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“Nós propomos Cascais” candidato ao prémio da OIDP

Cascais candidata-se ao prémio “Experiências e Políticas Públicas Inovadoras de Participação Cidadã”

O Município de Cascais submeteu o seu projeto “Nós Propomos Cascais” 2020 à 14.ª edição do prémio “Experiências e Políticas Públicas Inovadoras de Participação Cidadã”, um prémio que é promovido pelo Observatório Internacional da Democracia Participativa (OIDP).

O Observatório Internacional da Democracia Participativa (OIDP) é uma rede internacional aberta a todas as cidades, organizações e centros de investigação com interesse em conhecer, intercambiar e aplicar experiências sobre democracia participativa no âmbito local. O OIDP realiza anualmente uma conferência internacional para discutir e refletir sobre o estado da democracia participativa no mundo, conferência que reúne políticos locais e outras áreas responsáveis e técnicos, acadêmicos e ativistas políticos.

Com esta distinção o OIDP deseja reconhecer experiências inovadoras no campo da democracia participativa desenvolvidas em nível local. São valorizados os projetos que favorecem o envolvimento dos cidadãos e a participação nos processos de elaboração e implementação de políticas públicas.

O projeto candidato está inserido num projeto nacional de Cidadania e Educação Geográfica que tem a chancela do Instituto Geografia e Ordenamento do Território (IGOT), mas que no caso específico de Cascais promove o envolvimento cívico das escolas públicas e privadas do concelho, públicas e privadas. Nesta edição 2019/2020, que pela primeira vez conta com a participação de uma escola do Ensino Básico e a Universidade Sénior, a reflexão coletiva em torno de problemas e soluções para o concelho, teve maior incidência em três áreas: o Ambiente, a Inclusão e a Mobilidade. Mas a Escola do Estabelecimento Prisional do Linhó, que este ano voltou a participar, apresentou uma proposta que dá continuidade ao projeto vencedor do ano passado e que se se centra na reciclagem dos resíduos orgânicos e a sua transformação, por compostagem, em fertilizante para uma exploração agrícola nos terrenos adjacentes ao Estabelecimento Prisional.

O presidente da Câmara, Carlos Carreiras realça a capacidade destes munícipes em “participar, propor, exigir, reivindicar e, ao mesmo tempo que apontam problemas apresentam soluções”. Carlos Carreiras identifica neste programa “o espírito de cidadania que se vive em Cascais” e conclui: “Se formos todos capazes de evoluir neste ambiente de cidadania, uma cidadania responsável, ativa, militante faremos de Cascais um concelho ainda mais excecional do que ele é hoje. Sinto um enorme orgulho na nossa juventude”, concluiu.


“Sem Filas” mostra tempo de espera em supermercados e farmácias

Tecnologia e Comunidade unem-se para minimizar exposição à Covid-19.

A app “Sem Filas”, integrada na plataforma MB Challenge e criada pela tecnológica portuguesa InnoWave e a SIBS da qual a Câmara Municipal de Cascais é parceira, permite saber em tempo real o tempo de espera nas filas de supermercados e farmácias nas redondezas, ao mesmo tempo que dá pontos convertíveis em prémios.

Os mais de 2,3 milhões de utilizadores do MB WAY, particularmente aqueles que estão inscritos nesta plataforma de gamification, têm a oportunidade de ajudar a comunidade a que pertencem de uma forma prática e ativa, através da partilha de informação do tempo que estiveram em fila de espera ao se deslocar a um estabelecimento, podendo assim informar a comunidade e evitar aglomerados e exposição desnecessária ao vírus.

Ao darem essa informação aos restantes utilizadores, nesta ótica social e comunitária, serão recompensados com 500 pontos ou MBs por cada operação, para um máximo de 3 contributos por dia, no caso de serem lojas diferentes, ou com um intervalo de 12 horas, se o contributo for relativo à mesma loja. Estes pontos acumulados são convertíveis em prémios, de acordo com os vários modelos de jogo e de participação disponíveis no MB Challenge.

