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Giddens e Sampaio debatem os desafios que a Globalização traz à Democracia

O reconhecido sociólogo e o ex-Presidente da República discutiram também a situação atual na União Europeia.

O sociólogo, Lord Anthony Giddens, e o ex-Presidente da República, Jorge Sampaio, estiveram dia 3 de maio nas Conferências do Estoril para debater os principais desafios que a Globalização coloca à Democracia.

“A democracia está a enfrentar problemas em todas as partes do mundo”, considerou Anthony Giddens. “Os problemas com os quais vivemos na Europa não são diferentes de outa região do mundo. A falta de confiança comum a todas as democracias, a falta de respeito dos cidadãos pelos políticos, o poder cada vez mais reduzido dos parlamentos nacionais”, notou.

Já o ex-Presidente da República portuguesa mostrou-se “dececionado pela falta de liderança” que existe na Europa e pela “falta de soluções oportunas para os desafios que os cidadãos enfrentam”. Contudo, sublinhou: “Gostaria que não discutíssemos o abandono do euro, mas como estar no euro com uma nova abordagem”.

Anthony Giddens e Jorge Sampaio foram os oradores do Diálogo Global “Globalização e Desafios para a Democracia” que contou com a moderação do Diretor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, João Carlos Espada.

A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
 

LandArt Cascais - Workshop de desenho na paisagem conduzido pelo escultor Nuno Mendonça | 4 de maio Quinta do Pisão

Dia 4 de maio tem início, na LandArt Cascais, o primeiro módulo do Workshop de Desenho na Paisagem que será conduzido pelo escultor Nuno Mendonça. Aberto ao público em geral, a inscrição deverá ser efetuada no site da Câmara Municipal de Cascais.

Conduzido pelo escultor Nuno Mendonça, o workshop de Desenho na Paisagem visa possibilitar aos participantes um momento de forte interação com a paisagem propondo o desenvolvimento das suas capacidades de interpretação e recriação da mesma. Com quatro módulos práticos e um introdutório, a sessão vai decorrer na Quinta do Pisão, em pleno Parque Natural Sintra-Cascais, e abordar desde o pequeno ao grande espaço - recanto, paisagem imediata, paisagem próxima e paisagem longínqua.


A sessão introdutória realiza-se no dia 4 de maio, às 11h00, e o 1º módulo acontece às 14h00 do mesmo dia e no mesmo local. Os 2º e 3º módulos serão realizados nos dias 18 de maio e 1 de junho, respetivamente, pelas 14h00. O 4º e último módulo terá lugar dia 15 de junho, às 14h00.


Jazz no Largo Camões e na Quinta do Pisão


O Jazz está também de volta à LandArt no dia 5 de maio, às 16h00, com o concerto de Paula Sousa (teclados) e João Moreira (trompete) em mais uma rubrica do Jazz na Quinta. Paula Sousa e João Moreira têm no seu reportório originais da pianista e alguns standards do jazz tradicional. A musicalidade, o lirismo e a liberdade interpretativa, são traços fortes do som que os dois músicos têm para oferecer.


Antecedendo esta atuação, no dia 4 de maio, às 14h30, decorrerá, no Largo Camões, em plena vila de Cascais, um concerto de jazz com Pedro Sousa que será igualmente de acesso gratuito.

Lech Walesa: “Duvido que o atual capitalismo sobreviva a este século”

O ex-Presidente da Polónia e Prémio Nobel da Paz de 1983 debateu o Futuro da Globalização nas Conferências do Estoril 2013.

O ex-Presidente da Polónia, Lech Walesa, disse ontem, dia 2 de maio, duvidar que “o atual capitalismo sobreviva a este século”. O também Prémio Nobel da Paz de 1983 esteve no encerramento do terceiro dia das Conferências do Estoril 2013 para debater “O Futuro da Globalização”.

Lech Walesa esteve em várias manifestações anti-capitalistas durante o último ano e afirma que é preciso uma reforma. “Ninguém no seu devido juízo põe em causa a economia de mercado ou a propriedade privada. As pedras basilares do sistema capitalista podem ser mantidas, mas tudo o resto deve ser debatido. Deve-se ouvir quem protestou e fazer uma reforma”, defendeu.

Apesar de ter sido líder de várias greves quando a Polónia estava sob o regime comunista, Lech Walesa afirma que agora estamos numa “nova era que exige organizações e estruturas completamente diferentes”. “Na ditadura a greve era a única solução”, afirma Walesa, mas agora “cabe-nos a nós chegar a um consenso de como introduzir as reformas e medidas necessárias através do debate, para escolher as melhores opções para o desenvolvimento do futuro”.

