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Maria Odete Morgado
Com uma carreira de quase seis décadas dedicada ao ensino, Maria Odete Morgado continua, todos os dias, a cumprir, em Carcavelos, a sua missão de educadora. Alguns dos seus antigos alunos têm já hoje cerca de 50 anos mas continuam a tratá-la por “Menina Odete”, porque foi assim que a receberam, quando a viram entrar como professora na ala masculina da 3ª classe da antiga Escola nº 1 de Carcavelos. Na sua estreia como docente deparar-se-ia com uma turma de 25 alunos, cuja média de idades rondava os 13 anos e que ainda mal sabiam ler. Tinha, então, 19 anos e estava a terminar o Magistério Primário quando foi substituir a professora titular que se ausentara por doença, mas ainda hoje se recorda do nome de todos, sentindo-se feliz por ter conseguido cativá-los e fazer com que passassem a ser mais assíduos. Foi este o começo de uma relação especial que estabeleceu com várias gerações de alunos da freguesia que, para além da professora, puderam contar, desde então, com uma grande amiga.
Embora esta fosse a sua primeira experiência profissional, Maria Odete começou cedo – com apenas 13 anos – a envolver-se em assuntos de educação, ao decidir viver com a madrinha, D. Francisca Lindoso, no Instituto da Sagrada Família, na Parede. A instituição acolhia crianças e jovens carenciados, apesar de não ser esse o seu caso, pois a família estava por perto e podia visitá-la sempre que queria. Na verdade, nascida em Lamego, no ano de 1937, onde o seu pai tinha uma sapataria, «negócio que até não corria mal», mudar-se-ia, três anos depois, com os pais e cinco irmãos para Lisboa e depois para a Parede, onde veio a frequentar a instrução primária. O pai entendia que na capital os filhos poderiam usufruir de uma melhor educação. A fundadora e também diretora do Instituto da Sagrada Família, D. Francisca Lindoso, apreciava muito as brincadeiras cheias de criatividade da afilhada, que já naquela altura contagiava com a sua energia todos aqueles que ali estavam por circunstâncias de vida menos felizes. Não era por ser afilhada da diretora que gozava de mais privilégios na instituição.
Tal como as outras internas também tinha obrigações, que cumpria sem qualquer sinal de contrariedade. Desta forma, todas as manhãs ajudava a educadora no jardim-de-infância, servindo-lhe de grande inspiração para a sua atividade os serões em família que a incentivaram a gostar de música, dança e teatro. Da parte da tarde, estudava no Colégio da Bafureira. Em criança dizia que queria ser médica, mas depois da experiência vivida no Instituto Sagrada Família percebeu que a sua vocação era ser professora, optando, assim, pelo Magistério Primário. Continuou, no entanto, a viver na instituição de onde apenas saiu para casar aos 20 anos. Durante alguns anos lecionou em Carcavelos, chegando a abrir um colégio com uma amiga, projeto que há muito sonhava concretizar. Deu aulas em colégios privados, como o St. Julian’s School, passando pelo Ensino Especial na Associação Cristã da Mocidade e pela Famser – Associação de Famílias Voluntárias Anti-Droga.
O seu marido, delegado de propaganda médica, seria colocado em Moçambique quando Maria Odete tinha 38 anos de idade e 19 anos de experiência como docente. Já com quatro filhos, foi coordenadora do ensino primário no Colégio Marista, regressando à metrópole seis anos depois, com mais um membro na família: o quinto filho e o único que não nasceu na freguesia de Carcavelos… A sua carreira profissional prosseguiu, entretanto, na Delegação Escolar, em Cascais. Abriu, mais tarde, o infantário “O Berço e depois o colégio e O Cavalinho, em Sassoeiros, atualmente dirigido pelo filho mais novo. Na vida também passou por momentos menos felizes, que soube ultrapassar por meio da intensa atividade que sempre a ligou a Carcavelos. É, assim, a mentora do prestigiado Coral Infantil de Carcavelos e a promotora do Festival da Canção infantil Clave de Prata. Presidente da Direção da Sociedade Recreativa Musical de Carcavelos desde há 15 anos, no âmbito do qual fundou o TIC – Teatro Infantil de Carcavelos, de que é encenadora, tem-se destacado igualmente como autora da maioria das peças que o grupo representa. Fã da História de Portugal, dispõe de um repertório de peças de teatro desde a fundação da nacionalidade às invasões francesas.