Neste momento, a app Sem Filas conta já com 19 mil visitantes, que fazem em média 30 reports por dia, tendo sido já carregados no serviço mais de 12 mil estabelecimentos, muitos deles no concelho de Cascais.

Este projeto conta ainda com o apoio de outros parceiros como o Governo, a Altice, a A-to be, a Arrow Electronics, o Banco CTT, a Microsoft e as empresas do grupo InnoWave Vigie e yubuy.

A nossa Voz precisa de todos nós

“A VOZ DOS JOVENS” vai a votos.

É mais que um projeto, é um imenso desafio a uma nova escola, um desígnio que tem envolvido, entusiasmado, mobilizado a juventude deste nosso concelho desde 2016.

Decididos na formação de uma consciência cívica coletiva, de uma geração de cidadãos livres e solidários, de uma geração inclusiva e empenhada em participar na vida pública, alunos das escolas públicas e privadas do concelho, todos os anos, reúnem-se em plenários representativos, para refletirem a escola e toda a comunidade que os cerca, e proporem soluções.

Esta Assembleia de delegados de turma, cujo projeto dá pelo nome de “Voz dos Jovens” e que já inspirou outras iniciativas na Europa, vai agora a votos como um dos projetos nacionais de reconhecido valor pelas boas práticas de participação, um prémio que é atribuído pela Rede de Autarquias Participativas.

Este projeto, entre cinco finalista, merece dos cascalenses esse reconhecimento e espera o seu voto.

Vote AQUI, porque agora “A Voz dos Jovens” precisa de todos nós.


Covid-19 | Canal Inclusivo em Cascais – “O Sucesso em Cada Aluno”

Em Cascais, os Estudantes terão um canal local complementar ao ensino à distância e à iniciativa nacional #estudoemcasa.

No âmbito das medidas adotadas em Cascais para fazer face à pandemia #Covid-19, a partir da segunda semana de maio, até junho inclusiva, os alunos vão passar a ter um canal próprio "O Sucesso em Cada Aluno" que funcionará dentro do Canal Cascais, canal youtube da Câmara Municipal de Cascais. Aberto a todos, este canal destina-se particularmente a crianças com Necessidades de Saúde Especiais, a partir de adaptação de algumas atividades. 

Usando metodologias essencialmente lúdicas e artísticas criamos um canal com um conjunto de propostas que englobam as diferentes áreas de desenvolvimento pessoal e social. Assim, em cada dia da semana, vai ser proposto às famílias e crianças  uma ou mais atividades contempladas nos vídeos apresentados, atividades de estimulação cognitiva, motora, artística e de exploração dos sentidos e significados das emoções nas crianças e jovens.  

Estes programas fornecem-lhe, também, uma memória descritiva que permite à família replicar aquelas atividades em ambiente familiar.

Em termos de organização das atividades semanais elas estão divididas por rubricas de segunda a sexta-feira. Assim:

2.ª feira - Pequenos Artistas;

3.ª feira - Grandes Pensadores;

4.ª feira - Criação com a Família;

5.ª feira - Relaxar em Casa;

6.ª feira - A Filosofia que me Estimula.

O programa, que se prevê que tenha início a 13 de maio, arrancará com a rubrica “Criação com a Família | O Conto das Cores; 14 de maio - Relaxar em Casa |  A Garrafa que me relaxa; 15 de maio - A Filosofia que me Estimula | O Sorriso que me desperta; 18 de maio - Pequenos Artistas | Pintura com Arte; 19 de maio - Grandes Pensadores | A minha caixa.

Para quem quiser acompanhar as aulas, ou pretender rever, pode dirigir-se ao site da Câmara Municipal de Cascais, à página da Educação e encontrará cada um destes conteúdos disponíveis.  

Estes recursos inclusivos, que se pretendem facilitadores da aprendizagem, resultam de um trabalho conjunto de equipas multidisciplinares escolares (Agrupamentos de Escolas Matilde Rosa Araújo, Agrupamento de Escolas Alapraia), parceiros locais (Escola Profissional Val do Rio, Centro de Recursos para a Inclusão - CERCICA, Ludobibliotecas das Juntas de Freguesia Alcabideche, Carcavelos-Parede e Cascais-Estoril), Câmara Municipal de Cascais e a supervisão das Professoras Dra. Ariana Cosme e Dra. Daniela Ferreira, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. 

