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Cascais recebe Caminhada dos Afetos junto ao mar | Terça-feira, 16 de fevereiro

Na terça-feira, 16 de fevereiro, das 10h00 às 12H00, entre a Praia do Tamariz e a Baía de Cascais terá lugar a “Caminhada dos Afetos”, passeio promovido pela Unidade de Saúde Pública Amélia Leitão e as unidades de cuidados continuados Cascais Care e Girassol, em parceria com a Câmara Municipal de Cascais.
Projeto da área da Saúde Escolar, a iniciativa integra o “ Movimento Escola/Cidade dos Afetos”, que promove atividades que contemplam as áreas de educação para a saúde nas suas componentes afetivas, de educação sexual, alimentação, saúde mental, exercício físico, entre outras. 
 
Sob o lema “Escola de Afetos, Escola de Sucesso”, este projeto desenvolve atividades nas escolas de todos os graus de ensino, envolvendo não só profissionais das áreas da educação e da saúde, mas também os mais diversos parceiros da comunidade e a população em geral.
 
Não é necessária inscrição, basta aparecer no paredão, junto à Praia do Tamariz.
 

Sinfónica de Cascais inicia temporada de 2016 | Bilhetes à venda

Depois de enorme sucesso no seu primeiro ano de atividade, sempre com casa cheia, a Sinfónica de Cascais volta ao palco do Auditório Senhora da Boa Nova, em S. João do Estoril, no dia 5 de Março, às 21h00, para apresentar o Concerto de Primavera que contará com a participação de Vasco Dantas, um dos mais promissores pianistas portugueses da nova geração.

Compõem o programa deste primeiro concerto da temporada de 2016 obras dos emblemáticos compositores russos Rachmaninoff (concerto para piano e orquestra nº2 em Dó Menor Op.18) e Tchaikovsky (Sinfonia N.º 4 em Fá Maior Op. 36), provavelmente duas das mais bonitas obras orquestrais de todos os tempos.

O concerto para piano N.º 2 de Rachmaninoff foi um ponto de viragem na vida pessoal do compositor e a sua beleza extraordinária fez deste concerto um dos mais desejados, não só pelo público, mas também pelos intérpretes de todas as gerações. A Sinfonia N.º 4 de Tchaikovsky representa um grande desafio para todas as orquestras. Como o próprio compositor afirmou, esta obra simboliza uma reflexão do autor sobre a sua vida, com fortes ligações emocionais a acontecimentos pessoais. É visível a ligação com a famosa 5ª Sinfonia de Beethoven.

Programa |

S. RACHMANINOFF – Concerto para piano e orquestra Nº2 em Dó Menor Op.18: Moderato; Adagio sostenuto;Allegro scherzando

-- intervalo –

P. I. TCHAIKOVSKY - Sinfonia N.º 4 em Fá Maior Op. 36: Andante sostenuto; Andantino in modo di Canzone;Scherzo. Pizzicato ostinato; Finale. Allegro con fuoco

Vasco Dantas – piano
Maestro - Nikolay Lalov

Sobre Vasco Dantas| Pianista português nascido em 1992. Terminou recentemente a licenciatura com “1ª classe & distinção” no Royal College of Music (RCM), em Londres. Diversas vezes premiado, já recebeu mais de 50 distinções. Tocou pela primeira vez, e em direto, na RTP1 apenas com 6 anos de idade. Gravou por diversas vezes em CD a convite da Rádio Galega e da editora “KNS Classical” com quem lançou um CD a solo “Promenade” em Fevereiro 2015 com obras de F. Liszt e M. Mussorgsky, recentemente transmitido pelas Rádios Alemãs MDR Klassik e WDR 3, e Antena 2 (Portugal). Em novembro de 2015 estreou-se no continente asiático tocando a solo com a Hong Kong Symphonia no Hong Kong City Hall Concert Hall. Está atualmente a completar o curso de mestrado em Performance sob a orientação do professor alemão Heribert Koch, na Universidade de Münster, na Alemanha, após um ano de “Zertifikatsstudienjahr” obtido a nota máxima 1,0.

