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“As Conferências do Estoril não terminam aqui”
Ao longo dos últimos quatro dias, 60 oradores de 26 nacionalidades diferentes abordaram os grandes temas de atualidade numa maratona de 36 horas de debate. Transversal a todos os painéis, o tema da educação esteve sempre presente, com pensadores do mundo inteiro a dizerem no Estoril que esta é a chave para o futuro das populações.
Um futuro baseado na necessidade de reinventar modelos de atuação a nível económico, político e religioso e que ajude o mundo a adaptar-se às novas realidades impostas não só pelas transformações geopolíticas, mas também pela verdadeira revolução cultural marcada pelas ferramentas tecnológicas da nova Era Digital.
“O sucesso de uma ordem glocal dependerá sempre do envolvimento dos cidadãos na vida pública”, fez questão de salientar Carlos Carreiras, citando Francisco, o seu Papa, “é um dever de todos os cristãos envolverem-se na política, neste espaço público que nos é comum”.
Ficou assim lançado o repto para um novo encontro político daqui a dois anos, provavelmente assente num novo modelo à luz do Instituto de Diálogo Global”, apresentado ao longo desta quarta edição das Conferências do Estoril e que vai permitir que estas se estendam aos países lusófonos e cruzar cursos com universidades de todos os continentes com quem têm parcerias estabelecidas (Vídeo apresentação do Estoril Global Institute).
4 dias, 60 oradores, 26 nacionalidades, 36 horas em debate
O que ficou dito…
“As Conferências do Estoril não terminam aqui”
Ao longo dos últimos quatro dias, 60 oradores de 26 nacionalidades diferentes abordaram os grandes temas de atualidade numa maratona de 36 horas de debate. Transversal a todos os painéis, o tema da educação esteve sempre presente, com pensadores do mundo inteiro a dizerem no Estoril que esta é a chave para o futuro das populações.
Um futuro baseado na necessidade de reinventar modelos de atuação a nível económico, político e religioso e que ajude o mundo a adaptar-se às novas realidades impostas não só pelas transformações geopolíticas, mas também pela verdadeira revolução cultural marcada pelas ferramentas tecnológicas da nova Era Digital.
“O sucesso de uma ordem glocal dependerá sempre do envolvimento dos cidadãos na vida pública”, fez questão de salientar Carlos Carreiras, citando Francisco, o seu Papa, “é um dever de todos os cristãos envolverem-se na política, neste espaço público que nos é comum”.
Ficou assim lançado o repto para um novo encontro político daqui a dois anos, provavelmente assente num novo modelo à luz do Instituto de Diálogo Global”, apresentado ao longo desta quarta edição das Conferências do Estoril e que vai permitir que estas se estendam aos países lusófonos e cruzar cursos com universidades de todos os continentes com quem têm parcerias estabelecidas.
4 dias, 60 oradores, 26 nacionalidades, 36 horas em debate
O que ficou dito…
Conferências do Estoril 2015: A democracia está em crise?





"A democracia tem por base a regra da maioria. A democracia é três lobos e uma ovelha a votarem no que é que vai ser o jantar" lançou a voz polémica de Rickard Falkvinge num debate com tanto de inspirador como de algum pessimismo. Isto porque, na opinião dos oradores presentes assiste-se a um abrandamento da democracia, depois de, após a queda do Muro de Berlim, terem surgido novos sistemas democráticos no mundo.
A ameaça das liberdades civis, a crise de confiança nas instituições democráticas, a captura da sociedade civil pelo estado e o ressurgimento do autoritarismo em países com jovens democracias foram apontadas como as principais ameaças atuais à democracia.
"Há uma divisão clara na sociedade entre aqueles que nasceram antes da internet – a geração offline – e aqueles que nasceram com as redes sociais – a geração internet", salientou Rickard Falkvinge que é contra a opinião generalizada de que os jovens não se interessam pelos problemas da sociedade civil nem pela política "Nunca houve uma geração mais interessada e ativa e mais disposta a participar como a "geração internet", só que os jovens de hoje não estão interessadas nos problemas que afligem a "geração offline" que têm a ver com cuidados de saúde, subsídios ou pensões de reforma. A "geração internet" está muito mais preocupada com a defesa das liberdades cívicas, os direitos das minorias ou o direito à privacidade e a pegada individual que fica registada na internet para sempre."
A crise da democracia e a necessidade de se reinventar os sistemas de governo na era da economia digital foram o foco da intervenção de Don Tapscott que subiu pela segunda vez ao palco nesta quarta edição das Conferências do Estoril. O autor de "Wikinomics" defendeu a necessidade de uma reinvenção da democracia e dos modelos de governação face às grandes mudanças que estão a ocorrer em tempo record. "Apesar da revolução tecnológica e das mudanças verificadas na sociedade a governação continua a reger-se por modelos da era industrial" afirmou Taspcott que acrescentou " A abstenção crescente que se verifica nos países onde a democracia está consolidada conduz-nos ao problema de falta de legitimidade dos governos e ao enfraquecimento das instituições democráticas".
