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Ana Vidigal

Como é que é possível fotografar animais como se estivessem a ler? Para criar esse efeito, Ana Vidigal passou muitas horas a observá-los até acertar na pose ideal que lhe permitisse divulgar, através da sua objetiva, a mensagem da importância da promoção e incentivo à leitura no desenvolvimento das crianças.

O seu gosto pela fotografia aliado à atividade de promoção da leitura que foi aperfeiçoando ao longo da sua carreira profissional levaram-me a criar a exposição “No tempo em que… os animais vão gostar de ler”. A mostra continua a percorrer o país há três anos e já foi vista por centenas de crianças. A opinião dos educadores tem sido muito positiva. Dizem-lhe que o seu projeto tem um grande potencial pedagógico e que com base no mesmo conseguem desenvolver muitas outras atividades com os alunos. No mês de abril estará patente no CADIN - Centro de Apoio ao Desenvolvimento Infantil, mas já passou pelo Instituto Piaget, Quinta Pedagógica dos Olivais, Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, Biblioteca da Escola Rómulo de Carvalho, em S. Domingos de Rana, bem como por diversas outras escolas.

Há 27 anos na autarquia, Ana Vidigal esteve sempre ligada ao Departamento de Cultura, a trabalhar nos museus e depois nas bibliotecas. Na Biblioteca Infantil e Juvenil do Parque Marechal Carmona, onde trabalhou mais de onze anos, descobriu-se uma contadora de histórias, uma atividade que já a levou a contar histórias a milhares de crianças e que ama com tanta intensidade como a fotografia, a cerâmica e a joalharia. O batom às vezes fica em casa, mas a máquina fotográfica, essa, há muito que ganhou um lugar especial na sua bolsa.

A sua atividade de contadora de histórias começou há uns anos quando ainda trabalhava na Biblioteca infantil. Uma professora pediu-lhes para contarem às crianças uma história sobre pavões. Isto porque os seus alunos referiam-se sempre àquele espaço como o Parque dos Pavões. E quem conhece o parque sabe bem que existe uma grande probabilidade das crianças que se dirigem à biblioteca encontrarem pavões a dar a boas-vindas aos visitantes.

No acervo da biblioteca, descobriram uma história sobre um pavão e começaram a contá-la como se o protagonista da fábula fosse um dos inquilinos que vivia no Parque. Como qualquer outro pavão, o do Parque Marechal Carmona também tinha muito orgulho nas suas cores e gostava de exibir a sua beleza aos visitantes. Mas um dia resolve ir tomar banho ao lago que tinha sido limpo com lixivia e perdeu as suas cores. As crianças pintam- no e ele volta a ser feliz.

Ana relembra que as suas primeiras experiências como contadora de histórias foram muito emocionantes: “Cheguei a “arrepiar- me” quando à minha frente tinha 20 crianças com idades entre os quatro e os cincos anos e as via ficar em silêncio como se estivessem hipnotizadas a ouvir a história”. Foram mais de onze mil crianças que ao longo dos anos escutaram a História do Pavão do Parque. No Posto de Saúde de S. Domingos de Rana chegou a contar histórias a 150 crianças. “Em cada sessão começo sempre por apresentar o livro. De seguida, guardo o livro e começa a história”.

Ana Vidigal está registada como cascalense, nascida a 7 de junho em Carcavelos há 55 anos. O pai, o Eng.º Vidigal, recentemente falecido, que também trabalhou na autarquia, foi sempre uma pessoa com uma mentalidade muito aberta e entendeu que com cinco anos a filha devia de frequentar o Jardim-de-infância Funcionária há 27 anos abraçou o desafio de colaborar com o Palácio da Cidadela do St. George School, onde podia aprender inglês. Era ainda muito jovem quando pai começou a ensinar- lhe as bases da fotografia, arte que também o apaixonava. “Deixem-me sozinha com uma máquina e sou feliz“, confessa Ana Vidigal. Devia ter seis anos quando começou a frequentar os ateliês do Museu Condes de Castro Guimarães. Na adolescência, o gosto pelas artes plásticas, levam-na a converter uma das cozinhas da casa num ateliê e passava horas a criar peças em barro que chegou a trocar com um vendedor inglês que tinha uma banca na Rua Direita.

É licenciada em História, mas também fez o curso de cerâmica do IADE e o de Joalharia, outras duas paixões que preenchem a sua vida. Quando veio ao nosso encontro trazia uma pulseira em prata criada por ela a partir de uma terrina à qual a mãe nunca achou muita graça. Atualmente exerce funções no Palácio da Cidadela. Este é mais um desafio que abraçou há um ano e que entende como uma forma de contar uma história real que entre as paredes do Palácio desperta a imaginação dos visitantes.

C - Boletim Municipal | 20 de março de 2014

Cascais Digital

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