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Artemar Estoril apresenta 11 esculturas a concurso | Inauguração 11 de maio | Passeio Marítimo Cascais-Estoril, junto à estação de comboios do Monte Estoril | 16h30
Promovida pela Câmara Municipal de Cascais e pela Fundação D. Luís I, a exposição/concurso ArteMar pode ser visitada ao longo do Passeio Marítimo da Costa do Estoril, de 11 de maio a 15 de junho. Durante este período, além de apreciar uma galeria de arte ao ar livre, os visitantes irão dar o seu contributo, votando no “Prémio do Público”, no valor de 2.500 euros. A votação decorre via sms gratuito a partir de dia 11 de maio. Para votar basta enviar um sms para o número 3232, com o texto AME (espaço) seguido do número da escultura.
O júri do concurso irá selecionar a obra vencedora desta edição, à qual caberá um prémio no valor de 15 mil euros.
A concurso estarão as obras “Matriz”, de António de Abreu; “Mensagem”, de Maria Eduarda Pedro; “O Abrigo”, de Filipe Pereira; “Jaquinzinho”, de João Mouro; “Mogos I e II ”, de Liliana da Silva Ferreira; “Tecido de Paisagem”, de Luís Simões; “Com3Paço”, de Maria Ferreira, Beatriz Palma e Maria Lourenço; “Ondas de Memória”, de Marta Lima; “Emergência de Almas”, de Nuno Malato; “Revolta”, de Susana Aleixo Lopes; e “Olhos do Oceano”, de Urus Uscebrka e Milena Milosevic.
Este ano exposição/concurso ArteMar Estoril inclui uma atividade específica direcionada às escolas do concelho: nos dias 16 e 20 de maio, realizar-se-á o “Ateliê do Mar – ArteMar Estoril”, que tem como objetivo sensibilizar os alunos para as boas práticas ambientais.
• ArteMar Estoril 2013
• De 11 de maio a 15 de junho
• Passeio Marítimo do Estoril
Sobre o concurso ArteMar Estoril:
A exposição ArteMar Estoril, recebeu desde 2008, um total de 58 obras de artistas nacionais e estrangeiros (China, México, Brasil, Espanha, Argentina, Angola, EUA e Alemanha/França) que, inspirados no mar e utilizando materiais reciclados, reutilizados e/ou recicláveis apresentaram esculturas inéditas.
Vencedores das edições anteriores
Edição de 2012 | Obra vencedora: "Catch me”, do escultor Fernando Almeida
Edição de 2011 | Obra vencedora: "Rubik’s Cube”, da autoria de Susana Anágua e Cristina Ataíde |
Edição de 2010 | Obras vencedoras ex equo: "Preservação da Fauna Marinha", do escultor António Nóbrega; "Invólucro" da escultora Manuela Pacheco; "Open Ocean" do escultor Uros Uscebrka |
Edição de 2009 | Obra vencedora: "Plastic World", da dupla Nuno Maya e Carolle Purnelle|
Edição de 2008) | não se realizou o concurso, apenas a exposição, com 11 obras de 7 escultores convidados.
Este ano a exposição “Sculpture by the sea”, na Austrália, recebe em outubro a obra vencedora da edição de 2009. Assim, “Plastic World”, criada por Nuno Maya e Purnelle Carole, irá estar presente numa das maiores exposições de arte ao ar livre que reúne diversos artistas do mundo.
Júri já escolheu a melhor receita | Pastelaria Helimar venceu concurso “O Melhor Pastel de Bacalhau de Cascais”




Com um resultado final de 16,05 pontos, o primeiro lugar foi para a Pastelaria Helimar, em Carcavelos. O segundo lugar, com 15,85 pontos foi para a pastelaria/ restaurante “Paulinha”, em Cascais. O terceiro lugar no concurso “O Melhor Pastel de Bacalhau de Cascais” foi atribuído a “O Páteo da Dulce”, em Alcabideche, que alcançou um total de 15,15 pontos. O restaurante Couve-Flor, da Parede, ao qual o júri atribuiu o quinto lugar na classificação final, foi o estabelecimento autor do pastel de bacalhau mais votado pelo público, à frente da pastelaria/restaurante “Paulinha”, em Cascais. A votação do público decorreu durante a semana através de uma chamada telefónica com um custo de 0,60 €+IVA.