Sobre o Projeto Europeu e a Globalização, o antigo Presidente da Polónia acredita que “temos que alargar as estruturas de organização”. “Em que medida deve haver uma União? Certamente não em todos os aspetos, mas nos aspetos fulcrais, que favorecem o bem-estar e o progresso”. Já a nível global, para Lech Walesa, construir um mundo melhor para o futuro significa acreditar que pode ser construído na base dos valores. “O mundo poderá evoluir muito mais se nos basearmos apenas nas liberdades”.

A moderar a Conferência esteve o ex-Secretário-Geral da UGT, João Proença. “A Europa tem que voltar a ser a Europa do progresso económico e social”, disse.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
 

Estela Barbot nas Conferências do Estoril: “A austeridade é demais e é uma palavra que já não apetece ouvir, mas temos de criar condições”

Já esteve no grupo de decisões do FMI – Fundo Monetário Internacional, e estudou as entranhas do plano de resgate a que Portugal teve de anuir para minimizar o impacto de uma dívida insustentável. Hoje, de regresso à vida de empresária no sector privado, Estela Barbot, portuense, portuguesa, europeia e cidadã do mundo, é acérrima defensora do Euro e de uma Europa unida e com dimensão e continua a acreditar que os sacrifícios impostos aos portugueses valem a pena.

Os problemas de Portugal são estruturais… o que fizemos de tão errado?
Os nossos problemas de base são estruturais. Infelizmente por mais que nos custe temos de fazer reformas estruturais para conseguirmos seguir em frente e essas são muito penosas. O que me preocupa neste momento, é que muitas vezes está o justo a pagar pelo pecador. Se formos ver o último relatório de competitividade, Portugal entre 144 países, está no 49.º lugar e está muito bem colocado em infra-estruturas (11.º) e está muito bem colocado em jovens com ensino superior. Mas depois, no que realmente interessa para o investimento e crescimento, nós estamos muito abaixo dos 100, no ambiente macroeconómico e no sistema bancário. A nossa questão estrutural resulta da maneira como aplicámos os fundos que recebemos e que não o fizemos no aumento da competitividade, não o empregámos no sector dos bens transaccionáveis. A mim custa-me horrores porque tenho muito sempre carinho por aquelas pessoas que estão a pagar pelos erros dos outros, mas isso, muitas vezes, acontece.

Com tanta austeridade o desemprego tem levado a melhor. Para quando podemos estimar o regresso do crescimento económico?
Espero que estejamos quase a dar a volta. A austeridade é demais e é uma palavra que já não apetece ouvir, mas temos de criar condições. Eu sou a favor do Euro, não só porque nos coloca um problema legal, mas sobretudo porque a Europa precisa de dimensão. O mérito e a igualdade devem ser as palavras de ordem.

Neste período em que é preciso cortar mais de seis mil milhões de euros até 2017, onde é que esses cortes podem ser feitos?
É muito difícil fazer esses cortes, porque todos os cortes têm repercussões. Mas, como dizia Ghandi, quanto mais tempo demorarmos a iniciar esse processo então nunca mais tarde lá chegamos. Vejam o exemplo da irlanda que está quase a conseguir ir ao mercado. Temos de pensar no copo meio cheio.

Fomos bons alunos. Podemos beneficiar com isso?
Vamos tirar dividendos de termos sido bons alunos até agora. Acho que vamos ir rapidamente aos mercados com taxas bem mais apelativas do que teríamos se não tivéssemos feito todo este esforço. Esperemos que todo este esforço não tenha sido em vão, por todos aqueles que estão desempregados, por exemplo.

Os modelos económicos falharam…
Eu sou economista, mas sou muito cética em relação aos modelos económicos, porque eles vão pegar num determinado momento e em determinadas premissas. Numa altura de crise os modelos económicos têm de ser meramente indicativos. Temos de estar em permanente mudança e saber ajustar as nossas políticas à realidade.

O crédito era fácil… muitos países caíram na tentação de gastar mais do que podiam…
Não havia uma lógica de poupança, o crédito era fácil. O exemplo dado pelo governador do banco de Portugal, Dr. Carlos Costa, é o de que foi como entrar num bar aberto, sair de lá alcoolizado e atribuir culpas pelo facto de o bar ser aberto. Quando nos endividámos já sabíamos que íamos ter de pagar.