O pai adorava História, sabendo-lhe transmitir essa paixão. Por isso, ainda hoje a família faz questão que seja a “Menina Odete” a motivar os alunos do 1º ciclo do Colégio O Cavalinho a gostarem desta disciplina. Apesar de aposentada, Maria Odete Morgado continua cada vez mais ativa em prol da freguesia. Não consegue abrandar o ritmo porque sente um amor incondicional por Carcavelos, tanto mais que confessa: «O que tenho feito é dedicar-me às pessoas, ao ensino é à freguesia. Sinto que têm uma certa estima por mim e eu por elas».
Assim fala quem ama o que faz!
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Museu de Artilharia de Costa vai nascer na Parede




Cascais acolhe Feira Internacional de Arte Contemporânea | Apresentação dia 29 de janeiro
Associação Desportiva Cultural e Recreativa Murtalense celebrou 90 anos







Marcado por um almoço comemorativo no salão de festas da associação, o aniversário reuniu inúmeros sócios, amigos e convidados que em ambiente de festa mas também nostálgico assinalaram os 90 anos da Associação Murtalense.
Uma associação que nasceu em 1924 e que ao longo dos anos passou por vários desafios. Assim o recorda Jorge Fontes, tesoureiro e sócio desde os 12 anos de idade, para quem este foi um dia importante: “Foi um domingo de festa em que quisemos assinalar estes 90 anos. Em 2001 este edifício estava fechado, com atividade encerrada e foi preciso muito trabalho para recuperar tudo. Mas hoje em dia está aberto e é isso que interessa!“
Longe dos dias menos produtivos, a Associação dedica-se a várias atividades desportivas como Pilates, Esgrima, Kickboxing e Karaté. Pratica-se também Futebol, modalidade que se tornou possível com o aparecimento do campo de futebol no Jardim Murtalense. Além disso, a associação promove aulas de música, contribuindo para o desenvolvimento cultural da comunidade.
Para o futuro são vários os projetos ambicionados. Entre eles está o aumento da sede, a criação de um relvado sintético no campo e a enorme vontade de trazer à ribalta os anos dourados do Murtalense, onde não faltavam bailes, festas de Carnaval e a celebração dos Santos Populares.
Mesmo num contexto onde está bem presente a dificuldade em responder ao apelo de todas as instituições do concelho, a Câmara Municipal de Cascais está, como refere Frederico de Almeida, vereador do desporto, educação e ação social “a analisar em conjunto os projetos desta Associação. Vamos, com certeza, encontrar as melhores soluções para que a associação continue o seu caminho, pelo menos, por mais 90 anos.”
Sobre a Associação Desportiva, Cultural e Recreativa Murtalense | A 24 de janeiro de 1924 nascia no Murtal o Grupo Musical e Desportivo Murtalense com o objetivo de desenvolver atividades de beneficência, aulas de música, e promover espetáculos e festas. Mas nos anos 50, surge no Murtal um outro grupo com a mesma atividade, o Grupo Desportivo Murtalense. Em 2009, depois de vários esforços para uma fusão, os dois grupos unem-se e formam assim a Associação Desportiva, Cultural e Recreativa. A associação que outrora originava momentos extraordinários através de diversas atividades e eventos regionais e nacionais como é exemplo as provas de ciclismo que faziam o deleite dos murtalenses, foi também marcada pela medalha de mérito municipal em 1959. Em 2000, o Murtalense viria a fechar portas devido a uma gestão, da direção da altura, menos rigorosa. Destemidos e com vontade de erguer o espaço que fora a sua segunda casa durante a juventude, um grupo de amigos juntou-se para não deixar morrer a associação, mantendo-a em atividade até aos dias de hoje.