O júri foi constituído pelo Chef Vitor Sobral, Maria Lurdes Modesto, Tomoaki Kanazawa, considerado o melhor Chef Japonês em Portugal, Miguel Gameiro, músico e compositor, e Fernando Ferreira Marques, em representação da edilidade. O vencedor vai agora receber 2500 euros em produtos à escolha de entre equipamentos de cozinha ou sala; formação profissional; reformulação da imagem institucional e respetivas aplicações; impressões de cartões e cartas de restaurante; ou produtos alimentares.
O concurso “O Melhor Pastel de Bacalhau de Cascais” fechou com chave de ouro a “Semana do Pastel de Bacalhau” promovida pela Câmara Municipal de Cascais entre os dias 21 a 27 de abril. Com a parceria da Escola de Hotelaria e Turismo do Estoril, a iniciativa visou promover um dos produtos gastronómicos mais enraizados na cultura portuguesa e dinamizar o comércio local nas seis freguesias do concelho. Além de uma festa no arranque da semana que trouxe milhares de pessoas à Baía de Cascais, a Semana do Bacalhau integrou ainda um Mercado Fora de Horas, promovendo uma noite de grande animação no Mercado da Vila de Cascais com prova de pastéis de bacalhau, mas também de vinhos, workshops e outros desafios, sem esquecer a música.
Ao longo de sete dias, mais de 30 restaurantes de Alcabideche, Cascais, Carcavelos, Estoril, Parede e S. Domingos de Rana apresentaram menus de pastéis de bacalhau a cinco euros, ou promoveram a degustação deste petisco por um euro, atraindo centenas de pessoas e recuperando na memória local uma receita que foi publicada pela primeira vez a nível oficial em 1904 e no “Tratado da Cozinha e Copa”, de Carlos Bandeira de Melo, um oficial do Exército português.
Semana do Pastel de Bacalhau | 21 a 27 de abril 2013 | Restaurantes aderentes:
1. A Bijou de Cascais | Largo Luís de Camões - Cascais
2. A Brasa de Tires | R. Manuel Mira da Rosa - S. Domingos de Rana
3. A Nova Estrela | Rua do Poço Novo 205B - Cascais
4. A Parreirinha | R. Cesaltina Fialho Gouveia 35B - Alcabideche
5. Aromas Café | R. Fonte da Aldeia, 265 Loja B - Carcavelos
6. Barra Ibérica | R. 31 de Janeiro,nº5A, Centro Comercial Aquário - Parede
7. Café Avenida | Av. Emídio Navarro, 23 R/C Esq - Cascais
8. Café São Jorge | Praça da República 4-D - Carcavelos
9. Casa do Vitor | Largo 5 de Outubro n 2 - Alcabideche
10. Cascas | R. Frederico Arouca, Praia da Conceição - Cascais
11. Cervejaria Secúlo XX | Av. Do Ultramar Nº 1-F - Cascais
12. Couve-Flor | R. Latino Coelho 64-C - Parede
13. Deck Bar | Arcadas do Estoril, 21 - Estoril
14. Dom Manolo | Av Marginal,13 - Cascais
15. Helimar | Av. Maria da Conceição, Lote 5 – Carcavelos – 1.º lugar Concurso “O melhor Pastel de Bacalhau”
16. Gelataria Boca Doce, Rua Manuel de Arriaga nº 136 - Carcavelos
17. Jardim Terrasse | Av. Aida, nº 225 Lj 4, Condomínio Estoril - Estoril
18. John Bull | Largo Luís de Camões nº4 e 5 - Cascais
19. O Cantinho da Belinha | Av. Vasco da Gama,153 - Cascais
20. O Galeão 1 | Rua Visconde da Luz, 3B - Cascais
21. Marisqueira de Tires | R. das Fontainhas 30 A - S. Domingos de Rana