O criador de "Grow Up Digital" afirmou mesmo que " No mundo inteiro os jovens questionam a democracia porque esta é uma geração ativa que nada tem a ver com a geração dos seus pais que eram recetores passivos da televisão. A geração atual que cresceu com a internet quer protagonismo e envolvimento e não se interessa por um sistema de governação que só os chame a votar de 4 em 4 anos e que durante esse período os faça recetáculos passivos, sem qualquer poder de decisão." Don Tapscott alertou mesmo para o perigo de poder haver grandes explosões sociais lideradas pelos jovens que contestam os atuais sistemas de democracia representativa que não responde aos seus problemas: " A solução para a resolução dos problemas globais passa por criarmos um novo nível de consciência social que trabalhe em plataformas ligadas em rede e que envolvam várias parcerias com governos, instituições internacionais, universidades, centros de investigação e que envolva toda a sociedade civil."
Ainda da parte da manhã, a globalização da China e a forma como esta está a desafiar a ordem internacional criada depois da segunda guerra pelos Estados Unidos da América foi o tema da intervenção de Xiang Bing, professor da Graduate School of Business de Cheung Kong (Hong Kong). " A China é cada vez mais global no primeiro e no terceiro mundo" garantiu Xiang Bing que acrescentou " A China está a levar a alta tecnologia do primeiro mundo para o terceiro mundo, através de cópias baratas acessíveis às populações. Para além disso está a criar infraestruturas nesses países estabelecendo novos canais de comércio". Mas, o papel da China não se resume à globalização no terceiro mundo segundo Xiang Bing : " A China está a sair das suas fronteiras e a expandir-se para o mundo desenvolvido. Há muitos chineses com dinheiro, vontade e ambição que querem ocupar um lugar nas 50 cidades mais atraentes do mundo para se viver e os seus filhos irão ocupar as melhores escolas e universidades existentes."
Durão Barroso | “Não comungo do pessimismo reinante sobre a Europa”
“[A crise ] teve efeitos negativos, mas devemos olhar para a Europa como um processo construtivo. Apesar dos efeitos negativos, a União Europeia tem hoje mais competências que ajudam a proteger os estados-membros”.
Durão Barroso recordou que “em 2012, muitos analistas preconizaram o fim do projeto da União Europeia, mas este sobreviveu. Na altura o cenário mais provável era a implosão do Euro. A crise expôs vulnerabilidades, mas também veio demonstrar que a União Europeia tem bastante resiliência”.
O antigo presidente da Comissão Europeia, disse ainda que “o pessimismo que rodeia a Europa tem duas origens: os eurocéticos e os grupos xenófobos que alimentam discursos populistas. A minha convicção é que as forças de integração na União Europeia são mais fortes do que as da desintegração”.
Ao falar da crise grega e do Syrisa, Barroso referiu que este partido constitui um fenómeno curioso: “Inicialmente era contra o euro, mas uma vez no governo, estão a hesitar. A Grécia por razões políticas próprias não conseguiu ainda recuperar”.
“Apesar dos eurocépticos, a “ União Europeia continua a ter um grande poder de atração como se viu na questão da Ucrânia”, acrescentou.
Frases:
“A União Europeia vai retomar a sua capacidade de se recuperar”;
“Não comungo do pessimismo reinante sobre a Europa”;
“ A construção europeia é um processo”;
O projecto europeu garantiu o maior período de paz na Europa”;
“A União Europeia continua a ter um grande poder de atração como se viu na questão da Ucrânia”;
“A crise foi uma forma de garantir mais espaço à União Europeia”. A União Europeia é um projeto de paz e democracia. Para se estar na NATO não é preciso ser-se democrata, mas para se estar na União Europeia é preciso passar no teste da democracia.
A resposta atlântica aos desafios globais Fogh Rasmussen e João Vale de Almeida nas Conferências do Estoril




Conferências do Estoril 2015 | Fukuyama e Kasparov no último dia
Conferências do Estoril 2015 | Fukuyama e Kasparov no último dia
Gunter Pauli: As conferências do Estoril não interessam só a adultos
“Qual é o vosso sonho?”, perguntou-lhes Gunter Pauli que aproveitou para explicar o que quer fazer com a sua fundação: “queremos mudar o mundo criando oportunidades que pensamos não serem possíveis. Quando me dizem que algo não é possível isso constitui para mim um desafio ainda maior!”
Identificados com reciclagem e sustentabilidade marinha, os alunos fizeram questão de representar algumas das cenas das peças de teatro que fizeram na sala de aula sobre o ambiente. Numa das peças, Gunter Pauli, interpretado por um dos alunos, teve honras de ator.
A dada altura, eram tantas as mãos no ar para o questionarem que Gunter Pauli propôs-lhes visitar as escolas que estiveram presentes nesta acção motivadora sobre a proteção do ambiente.
