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“Abril 2018 – Licença para… Amar” invade Casa Histórias Paula Rego de esperança
A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Cascais (CPCJCascais) e a Câmara Municipal de Cascais associaram-se, mais uma vez, a este evento que serviu para divulgar os dados da CPCJ Cascais relativos a 2017 e deu a conhecer o trabalho levado a cabo por várias associações no que toca ao combate à violência. Tudo isto com o propósito de fazer refletir os cidadãos sobre a importância da prevenção para a boa gestão das emoções, promoção de afetos, do bom trato e da comunicação eficaz.
O vereador Frederico Pinho de Almeida dá conta do papel fundamental da Câmara Municipal de Cascais no sentido de, diariamente, se contrariem tendências de violência na comunidade mais jovem: “Nós somos a entidade que mais meios disponibiliza para a CPCJ funcionar, sejam recursos humanos, sejam meios operacionais e financeiros. Além disso, temos um conjunto de projetos com as instituições locais, de forma a começar logo no contexto Escola a sensibilizar os jovens para estas temáticas, nomeadamente para a violência no namoro”.
Já a presidente da CPCJ Cascais, Ana Zina, refere que os dados de 2017 pouco diferem dos recolhidos no ano anterior. Apresentam um número de processos semelhante, e a maioria refere-se ao mesmo tipo de situação de perigo: a violência doméstica. No entanto, “no ano passado, em segundo lugar aparecia a neglicência, enquanto neste ano surgem os comportamentos de risco que colocam em perigo o seu bem-estar e desenvolvimento”, frisa Ana Zina.
Para que todo o tipo de violência, de uma forma geral, seja combatido, a presidente deixa o alerta: “É necessário criar ações que levem à diminuição destas situações, nomeadamente através da terapia familiar, a nível das competências emocionais, que devem ser logo uma grande aposta das escolas nas idades mais precoces. A prevenção é sempre aquilo que poderá trazer mais sucesso na diminuição de qualquer problema”.
A sessão contou, ainda, com a atuação das crianças do Movimento Escola/Cidade dos Afetos que invadiu o auditório Maria de Jesus Barroso de esperança num mundo melhor e terminou com a partilha do bolo “Laço Azul”, num momento de convívio entre todos os presentes.
Recorde-se que, no dia 28 de abril, às 9 horas, na praia da Duquesa, e também no âmbito do Abril - Mês da Prevenção dos Maus-Tratos na Infância e Juventude, será feita uma caminhada de 2 quilómetros e formado um Laço Azul Humano. SJ
Vamos ajudar o Mar a respirar melhor
Desde 2008 foram já retiradas mais de 11 toneladas de lixo do fundo do mar, por cerca de 1200 voluntários, objetos surpreendentes como sapatos, baterias de carros, carrinhos de supermercado e de bebé, uma garrafa de vodka, rádios, prateleiras de vidro, botas, placas de trânsito, pneus de carros, âncoras e várias redes e armadilhas de pesca.
A participação na limpeza subaquática é aberta a todos os participantes desde que sejam praticantes de mergulho e decorre a partir das 10h00 do dia 19 de maio, na Baía de Cascais, na Praia dos Pescadores.
Haverá equipamento para alugar a um preço simbólico para os mergulhadores que queiram participar mas que não tenham equipamento próprio.
Já para a limpeza em terra não é necessário que o participante tenha qualquer experiência de mergulho. Os resíduos recolhidos ficarão em exposição na Baía de Cascais para sensibilização da população em geral.
O Clean Up the Atlantic conta com a parceria dos centros de mergulho “Cascais Dive” e “Nautilus-sub”, da APPSA - Associação Portuguesa de Pesca Submarina e Apneia, da Lindley, da Sailors for the Sea e da Associação 10 milhões na berma da estrada.
Iniciados trabalhos de limpeza da ribeira de Talaíde e terrenos adjacentes






“Este é um processo que nasceu na Polícia Municipal e que culminou com esta ação de limpeza da ribeira de Talaíde e dos terrenos adjacentes”, referiu Filipe Silva, colaborador da Cascais Próxima e responsável pelos trabalhos.