Luís Carlos Alves
As suas recordações de Angola são escassas, mas Luís Carlos lembra-se bem do momento da partida, do colo da mãe, da sensação de que alguma coisa não estava a correr bem, do som das rajadas de metralhadora, da angústia motivada pela espera de dias e noites passadas numa garagem onde também estavam muitos outros portugueses. Tal como a sua família, estas eram pessoas que engrossavam as listas de espera das escoltas até ao aeroporto, de onde todos partiriam em direção a Portugal. Hoje, 39 anos após ter pisado solo pátrio e depois de alguns amigos lhe mostrarem fotografias atuais da casa onde viveu em Angola, destruída, Luís Carlos não sente vontade de voltar. A nostalgia do regresso não lhe toca tão profundamente como àqueles que regressaram já mais velhos e com um baú cheio de memórias de um tempo feliz. E se a despedida de Angola foi dura, os primeiros anos em Portugal não foram menos difíceis. A família viu-se forçada a começar do zero e os primeiros anos de Luís Carlos em Portugal são passados na terra da mãe e dos avós maternos, em Casal Sancho, Viseu. Como era preciso garantir a subsistência da família, o pai tenta de tudo e arranja trabalho na distante Lisboa. Durante algum tempo, e até que a situação laboral do pai permitisse reunir de novo toda a família, Luís Carlos continuou com a mãe e a irmã, em Viseu, onde iniciou os estudos primários.
Mais tarde, já em Lisboa, prosseguiu os estudos e no liceu começou a interessar-se por informática. Computadores e motores eram já na altura as paixões de Luís Carlos. A adoração por carros e motas é tal que se pudesse, para além de Informático, “seria piloto de Fórmula 1”. Decidido, Luís Carlos ainda não tinha 18 anos quando jurou que tinha que tirar a carta de condução de automóveis. A maioridade, contudo, tinha-lhe guardado uma das maiores provas da sua vida. Problemas de saúde levam-no, por diversas vezes, à mesa de operações, a que se seguiram dois anos de fisioterapia intensa no Centro de Medicina e Reabilitação de Alcoitão que lhe devolveram a mobilidade possível. Ao lembrar esta passagem da sua vida, sente- -se a gratidão nas palavras de Luís Carlos. Gratidão imensa por todos aqueles que, em Alcoitão, o ajudaram a inverter um caminho que não raras vezes se pensou ser irreversível. Já com 23 anos de casa, são poucos os que na Câmara de Cascais não conhecem o Luís Carlos. E o percurso na autarquia começa aos 20 anos, quando na sua primeira experiência profissional, Luís Carlos consegue uma colocação como administrativo nas Oficinas Municipais. Desse tempo recorda o Chefe, engenheiro Daniel Barriga, que lhe dizia que “a felicidade depende muito da forma como encaramos a vida. Se nos acomodarmos, a vida nunca nos sorrirá.” Ensinamento que Luís Carlos nunca esqueceu porque nunca deixou de lutar pelos seus sonhos.
Já a trabalhar consegue, em simultâneo, licenciar-se em Informática de Gestão. Já “doutor”, e à espera de definição da sua situação na autarquia, concorre a um lugar na banca. Obteve a melhor classificação no processo mas na fase de entrevista negam-lhe abertamente a possibilidade de trabalhar no grupo por causa do seu problema de mobilidade. Nesse momento, pela primeira vez, Luís Carlos sentiu na pele que existem preconceitos que podem sobrepor-se à competência das pessoas. “Felizmente, hoje, a nossa sociedade encara estas situações com mentalidade mais aberta e de forma mais justa”, afirma. Mas por cada janela que se fecha há uma porta que se abre. Pouco depois surge a oportunidade de ir trabalhar para o Gabinete de Informática da Câmara Municipal de Cascais. Na época, Luís Carlos era o único elemento com uma licenciatura na área. “Ser informático é quase como ser médico, porque para se estar atualizado tem que se continuar a estudar pela vida fora.” Das palavras aos atos, algum tempo depois Luís Carlos voltou aos bancos da universidade para fazer uma pós-graduação em Sistemas de Informação porque, como explica, “o progresso na área informática não deixa de nos surpreender todos os dias, rola a uma velocidade vertiginosa.” A necessidade de se atualizar é, por isso, constante.