 

Temporada Sinfónica de Cascais |

CONCERTO DE PRIMAVERA | 5 março | 21h00 | Auditório Sr.ª da Boa Nova, Estoril

CONCERTO DE VERÃO | 11 junho | 21h00 | Auditório Sr.ª da Boa Nova, Estoril

CONCERTO DE OUTONO | 23 outubro | 18h00 | Auditório Sr.ª da Boa Nova, Estoril

CONCERTO DE INVERNO | 10 dezembro | 21h00 | Auditório Sr.ª da Boa Nova, Estoril

Bilhetes à venda na Bilheteira Online:

http://bit.ly/1LkyCSW

Outros pontos de Venda:

Centro Cultural de Cascais | terça-feira a domingo | das 10h00 às 18h00

Casa das Histórias Paula Rego | terça-feira a domingo | das 10 h00 às 18h00

Património Arqueológico | Subaquático

Ao longo da história, a costa de Cascais, porta privilegiada de acesso à cidade de Lisboa, testemunhou inúmeros naufrágios, que atestam a luta por vezes desigual entre o Homem e a Natureza.
O projeto da Carta Arqueológica Subaquática de Cascais (ProCASC) teve início em 2005 e foi pioneiro em Portugal, assumindo-se como base de dados e ferramenta de gestão do património subaquático, na qual foram georreferenciados todos os sítios arqueológicos identificados e os materiais recolhidos, fruto de achados fortuitos, de missões de prospeção ou de acompanhamento arqueológico de obras de construção civil. A agregação dessa informação e o seu cruzamento com fontes orais e documentais tem também permitido sistematizar e estabelecer medidas de proteção e valorização dos sítios arqueológicos identificados, bem como contribuir para o estudo da história do concelho.
A Carta Arqueológica Subaquática de Cascais constitui, assim, um roteiro da arqueologia e da história dos naufrágios, mas também o retrato da paisagem cultural marítima de uma costa que detêm evidências desde a época romana até ao presente, entre as quais constam, por exemplo, canhões, âncoras e instrumentos de navegação, mas também destroços de navios, parcialmente exibidas em exposição na sala Cascais na Rota dos Naufrágios do Museu do Mar Rei D. Carlos. Potencia igualmente a disponibilização de conhecimento numa plataforma interdisciplinar através de parcerias e apoios estabelecidos com diversas instituições, em prol de um objetivo comum: conhecer, valorizar, preservar e promover a fruição pública plena deste riquíssimo património.
 

