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SOS Ucrânia | Bens já rolam rumo a quem precisa








A manhã foi de azáfama no C3 - Centro de Apoio Logístico de Cascais. Logo cedo, o apito das empilhadoras e dos rodados dos porta-paletes ecoava por todo o armazém, sinal do carregamento de mais de 23 toneladas de bens médicos, de higiene pessoal, alimentos, roupas e brinquedos. Este é o primeiro camião que sai de Cascais, mas outros estão já previstos e os respetivos conteúdos a serem preparados.
“Estas caixas aqui são só de comida para bebés”, aponta um elemento da equipa de apoio. Aquelas ali são brinquedos para as crianças, para minimizar a dor que sofrem não só pela guerra, mas sobretudo pela separação.
Carregados até ao teto, o camião com atrelado já partiu, rumo a Lublin, na fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, onde deverá chegar dentro de alguns dias, provavelmente já no domingo, ou segunda.
Centro de acolhimento em preparação
Enquanto os voluntários não cessam atividade, separando e embalando as doações que continuam a chegar entregues por cidadãos e entidades em múltiplos locais, numa zona diferente do C3, os preparativos são outros.
“Estamos a criar um centro de acolhimento temporário para até 300 pessoas”, explica Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais. Na zona de dormitório já são muitos os beliches montados, no piso térreo a cozinha está ainda em montagens. No balcão de acolhimento todos terão ao apoio não só a nível burocrático com várias entidades presentes, mas também a bens que tomamos por certos como: roupas, produtos de higiene, uma verba para despesas imediatas, um cartão SIM nacional para garantir comunicações, entre outras ajudas. “Queremos garantir um mínimo de dignidade”, esclarece Carlos Carreiras.
“De acordo com os parâmetros internacionais, Cascais poderá receber até 5.000 refugiados da guerra, sendo que, na Segunda Guerra recebemos muito mais do que isso”, desabafa o presidente da Câmara.
O Centro de Acolhimento será um local de estadia para poucos dias, sendo que o ideal será conseguir realojar as pessoas junto das respetivas famílias e amigos, ou de famílias de Cascais que tenham disponibilidade tal. A Câmara Municipal garante apoio ao nível da alimentação, cuidados de saúde e outros.
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Reside no concelho? Quer ajudar? Estamos à procura de famílias disponíveis para acolher quem foge da guerra. Inscreva-se aqui: https://bit.ly/SOSUcrania_CSC
CMC/FH/GB/PR
Há novos Quiosques MobiCascais




É cada vez mais fácil alugar bicicletas convencionais e bicicletas ou trotinetas elétricas em Cascais. Esta semana, foram inaugurados mais dois Quiosques MobiCascais que vêm facilitar o acesso a estes meios de mobilidade suave e mais sustentável para visitar o concelho. Um serviço que já conta com uma média de 140 utilizadores por dia, no verão, e 40 utilizadores por dia, no inverno. Aos postos da EcoCabana, Cascais – Guia e Largo da Estação de Cascais, juntam-se os Quiosques do Estoril, nos jardins do Casino, e de Carcavelos, junto à estação de comboios.
Se é munícipe ou está de visita a Cascais, aproveite para experimentar estes serviços. Dirija-se a um dos cinco quiosques e alugue uma bicicleta convencional ou elétrica, ou uma troniteta. E há mais equipamentos de que pode usufruir, como atrelados para levar crianças e o aluguer de todos os acessórios de segurança, como o capacete ou um cadeado.
Bicicletas e Tronitetas MobiCascais
Bicicletas Convencionais (2€/hora ou 6€/dia)
Trotinetas elétricas (10€/hora)
Bicicletas elétricas (4€/hora ou 10€/dia)
Inseridos no projeto MobiCascais, estes postos de atendimento são pontos de informação no concelho com serviços focados na mobilidade suave. Além do aluguer de bicicletas ou trotinetas, aqui também pode pedir informações sobre como aderir ao Cartão Viver Cascais, que dá acesso à gratuitidade dos transportes para o caso de ser residente ou estudante no concelho.
Em alternativa às bicas de lazer, o MobiCascais disponibiliza também o sistema de bicicletas partilhadas para uma utilização diária, com 90 estações espalhadas pelo concelho. De momento, este serviço está em fase de renovação de sistemas mas, em breve, voltará a estar disponível.