22. O Meu Cantinho | R. dos Canteiros 77-A - S. Domingos de Rana
23. O Páteo da Dulce | Travessa do Pombal nº37 A/B – Alcabideche – 3.º lugar Concurso “O melhor Pastel de Bacalhau”
24. O Traquitanas | R. de Cascais 32 - Alcabideche
25. Paulinha | Rua Alexandre Herculano, nº 72 – Cascais - 2.º lugar Concurso “O melhor Pastel de Bacalhau”
26. Páteo dos Sabores | Av. Republica 1439, Lj7 | Parede
27. Pérola de Cascais | Rua Afonso Sanches - Cascais
28. Pinto's Restaurante | Av. Clotilde 520 - Estoril
29. Primavera | R. 5 de Outubro, nº101 - Carcavelos
30. Pizzaria Central de Tires | Praceta Nova,Lj 84 - Tires
31. Salamandra Bar | Praia da Duquesa, Balneário John Dave - Cascais
32. Solarika | R Dr. Manuel Arriaga 128, Loja E - Carcavelos
33. Salpicos Selvagens | Av. Engº Amaro da Costa n:189 loja A - Cascais
34. Zenith | Rua de Belmonte, nº 1 - Monte do Estoril
35. 28 Sabores do Mundo | Rua Marques Leal Pancada, 28C - Cascais
36. Apeadeiro | Avenida Vasco da Gama 252 A/B – Cascais
Carlos Carreiras promete quarta edição das Conferências do Estoril em 2015
O Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, encerrou hoje, dia 3 de maio, as Conferências do Estoril 2013 e prometeu a quarta edição desta iniciativa em 2015.
Carlos Carreiras considerou que ainda “suspiramos por um líder, por um chefe”. “Perdoem-me ser portador das más notícias. Os mercados não vão resolver, a Europa não vai resolver, os governos não vão resolver. Por mais promessas que traga o nevoeiro, o nevoeiro não trará ninguém. Estamos entregues a nós próprios”, afirmou o Autarca de Cascais.
“Temos que ser nós a fazer, nós a decidir, nós a resolver. Cada um à sua escala, a partir do local. Eliminemos a palavra liderança porque não vai haver líder. A boa notícia é que cada um é líder de si próprio”, concluiu.
Feitos os agradecimentos a todos os que participaram nestes quatro dias de debate, Carlos Carreiras garantiu que as Conferências do Estoril “vão ter certamente consequências”. “Vamos reforçar a nossa presença nos Fóruns Internacionais e as nossas parcerias académicas. Vamos trabalhar nas ideias e nos conteúdos. Vamos preparar o debate e alargá-lo a cada vez mais países”.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
Frederik de Klerk e Viktor Orbán debatem Liderança Política e Globalização
O ex-Presidente da África do Sul, Frederik de Klerk, e o Primeiro-Ministro da Hungria, Viktor Orbán, estiveram hoje nas Conferências do Estoril para debater “Liderança Política e Globalização”.
O também Prémio Nobel da Paz, Frederik de Klerk, defendeu que é necessária uma reforma das instituições, nomeadamente das Nações Unidas e do Fundo Monetário Internacional (FMI), para que se tornem “mais representativas da nova realidade emergente de um mundo que já não é bipolar.”
Viktor Orbán apelou ao alargamento da União Europeia aos países dos Balcãs. “A Europa acabará por colher os frutos deste alargamento”, afirmou o Primeiro-Ministro húngaro, referindo que foi um “erro” a União Europeia não ter permitido a adesão dos países que estavam sob a alçada da União Soviética, logo após a queda do Muro de Berlim.
