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Procissão em honra de Nossa Senhora dos Navegantes reúne centenas de fiéis | Veja as imagens e a reportagem em vídeo

Ontem, 25 de agosto, realizou-se a procissão em honra de Nossa Senhora dos Navegantes, uma marcha religiosa tradicional de Cascais que contou com a participação de famílias de pescadores trajadas a rigor, bem como de centenas de fiéis.

Constituindo-se como um dos pontos altos das Festas do Mar, o cortejo partiu da Igreja Matriz de Cascais, seguindo pela Avenida D. Carlos em direção à praia dos Pescadores. Aí, os fiéis seguiram por mar até à Guia em barcos de pesca devidamente engalanados, regressando depois ao ponto de partida inicial.


Em Cascais, esta procissão não é muito antiga. Até à década de 50 realizava-se a romaria a Nossa Senhora da Guia, agora incorporada nesta procissão, à qual acorriam até lisboetas. Esta romaria derivava de uma promessa feita pelos vereadores de Lisboa, no primeiro quartel do século XVI: «quebrasse a Senhora os malefícios da peste que se abatera sobre a cidade e eles viriam ali, ao santuário, uma vez por ano - a pé, primeiro, de barco, depois - venerá-la, em ação de graças». A tradição esmoreceu, mas na procissão de Nossa Senhora dos Navegantes é ainda a Guia o ponto culminante do percurso por mar.

Animação de rua com local alterado neste fim-de-semana | Concertos têm lugar nos Jardins da Casa das Histórias Paula Rego

Neste fim-de-semana, 24 e 25 de agosto, devido às Festas do Mar, a animação de rua que se tem realizado na Praça 5 de Outubro e no Largo Camões passa para os jardins da Casa das Histórias Paula Rego.

Assim, para este sábado e domingo estão agendados os seguintes concertos:


Sábado, dia 24
11h00 | Capitão Miau Miau | Jardins da Casa das Histórias Paula Rego
15h00 | Ellas Emsemble | Jardins da Casa das Histórias Paula Rego
17h30 | Patricias | Jardins da Casa das Histórias Paula Rego


Domingo, dia 25
11h00 | Addicted | Largo Camões
15h00 | Ricardo quintas & Patricia Antunes | Jardins da Casa das Histórias Paula Rego
17h30 | MT80 AC | Jardins da Casa das Histórias Paula Rego


Promovido pela Câmara Municipal de Cascais, este programa de animação visa proporcionar tardes bem passadas aos muitos visitantes que procuram Cascais durante todo o ano e, ao mesmo tempo, dinamizar as zonas comerciais mais próximas.


Programada para todos os fins de semana até novembro, a animação vai garantir 102 eventos de música para todos os gostos, com interpretações de bandas de sucesso dos mais variados estilos musicais como Pop, Rock, Funk, Blues, Soul, Bossa, '50s, '60s, '70s, '80s, acústicos.


 Mais informações



 

Festival ERP - Remember Cascais está de regresso para celebrar os anos 80 | 6 e 7 de setembro | Hipódromo Municipal Manuel Possolo

Após o sucesso da 1ª edição, em 2012, o festival ERP Remember Cascais está de volta para celebrar a década de 80, nos dias 6 e 7 de setembro, no Hipódromo Municipal Manuel Possolo, com organização da Palco Primavera, patrocínio da ERP- European Recycling Platform e apoio da Câmara Municipal de Cascais.

Páginas

Arquivo Histórico Municipal - Fotografias de António Passaporte

Na comemoração do 26º aniversário do Arquivo Histórico Municipal de Cascais, é colocada à disposição para consulta mais uma coleção, tão representativa da nossa história.

Num ano marcado pelo início da reabilitação da Casa Henrique Sommer para a reinstalação do Arquivo Histórico Municipal – que lhe permitirá também assumir-se enquanto Centro de História Local – a partir de 25 de agosto, por ocasião da comemoração do seu 26.º aniversário, o Arquivo Histórico Municipal de Cascais reforça a aposta na difusão on-line da valiosa documentação à sua guarda!


Findos os trabalhos de reacondicionamento, descrição e digitalização dos negativos de gelatina em vidro das fotografias de António Passaporte que retratam o concelho em meados do século XX, passa a ser possível, a partir desse dia, consultar todas as imagens desta Coleção através do Arquivo Histórico Digital de Cascais. Veja aqui algumas.


