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“Paródias” coloca em diálogo Paula Rego e Rafael Bordalo Pinheiro | Casa das Histórias Paula Rego até 12 de abril de 2015
























Colocando em destaque os paralelismos na obra dos dois artistas através de um constante diálogo gráfico entre o criador do “Zé Povinho” e a criadora de “Love” e do “Anjo”, dois dos mais icónicos quadros de Paula Rego patentes na exposição, “Paródias” apresenta, segundo Catarina Alfaro, curadora da exposição, “as vozes críticas e mordazes, às quais se juntam uma inquietação intelectual e um raro espírito de observação, que unem os dois artistas, cada um em seu tempo”.
Desenvolvendo-se ao longo de oito salas, a exposição apresenta peças gráficas e faianças cedidas pelo Museu Bordalo Pinheiro. Destaque para as reproduções do trabalho de Bordalo Pinheiro como caricaturista e ilustrador editadas em várias publicações da época como a Revista “A Paródia” que fundou em 1900.
Esta exposição é “mais uma prova da capacidade de a Casa das Histórias Paula Rego estar aberta à comunidade, quer dos que cá vivem, quer dos que nos visitam”, reafirmou Carlos Carreiras, Presidente da Câmara Municipal de Cascais, para quem esta é uma forma de garantir “que este seja um espaço onde se vive, respira e sente a cultura, num sentido lato”.
Com a presença de Nick Willing, filho da pintora, a inauguração desta nova exposição temporária contou ainda com a presença de João Alpuim Botelho do Diretor do Museu Bordalo Pinheiro e Salvato Teles de Menezes, Presidente da Fundação D. Luís I.
Sobre a exposição
A crítica sociopolítica diluidora de hierarquias e das fronteiras entre arte erudita e arte popular, através de vozes mordazes e socialmente interventivas, a partir de uma observação atenta do quotidiano, são só alguns dos muitos pontos em comum às obras dos dois artistas que viveram em realidades tão diferentes.
As constantes referências às artes do palco, designadamente à ópera e ao teatro, conferem uma dimensão trágico-cómica às obras de Bordalo Pinheiro e Paula Rego que se acentua em ambos os artistas com o recurso à utilização de características humanas em animais (antropomorfismo) e funções animalescas à figura humana.
A identidade de temas e de figuras como o gato entre outras, inspirada na atualidade social e política da sua época, continua ao longo das oito salas que compõem a exposição e onde se dispõem de forma comparativa os universos de Rafael Bordalo Pinheiro e de Paula Rego.