Jean Elgewed, professora universitária na Carolina do Sul, EUA, oradora nestas Conferências, disse que “Se não houver emprego para os jovens que trabalhem como voluntários”. O que pensa disso?
Essa frase foi polémica. É importante que os jovens, mesmo que não tenham emprego, estejam preparados, que não assumam a postura de queixosos. O problema do desemprego para mim é sair de rotinas. Mesmo o trabalho voluntário obriga-nos a trabalhar e a estar ocupados e isso é muito bom e sempre de alguma forma é gratificante se não houver outro.

Que luz podemos ter ao fundo do túnel para contrariar a espiral recessiva?
Se nós pensarmos qual é o crescimento mundial neste momento, não é com bom grado que vemos que a Europa, e o Japão, por ouras razões, são o bloco mundial com menos previsão de crescimento. O crescimento mundial foi previsto para 2013 para pouco mais de três por cento e para 2014 na ordem dos quatro por cento e tem muito mais a ver com os BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China) enquanto economias emergentes. É assustador, mas é uma lição para a europa, porque no seu projeto de globalização é precisa dimensão, é preciso acertar vectores comuns de interesse a todos os países. Pensar no bem comum é uma coisa que se faz pouco.

A Europa tem sido muito morosa nas suas decisões…
Com o alargamento em 2004 da Europa de 17 para 27 países, aumentou-se o número de estados membros sem ter sido anteriormente feita uma união fiscal e bancária. Pense-se no que demorou a fazer o Tratado de Lisboa. Mas a agenda de Lisboa continua premente que é inovação, criatividade, investimento…

Mas falta-nos competitividade…
Por sermos europeus e termos história, tivemos uma certa arrogância e quase que nos esquecemos que os outros países também estão lá e também vão crescer. Estamos a pagar o desleixo e comodismo de não termos tido a capacidade de tornar a Europa num espaço com mais competitividade. Nos últimos anos houve uma deslocação dos bens não transaccionáveis para os bens transaccionáveis. Agora temos de voltar a ter mais indústrias e mais bens transaccionáveis e voltarmos a ser competitivos.

Como vê o facto de a organização das Conferências do Estoril partirem de uma Câmara Municipal?
Só tenho que felicitar a ideia do presidente da Câmara de conseguir reunir em Cascais umas conferências que se tornaram de grande prestígio a nível internacional. Acho que é um exemplo do que individualmente, nós com inovação ideias podemos ser factores de desenvolvimento e de atração no nosso país.

O facto de se reunirem oradores tão distintos pode contribuir para se encontrarem soluções?
Estamos numa altura em que parece que não há respostas e isso é angustiante. Mas temos de pensar que a dialética e a evolução do mundo têm a ver com o debate e deste que surgem as novas ideias. O debate é necessário. Se as pessoas estiverem atentas verão que é nesse debate e nessa dialética que o mundo vai evoluindo. Esperemos que não sejam necessárias guerras para mostrar a necessidade de mudarmos o nosso caminho.

Temos de estar mais unidos que nunca. É isso?
Há pessoas mais preocupadas com o bem comum do que outras. Estamos numa altura em que o individualismo é, muitas vezes, uma forma pura de sobrevivência e é uma pena porque no século XXI as pessoas torna-se cada vez mais individualistas. Que esta crise seja uma chamada de atenção de que às tantas esse não é um modelo correto.

Mas há coisas boas na globalização….
A globalização aproxima as pessoas. Em 1981 mais de 50% da população do mundo vivia abaixo do limiar da pobreza. Em 2010 essa taxa baixou para 30%. A globalização tem essa parte muito boa.

 

Estela Barbot e Ruud Lubbers juntos em debate sobre Futuro da Globalização

João Vale de Almeida, Pia Cayetano e Chris Arnold também estiveram presentes nas Conferências do Estoril onde discutiram os desafios da Globalização.

O ex-Primeiro-Ministro da Holanda, Ruud Lubbers, defendeu hoje que “o Euro ainda é um trabalho por concluir”. Esta foi uma das intervenções na Conferência Futuro da Globalização, durante a tarde de hoje nas Conferências do Estoril.

“Passámos para uma moeda única mas precisamos de um governo mais forte”, considerou Ruud Lubbers, um dos pais do Euro, que presidiu às negociações do Tratado de Maastricht.