Saiba mais aqui
Retrospetiva de Menez em Cascais









Já pode visitar a nova exposição "Menez", na Casa das Histórias Paula Rego. Uma exposição retrospetiva que abrange quatro décadas da obra de Menez (1926--1995), dando a conhecer ao público cascalense e a quem visita Cascais a "obra enigmática" de uma artista que nunca dava título aos seus quadros, nem gostava de falar do seu trabalho, concedendo raras entrevistas, porque acreditava que a pintura tinha de falar por si, sem recorrer a palavras ou explicações.
" Mesmo em tempos tão atribulados como os que estamos a viver, a Cultura não pode parar e as manifestações culturais não podem morrer", referiu Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, na inauguração da mostra que conta com 29 obras da artista plástica que é considerada um dos expoentes da arte portuguesa do século XX.
Carlos Carreiras sublinhou, ainda, o facto de Menez ser uma "cidadã do mundo", tendo vivido em diversas cidades europeias e em outros continentes, percurso universalista que muito influenciou a sua obra. Sendo que também viveu em Londres, onde o seu percurso se cruzaria com Paula Rego e o marido, de quem se tornaria amiga.
A Casa das Histórias prossegue, assim, o ciclo de exposições com o objetivo de apresentar a obra de artistas cujas trajetórias se tenham cruzado com a de Paula Rego.
Uma exposição para ver até 2 de outubro de 2022.
Saiba mais AQUI
Cascais prepara acolhimento e resgate de refugiados da Ucrânia
“Não é apenas a Ucrânia que está a ser atacada. São os nossos valores, a nossa liberdade, a nossa democracia”. Palavras de Carlos Carreiras, presidente da CM Cascais, numa altura em que a Câmara Municipal de Cascais lança mais uma vertente da campanha de apoio aos refugiados da guerra na Ucrânia.
Estão em marcha os preparativos para a realização de um voo que irá buscar refugiados ucranianos deslocados na Roménia.
Para isso, a Câmara Municipal de Cascais acaba de lançar o apelo de contacto através da Linha Cascais 800 203 186 (de segunda a sexta das 9h00 às 18h00) ou Whatsapp Cascais +351 919 995 312 ou e-mail: sosucrania@cm-cascais.pt.
As pessoas que tiverem familiares e/ou amigos portugueses ou ucranianos fugidos da guerra devem contactar a partir de dia 09/03/2022 entre as 9h00 e as 18h00.
Não tenho ninguém para resgatar. Como posso ajudar?
A Câmara Municipal de Cascais em parceria com diversas entidades está a recolher também dados de famílias que tenham condições para acolher os refugiados em território português. Se tem condições por favor inscreva-se aqui.
Câmara de Cascais avança com ação humanitária para ajudar refugiados Ucranianos
Nesta terça-feira, decorreu no Centro Cultural de Cascais, a 6ª Reunião ordinária do Executivo Municipal onde a campanha SOS Ucrânia esteve em destaque.
Foi votada, por unanimidade, a moção de apoio ao povo ucraniano que face aos acontecimentos recentes, a Câmara Municipal de Cascais preparou uma campanha de ajuda a cidadãos ucranianos de campos de refugiados nas zonas fronteiriças do Leste da Europa.
Fazendo um ponto da situação, o Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, refere que “já é possível assegurar que na quarta-feira sai o primeiro camião de Tires e na quinta-feira sairá o segundo para a Polónia”, acrescentando que há “todo um sistema que não permite que os bens que os cascalenses doaram sejam utilizados para outros fins que não aqueles que foram as suas intenções”.
Segundo o Presidente da autarquia, são duas cargas “na ordem das 60 toneladas, com roupa, medicamentos, alimentação e produtos de higiene que irão seguir”.
Complementando, quanto ao material que irá seguir amanhã, a Vereadora Joana Balsemão refere que “os camiões vão dirigir-se a uma cidade que fica a poucos quilómetros da fronteira com a Ucrânia, onde vão descarregar os bens para duas associações”.