Em Cascais ninguém fica para trás.

Covid-19 | Clubes desportivos de Cascais na linha da frente no combate à epidemia

Programa Máscaras Acessíveis já permitiu vender mais de 50 mil máscaras.

Há pouco mais de uma semana que o Programa Máscaras Acessíveis passou a abranger, além de Instituições Particulares de Solidariedade Social, também 25 clubes desportivos de Cascais. Este alargamento da rede de pontos de venda de máscaras faz com que, assim, seja possível adquiri-las em mais de 70 locais espalhados pelo concelho.

“Quero deixar o meu agradecimento a todos os clubes e a todas as instituições parceiras neste movimento, porque, desde a primeira hora, aceitaram o desafio de nos ajudar na linha da frente a combater esta epidemia”, frisou Frederico Nunes, vereador da Câmara de Cascais com o pelouro do Desporto, em visita aos clubes que aderiram a esta iniciativa.

 

(A)CASOS Online | 13.ª Edição

Conheça três histórias de vida em mais um programa

O (A)casos é um espaço de partilha de percursos profissionais inspiradores onde, a cada trimestre, três oradores partilham a sua história e a forma como alcançaram os seus sonhos e objetivos.

Habitualmente, as sessões decorrem em ambiente intimista na Cidade das Profissões de Cascais. No entanto, na impossibilidade da 13.ª edição ser realizada presencialmente, "saltou" para o digital e através do Facebook da Cidade das Profissões damos a conhecer percursos profissionais que o podem inspirar na conquista dos seus objetivos.

Fátima Andrade | "Uma Aprendiz de Vida"

David Parente | "Tudo Por Um Sonho"

Ricardo Gomes | "Do deslumbramento à realidade"

25 Abril 2020 | Canções que contam abril

Nesta curta viagem pela música de intervenção em Portugal pode ler e ouvir as canções que contam abril.

 Saiba mais sobre como assinalámos o 25 de Abril 2020 em casa

Ouça a nossa playlist enquanto lê o texto.

A saída da Guerra

Ouçamos então o Bella Ciao a música cantada em todas as praças de uma Europa que festeja o fim da guerra. Em Portugal também há manifestações de júbilo ainda que a bandeira, nos edifícios públicos, seja colocada a meia haste por 3 dias. Um luto que poderia encontrar justificação nos cerca de 80 milhões de mortes provocadas pela II Guerra Mundial, mas não. Assinala antes a morte de Adolf Hitler. Ainda assim Portugal apanha boleia no comboio da bonança embora por pouco tempo. 

O Mundo renascia ao sol de Truman, Stalin e Churchill e em Portugal uma nesga de esperança. A 14 de novembro de 1945, em entrevista ao Diário de Notícias e ao O Século, Salazar prometia eleições livres: “Considero as próximas eleições tão livres como na livre Inglaterra”.

Entre o fim de uma guerra e o início de outra, chamada fria, nascia uma maior atenção aos direitos sociais na reconstrução de uma Europa.

Amália Rodrigues cantava até a “Boa Nova”, que refletia algumas expectativas da paz e das suas consequência na vida das pessoas. À semelhança do que se havia passado em França e em Espanha formava-se em Portugal o Movimento de Unidade Anti-Fascista (MUNAF) presidido pelo General Norton de Matos, que juntava todas as forças oposicionistas.

O nascimento de uma nova música

Esta frente, MUNAF, daria lugar, a 8 de Outubro de 1945, ao Movimento de Unidade Democrática. E o hino, “Jornada”, era de Fernando Lopes Graça, esse mesmo compositor cujo espólio se encontra no Museu da Música em Cascais.  

Quer Lopes Graça quer José Gomes Ferreira tinham já um historial de contestação ao regime, mas aqui se pode dizer que às preocupações sociais do neo-realismo juntar-se-á o vanguardismo musical na oposição ao Estado Novo.