Frederik de Klerk referiu que os líderes políticos devem aceitar a Globalização mas ao mesmo tempo devem ter visão e fazer com que “o seu país nunca fique para trás”, extraindo os benefícios dessa Globalização e evitando o seu impacto negativo.
Já na fase de debate com o público e respondendo a uma pergunta da audiência, o Primeiro- Ministro da Hungria afirmou que “o casamento só deve ser celebrado entre um homem e uma mulher”.
Também em resposta a uma pergunta, Frederik de Klerk assegurou: “O Apartheid morreu, está enterrado e não voltará”.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
Especialistas debatem Governança Global nas Conferências do Estoril
O tema Governança Global foi o ponto de partida para o debate da tarde do último dia das Conferências do Estoril.
“Os líderes europeus devem focar-se na União Europeia, em ajudar os países da União Europeia e depois podemos pensar em ajudar o resto do mundo”, defendeu João Marques de Almeida, antigo responsável pelo Global Dialogue, Bureau of European Policy Advisors.
Uma posição que levantou algumas vozes discordantes entre os oradores. “Será que podemos ter uma solução avulsa a nível nacional ou regional? Acho que devemos ter uma solução integrada quer a nível local, quer global”, afirmou Eusébio Mujal-León, especialista em Democracia e Governança da Universidade de Georgetown.
Também Stanlake Samkane, Director das Políticas de Inovação do World Food Programme, das Nações Unidas, referiu que a governança global tem por base a cooperação. E sublinhou que essa cooperação global deve focar-se no “desafio da nutrição e segurança alimentar”.
Para Lívia Franco, Professora no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, “os mercados são facilitadores de cooperação”. “Devem respeitar regras e ser responsabilizados, mas são fundamentais para a cooperação internacional”.
Já Kolinda Grabar Kitarovic, Assistente do Secretário-Geral para a Diplomacia Democrática na NATO, trouxe a sua visão da importância desta organização ao nível da Governança Global. “A NATO foi construída para defender as nossas liberdades, liberdade individual, política e económica. E estes valores são mais importantes que qualquer valor militar”, concluiu.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
Harry Starren conquista público das Conferências do Estoril
O ex-CEO do Baak, Harry Starren, conquistou o público das Conferências do Estoril numa apresentação dinâmica sobre Liderança Global dia 3 de maio.
“Quando estamos tão preocupados com o mundo lá fora devíamos estar mais preocupados com a forma como pensamos no mundo. Talvez a solução esteja mais perto do que pensamos”, afirmou Harry Starren.
O antigo CEO do Baak, reconhecido Instituto de Desenvolvimento de Liderança na Holanda, interagiu com o público, respondendo a várias questões. E deixou alguns conselhos: “Temos que pensar de forma diferente” e “tudo tem a ver com a criação de relações”.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
A Segurança Humana debatida em Painel Plenário nas Conferências do Estoril
O Reitor da Faculdade de Humanidades da Universidade Hebraica de Jerusalém, Reuven Amitai afirmou dia 3 nas Conferências do EStoril que “o avanço da tecnologia pode ser utilizada para combater o terrorismo mas também pode impedir o advento dos direitos humanos”.
Lançado o debate, Luís Fraga, Presidente do World Stability Observatory, defendeu que a segurança humana está dependente da qualidade dos políticos: “A gestão política depende da elite política. Digam-me quais são os mecanismos e quais são os vossos políticos e eu dir-vos-ei qual é o nível de segurança que o vosso país terá.”
Para o ex-Senador de Espanha “as Nações Unidas não têm força suficiente para resolver todas as questões. Não há eficácia das resoluções, pelo que algo tem de mudar.”
Gabrielle Jacobs, Diretora do Composite Project e psicóloga organizacional, realçou que a interligação entre as várias forças policiais nacionais é insuficiente e obsoleta: “O crime é internacional mas as forças policiais não são.” Reforçou ainda que “Precisamos de ser frios quando pensamos na forma como a humanidade deve enfrentar os atuais desafios.”