A antiga conselheira do Fundo Monetário Internacional (FMI), Estela Barbot, considerou que é de evitar que o “diálogo de diferenças entre o Norte e o Sul da Europa exista”. E alertou que a “austeridade excessiva pode fazer com que as pessoas pensem em governos populistas” na Europa.

O Chefe da Delegação da União Europeia nos Estados Unidos, João Vale de Almeida, que esteve a moderar o debate, deixou algumas notas sobre a Globalização, lembrando que a União Europeia foi o “primeiro laboratório” dessa Globalização. “A crise veio depois provar que estamos todos no mesmo barco”, afirmou.

Já o Fundador do World Merit, Chris Arnold, concentrou-se nos jovens. “Todos os dias é dito aos jovens de hoje que têm que ser bons, socialmente responsáveis e que precisam de enfrentar os problemas. Esta não é uma geração livre.”

A mais nova Senadora das Filipinas, Pia Cayetano, focou a sua intervenção na questão dos novos media. “As redes sociais são bons canais para as pessoas comunicarem entre si, mas também para falarem com os seus líderes políticos”.

A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
 

António Horta Osório e François Pérol defendem “mais Europa”

O CEO do Lloyds Bank e o Chairman do BPCE debateram nas Conferências do Estoril “A Crise e as Novas Dinâmicas da Economia Mundial” com moderação do Editor Financeiro do Financial Times, Patrick Jenkins.

O CEO do Lloyds Bank, António Horta Osório, e o Chairman do BCPE, François Pérol, alertaram hoje para a necessidade de uma maior integração entre os países europeus, para “mais Europa”.

“Tem que haver uma maior integração entre as economias dos Estados-membros e não uma fragmentação. Muitos problemas inerentes à economia da eurozona vêm da falta de convergência”, afirmou António Horta Osório, notando que para atingir esse objetivo é necessário que haja “líderes corajosos”. “Ou seguimos o caminho de maior integração ou perdemos a União Europeia”, frisou.

Na mesma linha de pensamento, François Pérol defendeu uma “revitalização do projeto europeu”, frisando que as soluções se encontram no mundo político. “Precisamos de mais Europa e não de menos Europa. Temos que acreditar numa maior integração da Europa e eurozona”, afirmou.

Para o Chairman do segundo maior grupo bancário francês, “não há nenhuma justificação para a União Europeia entrar em colapso, porque nenhum país está interessando no colapso da eurozona”. Contudo, François Pérol deixou um alerta ao mundo político, referindo que os líderes populistas “estão a ganhar terreno” um pouco por toda a Europa, nomeadamente em França.

António Horta Osório defendeu que “a austeridade é dolorosa, mas é o único rumo certo”. “O que devemos questionar é a intensidade dessa austeridade”, afirmou. Já sobre a banca, o CEO do Lloyds Bank afirmou que os bancos têm de assumir uma responsabilidade porque “não pode haver uma economia forte sem bancos saudáveis”.

A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
 

Rompuy garante que próximas Cimeiras Europeias vão centrar-se no combate ao desemprego

O Presidente do Conselho Europeu esteve hoje nas Conferências do Estoril onde anunciou que no próximo Conselho Europeu de Junho irá apresentar propostas adicionais que visam diminuir o desemprego jovem.

O Presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, garantiu hoje que as próximas Cimeiras Europeias vão centrar-se na questão do desemprego, frisando que é essencial fomentar o crescimento e o emprego para a retoma da economia. “Atualmente, a nível nacional e europeu, temos que nos concentrar nas medidas que tenham um impacto imediato e direto ao nível do emprego”, disse Rompuy.

O Presidente do Conselho Europeu anunciou durante as Conferências do Estoril 2013 que o próximo Conselho Europeu de Junho vai apresentar “propostas adicionais que visem os jovens”. Para Rompuy, o “investimento não irá surgir se o clima empresarial não for propício” e o “novo conjunto de medidas ambiciosas anunciado pelo Primeiro-Ministro, Passos Coelho, vai precisamente nessa direção”. Por exemplo, conceder acesso a empréstimos acessíveis às PME e reduzir a burocratização.

Rompuy apontou quatro elementos “básicos” necessários à retoma e que devem ser aplicados ao mesmo tempo: uma economia mais resiliente e finanças públicas sólidas, maior competitividade, medidas para o crescimento e emprego e, por último, completar a arquitetura da União Económica e Monetária.

A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).

