André Miguel, gestor das Hortas Comunitárias de Cascais, descreve o processo: "acontece nos mesmos moldes das hortas comunitárias. Neste caso, atribuímos 6 lotes a pessoas que se inscreveram, e são os próprios hortelãos que vão gerir, cada um, 25 cepas com as castas específicas da vinha de Carcavelos. São os próprios viticultores que vão produzir a uva, que será depois vinificada, produzindo vinho no final. Cada quilo de uva é equivalente a uma garrafa de vinho. Diria que, aqui, cada cepa poderia facilmente atingir os dois ou três quilos. Estamos a falar de 50 a 80 garrafas de vinho corrente." A produção do vinho ficará a cargo de um parceiro que se encarregará da vinificação.

Neste momento, existem 317 hortas comunitárias em Cascais, às quais acrescem 46 parcelas de hortas associativas, com gestão descentralizada com a população e um pomar comunitário com cinco lotes. Junta-se, agora, esta vinha comunitária.

O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, aplaudiu o sucesso desta iniciativa: "estamos agora a verificar que, nas hortas comunitárias, temos acima de 350 talhões e estão em lista de espera 1400 cidadãos. Agora, na primeira vinha comunitária, já temos 150 cidadãos em lista de espera. É prova de que a comunidade aderiu a este conceito." Defendeu ainda que "O vinho de Carcavelos é um património histórico. Tivemos recentemente um encontro entre confrarias viticultoras, à volta de um movimento cultural. Temos de respeitar a nossa identidade, as nossas tradições e costumes. É o que une todas as comunidades."

Carlos Carreiras aproveitou a ocasião para fazer um anúncio: "graças a esta grande procura, tenho a ambição de alargar as vinhas comunitárias a mais espaços. Temos o objetivo de comprar o convento de Santa Maria do Mar, de uma congregação religiosa com sede em Espanha, mas que se encontra inutilizado. Tem uma área de vinha, que podemos utilizar em termos vinícolas e também culturais."

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Com a assinatura da escritura de compra e venda ao Fundo de Pensões do BPI pelo valor simbólico de 100.000 euros, a Câmara Municipal de Cascais dá início a uma vida nova ao emblemático edifício de 1951.  A cerimónia realizou-se  no dia 14 de novembro no Teatro Mirita Casimiro, espaço de cultura que juntamente com o Conservatório de Música de Cascais, a Escola de Dança, o Museu da Música Portuguesa - Casa Verdades de Faria, o auditório do Casino Estoril e agora com o Edifício Cruzeiro – Academia das Artes irão constituir o Quarteirão das Artes do Estoril. Será feita a apresentação pública do projecto de total requalificação do imóvel,  da responsabilidade do arquiteto Miguel Arruda. Este projecto vai manter apenas a fachada do edifício e implica a total demolição e posterior construção do seu interior.

A AAE vai ainda receber todo o vasto e rico espólio do TEC (Teatro Experimental de Cascais). Aliás, a formação de actores fica a cargo da Escola de Teatro do TEC, que vai trabalhar em estreita colaboração com a autarquia.

História do Edifício Cruzeiro

Foi o primeiro centro comercial do país, inaugurado em 1951, no Monte Estoril, muito antes de surgir a primeira vaga de shoppings liderada pelo Apolo 70, que só viria a abrir portas em 1971. Projectado pelo Arq. Filipe Nobre de Figueiredo (1913-1989), a sua implantação urbanística, a semântica do seu desenho e o estatuto comercial (a que intencionalmente foi destinado), fizeram do Cruzeiro uma das referências arquitetónicas do concelho de Cascais.

O centro comercial Cruzeiro era então um fervilhante ponto de encontro de uma classe social privilegiada e cosmopolita que incluía muitos estrangeiros endinheirados que, em Portugal, tinham encontrado um refúgio seguro durante a II Guerra Mundial.

Devoluto há anos, o edifício Cruzeiro esteve para ser demolido. Chegou a ter um projeto habitacional previsto pelo banco BPI, proprietário do imóvel. Mas o moribundo e degradado Cruzeiro resistiu sempre e, finalmente, vai agora ter um outro fim, muito mais nobre.

Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, não deixou de marcar presença - ele que se sentia particularmente emotivo, por ter sido escuteiro do Agrupamento 113 enquanto jovem: "Fui aqui Lobito, depois até Caminheiro, com seis anos. Estar aqui a comemorar este aniversário, nestas funções, é um turbilhão de emoções. Sinto-me muito honrado e privilegiado por ter passado por aqui como escuteiro." O presidente agradeceu fortemente a "todos os dirigentes que têm dado de si aos outros, seja no escutismo católico, seja noutros que não professem nenhum tipo de religião."