Património Arqueológico | Villa romana do Alto do Cidreira

O sítio arqueológico do Alto do Cidreira foi identificado no final do século XIX por Francisco Paula e Oliveira, que aí realizou os primeiros trabalhos de escavação arqueológica, os quais revelaram “duas ou três casas enterradas” numa vasta área de dispersão de materiais de construção, o que indiciava “uma numerosa população que aí habitou outrora”, que havia deixado “um fragmento de pedra inscrita e diversos fragmentos de mosaico romano”.
No início do século XX o sítio volta a merecer a atenção dos arqueólogos, quando Félix Alves Pereira dá notícia de que ali haviam sido realizadas “explorações” por Caetano da Silva Luz, Visconde de Coruche. Os vestígios arqueológicos então observados levam Félix Alves Pereira a realizar “algumas sondagens em toda a área arqueológica que […] pareceu ocupar alguns hectares de terra”. Sob a égide da Associação dos Arqueólogos Portugueses, a intervenção revelou que no Alto do Cidreira existia uma ocupação de época romana, possivelmente estendendo-se a épocas posteriores.
A villa romana do Alto do Cidreira só volta a adquirir visibilidade na década de 70 do século XX, com a descoberta acidental de uma máscara em terracota. Em 1976, a pressão urbanística na área determinou a realização de várias campanhas arqueológicas, sob responsabilidade científica de José d’Encarnação e Guilherme Cardoso. Estes trabalhos permitiram identificar claramente o sítio como uma villa romana, tendo sido posta a descoberto parte da pars urbana e respetivo complexo termal. Os materiais arqueológicos exumados nestas sondagens foram alvo de publicação.
Consequentemente, a villa romana do Alto do Cidreira é classificada como Imóvel de Interesse Público em 1992 (Decreto nº26-A/92 de 1 de junho) e em 2006 é aprovado pela autarquia um plano de pormenor que regulariza o desenvolvimento urbanístico da área envolvente às ruinas arqueológicas. Em função deste plano é proposta a delimitação de uma Zona Especial de Proteção, que aguarda publicação.
No momento presente, leva-se a cabo uma política concertada de realização de trabalhos arqueológicos no âmbito da reconversão urbanística e patrimonial da área envolvente da villa romana, tendo sido realizadas pontualmente intervenções em sequência dos processos de licenciamento de construção.
Neste âmbito, em 2007 e 2011 foram efetuadas novas intervenções arqueológicas, tendo-se identificado um vasto conjunto de estruturas romanas e de outras épocas históricas. Merecem destaque o achado do aqueduto com 46 metros e de um poço, a necrópole onde foram exumados dez enterramentos e a identificação de um forno para produção de cerâmica de construção.
Se os trabalhos até 2007 revelaram a existência da pars urbana com alguma monumentalidade, sobretudo em época baixo-imperial e tardo-antiga, confirmada pela existência de artefactos de carácter verdadeiramente excecional, como a já referida máscara de terracota ou fragmentos de recipientes em terra sigillata cinzenta paleocristã, os trabalhos desenvolvidos após 2007 vieram demonstrar que a cronologia de ocupação do sítio é muito mais ampla, tendo-se iniciado em época pré-histórica e estendendo-se até à Idade Média (período islâmico). 
Os trabalhos arqueológicos realizados recentemente mostram exatamente que a villa romana do Alto do Cidreira faz parte de uma longa e complexa diacronia de ocupação de um local geográfica e economicamente apetecível à fixação humana desde a pré-história aos nossos dias. 
 

Património Arqueológico | Villa Romana de Freiria

Enquadrada por um projeto municipal de recuperação e valorização, que contou com apoios financeiros do programa da União Europeia de Desenvolvimento Regional Lisbo@2020, a Villa Romana com o maior celeiro da Península Ibérica constitui um ex-libris de património arqueológico concelhio. 
 
Para conhecer melhor a Villa Romana de Freiria basta comparecer aos sábados e domingos (visita livre) ou marcar visita guiada em cascais.pt ou pelo telefone 800 203 186 (de 2.ª a 6.ª das 9h00 às 18h00). 
 
 
Mais informações aqui.
 