Poderá, assim, conhecer melhor parte da extraordinária obra de António Passaporte, que iniciou a sua carreira de fotógrafo aos vinte e dois anos, nos Laboratórios Cinematográficos Madrid-Films. Ingressando, depois, na Charles Alberty, viajou ao serviço da empresa pela Argentina e por Espanha. As imagens de paisagens e monumentos que então captou seriam adquiridas para propaganda pelo Ministério da Cultura e do Turismo espanhol, lançando-o, pouco depois, na edição de bilhetes-postais ilustrados, que assinou como Loty. Aquando do início da Guerra Civil de Espanha ingressou nas Brigadas Internacionais como repórter fotográfico, até que, em 1939, temendo represálias do regime franquista, decidisse voltar a Portugal, para fixar residência em Lisboa, onde retomou atividade como fotógrafo e produtor de bilhetes-postais ilustrados, cuja qualidade se traduziu num afluxo de encomendas e reconhecimento público, de âmbito nacional.


Para obter mais informações sobre a Coleção António Passaporte ou sobre os outros 63 núcleos de documentação preservados e disponibilizados pelo Arquivo Histórico Municipal não deixe, também, de consultar a 2.ª edição do Guia Digital, disponível para consulta e download desde o passado dia 7 de junho.

José Brito

Modelista de réplicas de coche.

“Com trabalho, paciência, carinho, perseverança e gosto tudo se resolve.” Palavras de José Cardoso Brito que expressam a sua surpreendente arte de construir réplicas de coches do Museu Nacional dos Coches.


Sem formação académica especifica na área, apenas com o 2º ano da Escola Comercial, José é um autodidata. Curioso, interessado e empenhado são os traços fortes deste artista com quem apetece estar à conversa e que é reconhecido como um dos poucos artistas no mundo a fazer este tipo de modelismo. Estamos perante um modelismo requintado, laborioso e minucioso. As réplicas dos coches são feitas à escala 1/10, peças com comprimento entre 50 a 70 cm, de altura 30 a 40 cm, e 26 a 37 cm de largura. Cada modelo constitui para José Brito um novo teste. Sem quaisquer desenhos geométricos nem planos, pega na máquina fotográfica, na fita métrica, em papel e começa o desafio. Tendo o chão onde o coche se encontra como referência, tira medidas, traça uma esquadria de 5 em 5 cm.


José Cardoso Brito nasceu a 27 de fevereiro de 1953 no Casal da Lapa, concelho da Pampilhosa da Serra. Terra que deixou quando tinha treze anos de idade para ir viver para casa de uns tios em Lisboa e aí começar a trabalhar na restauração.


Há trinta anos mudou-se para a freguesia de S. Domingos de Rana. Hoje, aos sessenta anos, está na pré-reforma. Foi motorista dos CTT e esteve durante alguns anos destacado no Ministério das Obras Públicas como motorista do Secretário de Estado. O tempo que disponha para a sua arte era muito limitado, mas nunca deixou de aproveitar cada bocadinho. Ter mais tempo permite-lhe agora uma dedicação a tempo inteiro e passar à fase da divulgação.


O seu primeiro coche foi o de D. Maria Francisca de Saboia. “Penso que foi um bom começo”, confessa. Mas é pelo Coche de Filipe II que tem um carinho especial, principalmente pela sua história. E como é isto de fazer coches? José começa sempre pelas rodas de madeira e depois segue-se a caixa onde utiliza diferentes tipos de madeira – buxo, faia, amieiro, contraplacado. Daí passa para o sistema de engrenagens, depois os diversos acessórios. A pintura é a última etapa, tanto exterior como no seu interior, nalguns casos a fazer lembrar frescos.


Um trabalho manual que envolve um sem número de artes: pintura, costura, douramento, talha, soldadura a prata e estanho, estufagem. Na sua pequena oficina com uma panóplia de ferramentas, algumas por si fabricadas, como o caso das goivas usadas para o entalhe e feitas a partir de limas partidas, ou as goivas de esculpir feitas com varetas dos chapéus-de-chuva. Imparável, faz parafusos, porcas, anilhas, para ultrapassar a inexistência no mercado de peças de um tamanho tão reduzido.


“Quando estou a fazer uma peça, imagino qual a ferramenta que me poderá ajudar. Muitas das vezes tenho que improvisar”. Num sorriso cúmplice, revela, “durmo com o coche debaixo do travesseiro, verdade se diga, para conseguir solucionar certos problemas”.