A Help Ukraine, uma plataforma internacional criada por portuguesas e o outro para a associação Caritas, que por sua vez também escoará dentro de campos de refugiados e mesmo dentro da própria Ucrânia.
Cascais é um concelho que tem como histórico a capacidade de acolher todas as nacionalidades do mundo, sobretudo as mais desprotegidas e fragilizadas pela guerra.
Amanhã de manhã vai para a Roménia uma equipa liderada pelo Sr. Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz, com vista a resgatar os refugiados.
Como assegura o Sr. Vice-Presidente, “a equipa parte amanhã, com médicos, enfermeiros e a proteção civil para o terreno”.
Acrescentando que “o avião vai aterrar em Bucareste por volta das 16h00 de amanhã para se deslocarem no dia seguinte para o norte da Roménia”, com a “articulação total da Sra. Embaixadora de Portugal na Roménia Teresa Macedo, que também tem a embaixada completamente disponível para nos ajudar e as autoridades romenas, nomeadamente o Ministério da Administração Interna que também tem estado sempre presente em tudo isto”.
O Vereador Francisco Kreye aproveitou a oportunidade para reforçar a importância “de sermos claros nesta operação que estamos a montar, de quando é que chegamos e de onde é que partimos”, permitindo “que as pessoas possam estudar a operacionalidade e saber se é possível ou não para elas deslocarem-se e recorrerem ao nosso apoio.”
Estão a ser preparados também os denominados C3, que são dois armazéns logísticos que se encontram no Carrascal de Alvide.
Um deles irá ficar com o alojamento para triagem para passarem por todo um conjunto de informações e questões de ordem logística da sua estadia.
Ao fim de três/quatro dias, há um conjunto de procedimentos que se vão desenvolver, como por exemplo, fazer o passe e dar o passe dos transportes em Cascais, tratar de vacinas, que é uma situação sensível porque a população ucraniana não chegava a 40% de vacinados e a condução de crianças para a parte da educação.
Estatuto de amigo Cascalense
A terceira fase deste processo que se está a desenvolver com a envolvência por parte do Vereador Frederico Almeida e da Vereadora Carla Semedo, na parte da educação e nalgumas áreas sociais, trata-se da criação de um estatuto de amigo cascalense, que fará o acompanhamento das famílias quando já tiverem nos centros de acolhimento, com o objetivo de assegurar o seu bem-estar e ajudar na integração na comunidade cascalense.
Carlos Carreiras, Presidente da autarquia, refere que “será hoje aberta uma conta na Santa Casa da Misericórdia de Cascais”, para onde se possam fazer doações em dinheiro, visto haver um grande conjunto de ofertas das pessoas que queriam comparticipar com dinheiro.
Desta forma, a BDO-Portugal, empresa de auditoria, consultoria, assessoria fiscal e assistência contabilística, irá fazer o controlo e auditoria na própria conta, “para que tudo fique transparente e que tudo fique perfeitamente justificado”, esclarece.
Acrescentando que pode “haver a possibilidade de quem chegar a Cascais ter um cartão de 250 euros”. Este processo será feito com o Banco Santander através da Santa Casa da Misericórdia de Cascais.
O Presidente da autarquia assegurou que “todos os colegas que estão no Universo Municipal e que falam Ucraniano e Russo possam ser desafetados das suas funções normais para servirem de tradutores e fazerem esta ligação com estas comunidades”.
Plano e Orçamento, Gestão Patrimonial, Contratação Pública, Saúde, Solidariedade Social e Direitos no Território, Coesão e Desenvolvimento Social, Gestão Territorial, Gestão Urbanística, Educação, Desporto, Democracia Participativa, Empresas Municipais e Reabilitação Urbana foram outros dos pontos setoriais discutidos na reunião ordinária.
Igreja da Misericórdia ganha novo sino
As obras de requalificação da Igreja da Misericórdia de Cascais avançam a passos largos e esta terça-feira, 8 de março, inaugurou-se com toda a solenidade o novo sino da Igreja, cujo toque ressoou pela primeira vez no Largo da Misericórdia.
“Durante as obras de requalificação da Igreja tivemos aqui uma preocupação com o sino que existia porque era um sino que não tinha escala para o que iria ser a Igreja da Misericórdia”, referiu Célia Mateus, adjunta do presidente da Câmara Municipal de Cascais.