“Devido à sua complexidade", a ação que se iniciou a 5 de março "irá prolongar-se por várias semanas”, garantiu Filipe Silva que explicou no terreno que os trabalhos implicam “a construção de plataformas de acesso das máquinas aos terrenos baldios, ao leito da ribeira e taludes”.
Para além de lixos e detritos foram encontradas diversas construções abarracadas clandestinas, hortas ilegais e até animais (porcos e galinhas) sem qualquer vistoria técnica veterinária, nos terrenos adjacentes à ribeira, o que vai obrigar à separação das madeiras, canas e plásticos para depois serem recolhidos pela Cascais Ambiente.
Toda a zona do leito da ribeira e terrenos adjacentes, numa faixa de 10 metros e numa extensão aproximada de um quilómetro, vão ser limpos.
OP Jovem | Nova zona de lazer na escola Ibn Mucana
Centro Comunitário da Paróquia da Parede ganha Troféu Português do Voluntariado





Com cerca de 100 voluntários a atuarem junto da população da freguesia da Parede, este Centro Comunitário exerce a sua missão em quatro áreas: Centro de Dia/Convívio e apoio domiciliário à população sénior; Ação Social; e Reinserção. São várias as atividades exercidas pelos voluntários como a distribuição de refeições, ligação com o Banco Alimentar, procura ativa de trabalho, serviço de acolhimento, entre outros.
“ Este prémio é um reconhecimento enorme não só para a instituição, mas do trabalho dos voluntários que trabalham de pessoas para pessoas” referiu Ana Branco que recebeu a distinção em nome de todos os voluntários do Centro Comunitário da Parede, acrescentando que “ acreditamos que tudo o que não se dá, perde-se, por isso trabalhamos em prol da comunidade”
Enaltecendo o trabalho dos voluntários em Cascais e em todo o país, o Presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, reconhece que “somos uma sociedade melhor e a nossa comunidade beneficia muito de quem faz o bem pelo bem em si mesmo”. O autarca lembrou, ainda, que em Cascais o voluntariado tem uma grande expressividade na camada jovem, pois, “são mais de 2000 os voluntários jovens que participam nos diversos programas de verão”. Carlos Carreiras afirmou também que “estamos de facto a formar cidadãos mais informados e mais exigentes, numa relação intergeracional, fundamental para termos uma comunidade de grande inclusão social”.
Cascais conta com cerca de 5000 voluntários a trabalhar em áreas que vão muito para além da tradicional área social como o ambiente, ação cívica, educação e proteção civil, entre outras. Esta distinção foi, assim, “uma gota muito importante no oceano de boa energia” destacou a vereadora da Câmara Municipal de Cascais, Joana Pinto de Balsemão.
“Cascais tem um programa de voluntariado fantástico desde programas com crianças à área do ambiente” reconheceu por sua vez a vice-presidente da Confederação Portuguesa do voluntariado, Susana Queiroga que acrescentou “Cascais vale a pena nesta matéria, sobretudo no área ambiental” referiu a vice-presidente da CPV.
Saiba mais sobre o voluntariado em Cascais
Sobre o Troféu Português do Voluntariado | Este prémio é atribuído anualmente pela Confederação Portuguesa do Voluntariado. Tem como finalidade homenagear o trabalho dos voluntários e a necessidade de incentivar a prática do voluntariado, em projetos desenvolvidos no âmbito de uma organização de voluntariado ou promotora de voluntariado, legalmente constituída e sediada em território nacional. PL
Arquivo Histórico Municipal comemora o primeiro aniversário na Casa Sommer
O Arquivo Histórico Municipal de Cascais assume-se também enquanto Centro de História Local e tem como missão a gestão de todos os materiais correspondentes a processos concluídos, depois de prescritas as respetivas condições de reabertura, já não consultados pelos serviços e selecionados em função do seu valor arquivístico, cumprindo-lhe, assim, preservar, tratar arquivisticamente e tornar acessíveis todos os documentos à sua guarda; promover a recolha de documentação considerada de interesse para a história municipal, nacional ou internacional, por compra, depósito ou doação; propor a divulgação e publicação de documentos inéditos ou de trabalhos de investigação, designadamente acerca da história do município ou de figuras e temáticas que se relacionem com a documentação conservada; e fomentar a realização de atividades culturais, como exposições e conferências, relacionadas com o seu acervo ou a história local.