Carlos Carreiras confessou também que leva "o espírito deste agrupamento no exercício das funções de presidente de Câmara. Há 50 anos, a freguesia, o concelho e o país, eram muito diferentes. Nos escuteiros, tive uma verdadeira escola de cidadania. Absorvi valores de salvaguarda e preservação ambiental que, na época, não eram nada comuns. Também valores de função social, de apoio aos mais necessitados, aos mais excluídos. E até de tolerância. Foi uma escola de vida, que se perpetua até aos dias de hoje."

Cascais é o concelho português com o maior contingente de agrupamentos do Corpo Nacional de Escutas, de companhias de guias e de grupos da Associação dos Escoteiros de Portugal. O agrupamento 113 do CNE de São Domingos de Rana conta com 140 elementos efetivos e divide-se por quatro secções: os Lobitos, dos 6 aos 10 anos, fazem jogos e atividades que lhes permitam descobrir o escutismo; os Exploradores, dos 10 aos 14, procuram a aventura, com jogos e competição; os Pioneiros, dos 14 aos 18, ganham a capacidade de fazer projetos e empreendimentos, além de atividades de raiz mais radical; os Caminheiros, dos 18 aos 22, têm a componente de animação da fé e de serviço.

Ângelo Sousa, chefe do agrupamento 113, explica que "o objetivo dos escuteiros é dar ferramentas para a vida. Aqui, os jovens podem aprender, fazer, errar e voltar a fazer. Isso acontece em todas as etapas, em todas as secções. Claro que não falta a aprendizagem da técnica escutista, como fazer nós e raids, mas também a aprendizagem de valores como o compromisso e a responsabilidade."

Cláudia Mocito, professora-coordenadora da EB1 e JI Abóboda 2, foi a proponente desta requalificação: "A proposta consistiu, no início, apenas no arranjo de uma sala de aula. Depois, verificou-se que poderia juntar-se o resto do edifício. O Orçamento Participativo foi um processo rápido."

A nova sala veio resolver problemas como um elevado grau de insalubridade: "Em vez de uma sala de aula, usávamos um contentor. Cheirava mal, o quadro interativo estava constantemente avariado, chovia copiosamente... não havia condições para as crianças estarem lá dentro. A sala chegou mesmo a ter formigas. As invasões eram constantes e não as dominávamos."

Frederico Pinho de Almeida, Vereador da Educação da Câmara Municipal de Cascais, deu os parabéns a todos os envolvidos: "Na área da Educação, a comunidade, como os pais e os professores, tem-se mobilizado no melhor dos sentidos no próprio Orçamento Participativo - o que, aliás, é o objetivo. A professora, a agrupamento de escolas Frei Gonçalo de Azevedo, a coordenação e direção da escola e os encarregados de educação, estão de parabéns por se terem mobilizado, elaborando e votando o projeto ao espaço ser, agora, inaugurado."

O vereador lembrou o forte investimento que a Câmara tem feito na Educação, em particular em São Domingos de Rana: "Investimos 2,3 milhões de euros desde janeiro deste ano, não só na inaguração, mas também em obras nas várias escolas da freguesia. Queremos que todas tenham as mesmas condições, de forma a que os alunos tenham igualdade de condições, independentemente do local onde vivem. Temos feito um investimento fortíssimo, seja nas competências da Câmara Municipal de Cascais, seja nas do Estado Central, que se tem demitido das obrigações. Queremos tornar o Parque Escolar um dos melhores em Portugal - já é uma referência no nosso país, mas nunca estamos satisfeitos."

Ainda que seja competência da Administração Central foi a autarquia a assegurar a concretização desta Unidade, com uma comparticipação financeira de cerca de 17.000€. “Não havendo resposta do Governo Central para o problema destes alunos, a Autarquia resolveu avançar com o financiamento”, referiu o proponente do projeto, Frederico Pinho de Almeida, vereador da Câmara Municipal de Cascais, acrescentando: “A impossibilidade de estes jovens prosseguirem os seus estudos provocava uma desigualdade de oportunidades extremamente injusta a quem já enfrenta tantas dificuldades na vida”.

A nova unidade é frequentada por quatro alunos com mais de 15 anos, mas vem servir o Agrupamento de Escolas da Cidadela ajudando a “descongestionar outras escolas do concelho, onde os alunos com estas características tinham que ficar retidos no 9º ano até aos 18 anos, impedindo a entrada de novos jovens no ensino básico”, salientou José João Gonçalves, diretor do Agrupamento.