De facto, o antigo sino era “mais simbólico” e não tanto para ser usado para o culto religioso, pelo que “não tinha um som à altura da Igreja”, afirmou, ainda, Célia Mateus, acrescentando que, o novo sino de grande porte “está mais de acordo com o que a Igreja vai ser após as obras de reabilitação”.
É muito antigo o uso de objetos metálicos ou de madeira para assinalar com o seu som a festa, ou para convocar pessoas. Os sinos pertencem a esse grupo de instrumentos. A Igreja começou a usá-los logo depois de lhe terem reconhecido o direito de existir em liberdade (século IV), e tornaram-se rapidamente elementos típicos dos seus edifícios de culto. O toque dos sinos assinala as horas do dia e da noite, os tempos de oração, a celebração da missa. Ele reúne o povo para as celebrações litúrgicas, adverte os fiéis quando se dá um acontecimento importante que é motivo de alegria ou de tristeza. As várias formas de os tocar são uma linguagem convencional, que pode ir das simples badaladas, ao dobrar, ao toque picado, ao toque encadeado e ao toque repicado ou repenicado, que é o mais festivo. Tal linguagem continua a ser perfeitamente compreendida pelos habitantes das aldeias e vilas. Mesmo nas cidades, apesar de todos os ruídos, os sinais sonoros dos sinos não passam despercebidos.
Para a Provedora da Santa Casa da Misericórdia, Isabel Miguéns de Almeida Bouças, presente na cerimónia de montagem e inauguração do sino, é um “privilégio assistir a estas obras de requalificação da Igreja”. A Provedora mostra-se visivelmente emocionada, ao ouvir ressoar outra vez o sino no Largo da Misericórdia, “numa das zonas mais antigas da Vila de Cascais”, refere.
O antigo sino, datado do século XVIII, quando das obras de reconstrução, após o terramoto de 1755 que destruiu completamente a Igreja, vai ficar agora em exposição no novo espaço museológico da Santa Casa da Misericórdia de Cascais.
As obras de requalificação da Igreja da Misericórdia que estão acerca de um mês de terminarem, contemplam não só o edificado como ainda a conservação e restauro do espólio de arte pertencente à igreja, bem como todo o espaço envolvente que está a ser intervencionado para dar uma nova vida ao local.
Deste modo, será possível dotar uma organização tão importante para a comunidade de novas infraestruturas, através da preservação histórica do seu atual edificado e respetivas obras de arte, beneficiando todos os cascalenses e a História do nosso concelho. Um novo Largo da Misericórdia está a nascer.
O Largo da Misericórdia integra a atual igreja, a sacristia, o edifício do antigo hospital e farmácia, e diversas dependências adjacentes. O templo primitivo, a Ermida de Santo André, antiga a sede da instituição, foi destruído pelo terramoto de 1755, tendo sido reedificado em 1777, embora as duas torres laterais da nova igreja nunca tenham sido concluídas. A igreja da Misericórdia de Cascais é constituída pelo templo, de planta longitudinal, e pela sacristia anexa, situada onde seria provavelmente a anterior Ermida. apenas até ao segundo piso. A fachada Sul deita para o pátio da antiga casa do capelão, farmácia e celeiro, e do primitivo Hospital.
PL | PR | LB| CB | CMC
Dia Internacional da Mulher





Nasce ao virar do seculo XIX a luta pela igualdade das mulheres e muito se conquistou, mas muito há por fazer. Coisas simples - como votar, ter opinião, “governar” uma casa, ter uma voz ativa na sociedade foram conquistas durante este mais de seculo e meio. Neste dia, damos voz a mulheres que não tem medo de arriscar, são determinadas e não veem o seu papel como apenas donas de casa. São mulheres com a garra. São as nossas mulheres!
Nós podemos mudar o mundo. Temos esse poder – destemidas, imbatíveis, criativas ou fortes, podemos ser tudo o que quisermos. Este é um hit da música pop nas tabelas ultimamente. E não podia estar mais certo. Somos mesmo tudo o que quisermos ser.
E em Cascais, os exemplos estão entre nós. Hoje apresentamos três histórias, de três gerações de mulheres cascalenses que “fintam” preconceitos, “conduzem” o seu destino e “cozinham” o seu futuro. Com garra e força.