Através do Arquivo Histórico Digital é possível aceder online a todas a descrições e digitalizações da documentação já processada arquivisticamente, em constante atualização. Já no Guia Digital do Arquivo Histórico Municipal, atualizado anualmente, se apresentam, em forma de livro, todos os fundos e coleções preservados. PL
Miguel Arruda
O talento do arquiteto Miguel Arruda não é fácil de definir, pois move-se com o mesmo à vontade na arquitetura, na escultura e no design. Mas, é nesta última vertente que o seu reconhecimento internacional tem sido um crescendo, com a atribuição, nos últimos anos, dos mais importantes prémios internacionais de design. Entre outros, destaque para os notáveis trabalhos de recuperação do azulejo português e utilização da cortiça, em conjunto com inovadoras soluções de iluminação, criações únicas que se contam entre as mais premiadas. Dos últimos trabalhos distinguidos, refira-se a linha de iluminação SUN TILE, por si desenhada e produzida pela portuguesa Exporlux, que venceu o RED DOT Design Award 2017, uma espécie de “Oscar” do mundo do design. Para além disso, a linha de iluminação foi também premiada com o SILVER A’DESIGN Award, na categoria de Design de Projetos de Iluminação e Produtos de Iluminação pela International Design Academy. Mas, já em 2016, a cadeira Spherical, produzida em cortiça pela empresa portuguesa Movecho, tinha sido distinguida com o Red Dot Award que concorreu com cerca de 5.200 produtos de 57 países, onde são analisados fatores como o nível de inovação, a qualidade formal, a funcionalidade e compatibilidade ecológica. Em Cascais, Miguel Arruda tem agora o desafio de transformar o icónico Edifício Cruzeiro numa nova Academia de Artes. Outro dos projetos que trás para Cascais e Estoril é o Cascais School of Arts and Design, uma escola de design que vai nascer no antigo mercado municipal.
Arquiteto, escultor e designer. Como é que essas áreas se intersetam e qual a predominante?
A maneira, justamente, como essas áreas se intersetam impossibilita uma predominância e essa ausência de predominância é um fator muito importante no meu trabalho. A escultura como matriz formal é um ponto de partida com uma importância muito especial, depois as funcionalidades têm uma primeira confrontação com o design. A arquitetura, como premissa de definição de um espaço interno, segundo a definição de Bruno Zevi, depende num primeiro momento, em termos formais, do elemento escultórico. Pelo que não há qualquer tipo de predominância nessas áreas. Se estou a fazer escultura trago sempre elementos de outras formas de expressão. A maneira como depois o trabalho se focaliza, isso sim tem a ver com a resposta final, ou seja, se é arquitetura, escultura ou design.
É por isso que nessas formas de expressão e, nomeadamente, na arquitetura, o espaço interior tem tanto protagonismo na sua obra?
Estou a lembrar-me da escultura habitável, um dos seus trabalhos mais icónicos. Sim. O espaço interno é uma característica imprescindível na arquitetura, diria mesmo que é característico da arquitetura a definição desse espaço interno (mais uma vez a definição de Bruno Zevi).
Tem tido uma grande projeção internacional ao longo da sua carreira, com a atribuição de vários prémios, dos mais importantes que são atribuídos no mundo do design. Sendo português e a viver no Estoril, como é que vê essa situação?