Já Helena Rego, Diretora do Serviço de Informações da República Portuguesa, defendeu que “analisamos o mundo com conceitos do passado que precisam de ser desconstruídos.” Lançou ainda para o debate a pergunta “Qual é o maior perigo – seremos nós próprios o nosso maior perigo?”
O Vice- Presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, António Rebelo de Sousa, realçou a relação entre a segurança humana e o índice de desenvolvimento humano. Os problemas sistémicos da economia mundial que hoje enfrentamos, diz o Economista, têm um efeito direto na segurança: “Acredito numa quarta revolução industrial, envolvendo o sector da saúde e da energia.”
A terminar o painel, Mariana Van Zeller, que atualmente colabora com a National Geographic sustentou que “A paz não é a simples ausência da guerra. A paz existe quando a maioria da população mundial tem acesso a recursos que lhes permitam levar uma vida digna e decente. Se ao invés de construir estruturas militares utilizássemos os recursos para as necessidades básicas do ser humano e para a educação, a segurança humana estaria assegurada.”
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
Lech Walesa: “Duvido que o atual capitalismo sobreviva a este século”
O ex-Presidente da Polónia, Lech Walesa, disse ontem, dia 2 de maio, duvidar que “o atual capitalismo sobreviva a este século”. O também Prémio Nobel da Paz de 1983 esteve no encerramento do terceiro dia das Conferências do Estoril 2013 para debater “O Futuro da Globalização”.
Lech Walesa esteve em várias manifestações anti-capitalistas durante o último ano e afirma que é preciso uma reforma. “Ninguém no seu devido juízo põe em causa a economia de mercado ou a propriedade privada. As pedras basilares do sistema capitalista podem ser mantidas, mas tudo o resto deve ser debatido. Deve-se ouvir quem protestou e fazer uma reforma”, defendeu.
Apesar de ter sido líder de várias greves quando a Polónia estava sob o regime comunista, Lech Walesa afirma que agora estamos numa “nova era que exige organizações e estruturas completamente diferentes”. “Na ditadura a greve era a única solução”, afirma Walesa, mas agora “cabe-nos a nós chegar a um consenso de como introduzir as reformas e medidas necessárias através do debate, para escolher as melhores opções para o desenvolvimento do futuro”.
Sobre o Projeto Europeu e a Globalização, o antigo Presidente da Polónia acredita que “temos que alargar as estruturas de organização”. “Em que medida deve haver uma União? Certamente não em todos os aspetos, mas nos aspetos fulcrais, que favorecem o bem-estar e o progresso”. Já a nível global, para Lech Walesa, construir um mundo melhor para o futuro significa acreditar que pode ser construído na base dos valores. “O mundo poderá evoluir muito mais se nos basearmos apenas nas liberdades”.
A moderar a Conferência esteve o ex-Secretário-Geral da UGT, João Proença. “A Europa tem que voltar a ser a Europa do progresso económico e social”, disse.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
Estela Barbot nas Conferências do Estoril: “A austeridade é demais e é uma palavra que já não apetece ouvir, mas temos de criar condições”
Os problemas de Portugal são estruturais… o que fizemos de tão errado?
Os nossos problemas de base são estruturais. Infelizmente por mais que nos custe temos de fazer reformas estruturais para conseguirmos seguir em frente e essas são muito penosas. O que me preocupa neste momento, é que muitas vezes está o justo a pagar pelo pecador. Se formos ver o último relatório de competitividade, Portugal entre 144 países, está no 49.º lugar e está muito bem colocado em infra-estruturas (11.º) e está muito bem colocado em jovens com ensino superior. Mas depois, no que realmente interessa para o investimento e crescimento, nós estamos muito abaixo dos 100, no ambiente macroeconómico e no sistema bancário. A nossa questão estrutural resulta da maneira como aplicámos os fundos que recebemos e que não o fizemos no aumento da competitividade, não o empregámos no sector dos bens transaccionáveis. A mim custa-me horrores porque tenho muito sempre carinho por aquelas pessoas que estão a pagar pelos erros dos outros, mas isso, muitas vezes, acontece.