Tirando as histórias infantis que faz questão de ler todos os dias às duas filhas, as suas leituras resumem- se, atualmente, a manuais de informática. No seu dia de trabalho não há rotinas. Todos os dias apresentam-se como desafios aos quais ele e toda a equipa têm de dar respostas rápidas e eficazes. Ao Gabinete de Informática da Autarquia cabe fazer a manutenção de todo o parque informático, o que se traduz em muitas questões para dar resposta todos os dias. “Já passei algumas noites sem dormir à procura de soluções para tentar resolver problemas informáticos, mas não me arrependo porque na minha área aprendemos coisas novas todos os dias. Esses problemas tornam-nos todos os dias mais capazes. A nossa autarquia a nível informático não fica atrás do que de melhor se faz em Portugal nesta área. Devemos estar muito perto de atingir o rácio de um computador por utilizador”, acrescenta com satisfação. Sempre que pode, Luís vai até ao autódromo do Estoril sentir o som, o cheiro e a adrenalina dos motores. Mesmo que chova copiosamente e que seja o único espetador na bancada. Afinal de contas, não é preciso ser piloto para ganhar uma corrida, nem para vencer as difíceis voltas que a vida dá.
C - Boletim Municipal | 21 de março de 2013
Lourdes Chuva
Não é verdade que se costuma dizer que na vida há sempre uma explicação para tudo? Ora bem, também para Lourdes Chuva há uma explicação. Esta colaboradora contou-nos que vive, desde a infância, entre livros e bibliotecas. “Eu ainda nem sequer sabia ler mas passava o tempo na Biblioteca Condes de Castro Guimarães. Habituei-me muito àquele espaço”. No total soma 42 anos de trabalho em bibliotecas. Atrevemo-nos por isso a dizer, que o seu tom de voz ganhou forma quando aos doze anos começou a colaborar com a secção infantil da Biblioteca do Museu Condes de Castro Guimarães. Lourdes nasceu no Monte Estoril, em 1958 e foi viver para o Parque Marechal Carmona, quando tinha apenas um ano de idade. O pai, o senhor Tavares, já ali trabalhava como jardineiro, e aceitou a casa de função do posto de trabalho onde ficaram alojados. Tinha sete pequenas divisões, e Lourdes adorava brincar naquela que era uma espécie de sótão, de onde conseguia ver todo o parque e o ambiente à volta do mesmo, sem nunca se deixar avistar. Para uma criança da sua idade era quase como estivesse a viver uma aventura das histórias de encantar. Quando ouviam o sino do portão conseguiam ver da janela quem estava para chegar. A chave enorme do portão de entrada para a casa tornava tudo ainda mais especial e os amigos achavam o máximo. “Ninguém tinha uma chave tão grande”, afirma. Embora Lourdes tivesse mais dois irmãos, as diferenças de idade bastante acentuadas entre eles levaram a que as brincadeiras da filha mais nova do casal Tavares fossem passadas na companhia dos filhos de outros dois funcionários que também ali viviam: a filha de Gabriel, o guarda-noturno do parque, mas principalmente, dos três filhos de Oliveira, o antigo mordomo dos Condes de Castro Guimarães. Jogavam às escondidas, simulavam acampamentos e corriam o parque de bicicleta. Mesmo quando chegava a hora de encerrar o jardim ao público, as brincadeiras continuavam. Mas Lourdes também chegou a conviver com outras crianças que não viviam no parque; apareciam nas férias de verão e acabavam por ir parar à biblioteca do museu. Ainda se lembra da emoção que sentiu no dia em que a convidaram para ir à piscina da Parada, onde hoje é o Museu do Mar. Mesmo quando os amigos não estavam por perto, Lourdes nunca se sentia sozinha. Dirigia-se à biblioteca e ficava horas na companhia dos funcionários. Os ateliês de pintura, gravura e cerâmica que o museu começou a promover para crianças a partir de 1964, levaram-na a passar ainda mais tempo naquele espaço, com Graça Pessoa de Amorim, a técnica que todos tratavam, carinhosamente, por “Gracinha”.