Reproduz e dá um realismo que as várias peças que compõem o José Brito, modelista de réplicas de coches coche funcionam tal como no modelo original: portas que abrem, degraus que recolhem, janelas com vidros que baixam, molas de suspensão, lampiões que acendem. Incansável, corre a baixa de Lisboa de uma ponta à outra à procura de material - damascos, veludos, sedas, peles, madeira. Chega a estar dois meses à espera. Mas nunca desespera.


Há uns anos, o modelista aderiu ao fórum internacional, Scale Model Horse Drawn Vehicles, e aí encontrou um apoio no desenvolvimento dos seus solitários projetos. Através do fórum, troca impressões, partilha conhecimentos e entra em diálogo com outros que partilham a sua paixão.


José não consegue esconder a felicidade que sentiu quando encontrou uma empresa inglesa – John Thompson Plans – que tinha os planos do Coche de Napoleão. “Eram 22 folhas de instruções à escala 1/12. Encomendei-o. Não sabia que a escala usada era  em polegadas. Demorei meses a converter polegadas em milímetros.” O modelista conhece, de trás para a frente, a história de todas as suas peças e a investigação é uma parte importante do seu trabalho habitual. Tem até, em sua casa, uma biblioteca inteira dedicada ao tema. Mesmo não contabilizando o tempo que cada modelo lhe toma, José Brito dedicou 14 anos da sua vida a esta arte que tem agora forma e expressão em 10 magníficos coches. A paixão pelo modelismo até começou com os barcos – primeiro com um kit da Caravela Bartolomeu Dias e mais tarde com uma fantástica Fragata de D. Fernando II e Glória, tudo modelos construídos a partir do zero e sem kits comerciais – mas foi ao folhear um catálogo da Artesania Latina, da empresa espanhola de construção de kits de modelismo naval, que descobre um kit da Wells Fargo: uma carruagem muito comum nos Estados Unidos da América.


Depois do traquejo adquirido na construção dos barcos, decide lançar-se no mundo dos modelos de carruagem.  Deslumbrado com coches, José Brito vai até ao Museu Nacional onde conhece a sua Diretora, Silvana Bessone, que lhe permite a invulgaridade de tirar fotos para reproduzir os coches expostos. Foi assim que começou um trabalho que, catorze anos depois, se traduz em dez belíssimas peças que estão expostas na Casa de Santa Maria (saiba mais na secção Cultura). Na cabeça de José, os planos não param. A acabar o projeto de um coche, já tem na calha a construção da carroça da Casa da Prisca que viu numa grande superfície comercial. Por agora, José Brito vai continuar dedicado à arte de construir miniaturas de coches.


No futuro logo se verá. Porque como nos disse, não gosta de misturar peças: “Gosto de começar e terminar um trabalho. Misturar peças, seria uma confusão
 

Rogério Gonçalves Barata

Roupeiro do Estoril Praia.

Brilham-lhe os olhos quando recorda o tempo em que tinha 12 anos e o treinador à época, o Sr. Nunes, o chamava para fazer treino conjunto com a equipa, quando algum dos jogadores do plantel do Estoril Praia faltava aos treinos.


Rogério Gonçalves Barata nasceu em Loulé em 1948, e aos quatro anos foi viver para uma casa mesmo ao lado do campo do Estoril Praia porque o pai arranjou trabalho como roupeiro do clube. A seção de trabalho do pai, na lavandaria do clube, tinha uma porta que dava diretamente para uma das divisões da casa, e Rogério passou a conviver com jogadores, treinadores e responsáveis do clube, como se fizessem parte da sua família.


Nessa altura dizia que queria ser jogador de futebol, mas um acidente, quando ainda era um adolescente, tornou impossível a concretização desse sonho. A partir dali disse sempre ao pai que também se chama Rogério, que no futuro gostaria de o substituir no lugar de roupeiro do Estoril Praia.


Rogério começou a trabalhar muito cedo. Frequentou a Escola Primária na Amoreira, mas só fez a 4ª classe. Tinha apenas 14 anos quano foi trabalhar pela primeira vez, como porteiro do Hotel Baía. Há 29 anos, quando surgiu a oportunidade de substituir o pai no Estoril Praia, estava a trabalhar nos Armazéns Conde Barão. A emoção foi grande, tal como nos descreveu: “Fiquei tão feliz que acho que até de borla aceitava ir para o Estoril Praia. Adoro futebol e sinto-me ligado a este mundo através da atividade que aqui exerço”.