Uma futebolista, uma condutora de autocarros e uma empreendedora na área da restauração. Todas trilharam o seu caminho.
As histórias dos seus percursos, e apesar de todos os obstáculos, mostram mulheres de fibra. A fibra, a força e a determinação que todas as mulheres têm.
Mariana - futebolista
Começamos pela Mariana Coelho, 26 anos, sorriso fácil e humor certeiro. Tão certeiro como os passes que faz às suas colegas de equipa, no Estoril-Praia.
“Determinada e lutadora, claramente”. É assim que Mariana se vê. E relembra o seu percurso como a menina que gostava de jogar futebol. Começa pelo hóquei, na equipa masculina e, aquando da transição, escolhe o futebol 11, muito por influência do pai. E lá se mantém. Ela e outras tantas que, num treino, numa noite fria em Trajouce, seguem as dicas dos treinadores.
“O futebol ensina-nos muito, é desafiante porque tira-nos da nossa zona de conforto. Estamos sempre a aprender e isso é a sua beleza”. Desafios, teve alguns. Ao começar com 13 anos, relembra que jogou logo com mulheres “que tinham entre 40 e os 45 anos”, pois não existiam as equipas femininas e o investimento que hoje existe nos clubes. “Quando comecei, eramos atiradas aos lobos e tínhamos de crescer do dia para a noite… eramos as caçulas”.
E nessa diferença sente (ou tem a certeza) que teve o seu papel. “É um sinal de crescimento e eu, e as da minha geração, fomos pioneiras nesta mudança”.
E sem pudores, afirma “o futebol feminino ainda tem muito para andar, apesar da diferença ser enorme. Mas está a mudar”
Helena – motorista
Helena Meleiro, 56 (orgulhosos) anos. Desde sempre escolhe profissões “consideradas mais masculinas”, refere. Começa com 15 anos nos Bombeiros Voluntários de Cascais, numa altura em que em cenário de incêndio as mulheres não estavam presentes. Nesse tempo, mulheres nos bombeiros eram remetidas à condição de auxiliares, em que a função era de apoio, na retaguarda com auxílio alimentar. Assertiva, Helena recorda a sua entrada nos soldados da paz “fui por que quis. Sempre fui assim – fazer o que gostava sem olhar a obstáculos. Orgulho-me de ter pertencido ao primeiro grupo de 8 mulheres bombeiras de Cascais e ter aberto caminho para outras.”
Em 1988, aventura-se como instrutora de condução, numa altura em que as mulheres não eram bem vistas nesta profissão. “Havia homens que se recusavam a ter aulas com mulheres. Se não sabiam para elas, como é que iam ensinar”, recorda, divertida, “quanto mais andar num carro com outro homem… impensável”.
Dá o salto para examinadora e aqui também tem algumas histórias. “Aconteceu-me chamar um homem para exame prático de pesados com reboque e eles referir que estaria à espero do examinador. Quando lhes dizia que era eu, não acreditavam”.
Hoje, há 5 anos para cá, podemos encontrá-la como motoristas de autocarros Mobi. “Gosto do que faço. Há muita gente que acha que não é uma função para mim. Mas não ligo”, no entanto atira “há situações perigosas, com certeza que sim. A figura masculina é dissuasora de algumas situações e connosco, mulheres, tem tendência a abusar um bocadinho. Mas vai-se levando”.
Para Helena, ser mulher é desbravar caminho, ser firme e valer por si só. E claro, há que ter um bom parceiro, apesar “do espírito de líder, como eu tenho”.
Com duas filhas, não deixa o seu crédito por mãos alheias e espera passar o exemplo. “sempre insisti com elas para terem a sua independência – ter a sua profissão ou trabalho, a sua casa e o seu carro. No fundo, para não dependerem de ninguém. Sempre as eduquei para terem a sua independência. Não sei se é ser muito feminista…”, atira. Não, não é Helena, dizemos nós!
Para ser mulher é preciso coragem, ter vontade de seguir o que queremos e ser forte! Lutar! É aqui que relembra a mãe – “veio do Norte sem nada. Ela e o meu pai. Sempre teve garra. Ainda hoje é firme e decidida. E nesse aspeto sou muito parecida com ela”, refere.