Globalização e Políticas Internas em debate nas Conferências do Estoril

François Xavier de Donnea, Rachel Goldstein, Arie Kacowicz, Daan van Knippenberg e Mario Monzoni estiveram esta manhã nas Conferências do Estoril num debate moderado por Filipe de Botton.

O ex-Ministro da Defesa da Bélgica, François Xavier de Donnea, defendeu hoje que tem que haver um reforço ao nível das instituições regionais. “Não faz sentido dizer que estávamos melhor sem o euro ou se saíssemos da União Europeia. Creio que o euro irá permitir-nos ter uma maior integração fiscal, mas devemos reforçar as instituições regionais”, afirmou o ex-Presidente da Câmara de Bruxelas.

Num debate eclético sobre Globalização e Políticas Internas, Daan van Knippenberg, do Centro para os Estudos em Liderança, acredita que as melhores respostas em termos de políticas internas são locais. “Precisamos de soluções locais para optimizar os esforços de globalização e minimizar as ameaças”.

Já Arie Kacowicz, do Departamento para as Relações Internacionais, Universidade Hebraica de Jerusalém, referiu que a globalização pode afetar de forma desigual os países. Por isso, “os países que têm melhores governos conseguem sofrer menos com a globalização”.

Nesta conferência, marcou também presença a Fundadora e Presidente da Agent of Change, Rachel Goldstein, que enfatizou o poder dos media sociais na divulgação de causas que podem mudar o mundo. “Os media sociais dão-nos uma sensação de pertencer a uma comunidade, congrega diferentes pessoas que podem lutar pela mesma missão”.

Mario Monozoni, da Fundação Getúlio Vargas, também notou que existe uma “maior consciência social e ambiental na sociedade” com os novos instrumentos de tecnologia.

A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT)
 

Orçamento Participativo 2013

Orçamento Participativo 2013 bate recordes. Maior votação de sempre elege obras em escolas e centro de acolhimento animal.

Christopher Pissarides defende mercado laboral mais flexível no Sul da Europa

O Prémio Nobel da Economia em 2010 esteve nas Conferências do Estoril 2013 onde defendeu que a Europa deve fazer todos os esforços para criar políticas que promovam o Crescimento e o Emprego.

O Prémio Nobel da Economia em 2010, Christopher Pissarides, defendeu hoje que “o mercado laboral tem que ser mais flexível no Sul da Europa”. “Para garantir um emprego seguro é necessário que o mercado laboral apoie novas oportunidades e uma maior rotatividade da mão-de-obra”, afirmou o cipriota, durante as Conferências do Estoril 2013.

Numa Conferência em que falou de Crescimento e Emprego, uma Agenda para a Europa, Christopher Pissarides frisou que são precisas mais políticas de Crescimento e Emprego a nível Europeu. “Das duas uma: ou colocamos um ponto final na moeda única ou as principais potências europeias devem envidar todos os esforços para criar políticas que promovam o Crescimento e o Emprego”. Para o Nobel da Economia, “o mais premente é criar uma União Bancária e depois uma União Fiscal”. “Sem estas duas vertentes a moeda única não irá funcionar nem criar crescimento e emprego. Se os países não estão dispostos a isto, então significa que não estão dispostos a aceitar a moeda única”, concluiu.

Ainda sobre o tema do Mercado Laboral, em que é especialista, Pissarides defendeu que é melhor sacrificar a produtividade para ter ganhos ao nível do emprego. “O desemprego provoca problemas no futuro, sobretudo o de longa duração. Não nos devemos preocupar com a quebra de produtividade porque a recuperação será mais rápida quando a recessão terminar”.  Para aumentar a produtividade é necessário que o mercado laboral seja dinâmico e se adapte às mudanças estruturais.
Pissarides adiantou ainda que “os sectores que podem criar emprego na Europa são: a saúde, educação, comércio, retalho, hotéis, catering e depois venda e manutenção de automóveis”.

“É preciso pensar nas empresas porque são elas que criam emprego. Existem políticas com êxito como por exemplo subsídios para a criação de emprego, subsídios aos grupos de rendimentos mais baixos e subsídios para as chamadas start-up”, afirmou o Nobel da Economia, que insistiu durante toda a Conferência em mais flexibilidade para o mercado laboral nos países do Sul da Europa.

Apesar da tónica posta na flexibilidade laboral, Pissarides alertou que não pode ser demasiada para “não haver abusos”. “A flexisegurança ajudará a criar condições para o crescimento da criação de emprego e para uma economia mais dinâmica”, acredita.

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