Nos bastidores dos clubes há outras pessoas que embora vivam no anonimato, contribuem para que as “bolas possam rolar na perfeição”. A família Barata inscreve-se nessa categoria. Rogério Piedade Barata, pai e Rogério Gonçalves Barata, filho, junto com as respetivas esposas, são os “titulares” do cargo de Roupeiro no Estoril Praia há duas gerações. O pai e a mãe, Emília, trabalharam no Clube cerca de 34 anos. Reformados há 29 anos, cederam o lugar ao filho e à nora, Luzia, atuais técnicos de equipamentos do clube como hoje se designa a atividade que exercem.


Em 1945 o pai de Rogério tomou a decisão de sair do Algarve e de se meter ao caminho para vir até a Cascais procurar um trabalho onde ganhasse mais. Uma parte da viagem foi feita a pé, na companhia de dois primos, em relação aos quais nos dizem que são familiares do Presidente da República. No Algarve, trabalhava na manufatura de calçado, e aos dezasseis anos, “já fazia um par de sapatos sozinho”. Por isso, quando chegou ao Estoril, com 18 anos não foi difícil arranjar trabalho como sapateiro, e passou a ganhar um salário muito superior ao que recebia na terra natal. A ligação da família Barata ao Estoril Praia aconteceu alguns anos mais tarde, em 1952, quando o pai trocou a profissão de sapateiro pela de Roupeiro do Estoril Praia. “Não foi o ordenado que pesou na decisão de abraçar uma nova profissão” mas sim a oportunidade de trazer a família para junto de si. Na altura, já tinha dois filhos, o atual roupeiro do Estoril e uma rapariga, mas entretanto nasceram mais três. O Clube dava-lhe casa, não tinha que pagar renda e as contas da água e eletricidade ficava também a cargo do Clube.


A sua nova atividade incluía contar com o apoio da esposa para o ajudar a cuidar dos equipamentos dos jogadores. Passariam a viver como se fossem os caseiros do Clube.


No seu novo desafio profissional, os dotes de sapateiro assentavam-lhe na perfeição, pois como nos explicou, “antigamente, a profissão de roupeiro, era designada como «sapateiro da equipa». Naquela época os jogadores apenas tinham um ou dois pares de botas, e por vezes, era preciso fazer consertos para que estivessem em condições de serem usadas no próximo jogo.


O que faz um roupeiro de um clube de futebol?


Os roupeiros dos clubes trabalham ao mesmo ritmo da equipa, acompanham-na sempre que jogam fora, quer no país ou no estrangeiro (treinos, jogos particulares e oficiais). São responsáveis por todo o equipamento. Pai e filho confessam que no início da atividade como roupeiros do clube aconteceram-lhes algumas peripécias. “A experiencia conta muito”, afirmam. O filho Rogério fala-nos de uma ocasião em que a equipa foi jogar à Madeira e se esqueceu de levar os dois pares de botas de um dos jogadores (Zé Carlos), e que teve que pedir ao roupeiro do clube do Nacional da Madeira umas botas emprestadas. O Estoril ganhou o jogo por 3-0, e dois dos golos foram marcados por Zé Carlos. O roupeiro do Nacional disse-lhe, na brincadeira “ se soubesse não tinha emprestado as botas”.


Quando a equipa joga fora de casa é preciso preparar o equipamento para 18 jogadores, mais ou menos 100 peças de roupa por equipa, a contar já com as mudas sempre que sejam necessárias. “No início parece complicado, mas hoje Rogério, que no início contou com o seu pai como professor na profissão, já o faz com facilidade. Os jogadores levam sempre com eles um equipamento completo, e à parte, Rogério leva mais dois por cada elemento da equipa. “O meu pai ainda é do tempo em que se estendia a roupa na rua. Felizmente, hoje temos máquinas”, diz-nos Rogério.


Emília, a mãe, confirma-nos que no seu tempo, não havia nem máquina de lavar, nem de secar, a roupa era toda lavada à mão e ela passava muitas horas agarrada ao tanque, a estender e a apanhar roupa num estendal que parecia não ter fim. No inverno era mais complicado. “Quando aparecia o sol, estendia a roupa; começava a chover, ia a correr tirá-la da corda”.