O hino do MUD, “Jornada” é uma das composições de Fernando Lopes Graça que integra as “Heróicas”. Talvez seja esta a ponta de uma nova música que alerta para a realidade social portuguesa e que mais adiante se designaria Canção de Intervenção.

Um ano depois, as Heróicas são proibidas pela Inspeção Geral dos Espectáculos.

Entretanto, as tão esperadas eleições livres ficam marcadas para 13 de dezembro de 1949. O candidato da oposição é exatamente o General Norton de Matos, mas, ao contrário da liberdade prometida, a campanha é marcada por uma forte repressão. Norton de Matos desiste à boca das urnas. Muitos dos envolvidos são presos.

Os anos 50

A 9 de maio de 1950, num mundo dividido, nasce a ideia de uma Europa Comunitária, defendida por Shuman e pensada por Jean Monet.

Em Portugal morre-se nas prisões do regime. Militão Ribeiro é apenas um exemplo.

No horizonte abre-se nova expectativa: as eleições de 1958. A campanha de Humberto Delgado é mobilizadora. Apesar da repressão em todo os cantos do país por onde o candidato da oposição passa é recebido com banhos de multidão. Os resultados eleitorais (25% dos votos segundo dados oficiais) provam que quando a repressão não basta a manipulação de resultados resolve. Humberto Delgado é exonerado, sai do país e pede asilo político no Brasil.

Apesar da censura Lopes-Graça continua a compor e publica, em 1960 celebrando o aniversário da implantação da República, com a designação, Canções Heróicas, dramáticas, bucólicas e outras.

Em Paris formara-se em 1957 o MAC, Movimento Anti-Colonial, em causa a guerra da Argélia, em todo o mundo eclodiam movimentos independentistas e caiam os impérios coloniais. Em Portugal prepara-se o início de uma guerra nas colónias. Em 1958 nos campos portugueses luta-se pelas 8 horas de trabalho e a repressão é brutal. Na vida Académica o poder tenta mobilizar para a guerra e dominar as Associações Académicas.

Os anos 60 de turbulência social

Depois do paquete Santa Maria ter sido desviado por Henrique Galvão, O prototesto mobiliza a juventude estudantil. A proibição do Dia do Estudante desencadeia uma onde de protesto nas universidades de Lisboa e Coimbra. A carga policial só aumenta a contestação. É decretado o luto académico e a contestação ao regime ganha os estudantes. Nas ruas de Lisboa a polícia reprime manifestações de operários e no Alentejo os trabalhadores rurais reivindicam a jornada de 8 horas de trabalho.

Neste clima de ebulição social destaca-se, nas vozes de Coimbra, a de José Manuel Cerqueira Afonso Santos. O estudante de Histórico-Filosóficas grava o seu primeiro EP com o tema de sua autoria, letra e música, “Balada de Outono”. Há quem a considere um marco na música de protesto, ou de intervenção.

Mas José Afonso não está sozinho nesta caminhada. Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais, Luís Cília, Manuel Freire e a voz da guitarra de Carlos Paredes. Mais tarde, em França, Sérgio Godinho e José Mário Branco juntam-se fazendo da Cantiga uma Arma.

O “Acordai” de Fernando Lopes Grala e José Gomes Ferreira começa a despertar o país.

Os anos 60 vão ser anos de grande repressão, de censura, do início da guerra colonial, do exílio. Mas são também anos de resistência e a Música não mais ignora esta realidade.

Os crimes da polícia política do regime, o exílio dos que contestam, a guerra injusta e os que a ela se opõem ou que nela combatem, a tenaz luta por direitos já não é mais segredo, apesar da censura. Tudo isto é cantado.

O Festival da canção mobiliza o país agarrado à grande revolução comunicacional, a televisão. Não tardará que, também o Festival da Canção, seja influenciado por esta onda e lá surgirá Ary dos Santos, um dos poetas que cantará Abril.

A própria televisão já não ignora essa realidade, pelo contrário, abrirá em 1969 mais uma janela através de um talk-show designado Zip-Zip, liderado por Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raúl Solnado. À música junta-se o humor.