Com tanta austeridade o desemprego tem levado a melhor. Para quando podemos estimar o regresso do crescimento económico?
Espero que estejamos quase a dar a volta. A austeridade é demais e é uma palavra que já não apetece ouvir, mas temos de criar condições. Eu sou a favor do Euro, não só porque nos coloca um problema legal, mas sobretudo porque a Europa precisa de dimensão. O mérito e a igualdade devem ser as palavras de ordem.
Neste período em que é preciso cortar mais de seis mil milhões de euros até 2017, onde é que esses cortes podem ser feitos?
É muito difícil fazer esses cortes, porque todos os cortes têm repercussões. Mas, como dizia Ghandi, quanto mais tempo demorarmos a iniciar esse processo então nunca mais tarde lá chegamos. Vejam o exemplo da irlanda que está quase a conseguir ir ao mercado. Temos de pensar no copo meio cheio.
Fomos bons alunos. Podemos beneficiar com isso?
Vamos tirar dividendos de termos sido bons alunos até agora. Acho que vamos ir rapidamente aos mercados com taxas bem mais apelativas do que teríamos se não tivéssemos feito todo este esforço. Esperemos que todo este esforço não tenha sido em vão, por todos aqueles que estão desempregados, por exemplo.
Os modelos económicos falharam…
Eu sou economista, mas sou muito cética em relação aos modelos económicos, porque eles vão pegar num determinado momento e em determinadas premissas. Numa altura de crise os modelos económicos têm de ser meramente indicativos. Temos de estar em permanente mudança e saber ajustar as nossas políticas à realidade.
O crédito era fácil… muitos países caíram na tentação de gastar mais do que podiam…
Não havia uma lógica de poupança, o crédito era fácil. O exemplo dado pelo governador do banco de Portugal, Dr. Carlos Costa, é o de que foi como entrar num bar aberto, sair de lá alcoolizado e atribuir culpas pelo facto de o bar ser aberto. Quando nos endividámos já sabíamos que íamos ter de pagar.
Jean Elgewed, professora universitária na Carolina do Sul, EUA, oradora nestas Conferências, disse que “Se não houver emprego para os jovens que trabalhem como voluntários”. O que pensa disso?
Essa frase foi polémica. É importante que os jovens, mesmo que não tenham emprego, estejam preparados, que não assumam a postura de queixosos. O problema do desemprego para mim é sair de rotinas. Mesmo o trabalho voluntário obriga-nos a trabalhar e a estar ocupados e isso é muito bom e sempre de alguma forma é gratificante se não houver outro.
Que luz podemos ter ao fundo do túnel para contrariar a espiral recessiva?
Se nós pensarmos qual é o crescimento mundial neste momento, não é com bom grado que vemos que a Europa, e o Japão, por ouras razões, são o bloco mundial com menos previsão de crescimento. O crescimento mundial foi previsto para 2013 para pouco mais de três por cento e para 2014 na ordem dos quatro por cento e tem muito mais a ver com os BRIC’s (Brasil, Rússia, Índia e China) enquanto economias emergentes. É assustador, mas é uma lição para a europa, porque no seu projeto de globalização é precisa dimensão, é preciso acertar vectores comuns de interesse a todos os países. Pensar no bem comum é uma coisa que se faz pouco.