Ambos, pai e filho, não conseguem esconder o orgulho que sentem por estarem há 60 anos a colaborar com o Estoril Praia, e recordam muitos dos jogadores e treinadores que passaram pelo clube e que deixam saudades, como Fernando Santos, Mário Wilson, António Fidalgo, Pauleta, Carlos Manuel, Luís Vidigal, Paulo Ferreira, Paulo Sérgio, Mário Jorge, Litos, entre muitos outros.


Já depois de reformado, o pai de Rogério, sócio nº 77 do Clube, escreveu um hino dedicado ao Estoril Praia para recordar o clube do seu coração quando a saudade aperta. Rogério, o atual técnico de equipamentos do Estoril continua na azáfama diária e confidencia-nos que o neto, Rodrigo de 12 anos, que joga na Escolinha de Futebol do Estoril Praia já terá dito à mãe que também gostava de um dia exercer o cargo. Quiçá, haverá mais uma geração de Roupeiros da família Barata no Estoril Praia. Até lá…Força, Estoril Praia.
 
C - Boletim Municipal | 4 de julho de 2013

«Pedalar com Alma em Cascais» | Projeto de José Figueiredo apoia a Helpo, instituição do nosso concelho | Paulo Bento associa-se à causa

Hoje, 19 de agosto, o mentor do projeto «Pedalar com Alma», José Figueiredo, passou por Cascais, concelho que acolhe a Helpo, instituição apoiada por aquela iniciativa. José Figueiredo foi recebido pelo presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, pelo selecionador nacional de futebol e padrinho da Helpo, Paulo Bento, e pelo presidente da Helpo, o jornalista António Perez Metelo.

O projeto «Pedalar com Alma» é levado a cabo por José Figueiredo, que anualmente realiza um percurso de bicicleta por diversos pontos do país visando chamar a atenção para diferentes causas sociais. Este ano a instituição escolhida foi a Helpo, organização não-governamental sedeada no concelho de Cascais e que desenvolve um programa de apadrinhamento à distância de crianças de São Tomé e Príncipe e Moçambique, apoiando ainda as populações locais ao nível da alimentação, educação, saneamento básico, empowerment, geração de rendimento próprio, educação para o desenvolvimento, desenvolvimento humano e ajuda humanitária e de emergência. Para o presidente da Helpo, António Perez Metelo, “sermos englobados numa ideia fantástica como o «Pedalar com Alma» é sermos reconhecidos por aquilo que estamos a fazer. Para nós é uma grande honra e mais um estímulo saber que esta pessoa tão empenhada analisou o nosso projeto e quer manter-se ligada a nós”.


Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras realçou que “José Figueiredo e a Helpo são bons exemplos que nos devem inspirar a sairmos da nossa zona de conforto. Mesmo não mudando o mundo de uma vez, ajudam a mudar a vida de alguns de nós”.


A Helpo é apadrinhada por Paulo Bento, que também se associou a esta causa por via do apoio que dá ao Hospital de São João, do Porto, através do apadrinhamento do “Joãozinho”, mascote que promove as iniciativas sociais daquela instituição hospitalar. Presente nesta visita, o selecionador nacional de futebol considerou que “quem realiza uma ação desta natureza com prazer e, acima de tudo, com sacrifício, tem um valor extremamente importante. Foi isso que tentei transmitir na mensagem que deixei ao José Figueiredo, a importância da solidariedade”.


O Hospital de São João foi o primeiro parceiro do «Pedalar com Alma», um projeto descrito por José Figueiredo como “uma iniciativa pessoal que nasceu depois de uma doença degenerativa que me foi diagnosticada, em que uso a bicicleta como forma de divulgação de uma causa”. Este ano José está a realizar os Caminhos de Santiago, que implicam percorrer dois mil quilómetros de norte a sul do país em 32 dias. A viagem começou no Cabo de São Vicente (Algarve) e irá terminar em Barcelos, após percorrer parte de Espanha, de modo a passar por Santiago de Compostela.


Na visita a Cascais estiveram ainda presentes Diogo Guia, da Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, Ana Maria Príncipe, do Hospital de São João, e Sílvia Marques, da área de Responsabilidade Social da Remax (empresa que apoia o «Pedalar com Alma» disponibilizando a casa dos seus colaboradores para estadia de José Figueiredo).


 


 

Carlos Alberto Vidal, o avô das Gerações

O Avô Cantigas.

O que responderia se lhe perguntassem: “Quem é o avô mais conhecido de Portugal?” …É dele mesmo que  falamos: o Avô Cantigas. O pedagogo musical que encanta gerações há mais de 30 anos e que, de forma inédita, permaneceu no top de vendas, durante um ano, com o álbum de maior sucesso de sempre “Fantasminha
Brincalhão”.