Abril prepara-se e adivinha-se. E a chave dessa esperada madrugada seria um tema vencedor do Festival da Canção, “E Depois do Adeus” de José Niza e José Calvário, interpretada por Paulo de Carvalho. O hino dessa madrugada seria interpretado escrito e tocado por José Afonso, Grandola Vila Morena.

Os filhos da madrugada  

Não tardam os filhos da Madrugada e do exílio, das prisões surgem mais vozes para cantar abril porque, se os anos 60 e 70, até à madrugada de 25 de abril de 1974, são de muita constestação, repressão e censura, o que resta dos anos 70 e os anos 80 são de muita imaginação e conquista. E a música conta-nos tudo.

Veja o video que preparamos para si.

Cascais comemora Dia Mundial do Livro

Cascais dá-lhe “Estórias para ouvir e contar”, mais 300 obras em suporte digital e uma crónica de convite à leitura

Em tempo de confinamento da família, imposto pela pandemia Covid-19 Cascais assinala o Dia Mundial do Livro com várias iniciativas online.

Audiolivros para os mais novos | Chama-se “Estórias para ouvir e contar” e é um projeto das Bibliotecas Municipais de Cascais dirigido aos mais novos. São 12 histórias narradas para ouvir em família. A estreia foi hoje no Facebook CM Cascais.

Biblioteca Online ganha mais 300 títulos | Neste dia, a entrada online das Bibliotecas Municipais de Cascais passa a contar com mais obras de suporte digital. São mais de 300 títulos disponíveis e um conjunto de documentos da Rede Bibliotecas Municipais de Cascais de reconhecido interesse histórico-cultural, designadamente fontes de particular importância para o estudo e conhecimento do concelho. A Biblioteca Digital de Cascais disponibiliza dois tipos de conteúdos: Obras digitais e obras digitalizadas. Isto é, versões digitais de obras editadas pela própria Câmara Municipal de Cascais exclusivamente em formato e suporte eletrónico e obras digitalizadas, reproduções de obras originalmente criadas em suporte físico.

Incentivo à leitura | O Dia do Livro não se faz sem o verdadeiro incentivo à leitura. Deixe-se inspirar pelo texto de Humberto Costa “Embarquemos em tempo de silêncio”

Ou descubra o inédito conto “Pergunta ao teu avô” com texto de Cláudia Marques e ilustrações de Bárbara Palinhos que liga a comemoração deste Dia do Livro a uma próxima efeméride, o 25 de Abril.

Bom Dia Mundial do Livro!

Embarquemos em tempo de silêncio

Subitamente ficara sozinho em casa de onde não se podia ausentar.

A casa é como que uma trincheira neste combate à pandemia e a porta transforma-se numa fronteira quase intransponível. As horas vão passando. Não é o poderoso silêncio que nos lança na solidão, mas esta confusão difusa. Num tempo sem pingo de reflexão por falta de tempo, criamos o medo de estarmos sós perante o silêncio. O receio de sermos lançados no desconforto de cavernosos caminhos da memória, como largados definitivamente no meio de um desassossego, sem freio na carroça destrambelhada da memória. E, quando assim é, quando não conseguimos lidar com a tranquilidade do momento, com o tempo, sabemos lá nós quem está na porta da saída, a que túnel cavernoso vamos dar? Tememos, quase sempre, este momento como um intrépido desafio mas que resvala. O receio é o de que, mesmo quando cerramos os olhos animados por um sonho, sai-nos um robusto pesadelo que nos tolhe e nos defrauda quase sempre o esforço de dar caminho ao pensamento. Ficamos desconfortáveis e são quase sempre os barulhos da solidão que transformam o silêncio na sua trilha sonora.

Ora, se inesperadamente a dramática pandemia nos remeteu para esta forma recolhida de viver o dia a dia, é surpreendentemente oportuna esta nova relação com o tempo, com o silêncio, com a reflexão. Como diria o psiquiatra Júlio Machado Vaz, “o silêncio é uma bênção extraordinária (...) a solidão assusta.” Peguemos então no silêncio para combatermos a solidão.