Património Arqueológico | Villa romana de Casais Velhos

Casais Velhos é um sítio arqueológico ocupado durante uma longa diacronia, tendo ali sido implantada uma villa durante o período romano. Situa-se atualmente na Rua de S. Rafael, a norte da povoação da Areia e encontra-se classificado como Imóvel de Interesse Público pelo Decreto n.º 29/84, de 25 de junho.
Foi objeto de escavações arqueológicas em 1945, da responsabilidade de Afonso do Paço e Fausto de Figueiredo. Já nos finais da década de 60 e inícios da de 70 do século XX Octávio da Veiga Ferreira e António de Castelo Branco continuaram os trabalhos de escavação e realizaram campanhas de limpeza e consolidação.
O que atualmente se observa no local são um conjunto de estruturas tardo-antigas (séculos III/VI), com destaque naturalmente, pelas dimensões, para o edifício termal, composto do frigidarium, de uma sala tépida de transição (tepidarium) e do praefurnium, destinado ao aquecimento do ar que circulava sob o pavimento e da própria água dos tanques, de configuração semicircular. Nas proximidades foi identificado um tanque de grandes dimensões, possivelmente o natatio, que era abastecido pelo aqueduto a partir de uma nascente.
Das estruturas que originalmente constituíam a pars rustica foi possível identificar dois compartimentos, um dos quais com duas pequenas tinas revestidas a opus signinum e com encaixe para tampa hermética. Estes recipientes aliados ao achamento de conchas de búzio (murex) levou alguns especialistas a considerarem a hipótese de os habitantes desta villa se dedicarem à indústria da tinturaria de tecidos e ou curtumes.
Foram ainda identificadas outras estruturas, uma das quais associada a um lagar, com o respetivo tanque de decantação e o peso de lagar em pedra local e dois silos tapados com lajes circulares e escavados na própria rocha.
Registaram-se, ainda, diversas sepulturas de inumação pertencentes a três áreas de necrópoles às quais se encontram associados os principais achados, nomeadamente uma moeda ilegível, envolta em pano de linho, uma agulha em bronze, um aplique de forma zoomórfica em bronze, uma lucerna, datável do século III ou IV e várias moedas atribuídas aos imperadores Flávio Júlio Constâncio II (317-361), Constante (?-350), Teodósio I, o Grande (c. 346-395), Constantino I, o Magno (c. 271- 337) e Arcádio (c. 377-408), a sugerirem uma ocupação já no final do Império Romano do Ocidente.
 

Património Arqueológico | Ruínas do antigo Posto de Turismo de Cascais

As ruínas que podem ser vistas no interior das instalações do antigo Posto de Turismo de Cascais, na Rua Regimento 19 de Infantaria, foram descobertas em 1988, durante a investigação arqueológica que precedeu os trabalhos de remodelação do antigo edifício da Sociedade Musical de Cascais. Esta intervenção integrava-se num projeto mais amplo que preconizava caraterizar e datar a evolução da malha urbana da vila.
No interior do espaço musealizado podemos ver parte da estrutura base do nível térreo de uma habitação de finais do século XVI, reforçada no lado nascente, o que tornou possível a construção deste edifício na margem da Ribeira das Vinhas.
Entre os achados destacam-se fragmentos de faiança espanhola, italiana e portuguesa, que foram encontrados com porcelanas chinesas da dinastia Ming (período Wanli 1572-1620). Quanto aos objetos metálicos, o principal destaque vai para um fecho de roupa em bronze, banhado a ouro, que conservava parte do tecido onde estava aplicado e algumas moedas de cobre de D. Sebastião (1557-1578).
A área escavada revelou uma porta com dois degraus, à qual estava associado um lintel de calcário chanfrado, que daria acesso à margem da ribeira. Um dos degraus apresentava lateralmente duas perfurações, onde se implantava uma porta que deveria abrir de par em par. Posteriormente, este vão foi nivelado e os degraus cobertos por um pavimento de cal e areia, ainda visível em alguns locais. O extenso pavimentado de tijoleira, contíguo à parede norte, abrange uma ampla zona que se desenvolve ao longo de uma parede divisória.
Quando esta habitação foi erigida, Cascais já detinha o estatuto de vila há mais de duzentos anos e o burgo desenvolvia-se para norte, devido ao crescimento da população, ligada à pesca e, em particular, às atividades militares, que aumentaram a partir da construção, em 1488, da Torre de Cascais, estrutura de elevada importância estratégica na defesa marítima da capital.
Do século XVI em diante, o crescimento urbano da vila foi quase inexistente, sendo de notar que após a vasta destruição causada pelo terramoto de 1755, a reconstrução seria muitíssimo lenta. Esta casa não foi, assim, reconstruída de acordo com o plano original, tendo a estrutura sido, antes, alargada para o atual edifício, mantendo as paredes sul e oeste. O pavimento foi, então, elevado e coberto com lajes calcárias, das quais resta um testemunho.