Aquele que podia ter sido um marinheiro ou um tio acabou mesmo por ser um avô. Atencioso, divertido, sábio, surge no panorama nacional para preencher um espaço no programa Passeio dos Alegres, da RTP, já nos idos de 1982. “Naquela altura o país parava para ver televisão. Era um momento poderoso e tive a sorte de surgir nessa ocasião”, conta Carlos Alberto Vidal a pessoa que tanta vez se confunde com a própria personagem que veste. “As pessoas ao gostarem do Avô Cantigas gostam de mim porque sou sempre eu próprio. O Avô Cantigas tem sobre as questões, e o mundo que o rodeia, as ideias que o Carlos Vidal tem”, confessa.
Filho único, Carlos nasceu na Lousã em 1954 e, aos 11 anos, embarcou numa viagem até Cascais com os pais à procura de uma vida melhor. “Se os meus pais não tivessem vindo para cá, não teria tido o percurso de vida que tive”, garante.



Estudou nos Salesianos do Estoril e acabou por enveredar no conservatório de música durante 3 anos, altura em que gravou o seu primeiro disco. Seguiram-se 10 anos de música ligeira, música popular e – difícil imaginar para o homem que veste jardineiras e camisas de flanela - até mesmo rock progressivo. Tudo isto antes da aparição do avô que conquistou famílias inteiras no país. A ascensão meteórica na televisão não foi momentânea e o Avô continua a ser fenómeno de longevidade com cabelos brancos. Qual é o segredo? “É preciso existir uma empatia entre a pessoa e o público e foi isso que me aconteceu. É uma relação de amor”, garante.


Carlos Alberto Vidal, que fora do palco mantém o registo suave e próximo do Avô Cantigas, fazendo com que seja difícil separar o artista da obra artística, é um homem ciente do sucesso que alcançou: “Tenho noção que o Avô Cantigas é uma personagem que toda a gente conhece e que atingiu um patamar que mesmo que se ausente durante algum tempo não se apaga da memória das pessoas.”


Curiosamente, com o passar dos anos surge um avô em fase de rejuvenescimento, mais moderno envergando boné com um look mais cool mantendo, apesar dos anos, a sua imagem de marca feita à custa de uns fantásticos óculos redondos e, claro, das jardineiras.


Pelo caminho ficaram a cabeleira, o cachimbo e o cavaquinho. Objetos com extremo valor sentimental que um dia ocuparão lugar na Associação Avô Cantigas, instituição que ajuda crianças em dificuldade. Mas ao contrário dos objetos, que tendem a ser valorizados com o passar do tempo, Carlos Vidal acredita que tal não acontece com as pessoas: “As pessoas deixam o seu rasto mas nada é imortal. Por isso eu acredito que o meu se perderá também.”


Imortal ou não, a realidade é que o Avô Cantigas eterniza a música infantil, com um timbre único, mantendo o seu público fiel: “As crianças de hoje têm outras formas de brincar mas no momento dos concertos são todas iguais. Já tive crianças que me disseram: Gostava tanto que fosses o meu avô de verdade!” Um sinal evidente da ligação entre duas pessoas que satisfaz a sua vida:“ O que me faz feliz é um palco cheio do Avô Cantigas. Um concerto simples, de one man show ”.


A chegar aos 60 anos, o Avô está em grande forma. Imparável, o cantor prepara-se para o novo espetáculo, que alia a conversa à música como forma de educar – “É bom sonhar” - com tournée nacional. “Reformar-me?! Sim e não”, responde. “Há uma altura em que a pessoa sente o direito à preguiça! Gostava de poder fazer dos meus momentos de lazer algo mais prolongado porque isso dá-me um sentido de vida profundo e ajuda-me a estar bem enquanto cá estou, mas ainda me sinto cheio de energia.”


Durante a conversa, Carlos Vidal revela-se um homem de sorriso contagiante, inteligente, profundo e preocupado com as questões que o rodeiam: “Não sou filósofo, sou cantor. Mas todos temos um pouco de Agostinho da Silva. À medida que vou envelhecendo vou tentando ser uma pessoa melhor e mais esclarecida sobre os meandros das coisas que nos passam pela cabeça. Nós viemos ao mundo para sermos felizes!”