Obviamente que me deu muita satisfação receber esses prémios, nestes últimos anos. Por um lado a nível pessoal, por outro lado porque esses prémios são, normalmente, atribuídos a países com empresas (produtoras) de uma grande dimensão financeira.
Até porque para quem dá os prémios é importante dá-los a estruturas que depois tenham capacidade de divulgação. Ora, isto não acontece em Portugal, onde as empresas não têm essa dimensão, nem estão preparadas para esse tipo de investimento. Devo dizer que as empresas portuguesas que estão a trabalhar comigo dão o seu melhor e o resultado disso é o estarmos a ganhar de facto tantos prémios.
Das suas obras em Portugal, qual as que destaca pelas suas particularidades e as que lhe trouxeram mais satisfação como artista?
Há duas que destaco: Uma aqui em Cascais que é a Praça D. Diogo Menezes que foi nomeada para o Prémio de Arquitetura Contemporânea da União Europeia - Mies van der Rohe 2011 (Um dos prémios de eleição para a arquitetura a nível europeu e que nesse ano nomeou também em Cascais, a Casa das Histórias Paula Rego, de Souto Moura). A outra é a Biblioteca de Vila Franca de Xira, na antiga fábrica de Descasque do Arroz e que ganhou o Ícone da arquitetura alemã em 2016. São duas obras que têm tido grande aceitação internacional.
Em Cascais tem mais algum projeto que queira destacar na área da recuperação do património?
Sim, tenho um projeto que foi agora aprovado que é a recuperação de dois pequenos edifícios no centro da vila, em que vamos construir no casco histórico um edifício contemporâneo. Há semelhança do que acontece nas grandes capitais europeias, vamos estabelecer um diálogo entre a contemporaneidade e o passado. Esta é a aposta do proprietário e também da Câmara de Cascais que aceitou o desafio.
Cascais está a respeitar esse diálogo entre o contemporâneo e o passado?
No que diz respeito ao património material, está-se a tomar os devidos cuidados de preservação daquelas peças que são fundamentais para a identidade e caracterização de Cascais. Em termos de intervenções contemporâneas tem-se feito coisas de diversa escala. É muito importante que se tenha uma atitude contemporânea para contrapor e dialogar com o passado. Aqui em Cascais temos do passado coisas muito interessantes: uma obra significativa do Arquiteto Raul Lino que são peças muito especiais que têm de ser conservadas tal como foram criadas. Temos obras extraordinárias da arquitetura modernista como o edifício dos Correios do Estoril (Museu dos Exílios) de Adelino Nunes que é uma peça fabulosa; A nível de arquitetura de moradias também existem coisas muito interessantes dos anos 60 e 70. Destaque também para o grande arquiteto Ruy Athouguia, é dele por exemplo, a Torre do Infante quando se vai de Cascais para o Guincho. Mais recentemente, não posso deixar de destacar a Casa das Histórias Paula Rego de Eduardo Souto Moura que é um bom exemplo de perfeita integração no espaço exterior. Portanto, Cascais começa a dispor de património contemporâneo muito importante.
Foi convidado para o projeto de recuperação do Edifício do Cruzeiro que é uma das construções icónicas do concelho e que vai ser um centro de artes performativas e multimédia. Fale-nos um pouco desse projeto.
O Cruzeiro é uma boa oportunidade de intervenção na área da recuperação, em que vai ser mantido totalmente as características exteriores do edifício. O que é muito importante nesse edifício é o conceito que a Câmara de Cascais propôs em termos culturais. Aquele que era um centro comercial dos anos 50 vai agora ter nova vida como centro de artes performativas e multimédia, com um auditório, uma Escola de Música e de Teatro, uma biblioteca entre outras valias. Trata-se, assim, da recuperação de um edifício com a preocupação de o implementar culturalmente, o que é extremamente importante para a comunidade e vai revitalizar, significativamente, aquela zona do Estoril, dando origem a um repovoamento necessário num espaço que está um pouco deteriorado. É um desafio muito interessante porque temos que adaptar o espaço às suas novas funcionalidades de uma forma contemporânea e tecnológica, de acordo com as novas formas de estar dentro dos espaços.