Património Arqueológico | Povoado pré-histórico da Parede

O sítio arqueológico da Parede foi identificado a 16 de setembro de 1953, por Eduardo da Cunha Serrão e por Eduardo Prescott Vicente, numa área em construção a leste da “Parede Velha”, correspondendo, em parte, à atual zona de vivendas do bairro Octaviano Augusto e da Escola Básica nº 2.
O povoado pré-histórico, ocupado entre finais do 4º milénio e a segunda metade do 3º milénio a. C., foi implantado numa encosta de suave declive, a menos de 1 quilómetro da atual linha de costa. Hoje em dia essa situação é pouco percetível, tendo em conta a densa malha urbana que foi crescendo nesta zona e as consideráveis alterações na paisagem daí decorrentes.
Os primeiros materiais arqueológicos foram recolhidos nas terras retiradas dos buracos feitos para a colocação de postes de iluminação e nos taludes das valas abertas para os arruamentos e habitações. Apesar dos trabalhos de construção do bairro se encontrarem nessa altura ainda em fase inicial, já tinham destruídos em grande parte os níveis arqueológicos, permanecendo intacto apenas um terreno onde estava prevista a edificação da atual Escola Básica nº 2 da Parede.
Será precisamente nesse terreno que terão lugar as campanhas de escavação de 1955, 1956 e 1957, dirigidas por Eduardo da Cunha Serrão, Eduardo Prescott Vicente e pelo Tenente-Coronel Afonso do Paço. Durante as intervenções de 1956 e 1957 foi utilizado um novo método de escavação (inovador para a época), o grid method, que consistia na criação no terreno de um sistema baseado em quadrículas, com banquettes a separar os vários quadrados, que tinha como objetivo facilitar o registo estratigráfico de artefactos e eventuais estruturas.
As recolhas efetuadas durante as intervenções arqueológicas permitem atribuir a principal ocupação deste povoado ao Neolítico Final e Calcolítico. Trata-se sobretudo de fragmentos de cerâmica com e sem decoração, recipientes com bordos denteados, artefactos de sílex e de pedra polida, instrumentos de osso e restos de fauna. Estes últimos demonstram que os habitantes deste povoado tinham nos recursos aquáticos uma componente importante da alimentação, tendo-se registado a existência de conchas de moluscos (sobretudo lapa, mexilhão e burrié), certamente recolhidos nas praias próximas. Numa evidente articulação entre os recursos marinhos e os terrestres, recorriam também à caça e à domesticação de animais, tendo sido identificada a presença de restos de bovídeos, javali, cervídeos, ovicaprinos, lobo, raposa, coelho bravo e texugo.
O aproveitamento das áreas mais interiores, em direção à Serra de Sintra, aliado à proximidade ao mar e a algumas linhas de água, possibilitaria assim a exploração de vários nichos ecológicos, o que evidencia uma clara estratégia de implantação do povoado pré-histórico neste local.

Património Arqueológico | Poço Novo (Cascais)