Aquele que já fez, como reza o ditado, as três coisas imprescindíveis da vida - plantar uma árvore, escrever um livro (neste caso infantil) e fazer um filho (na verdade dois) - adora ler, ouvir música, ir ao cinema, passear e correr no paredão várias vezes por semana, porque o atletismo é um prazer do qual não prescinde.
Por isso, quando se cruzar com o cantor, não se esqueça…. Para lá do Avô Cantigas está um Carlos Vidal inspirador.
 

Maria José Lacerda e Mello

Filha de um dos primeiros presidentes de Câmara de Cascais.

“Um dia o meu pai disse-nos que lhe tinham pedido para ir para a Câmara de Cascais”. E assim começa a conversa com Maria José Lacerda e Mello, uma ilustre cascalense filha de José Roberto Raposo Pessoa, um dos primeiros presidentes de Câmara. Mas Maria José não é só a filha do homem que durante mais tempo exerceu o cargo de edil em Cascais – de 1939 a 1959. É muito mais do que isso. Quando nos recebeu em sua casa, na Rua Nova da Alfarrobeira, que pertence à família desde 1800, Maria José conduziu-nos à sala de jantar. Em cima da mesa dispôs vários dossiês com fotos, artigos de jornal, e documentação diversa; memórias de um  tempo que conta muitos dos momentos mais significativos da história do Concelho, alguns dos quais Maria José testemunhou. A história de Maria José e da sua família cruza-se, por isso, com as histórias de um Cascais de outro tempo.
Corria o ano de 1939 e para José Roberto Raposo Pessoa, com a patente de tenente a exercer o seu posto na Cidadela da Vila, começava ali o desafio de conduzir o destino do concelho de Cascais como presidente da autarquia.


Maria José de Magalhães Pessoa Lacerda e Mello, a filha mais nova, tinha doze anos na altura. Hoje, com 85 anos, conta-nos que o pai nasceu num palacete na Rua Afonso Sanches (atual esquadra da Polícia de Segurança Pública), a 27 de março de 1899, dia de S. Roberto, pelo que ficou Roberto como segundo nome próprio. Maria José também é uma cascalense de gema que nasceu no dia 14 de julho de 1927, na Cidadela de Cascais, fortaleza onde a família residia em virtude do lugar que o pai ocupava como militar naquela unidade.
Sobre o seu pai, não consegue esconder a imensa admiração pelo homem público. “Tratava pobres e ricos da mesma forma. Nada se lhe colou aos dedos”, afirma. E, a propósito, vai contando que em certa ocasião “um sucateiro” foi lá a casa deixar um presente para o pai, um corte de fato, pensando que dessa forma faria aprovar as alterações ao projeto de sua casa que, dias antes, não lhe tinham  sido autorizadas pelo presidente da Câmara. Quando lhe contaram o que se tinha passado, o pai pediu ao senhor “Pitinha”, motorista da presidência naquela época, para ir de imediato devolver o presente.


Nalgumas ocasiões, como Zezinha, se recorda, o seu pai chegou mesmo a ter que indicar o caminho de saída do Gabinete a pessoas com certo estatuto social que iam ter com ele para pedir favores que a sua consciência se recusava a conceder. Até mesmo com a família era rigoroso, como explica: “não permitia que eu e a minha irmã puséssemos o pé no carro oficial”, tendo mesmo chegado a dizer-lhes que “o carro da presidência, não era o carro da família do presidente”.



Onde hoje existe o Santini, Maria José conta-nos que havia um cinema ao ar livre e mesmo quando o pai não ia assistir às sessões e o camarote presidencial estava vazio, não tinham permissão para se sentarem no mesmo.


Mulher determinada, Maria José parece ter herdado a  força inconformista da bisavó paterna. Num tempo em que eram as famílias que escolhiam com quem as suas filhas tinham de casar, Maria José decidiu tomar as rédeas da sua própria vida e, contra tudo e todos, ignora as orientações da família e casa com o seu grande amor: o médico Lacerda e Mello. Apesar de este ser divorciado na altura, o que os impedia de casar pela igreja, Maria José não deixou que ninguém interferisse nas suas escolhas. O marido  exerceu sempre a sua profissão no concelho e muitos cascalenses recordam-no com saudade,  “sobretudo os pescadores”. Durante a II Guerra Mundial, altura em que tudo escasseava e a gasolina não era exceção, o marido deslocava-se até casa dos doentes de bicicleta. Quando estes não podiam pagar a consulta, deixava-lhes dinheiro debaixo da almofada para que pudessem comprar os medicamentos.


