho e para a escola na mota que os pais lhe ofereceram.

Tudo corria sobre rodas até ao dia em que, enquanto praticava educação física no exterior da escola, resolve saltar por cima de um separador num parque de estacionamento e fica com a perna esquerda presa numa corrente que lhe provoca um hematoma. No período que decorreu entre os 15 e os 18 anos, foi examinada por diversos clínicos, mas estes nada adiantavam. Ana Paula continuou sempre a trabalhar e a fazer planos para o futuro. Não estava disposta a permanecer para sempre “atrás de uma caixa registadora”. Em 1974, ainda antes do diagnóstico médico, começa a trabalhar na autarquia, na secretaria da Secção de Transportes das Oficinas. A vontade de aprender era muita, e aos poucos, foram-lhe delegadas tarefas que exigiam maior responsabilidade. Sentia-se crescer profissionalmente.
Entretanto, chega o diagnóstico do hospital: Ana Paula Rodrigues teria que sujeitar-se à amputação da perna. Todos achavam que o seu futuro e qualidade de vida estavam seriamente comprometidos, mas, três meses depois da intervenção, Ana Paula já estava de volta ao trabalho. Consegue, entretanto, colocação no Serviço de Higiene e Limpeza/Cemitérios, com vínculo ao quadro de pessoal da autarquia. É a partir daqui que inicia a caminhada até ao topo da carreira administrativa.

Até atingir o patamar cimeiro da mesma passaram-se vários anos. Ana Paula faz mesmo questão de dizer: “Perdi a conta às provas que prestei para progredir profissionalmente. Hoje, a maior parte das avaliações é realizada com base na análise curricular dos candidatos. No meu tempo as provas abrangiam legislação relacionada com as autarquias locais”. Passou de Escriturária-Datilógrafa a Oficial Administrativo, e prosseguiu na conquista dos vários graus da categoria. Ainda foi duas vezes nomeada Chefe de Secção em regime de substituição, mas em 2005, fica aprovada no concurso para Chefe de Secção. É, atualmente, Coordenadora Técnica, nos Espaços Verdes da Autarquia. No total, já soma 39 anos ao serviço da autarquia, mas diz-se ainda disposta a aprender e a aceitar novos desafios.

Mesmo na vida pessoal nunca deixou de fazer o que mais gosta. Depois da cirurgia continuou a frequentar a praia da Crismina. Há muitos anos, “tremeu de indignação” quando uma senhora lhe disse que uma pessoa na sua situação não deveria frequentar a praia. Felizmente, hoje, as pessoas têm outra atitude perante situações como a sua. Estão mais informadas e sensibilizadas. Se naquela ocasião existia algum problema, era certamente, na mentalidade daquela senhora. Ana Paula continua a ir à praia, e até aprendeu a nadar já depois da operação. Fazer campismo, viajar de carro, em Portugal e no estrangeiro, deixam-na feliz.

Fez muitas amizades na autarquia que ainda hoje perduram. Sentiu sempre grande apoio por parte dos colegas. Alguns já estão reformados, mas ainda a visitam. Contra todas as opiniões, que achavam que seria impensável para uma pessoa na sua situação pensar em engravidar, Ana Paula é hoje mãe de um rapaz e duas raparigas. A filha mais nova nasceu há 17 anos, quando os outros filhos já eram maiores de idade. Na altura, chegou a receber telefonemas de colegas e amigos, preocupados porque achavam que aos 39 anos, seria arriscado assumir uma terceira gravidez. “Nunca perder a esperança”, é o seu lema. Esta atitude perante a vida é uma espécie de desafio que impõe todos os dias a si mesma.


C - Boletim Municipal | 24 de outubro de 2013
 

Paulo Jorge

Paulo Jorge nasceu em 1969, em Lisboa, e com três anos foi viver para a Azóia. Na apreciação que faz dos tempos em que ainda era uma criança conta que era um pouco irrequieto, e que na escola não se portava muito bem.

Município de Cascais apoia estudo sobre a presença efetiva de golfinhos no estuário do Tejo

Recolher informação científica sobre a presença de golfinhos no estuário do Tejo, definindo se é ou não um habitat característico desta espécie, é o principal objetivo de um estudo da Associação para as Ciências do Mar / Escola de Mar, ao qual a Câmara Municipal de Cascais se associa. A iniciativa conta com o apoio do Centro de Oceanografia (FCUL) / Centro de História de Além-Mar (FCSH-UNL) e da autarquia de Almada.

Intitulado “Conservação e golfinhos no estuário do Tejo: realidade, imaginário ou mito?”, o projeto baseia-se nos recentes avistamentos de golfinhos na região, que têm motivado a ideia de que estes cetáceos estão a regressar ao Tejo. No entanto, não existem dados históricos ou científicos que permitam definir se os golfinhos estão a retomar hábitos de ocupação de uma antiga área de residência ou se são apenas visitantes ocasionais de uma região onde, atualmente, há maior disponibilidade de presas e melhor qualidade ambiental.
 
Centrando a análise entre o Cabo da Roca e o Cabo Espichel, com particular foco no estuário do Tejo, este projeto vem analisar de forma integrada, multidisciplinar e num contexto espácio-temporal alargado, a dinâmica entre os golfinhos e o estuário, estabelecendo também a sua relação com outros cetáceos observados na região. Permitirá ainda estudar a evolução da qualidade do ecossistema do estuário do Tejo, definir a distribuição das espécies mais abundantes e identificar a importância de áreas do estuário em função das características do ambiente.