No concelho de Cascais existem oito Unidades de Ensino Estruturado: três de 1º ciclo, quatro de 2º e 3º ciclos e, agora, uma do ensino secundário. Para além destas unidades, o concelho detém ainda uma rede de sete salas de apoio à multideficiência.

A criação destas Unidades de Ensino Estruturado é fundamental para garantir uma resposta educativa eficaz e universal para alunos com perturbações do espectro do autismo. Sendo a escolaridade obrigatória até aos 18 anos, com a abertura da Unidade de ensino Estruturado de Ensino Secundário, torna-se possível a transversalidade desta resposta educativa, do pré-escolar ao secundário, em espaços adequados e promotores da igualdade de oportunidades.

Esta artéria de Bicesse está agora ligada à rede viária existente, bem como ao viaduto anteriormente edificado sobre a ribeira, o que permite encurtar tempos na deslocação dos moradores para entrar e sair da zona.

“ Cascais tem vindo a fazer um forte investimento de requalificação da rede viária. São pequenas intervenções dentro do território, mas que fazem toda a diferença na resolução dos problemas de acessibilidades e mobilidade” referiu Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, que visitou o local após as obras de requalificação.

Da responsabilidade da Câmara Municipal de Cascais, a intervenção foi conduzida pela empresa Cascais Próxima e permitiu dotar a artéria de Bicesse com novas infraestruturas, nomeadamente rede de águas pluviais, saneamento, abastecimento de água e criação de calhas técnicas para passagem de cabos aéreos de eletricidade e telecomunicações.

À superfície foram criados passeios até aqui inexistentes, bem como 25 lugares de estacionamento ortogonal à via.

Carlos Carreiras aludiu, ainda, a outras intervenções, como a rotunda do cemitério de S. Domingos de Rana e o novo final da A5, previsto para breve, que irá retirar o trânsito da rotunda de Birre.

Segundo Kátia Almeida, diretora geral da Pressley Ridge, o projeto rege-se pelas raízes da Pressley Ridge, que trabalha com situações complicadas de vulnerabilidade de crianças, jovens e famílias. "O que nós queremos, verdadeiramente, é ajudar as pessoas a reescrever a sua história, a acreditar numa história diferente e a sentir que têm uma oportunidade para reescrever essa história com um rumo e um caminho diferente. Como? A fazer e a vender pão”, acrescenta.

A padaria “Pão com História” proporciona estágios a formandos de restauração, que depois ajuda a colocar no mercado de trabalho. Para este conceito, a Pressley Ridge conta com vários parceiros, entre os quais a Câmara Municipal de Cascais. “É mais uma vez um projeto empreendedor. Cascais continua a ser uma incubadora de projetos inovadores, de ideias fantásticas, que vão à prática. E, portanto, quando se juntam o Estado, através da autarquia da de Cascais, entidades do setor social e empresas privadas, o resultado é este, é criar algo positivo para a comunidade, para as pessoas. Queria deixar um apelo a quem possa ler esta mensagem: Adira, venha comprar pão porque ao comprar este pão, que é absolutamente extraordinário e saboroso, vai estar a ajudar outras pessoas. E, portanto, é algo que nos deixa a todos nós, obviamente, um sentimento de grande felicidade e com vontade de querer ainda ir mais além e fazer mais e melhor”, refere Frederico Pinho de Almeida, vereador da Câmara de Cascais.

"Este pão é feito com alma", diz Paulo Cardoso, acrescentando que: "O meu papel é fazer o pão, o Pão com História, envolver produtos que se distinguem da maioria das padarias e dar formação a aprendizes, proporcionar-lhes o que precisam para entrar no mundo do trabalho. É um projeto diferente, com muitas expetativas e valoriza este tipo de arte, que é fazer pão".

O “Pão com História” é apadrinhado pelo conhecido chefe Rui Paula e proporciona, ainda, workshops a crianças, entre os 6 e os 12 anos, com atividades lúdicas que estimulam a aprendizagem.

Nesta padaria, “o pão é feito de forma tradicional e para além disso ainda temos toda uma linha de pão gourmet, a que nós chamamos “O Pão com História”, que é um pão diferenciado com vários sabores, por exemplo tomate e orégãos”, conclui a diretora geral da Pressley Ridge.

A padaria "Pão com História"  fica na Rua Cônsul Aristides de Sousa Mendes, nº 42 A, Alapraia, S. João do Estoril.