Cascais também é muito rico em património imaterial. Acha que está a ser dada a devida atenção à sua preservação?
É verdade, Cascais tem um património imaterial significativo que tem sido cuidado, mas tem que vir a ser objeto de uma atividade de recuperação constante. Acho que tem havido um olhar bastante atento e critico nesse sentido que aliás é fundamental em termos turísticos.
Cascais com a sua realidade paisagística, o seu passado histórico ao nível não só da arquitetura, mas também ao nível social e cultural, tem todas as condições para reafirmar esse passado num diálogo muito muito intencional com a contemporaneidade. Esse passado obriga a um registo contemporâneo muito afirmativo e permite que justamente que a arquitetura contemporânea dialogue com esse passado. Só assim é possível marcar uma atitude cultural contemporânea e evoluída ao nível do que melhor se faz no estrangeiro.
Sei que está ligado ao projeto de uma nova escola de Design em Cascais. Pode falar-nos um pouco desse projeto?
É um projeto muito interessante que será designado por Cascais School of Arts and Design que irá ser localizado no antigo Mercado Municipal do Monte Estoril, justamente junto ao Edifício do Cruzeiro. Será, assim, constituído um polo muito interessante e poderoso com a Escola de Música a Academia das Artes, no Edifício o Cruzeiro. Mais em cima há também o Museu Casa Verdades Faria.
Pode falar-nos mais um pouco sobre a futura Escola de Design?
É uma escola particular que se vai dedicar numa primeira fase ao Design nas suas várias vertentes, como sejam o Design de Comunicação, Design de Interiores, Design Multimédia e que vai ter condições para desempenhar um papel importante sob o ponto de vista educacional e cultural que vem na sequência da aposta que a Câmara de Cascais tem vindo a fazer nestas áreas, como seja a Nova SBE, em Carcavelos, entre outras.
Com os dois projetos na forja já referidos para Cascais – A recuperação do Edifício Cruzeiro para uma Academia de Artes e a nova escola de design no antigo mercado municipal do Estoril estão indubitavelmente ligados à vida cultural cascalense. Como avalia o que se tem feito no concelho a esse nível?
Não posso deixar de referir a criação do conceito Bairro dos Museus que está prestes a receber dois novos equipamentos culturais debaixo de um dos espaços que recuperei em 2008, a praça D. Diogo de Menezes. Nomeadamente, no espaço livre que reservei no parque de estacionamento da Marina e que era para ser uma área comercial que nunca foi aproveitada. São eles o Museu Automóvel e o Museu do Vhils que é dos mais reconhecidos criadores de arte urbana. O Bairro dos Museus representa, assim, uma atitude urbana extremamente importante porque através de um conceito de unificação dá-lhe escala interventiva aos equipamentos culturais. Todas estas iniciativas que a Câmara de Cascais está a tomar de uma forma, em certos aspetos, única, é muito importante no panorama cultural do concelho.
C 89 - outubro de 2017
Aldeia SOS de Bicesse comemora 50 anos






“Amor e um lar para cada criança” foi a premissa para a criação das Aldeias de Crianças SOS em Portugal e, desde então, essa tornou-se na missão da primeira Aldeia, a de Bicesse, fundada em 1967. Ajudar a criar um projeto de vida para cada criança integrando-a numa família SOS, até que esta se torne autónoma e faça parte da sociedade. Em Bicesse, cada criança frutifica relações familiares e de amizade, crescendo protegida, com amor, respeito e dignidade.