A mãe de Maria José, Clementina Ferreira Pinto Leite Magalhães Pessoa, morreu em 1941. Como a irmã mais velha já estava casada, coube a Maria José passar a acompanhar o pai nas deslocações  oficiais. “Abri muitas torneiras e liguei muitos interruptores”.


Fala-nos da inauguração do Parque Marechal Carmona, do Mercado de Cascais, do Casino Estoril, do antigo Hospital de Cascais – Condes de Castro Guimarães e mostra uma fotografia sua, ainda criança, a segurar na salva para cortar a fita na sessão inaugural (ver foto em baixo). Na inauguração do Parque Palmela, recorda-se da mensagem que o pai dirigiu ao público presente, e que nunca mais esqueceu: “Estou satisfeito porque comprei os pulmões para Cascais.” Quem tiver o privilégio de conversar com Maria José sobre Cascais vai ouvi-la dizer muitas vezes: “O meu pai adorava a sua terra”. O pai desejava passar para as gerações vindouras o que conhecia da história de Cascais, e por isso, escreveu uma crónica intitulada “Folhas soltas de cousas velhas” que os seus amigos Rotários publicaram no Jornal “A Nossa Terra”. Nesses artigos adorava, sobretudo, partilhar saberes mais práticos que tinham sido passados de geração em geração à sua família, como por exemplo o artigo que publicou sobre “Como era viajar para Lisboa na época dos seus antepassados”. O Pai faleceu no dia 3 de janeiro de 1974, mas Maria José prosseguiu com o seu sonho, adotando o mesmo título para as suas crónicas sobre a história do concelho que chegou a publicar no “Mais Cascais”.


Agora, nesta fase da sua vida, também não está disposta a deixar que seja o tempo a roubar-lhe os sonhos e, confessa, há ainda um que gostaria de concretizar: ”Não morrer, sem primeiro formar um movimento ao qual gostaria de chamar “Amar Cascais”. Este seu sonho, como esclarece, “não tem nada a ver com política”, mas sim com a vontade que sente em perpetuar memórias de uma terra que ama com a mesma intensidade com que o seu pai, José Roberto Raposo Pessoa, amou.


 C - Boletim Municipal |23 de maio de 2013
 

Escola Básica e Jardim de Infância das Areias (ex-nº 2 da Galiza)

Designação do projeto | Escola EB1 e Jardim de Infância das Areias (ex-nº 2 da Galiza)
Objetivo principal | Requalificação da rede escolar
Região de intervenção | União das Freguesias de Cascais e Estoril
Entidade beneficiária | Município de Cascais
Data de início | 13-03-2008
Data de conclusão | 23-09-2009
Custo total elegível | 782.391,41 EUR
Apoio financeiro da União Europeia | FEDER – 508.554,42 €
Estado atual | Encerrado
 
Resumo:
O projeto nesta nova escola permitiu a substituição de um edifício pré-fabricado pesado, degradado onde funcionava a escola do 1º Ciclo nº 2 da Galiza. Dotou-se de condições para um ensino especializado do Núcleo de Deficientes Auditivos aí localizado. O projeto incluíu 1 sala de Jardim de Infância, 4 salas de aula e gabinetes para o Núcleo de Deficientes Auditivos, com características específicas, cozinha e refeitório, sala das AEC/expressões, gabinetes para professores e um espaço exterior ajardinado e com polidesportivo descoberto. A nova escola passou a ter também a valência de pré-escolar o que correspondeu a uma necessidade justificada pela qualificação de resposta que cria para o Núcleo de Deficientes Auditivos que serve todo o concelho e que se insere na política de integração no ensino regular público de crianças portadoras de deficiência definida pelo Ministério da Educação e que pressupõe a salvaguarda de condições que a tornem uma realidade.
 
Esta escola veio possibilitar a melhoria da resposta/qualificação; criação de novos espaços, como a biblioteca, refeitório, ginásio e sala expressões; aumento da resposta do Núcleo de Deficientes Auditivos para algumas das suas terapias específicas, constituindo também espaços de integração pelas atividades conjuntas. A aquisição de equipamento informático (7 computadores), equipamento didático e mobiliário completou o investimento nesta nova escola. Inaugurada a 26 de Fevereiro de 2009, a nova escola recebeu o nome de Escola Básica e Jardim de Infância das Areias e localiza-se na Rua Jardim Garcia da Horta, Urbanização das Areias de São João, Alapraia.
 

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