Sem inibições, os pequenos peritos, perguntavam-lhe: “acredita no potencial das crianças para mudar a economia?”; “Há quantos anos trabalhas na área do ambiente?”, “Quais são os seus projetos para o futuro”, e “De que forma pensa salvar os animais e a natureza com os seus projectos?”
Gunter Pauli tem seis filhos, chegou a morar numa casa sem móveis e aprecia o conceito zen da vida, para tirar o máximo proveito da natureza.
Estoril Local Answers Award 2015 entregue à Aporvela
Composto por Chris Arnold [Fundador do World Merit], Harry Starren [Escritor e ex-CEO do De Baak], Mariana van Zeller [Jornalista, National Geographic], Meagan Fallone [Global Strategy and Development, Barefoot College] e Stanley Anyetei [Diretor-fundador da RoundCircle Strategist e Chefe da área de Investimentos na Pymwymic] o júri elegeu o projeto “Mar de Oportunidades” da Aporvela como o vencedor, após uma avaliação das candidaturas recebidas.
“Este prémio só é entregue a quem dá provas do impacto atingido, sobretudo nas pessoas envolvidas e o projeto da Aporvela permitiu-nos verificar que o impacto é real e é isso que aqui premiamos”, justificou Milton Sousa, diretor executivo das Conferências do Estoril, na entrega do Estoril Local Answers Award.
“Tirar jovens da exclusão social é uma responsabilidade de todos nós”, assumiu José Lúcio, presidente da Aprovela, entidade que, em parceria com a Casa Pia de Lisboa tem contribuído para o desenvolvimento dos jovens, alguns dos quais enfrentam o risco de exclusão social. “Nesta sociedade globalizada temos que saber integrar estes jovens e particularmente sensibilizá-los para a aquisição do conhecimento”, justificou.
A Aprovela aproveitará agora os 10 mil euros do prémio para aplicar numa bolsa para que os jovens possam frequentar um curso profissional.
Sobre a Aporvela | Através da formação, a Aporvela contribui para a descoberta de novos significados para a vida, ajudando os jovens a escolher uma carreira ligada ao Mar, capacitando os mais novos para a luta contra a pobreza e a descriminação e ajudando-os a trabalhar e a melhorar os conhecimentos e competências.
Fique a conhecer melhor este projeto no site da Aporvela: http://www.aporvela.pt/wp/
A relação entre empresas e sociedade num mundo em mudança






O painel que abriu os trabalhos da tarde no Centro de Congressos do Estoril contou com a moderação de Gili Drori, socióloga e professora na Universidade Hebraica de Jerusalém que referiu estarem as empresas e a sociedade civil a fazerem um esforço de adaptação à mudança. “ Hoje em dia as empresas já têm uma agenda social e a responsabilização de melhorar a inclusão na comunidade, enquanto as organizações sem fins lucrativos adotam modelos de gestão empresarial” referiu a socióloga sobre o esbatimento das fronteiras entre empresas e sociedade.
Guillermo Franco, presidente de um banco argentino que concede microcrédito (Província Microempresas), trouxe à audiência das Conferências do Estoril a experiência de como é possível uma entidade financeira contribuir para a inclusão económica e social da parte da população que não tem acesso a crédito através do sistema financeiro. “ As pessoas não pedem presentes querem oportunidades” afirmou Guillermo Franco, referindo, ainda, que o ratio de cumprimento do microcrédito é elevadíssimo graças à confiança que se estabelece entre o banco e os clientes.
A necessidade urgente de se repensar os modelos de negócio tradicionais que “provocam inúmeras desigualdades perigosas para a estabilidade social e económica” foi a ideia defendida por Tashmia Ismail, Investigadora da Universidade das Nações Unidas que avançou com a solução de “adequar o modelo de negócio à realidade das comunidades locais, contribuindo, assim, para a inovação e a criação de valor para a comunidade pelas empresas”.
Miguel Alves Martins, cofundador do Instituto de Empreendedorismo Social (IES), criado em Cascais há sete anos, refere na linha dos restantes oradores que “ O ambiente económico está a mudar muito rapidamente, pelo que é preciso uma readaptação das empresas e da sociedade a essa mudança.” Aquele que é o rosto do empreendedorismo social em Portugal, defende uma nova abordagem á liderança em que as universidades têm um papel fulcral na formação desses novos líderes e empreendedores sociais.”
“ A humanidade precisa de dois ou três planetas para continuar com este estilo de vida, gastando os recursos que não temos.”, alertou Robert Metzke, diretor de estratégia da Royal Philips Eletronics. Sobre a relação entre empresas e sociedades Metzke refere que “nenhum negócio pode prosperar sem um desenvolvimento sustentável. Isto não é uma questão moral ou religiosa, mas, uma perspetiva de negócio. Daqui a uma década as empresas que não compreenderem isto perderão a guerra.”
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