“50 anos de existência é motivo suficiente para celebrar. Acresce o facto de estamos a celebrar um aniversário de solidariedade, exemplo de partilha com o outro. No caso das Aldeias SOS, os outros são simultaneamente os mais frágeis e a nossa promessa de futuro, são as nossas crianças”, mensagem de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República. Apesar de não poder estar presente, não deixou de enviar uma mensagem de parabéns à Aldeia de Bicesse, lida na cerimónia por uma ex-residente da casa. “Enquanto cidadão sempre acompanhei a vossa familia, enquanto Presidente da República não posso deixar de reconhecer o vosso compromisso social. Agradecendo à Aldeia de Bicesse pelas cinco décadas de compromisso e solidariedade: deixo uma última palava de ânimo e de incentivo, enquanto Presidente da República peço que continuem a traçar esse caminho feito de afetos”, acrescentou.
Marcelino dos Santos Mota, ex-residente da Aldeia, onde esteve desde 1973, com três anos até 1991, diz que daqui levou o conceito família. “Hoje sou pai de três filhos. O mais importante é a comunhão que temos uns com os outros, estabelecemos relações muito fortes com todos os “irmãos”, mães e colaboradores da Aldeia”, afirma.
Dalcinda Martins mãe de coração há 36 anos na Aldeia é a mãe mais antiga e já teve a seu cargo 33 crianças e jovens. “Ser mãe é alguém que cuida, aceita, apoia e está lá nos bons e maus momentos. É assim que se constrói a vida, nas relações do dia-a-dia. Viver a vida, apenas isso” acrescentou.
“50 anos são sempre uma data com um significado especial, mas neste caso, são 50 anos de amor para com aqueles que estavam mais fragilizados: crianças, órfãos, oriundos de famílias destruturadas, que aqui encontraram um ambiente de amor, de carinho e de formação”, disse Carlos Carreiras, presidente da Câmara de Cascais, no final da cerimónia da celebração. “Dou os parabéns à Aldeia de Bicesse e acima de tudo agradeço às mães de coração que ajudaram nestes anos, estes jovens que por sua vez ajudaram toda a nossa comunidade a ser mais coesa do ponto de vista social. Enquanto presidente da Câmara expresso um profundo reconhecimento a todas essas mães e a todos os colaboradores da Aldeia”.
“É um orgulho enorme juntar a nossa família para celebrar os 50 anos desta Aldeia, que tem a difícil missão de construir famílias para crianças em risco, ajudando-as a ser parte da construção do seu próprio futuro. Em conjunto com uma comunidade envolvente, da qual temos orgulho de fazer parte integrante”, disse Jorge Carvalho, presidente do conselho executivo das Aldeias de Crianças SOS de Portugal.
A Aldeia SOS de Bicesse recebe crianças e jovens dos três aos 23 anos. Neste momento vivem 57 crianças, com as suas nove mães SOS. Pela aldeia já passaram cerca de 280 jovens, hoje independentes. O trabalho desenvolvido pelas fundadoras em 1964, Maria do Céu Mendes Correia e Palmira Cabrita Matias em prol das crianças socialmente desprotegidas em Portugal, fiel aos princípios do modelo das Aldeias SOS preconizadas na Áustria por Hermann Gmeiner, começou a tornar-se realidade na tarde de domingo, 29 de outubro de 1967. Maria do Céu defendia no seu discurso de inauguração que “para fazer assistência à criança não basta prover às suas necessidades materiais, é necessário satisfazer igualmente necessidades espirituais e afetivas. Os princípios desta obra derivam da reprodução tão fiel quanto possível da vida em família: o amor maternal, a segurança do lar, a comunidade familiar unida e alegre. A criança na Aldeia SOS para ter segurança viverá, com os seus irmãos e irmãs, numa casa que sentirá como sua, o cuidado de uma mãe que será sua mãe para sempre”.
Uma celebração que durou toda a tarde e se prolongou pela noite. Começou por uma missa presidida por D. Joaquim Mendes, Bispo Auxiliar do Patriarcado de Lisboa, que conheceu as fundadoras da Aldeia, enquanto seminarista nos Maristas. As nove mães foram agraciadas com um fio, uma singela homenagem ao seu trabalho. Seguiu-se o descerramento de um painel de azulejos comemorativo dos 50 anos. Com bastante emoção, os ex-residentes cantaram o Hino da Aldeia das Crianças. Houve ainda o descerramento de placa da Casa das Fundadoras, (Casa CAT), uma casa que alberga dez crianças, a maior existente agora na Aldeia. A festa terminou com um lanche de confraternização. O espirito das Fundadoras foi bem notório neste domingo, 50 anos depois.