Maria Batarda – Empreendedora (Restaurante Batarda’s)
“Ser mulher é ser um grande privilégio – e a conjugação da força, da sensibilidade, da coragem e da energia feminina que só a mulher tem e que é tão especial e que faz toda a diferença”
Psicóloga (para sempre), como orgulhosamente refere, agarrou o desafio de ser padeira, pasteleira e detentora da marca Batardas, cozinha sem glúten. E podemos dizer (por experiência própria) que ainda bem.
E é na cozinha o ponto de partida para este projeto. Sente-se no espaço o seu dedo, pragmático, mas de amor pelo degustar de boa comida, saudável e sem glúten, de uma bela conversa e na simplicidade do seu modo de se expressar. Não é à toa que o Batarda’s tem o selo de qualidade da Associação Portuguesa de Celíacos, sendo a Maria celíaca. O que poderia ser um obstáculo, transformou-se numa oportunidade e dá aos celíacos (e ao comum dos mortais) receitas de encher o olho e a barriga.
Tem a Marie Curie como uma das suas inspirações, pelo seu ato de coragem e pelo romper das convenções da época, num mundo que era de homens. “Ainda hoje, beneficiamos destes atos de coragem”. Mas a sua inspiração, do dia-a-dia, vem de todas as mulheres “todas são referências e todas elas trazem um traço diferente e uma identidade e um ADN que fazem a diferença. Deixo a minha homenagem a todas as mulheres”, conclui.
Obrigada, Mariana, Helena e Maria. Obrigada às outras mulheres com quem nos cruzamos no dia-a-dia.
Parabéns a todas
Marta Silvestre / Carolina Barbosa / Ana Guerreiro
Programa “Nadar a Brincar” recomeçou na Abóboda

















Esta manhã de segunda-feira foi bem diferente para os 45 alunos do 3º ano da Escola Básica de Manique e da Escola Básica António Torrado. Trocaram a sala de aula pela piscina e tiveram a sua primeira aula de adaptação ao meio aquático, no Complexo Desportivo Municipal da Abóboda. Depois de dois anos suspenso, devido à pandemia, o Programa Municipal “Nadar a Brincar” recomeçou para servir a comunidade escolar do concelho de Cascais.
O entusiasmo dos participantes era evidente e portaram-se como verdadeiros peixinhos, seguindo atentamente as instruções da instrutora de natação. O programa que a Câmara Municipal de Cascais desenvolve desde 1995, no âmbito das Atividades de Enriquecimento Curricular do Ensino Básico, abrange este ano letivo, 43 escolas do 1º ciclo e 54 turmas de 3º ano, num total de 1232 alunos, num investimento municipal de 50.000,00€.
“Nadar a Brincar” visa promover a aprendizagem da natação na vertente de adaptação ao meio aquático, através da abordagem de ações de imersão, propulsão, respiração e flutuabilidade bem como estimular nas crianças hábitos de prática de atividade física regular, contribuindo para o seu bem-estar e saúde ao longo da vida, e em especial, prevenir a obesidade infantil.
As atividades decorrem semanalmente, nas piscinas do Complexo Desportivo Municipal da Abóboda, do Complexo de Piscinas de Alapraia, da Piscina Municipal de Alcabideche ou Piscina do Clube Nacional de Ginástica mediante a localização geográfica de cada escola.
CMC/PL
Cascais | Eleitos locais unidos no apoio à Ucrânia apelam ao fim do conflito
Da reunião de Câmara Municipal realizada nesta sexta-feira, 04.03.2022, foi emanado um documento subscrito por todos os representantes eleitos: presidente e 10 vereadores. Uma posição comum que não deixa dúvidas quanto à forma como Cascais encara a situação vivida na Ucrânia.
Posição Comum
A história de Cascais é indissociável da sua abertura ao mundo, aos valores da tolerância, da justiça e do humanismo.
Uma tradição que está inculcada no nosso povo sempre que ocorreram grandes conflitos mundiais, alturas em que acolhemos gentes de todas as raças e credos, em fuga da barbárie da guerra na Europa.