No decurso das obras de remodelação da rede de águas pluviais na Travessa do Poço Novo, foi localizada por um morador a abertura de um poço no entroncamento da Rua do Poço Novo, da Travessa do Poço Novo e do Beco do Poço Novo, em Cascais. Note-se que há muito se conjeturava sobre a localização do Poço Novo no centro histórico da vila, para além de que os nomes das três vias que ali se cruzam sugeriam a existência de uma importante estrutura hidráulica. A intervenção arqueológica decorreu em novembro de 2007 numa das principais artérias do traçado da baixa Idade Média e da Idade Moderna, que comunicava com uma das portas do antigo castelo, já existente no reinado de D. Fernando I. A malha urbana medieval organizava-se, então, em função do eixo viário com início na saída norte do castelo que assegurava a ligação com a vila de Sintra: a atual rua do Poço Novo. O natural crescimento de Cascais para norte fez, depois, aumentar a necessidade de se garantir o abastecimento de água à população que também aumentava, promovendo-se a realização das primeiras grandes obras de abastecimento de água à vila e promulgando-se posturas com vista à proteção das fontes, chafarizes e ribeiros. A intervenção arqueológica poria a descoberto as duas grandes lajes que cobriam o poço que nos finais do século XIX já deveria estar desativado. Foi a fratura de uma delas que permitiu a sua localização, uma vez que estavam consolidadas por forte argamassa de cal e assentavam sobre um grande monólito calcário. Esta cobertura garantiu que permanecesse selado até à sua relocalização, e consequentemente que o seu interior se conservasse em ótimo estado. Embora não se tenha escavado o seu interior, o poço apresentava forma circular com um diâmetro de 1,75 metros e uma altura conservada de 8 metros. A parede foi construída com blocos de calcário, grosseiramente aparelhados, sobrepostos em camadas horizontais, regulares e ligados por argamassa de cal. A importância deste achado para a memória de Cascais levou a que se decidisse representar graficamente no pavimento de calçada a abertura do poço, relembrando ao transeunte a importância deste local, igualmente recordada numa placa de bronze instalada junto à placa toponímica.

Património Arqueológico | Necrópole de Alapraia

A necrópole pré-histórica de Alapraia, localizada no centro da povoação com o mesmo nome, a cerca de 1 quilómetro da atual linha de costa, é composta por quatro grutas artificiais escavadas por ação humana no maciço calcário, muito provavelmente apenas com recurso a artefactos de pedra polida. Este sítio arqueológico foi o primeiro imóvel do concelho a ser classificado como de Interesse Público, em 1945 (pelo Decreto nº 59, de 20 de março).
As primeiras referências à existência de uma gruta neste local datam do século XIX, mais concretamente a 1889, quando o antropólogo Francisco de Paula e Oliveira identifica a Gruta I, então usada como curral e armazém de lenha. Esta gruta só será escavada em 1932, pelo Tenente Coronel Afonso do Paço e pelo Padre Eugénio Jalhay, já se encontrando nesta altura totalmente esvaziada de espólio.
Nesse mesmo ano estes investigadores identificaram e escavaram um segundo monumento (Gruta II) e só dez anos depois, em 1942, foi identificada a terceira gruta da necrópole, localizada sob várias habitações. Em 1943 foi descoberta a Gruta IV, quando se procedia à abertura de uma vala para instalação das canalizações do chafariz do atual Largo Padre Eugénio Jalhay.
Todas as grutas apresentam o mesmo sistema de construção, característico deste tipo de monumento funerário, sendo constituídas por um longo corredor de acesso, baixo e com estrangulamento no final, e uma câmara circular com claraboia no topo, protegida por lajes. Devido a esta última característica, são normalmente designadas como “grutas artificiais tipo coelheira”, uma vez que a abertura superior permitiria a colocação dos inumados dentro da câmara, quando os níveis de ocupação já não permitiam o acesso ao seu interior através do corredor.
As escavações efetuadas nas várias grutas revelaram um numeroso espólio que permite atribuir os momentos de ocupação destes monumentos entre finais do 4º milénio a. C. e a Idade do Bronze. É de destacar a recolha de vários tipos de recipientes cerâmicos (taças e copos canelados, cerâmica com bordos denteados, cerâmica campaniforme), bem como indústria lítica, artefactos em osso polido, artefactos votivos de calcário e placas de xisto com decoração geométrica.
O extraordinário espólio recolhido neste sítio arqueológico, do qual se destaca o par de sandálias de calcário, único no mundo, levou à criação da Sala de Arqueologia do Museu-Biblioteca Condes de Castro Guimarães, em 1942. Atualmente algumas das peças provenientes desta necrópole encontram-se em exposição no Museu da Vila.

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