O estudo inclui uma pesquisa aprofundada de várias fontes históricas que permitirão estabelecer uma cronologia dos avistamentos de golfinhos no estuário do Tejo. Numa segunda fase, serão realizadas campanhas de investigação na área abrangida pelo projeto.


De forma a chamar a atenção da população para a importância de proteger o meio marinho, o projeto inclui uma vertente de sensibilização ambiental. Esta terá lugar nas escolas dos concelhos envolvidos e através de workshops abertos à participação pública. Os resultados finais do estudo serão apresentados em dezembro de 2015.

Maior concentração de viaturas smart a nível mundial realiza-se em Cascais de 17 a 19 de julho

A edição de 2014 do smart times, a maior concentração de viaturas smart a nível mundial, irá realizar-se em Cascais neste verão, de 17 a 19 de julho. Sob o mote – See you under the sun- serão três dias de animação em que os fãs da smart irão percorrer e descobrir a vila de Cascais e seus arredores. aneiro, às 15h30, no salão nobre da Câmara Municipal de Cascais a conferência de imprensa sobre a apresentação Smart Times 2014 - Cascais.

 

Vencendo as candidaturas do Reino Unido e da Áustria, Cascais será o palco deste evento mundial que promete inundar de cor as ruas da vila a celebrar agora 650 anos. Entre 17 e 19 de julho cerca de 2.500 viaturas smart do amarelo berrante ao vermelho exuberante vão contribuir para um colorido diferente da vila de reis e pescadores. 
 
“O smart times é claramente um dos eventos que se encaixa no nosso perfil territorial: uma marca de prestígio, um conceito inovador, um consumidor exigente… tudo somado a um destino de eleição, Cascais”, salienta Carlos Carreiras. Para o presidente da autarquia, “o evento é uma excelente oportunidade de associação de duas marcas de prestígio (Cascais e smart). Mas é mais do que isso. Depois de ter vencido candidaturas de grandes cidades, e no ano em que celebra 650 anos, Cascais prepara-se para dar as boas vindas a uma marca com presença global e que promete um elevado retorno para a região.  A Câmara Municipal de Cascais tem uma estratégia de captação de grandes eventos internacionais que sejam capazes de promover o nosso destino em mercados turísticos e, sobretudo, que funcionem, no curto prazo, como alavancas de prosperidade e de mais postos de trabalho localmente. A nossa estratégia tem sido bem-sucedida e a prova são os números que mostram que nos últimos três anos, Cascais bateu sucessivamente o recorde de turistas”, acrescenta Carlos Carreias, rematando que, no que respeita ao smart times Cascais, é esperado um impacto económico entre 10 a 15 milhões de euros”. 
 
Num ano de extrema importância para a smart com a chegada dos novos modelos anunciada para breve, este evento vem acentuar o entusiasmo dos fãs e simpatizantes da marca que já vendeu mais de 1,7 milhões de exemplares, 50.000 dos quais circulam em Portugal, fazendo do país o n.º 2 em quota de mercado para este segmento. Anette Winkler, responsável da smart a nível mundial, confirma a boa escolha da “comunidade smartista” que votou o destino Cascais no último encontro, em Lucerna, Suíça: “não podíamos ter encontrado melhor local para realizar o evento. A decisão não foi minha, mas, se fosse, seria igual, mesmo perante uma concorrência tão forte”. Incapaz de evitar a comparação entre Cascais e o smart, a responsável do carro alemão foi perentória: “não há Vila igual a Cascais, assim como não há carro igual no mundo”. 
 
E se pela dimensão do continente a China acolhe anualmente quatro eventos smart times, a Europa terá apenas um este ano, em Cascais, onde durante três dias, a zona central da vila vai estar reservada a viaturas smart entre as rotundas do Jardim Visconde da Luz e do Centro Cultural de Cascais. 
 
Marcada por um ambiente de festa, com test-drive, tunning, concertos, concursos diversos, um torneio de voleibol e a presença de stands da marca e dos países candidatos à organização do evento em 2015, a Baía de Cascais vai constituir o núcleo principal do evento, cujo ponto alto será a smart parade entre o Autódromo do Estoril e Cascais. Nesta, como confirmou Bernardo Villa, diretor da smart Portugal, “são esperadas 1600 viaturas smart. Queremos, inclusive, entrar para o World Book of Guiness como a maior parada de viaturas smart realizada em todo o mundo”.
 
Factos
1 smart por cada 100 habitantes em Lisboa
1,7 milhões de smart vendidos em todo o mundo
50.000 viaturas smart a circular em Portugal
10 a 15 milhões de euros de impacto económico esperado
 
Atividades previstas
 - smart “parade” – a monumental caravana de smart que começa no Autódromo do Estoril e fará  um percurso pelas principais vias do concelho. O objetivo é construir a maior caravana de smart do mundo e inscrever a marca no World Guiness of Records;
- Participar na eleição do próximo país organizador do evento “smart times 15”;
- Votar nos melhores carros nas diversas categorias a concurso: melhor sistema de som, melhor transformação, mais “cool” etc..;
- Churrascos na praia, festas, concertos, experiências e muita animação farão parte do programa delineado pela smart e pela Camara Municipal de Cascais
 

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