CONTACTOS
Fale connosco
800 203 186
Em rede

mais pessoas

Alexandre Rippol
Alexandre Rippol “Há um fator mágico que nos impele ...
Margarida Bessa
Margarida Bessa “Uma boa ação por dia nem sabe o ...
José Roncon
José Roncon “Ser voluntário é aquilo que nós ...

Está aqui

Salvato Telles de Menezes

Artigo de Opinião: Salvato Telles de Menezes |Presidente da Fundação D. Luís I

"A delicada mão regressou ao pote, acariciou os papelinhos dobrados e retirou um: Café Itália. Quem desce para os Paços do Concelho, preferentemente depois de ver a bela exposição terEstado, de João Jacinto e Miguel Navas, no Centro Cultural de Cascais, e espreitar as obras de Josefa de Óbidos que sacramente ornamentam as paredes da Igreja Matriz, encontra, a meio caminho, um portão de ferro de um antigo hotel de charme, agora transformado, para satisfação dos frequentadores, em restaurante (italiano) com o pseudónimo de Café.

O simpático casal que gere os destinos da casa (Lucia Ronca, italiana do Norte, e Daniel Ferreira, português de gema) – conheceu-se nos tempos do hotel em 1975 – época de altas temperaturas em diversas áreas de actividade – e acabaram por abrir o estabelecimento que hoje conhecemos, mantendo, curiosamente, na casa de banho, uma banheira, reminiscência dessa anterior vivência. Creio que será o único restaurante no mundo que oferece aos clientes a possibilidade de um banho de imersão: de preferência antes do repasto.

Outra curiosidade do Café Itália é uma parede onde estão penduradas duas fotografias: uma da Signora (L. Ronca) com o Papa João XXI, na altura cardeal de Veneza, e outra, capturada fortuitamente numa rua de Roma, com Il Cavaliere.   

Mas a melhor de curiosidade é a cozinha: gerida, com mão sábia e, creio, benevolamente disciplinadora pela Signora, produz pratos muito bem trabalhados e conseguidos, mostrando sempre um equilíbrio de sabores que não é muito comum em casas similares. A minha sugestão é que a carta seja dispensada, não porque lhe faltem informações pertinentes mas porque se adequa sobretudo a satisfazer os (muitos) clientes estrangeiros, e se solicite a judiciosa opinião do Sr. Daniel. É o que faço: o resultado tem sido uma persistente satisfação para as minhas papilas gustativas.

Cesare Pavese escreveu que laborare stanca, mas para Lucia e Daniel isso não é problema, sabem que só trabalhando, como manda a ética nortista, se tem êxito".

"C" 71 (1) - julho de 2016

Cascais Digital

my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0my_146x65loja_146x65_0geo_146x65_0fix_146x65360_146x65_0