A Europa tem sido muito morosa nas suas decisões…
Com o alargamento em 2004 da Europa de 17 para 27 países, aumentou-se o número de estados membros sem ter sido anteriormente feita uma união fiscal e bancária. Pense-se no que demorou a fazer o Tratado de Lisboa. Mas a agenda de Lisboa continua premente que é inovação, criatividade, investimento…
Mas falta-nos competitividade…
Por sermos europeus e termos história, tivemos uma certa arrogância e quase que nos esquecemos que os outros países também estão lá e também vão crescer. Estamos a pagar o desleixo e comodismo de não termos tido a capacidade de tornar a Europa num espaço com mais competitividade. Nos últimos anos houve uma deslocação dos bens não transaccionáveis para os bens transaccionáveis. Agora temos de voltar a ter mais indústrias e mais bens transaccionáveis e voltarmos a ser competitivos.
Como vê o facto de a organização das Conferências do Estoril partirem de uma Câmara Municipal?
Só tenho que felicitar a ideia do presidente da Câmara de conseguir reunir em Cascais umas conferências que se tornaram de grande prestígio a nível internacional. Acho que é um exemplo do que individualmente, nós com inovação ideias podemos ser factores de desenvolvimento e de atração no nosso país.
O facto de se reunirem oradores tão distintos pode contribuir para se encontrarem soluções?
Estamos numa altura em que parece que não há respostas e isso é angustiante. Mas temos de pensar que a dialética e a evolução do mundo têm a ver com o debate e deste que surgem as novas ideias. O debate é necessário. Se as pessoas estiverem atentas verão que é nesse debate e nessa dialética que o mundo vai evoluindo. Esperemos que não sejam necessárias guerras para mostrar a necessidade de mudarmos o nosso caminho.
Temos de estar mais unidos que nunca. É isso?
Há pessoas mais preocupadas com o bem comum do que outras. Estamos numa altura em que o individualismo é, muitas vezes, uma forma pura de sobrevivência e é uma pena porque no século XXI as pessoas torna-se cada vez mais individualistas. Que esta crise seja uma chamada de atenção de que às tantas esse não é um modelo correto.
Mas há coisas boas na globalização….
A globalização aproxima as pessoas. Em 1981 mais de 50% da população do mundo vivia abaixo do limiar da pobreza. Em 2010 essa taxa baixou para 30%. A globalização tem essa parte muito boa.
Estela Barbot e Ruud Lubbers juntos em debate sobre Futuro da Globalização
O ex-Primeiro-Ministro da Holanda, Ruud Lubbers, defendeu hoje que “o Euro ainda é um trabalho por concluir”. Esta foi uma das intervenções na Conferência Futuro da Globalização, durante a tarde de hoje nas Conferências do Estoril.
“Passámos para uma moeda única mas precisamos de um governo mais forte”, considerou Ruud Lubbers, um dos pais do Euro, que presidiu às negociações do Tratado de Maastricht.
A antiga conselheira do Fundo Monetário Internacional (FMI), Estela Barbot, considerou que é de evitar que o “diálogo de diferenças entre o Norte e o Sul da Europa exista”. E alertou que a “austeridade excessiva pode fazer com que as pessoas pensem em governos populistas” na Europa.
O Chefe da Delegação da União Europeia nos Estados Unidos, João Vale de Almeida, que esteve a moderar o debate, deixou algumas notas sobre a Globalização, lembrando que a União Europeia foi o “primeiro laboratório” dessa Globalização. “A crise veio depois provar que estamos todos no mesmo barco”, afirmou.
Já o Fundador do World Merit, Chris Arnold, concentrou-se nos jovens. “Todos os dias é dito aos jovens de hoje que têm que ser bons, socialmente responsáveis e que precisam de enfrentar os problemas. Esta não é uma geração livre.”
A mais nova Senadora das Filipinas, Pia Cayetano, focou a sua intervenção na questão dos novos media. “As redes sociais são bons canais para as pessoas comunicarem entre si, mas também para falarem com os seus líderes políticos”.
A 3ª edição das Conferências do Estoril é uma iniciativa da Câmara Municipal de Cascais e contam com o Alto Patrocínio da Presidência da República Portuguesa e com o apoio institucional do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Banco Mundial, bem como do Instituto do Turismo (IPDT).
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