Agora, que a loucura bélica rompeu o mais longo período de paz e prosperidade no Velho Continente, Cascais assume, à sua escala, o seu papel no apoio ao povo que sofre com a guerra na ponta Leste da Europa.
Cascais condena veementemente o violento ataque à Ucrânia, um ataque ao Direito e a uma Ordem Internacional assente na Paz e na Cooperação.
Cascais reassume o seu compromisso férreo com a autodeterminação dos povos, com a Paz e com a Democracia.
Este não é o tempo de ambiguidades: estaremos do lado da liberdade contra a opressão, do lado da racionalidade contra a loucura, do lado da Democracia contra a Tirania.
Reafirmando os nossos compromissos com a Carta das Nações Unidas e com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, ambos aprovados por unanimidade pela Assembleia Geral da ONU, apelamos à cessação imediata do conflito.
A Câmara Municipal de Cascais assume o seu papel de coordenação de esforços da sociedade Civil de Cascais, que tem dado mostras de inexcedível solidariedade para com o povo ucraniano, e encetará todos os esforços, seja do ponto de vista associativo – com as organizações representantes do povo Ucraniano, Moldavo e Romeno no nosso Concelho – seja do ponto vista institucional, estabelecendo contactos ao mais alto nível com governos, instituições transnacionais e ONG’s, para que a ajuda do povo de Cascais seja o mais efetiva na linha da frente.
Cascais, 04.03.2022
SOS Ucrânia: Voluntariado de coração já está em atividade







O que fazemos quando, de repente, nos falta tudo? Quando somos obrigados a deixar tudo para trás e partir com a roupa que temos no corpo e pouco mais? Quando não sabemos quando voltaremos a ter paz, ou sequer quando será possível tomar a próxima refeição? Quando nem sequer sabemos se continuaremos vivos por muito mais tempo?...
“Sabia que algo iria acontecer, mas não pensei que a Rússia chegasse a tanto… que nos fizesse passar por uma situação destas”, o desabafo é de Borys Kucheras, ucraniano a residir em Cascais há 17 anos, presidente da Associação “Fonte de Mundo”, através da qual os expatriados ucranianos ajudam a manter vivos cultura, costumes e tradições. Ligada à Escola Ucraniana Oberig, frequentada por 100 crianças e jovens dos 3 aos 17 anos e a funcionar em S. João do Estoril, esta associação é, por estes dias, a principal fonte de apoio voluntário no Centro de Apoio Logístico – C3 de Cascais. “Convidámos os pais dos nossos alunos a aderirem a este movimento de ajuda organizado pela Câmara e com contributos de todos e eles aderiram”, explica Ulyana Kucheras, diretora da escola. Mais não diz, porque teme que as lágrimas voltem a rolar rosto abaixo: “não consigo falar do que se passa na Ucrânia sem chorar… é muito triste”.
Como formiguinhas, os voluntários de coração respondem ao primeiro apelo e à necessidade de organizar e embalar bens alimentares para todas as idades, roupas, agasalhos, bens de saúde e medicamentos. Nem sequer faltam alimentos para os animais de estimação. "Era bom que chegassem também roupas desportivas de homem, para a linha de frente", desabafa. Ali ao lafo sela-se uma caixa com 27 latas de leite para bebé. Dá para alimentar 27 bebés durante um mês.
Voluntários: inscrições ultrapassaram expectativas
Tudo está a chegar de todo o lado, num movimento coordenado em termos logísticos pela Câmara Municipal de Cascais, mas que conta com o apoio e doações de centenas se não mesmo milhares, de pessoas, entidades, empresas, associações. E ao todo foram registadas perto de 500 inscrições de pessoas disponíveis para doar o seu tempo, voluntariando-se. As inscrições estão agora fechadas para que seja possível operacionalizar equipas. Caso seja necessário voltaremos a abrir.
Todos por todos: todos pela Ucrânia mais do que nunca. É este o lema da campanha SOS Ucrânia em curso para colmatar as necessidades de um povo obrigado a dividir-se entre fugir da zona de conflito e a ficar para defender o seu país. Uma guerra às portas da Europa que ninguém julgou possível acontecer. Mais informações sobre a campanha SOS Ucrânia: https://bit.ly/SOSUcrania_CSC
Todos por todos: Todos pela Ucrânia Mais do que nunca
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