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Preparação para as Conferências do Estoril com foco na migração
Dando as boas-vindas a oradores e público, Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, destacou a força do legado do concelho no que toca à migração. "Cascais é um ponto de encontro de culturas e de povos", constatou o edil. "Nunca saímos da rota das migrações internas e externas: na 2ª Guerra Mundial, acolhemos cidadãos em fuga; durante os anos da ditadura, os portugueses procuraram abrigo em Cascais, especialmente os provenientes do Alentejo; e acolhemos estrangeiros à procura de qualidade de vida. É por isso, que Cascais é um dos locais mais multiculturais do país."
Carreiras descreveu também os princípios que regem a autarquia no que respeita a este tema: "acreditamos numa humanidade comum e reconhecemos que a interdependencia dos povos é um fenómeno positivo." O presidente da Câmara defendeu ainda que "vivemos num tempo onde os principais pilares do Ocidente estão em descrédito: a ideia de democracia liberal, de mercado livre e de segurança internacional, que tem sido mantida pelos Estados Unidos da América. Esta é uma era política de medo, que provoca isolamento e preconceito. É necessário evitar a tendência de uma narrativa de choque. Para combatermos estes efeitos, temos de incluir na agenda o aumento de emprego, maior segurança interna e apostar na educação, não cedendo ao populismo."
O primeiro painel do dia foi dedicado à componente de política local, sob o tema "Estratégias Colaborativas Locais para a Integração de Emigrantes". Frederico Pinho de Almeida, vereador da Ação Social da Câmara de Cascais, explicou que o município "é o terceiro, em Portugal, com maior população estrangeira, com 20243 cidadãos estrangeiros, num total de 206479. Em Cascais, há quase 130 nacionalidades diferentes. Isto demonstra uma cultura de bom acolhimento." O executivo pretende manter essa cultura através do Plano Municipal de Integração dos Imigrantes em Cascais que se encontra em vigor, assente "na integração e coesão, na capitalização da criatividade e do conhecimento, na atratividade e na valorização da diversidade."
Seguiu-se o painel "Integração de Imigrantes: Políticas Nacionais e os Processos de Governança Locais", no qual se debateram as dificuldades no processo de acolhimento de cidadãos migrantes. Teresa Tito de Morais, presidente do Conselho Português para os Refugiados, defendeu a importância de "proporcionar oportunidades aos refugiados, que lhes permitam refazer a vida, prejudicada por cenários de guerra sobre os quais a comunidade internacional tem, frequentemente, responsabilidade. É preciso evitar a proliferação destas situações no mundo, enquanto observamos que a questão da Síria não tem fim à vista. É também necessário criar corredores humanitários que facilitem a chegada de pessoas que estão em risco, para que estas possam ser acolhidas com dignidade. Existem processos burocráticos que são limitativos e que têm de ser limados."
Cláudia Pires, do Alto Comissariado para as Migrações, explicitou as prioridades do plano estratégico existente para as migrações, como "a integração dos refugiados, a aprendizagem da língua portuguesa e o apoio do empreendedorismo do cidadão recentemente chegado. Existem situações previstas na lei, que as instituições desconhecem e que procuramos difundir."
Duarte Pitta Ferraz, professor universitário e administrador de bancos e empresas, referiu a componente económica da integração de cidadãos: "pedir um cartão de crédito é muito difícil para um emigrante. Sou exemplo disso. Mesmo com ordenado elevado, nos Estados Unidos da América não me deram acesso a crédito. Citaram a razão de não me conhecer. A barreira da banca é francamente limitativa à participação da pessoa na sociedade. Sou muito crítico de se ficar apenas pela integração social, porque a literacia financeira é um passo essencial."
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