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Breakfast without taboos: A Semana de 4 Dias

Desafios e oportunidades para os trabalhadores municipais.

Produtividade, cuidado pessoal e tempo familiar, são três exemplos de oportunidades que os trabalhadores da Câmara Municipal de Cascais, presentes na quinta sessão do Breakfast Without Taboos, apresentaram para defender as vantagens da semana de quatro dias de trabalho. A quinta edição do evento decorreu esta manhã, no Centro Cultural de Cascais, contando com a presença de Pedro Gomes, professor universitário de economia em Londres e coordenador do Projeto Piloto da semana de quatro dias de trabalho.

Os primeiros resultados do teste da semana de trabalho de quatro dias em Portugal têm vindo a ser divulgados, e parecem promissores. De acordo com o relatório inicial, 95% das empresas que participaram no projeto piloto expressaram uma visão positiva em relação à experiência. Esta receção favorável sugere que a redução da semana de trabalho tem vindo a mostrar-se eficaz não apenas em aliviar a exaustão dos trabalhadores, mas também em melhorar a harmonia entre as suas vidas pessoais e profissionais.

“Na minha opinião, a semana de quatro dias vai melhorar a economia e trará uma melhor forma de organizar a sociedade”, referiu Pedro Gomes. O coordenador do projeto acrescentou ainda que “Nas experiências realizadas no projeto piloto, os aumentos de produtividade conseguiram manter o serviço eficaz nos quatro dias semanais, porque são os próprios trabalhadores que sabem onde é possível poupar tempo, logo, se houver organização, é possível manter o trabalho eficaz, sem dar à empresa custos adicionais de contratação, em quase todos os casos.” Desta forma, Pedro Gomes, defende que o sucesso do projeto depende da experimentação desta medida, definindo métricas que mais tarde se traduzem em números. Só assim o especialista admite poder avaliar-se o caso, mas não vira as costas à possibilidade de certas empresas sentirem necessidade de regredir esta medida.

O presidente da Câmara Municipal de Cascais esteve presente na sessão, juntamente com o diretor municipal, e referiu que esta é uma medida que não funciona em todos os setores, e mesmo dentro do universo de funcionários públicos, nem todos ainda conquistaram a carga horária de trinta e cinco horas, logo, uma redução de um dia da semana de trabalho dificilmente conseguiria atingir todos os funcionários do mercado português, residente numa lógica de baixos rendimentos, sendo estes de empresas privadas ou públicas. Acrescentou que “É uma questão de organização de trabalho, mas há muitas outras matérias em que nos precisamos de reorganizar, nomeadamente com as questões de valorização do trabalho feminino, da conciliação do trabalho com a família, onde já temos vindo a fazer muitas melhorias”, complementando a informação com o exemplo da autarquia de Mafra, onde foi implementada a medida, mas fracassou e teve necessidade de ser revertida.
O autarca referiu ainda que esta medida pode dar asas à retenção de talentos, retirando tempo dedicado à elaboração de novos projetos e evolução nas carreiras.

No encerramento da sessão houve espaço para dúvidas e comentários entre os colaboradores municipais e a mesa de debate, onde se realçaram vantagens e controvérsias da aplicação deste projeto abordando questões como o aumento de anos de trabalho até à reforma e a degradação gradual da saúde mental, entre outras problemáticas.

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Cascais Digital

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