Ler é como diluir a solidão num aconchego de uma história. É a porta certa para uma grande caminhada, uma nave espacial que viaja sobre tempo e sobre o espaço, que transforma o silêncio numa grande viagem. Uma viagem salvadora como a do velho Wang Fô e do seu discípulo Ling. Um dos belos contos de Marguerite Youcenar. Condenado à morte pelo Imperador sob a acusação de iludir com os seus belos quadros a realidade cinzenta do mundo, foi forçado, antes da sentença, a concluir um quadro inacabado. Nele, o velho “Wang Fô começou por tingir de rosa a ponta da asa de uma nuvem pousada numa montanha. Depois acrescentou à superfície do mar algumas rugas que tornavam ainda mais profundo o sentimento da sua serenidade. O pavimento de jade tornava-se singularmente húmido, mas Wang Fô, absorto na sua pintura, não se apercebia que trabalhava sentado na água. A frágil canoa que engrossara sob as pinceladas do pintor, ocupava agora todo o primeiro plano do rolo de seda. O ruído cadenciado dos remos ergueu-se subitamente ao longe, rápido e vivo como um bater de asa. O ruído aproximou-se, encheu mansamente toda a sala, depois quedou-se”. A água que enchera a sala submergindo os seus carrascos, trazia o barco pintado e ao remo o seu discípulo Ling: “Nada temas, Mestre – murmurou o discípulo. – Breve se encontrarão em seco e nem sequer se recordarão que alguma vez se lhes molhou a manga. Só o Imperador há-de guardar no coração um resto de marinha amargura. Esta gente não foi feita para se perder no interior de uma pintura. (...) - É belo o mar, e o vento é bom, as aves marinhas fazem os ninhos. Partamos, Mestre, rumo ao país para além das vagas”.

Embarquemos pois no barco de Wang Fô ou na cegueira branca, que Saramago nos descreve no “Ensaio sobre a cegueira”. Já que, ao contrário da escuridão da cegueira esta, epidémica, traduz-se numa luz intensa que ofusca o mundo das coisas, o mundo tangível, mas ilumina o mundo imaterial, das sensações, da reflexão. Ou, como nos mostra Albert Camus, conheçamos a cidade de Ourão que de despe perante outra epidemia, a da peste. H.C.

Homenagem aos Profissionais da Linha da Frente

Flores alegraram o dia dos colaboradores do universo municipal

Um pequeno gesto pode fazer toda a diferença. Nesta terça-feira houve sorrisos entre os profissionais da linha da frente do universo municipal. 

“Fomos contactados pela florista Marisol que nos desafiou para dar um contributo aos nossos colegas que estão na linha da frente, que foi fazer uma pequena homenagem retribuindo-lhes com uma flor,” revela Frederico Nunes, vereador na Câmara Municipal de Cascais. 

Ao longo deste dia, a Paulo, Ana e Fátima, responsáveis pela florista Marisol, acompanhada pelos vereadores Joana Balsemão e Nuno Piteira Lopes, prestou homenagem às corporações de Bombeiros, Polícia Municipal e diversas equipas que, apesar da pandemia Covid-19, estão na Linha da Frente, a trabalhar em prol do bem-estar de todos.  

É o caso das equipas da Proteção Civil, Cascais Ambiente, Cascais Próxima, Espaços Verdes (DGEV) e Ação Social (DHS/DIST) que, ao longo deste tempo, têm mantido a segurança do concelho, a limpeza e desinfeção das ruas e espaços verdes e o apoio às Instituições Particulares de Solidariedade Social. São também da Linha da Frente as equipas que têm mantido a funcionar os Centros Temporários de Acolhimento de pessoas em situação de sem abrigo, Centros de Testes Covid-19 e ainda a segurança e apoio no Centro Logístico Covid-19. 

Equipas que trabalham lado a lado com diversas empresas do concelho que estão a apoiar e desenvolver iniciativas. 

“Quero agradecer a todos os empresários que têm estado na Linha da Frente, com ações voluntárias que vão desde a área da restauração à produção gráfica. Todos os que têm estado connosco por Cascais. Obrigado,” conclui Frederico Nunes.

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