As atividades do museu começavam, entretanto, a atrair atenções, e o público infantil passou a afluir em maior número. Berta Jonet, uma mãe que costumava ir com os filhos ao Museu-biblioteca, e que mais tarde, veio a ser a responsável pela biblioteca infantil, propõe, à então conservadora do Museu, Maria Alice Beaumont, que se separasse a área infantil da dos adultos. Era preciso arranjar um espaço adequado à sua idade, mais iluminado, com estantes onde os livros estivessem ao alcance das crianças e onde com a natural espontaneidade que as caracteriza, pudessem comunicar sem interferir com a leitura ou o estudo dos adultos. Foi a partir daí que os livros infantis e juvenis passaram a ter um espaço próprio numa sala contígua à biblioteca dos adultos. “Com um fundo bibliográfico de uma centena de livros davam-se assim os primeiros passos para a constituição da futura Biblioteca Infanto-Juvenil do Parque Marechal Carmona”. As escolas passaram também a frequentar o novo espaço e a afluência do público infantil não parava de crescer, tornando-se necessário aumentar o fundo bibliográfico do mesmo. Em 1971, por intermédio de Branquinho da Fonseca, que já tinha exercido o cargo de conservador do Museu Condes de Castro Guimarães, mas que na época era o diretor do serviço de bibliotecas da Gulbenkian, foi pedido o apoio da Fundação e aquele espaço tornava-se assim na Biblioteca Fixa nº 168 da Fundação Calouste Gulbenkian. Nessa altura percebeu-se que também seria necessário contar com o apoio de mais uma pessoa. Gracinha já tinha percebido o grande entusiasmo de Lourdes em ajudar na preparação das atividades, e por isso, quando esta concluiu a 6ª Classe, e a mãe não permitiu que prosseguisse os estudos em Oeiras, propuseram-lhe que passasse a ser colaboradora da biblioteca. Com a devida autorização dos pais, Lourdes aceita o convite com a maior alegria. Cumpria um horário de duas horas e meia, e ganhava 250 escudos por mês, o equivalente hoje a 1,25 euros. Tinha apenas 12 anos na altura. A Fundação Calouste Gulbenkian ficou responsável pela gestão do acervo. “Passou a fornecer livros regularmente, e com fartura. Para além dos livros, recebíamos formação profissional”, explica Lourdes. O espaço onde hoje está instalada a Biblioteca Municipal de Cascais-Infantil e Juvenil, era na altura, a garagem da carrinha da Biblioteca Itinerante. Mudaram-se para ali em 1975, porque se entendeu juntar a vertente biblioteca aos ateliês, passando-se a designar as novas instalações por Centro Juvenil. “Em Cascais ainda não havia outras bibliotecas, e este espaço exclusivamente dedicado ao público infanto-juvenil era único no país. Um sucesso!”
Como afirma, parece que mesmo hoje, continua a manter o estatuto de biblioteca inteiramente dedicada à população infanto-juvenil, única a nível nacional. A partir de 2003, a gestão do espaço passou a ser da responsabilidade exclusiva da Câmara Municipal de Cascais. Quando atingiu a maioridade, Lourdes continuou a apostar na sua formação. Voltou aos bancos da escola e concluiu o 12º ano. Fez diversas formações relacionadas com a sua área profissional, e como nos disse “Todos os dias aprendo coisas novas, conheço pessoas diferentes e encontro muitos amigos que outrora frequentaram a biblioteca infantil, e que agora trazem cá os seus filhos”. Com um grande sorriso, conta que alguns desses pais, tal como ela, ainda eram uns meninos quando os conheceu, e lembra- se bem que às vezes tinha dificuldade em “metê-los na ordem”!
Os pais de Lourdes viveram e trabalharam durante mais de 30 anos no Parque Marechal Carmona. Lourdes já ali não mora, mas continua a trabalhar na Biblioteca Infantil-Juvenil do Parque. A filha mais velha de Lourdes, contudo, ainda ali viveu e brincou até aos cinco anos. Tudo somado, podemos dizer que nas páginas da vida de Lourdes, três gerações da sua família tiveram o privilégio de morar num parque à beira-mar plantado. Um daqueles parques que a maioria das crianças só conhece das histórias ilustradas sobre o Jardim do Paraíso. Lourdes disse-nos que nunca pensou em mudar de funções. Adora o que faz.
C - Boletim Municipal | abril de 2013
José António Proença
A localidade onde vivia com os pais e os avós integrava três povoações: Salgueiro, Escarigo e Quintãs. Tinha três escolas e três igrejas e entre as povoações existia uma “rivalidade” que reclamava por autonomia. José António Proença conta que para ele essas contendas deixaram de fazer sentido quando foi estudar para Belmonte e arranjou amigos dos outros lugares.
Fernando Lopes Graça

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