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Filipe Silva
Os amigos dizem que desde muito cedo demonstrou esse traço na sua personalidade, e por isso, quando sentiam necessidade de desabafar era a ele que recorriam. E os seus amigos estavam certos porque mais tarde a sua opção profissional e a sua missão na vida encaixaram-se na perfeição quando decide trocar o curso de Economia pela Psicologia Clínica. Filipe Silva recorda-se que, naquela época, muitos dos seus amigos enveredarem pelo caminho das drogas, e de como essa escolha lhes complicou a vida.
Quando no final da licenciatura teve que fazer o estágio, não foi por acaso que escolheu fazê-lo numa comunidade terapêutica do concelho, a Casa da Barragem. No final do estágio soube que o Centro Comunitário de Carcavelos precisava de uma pessoa com a sua área de formação para trabalhar com a população sem-abrigo. Foi a uma entrevista e teve a sorte de ser selecionado. Já teve outras propostas profissionais, mas diz que não está minimamente arrependido das opções de vida que tomou porque entende que recebe muito mais do que dá das pessoas com quem lida todos os dias. Todos o tratam pelo nome próprio, como se fosse um amigo ou um membro da família com quem criaram laços muito fortes.
Filipe afirma que estas pessoas têm muito para dar e ensinar a todos nós. A mais-valia do seu trabalho reside no facto de não passar apenas por ajudar os sem-abrigo a suprir as necessidades básicas do momento, mas por traçar um projeto de vida para cada uma dessas pessoas que possibilite a sua integração social na comunidade. Ao falar de si, Filipe sente-se um felizardo porque pôde sempre contar com o apoio da família. Também tem sonhos na vida, mas como explica, o maior de todos “é ficar desempregado” porque isso poderia significar que um dia mais ninguém teria que passar pelo drama de vida de um sem-abrigo.
Pedro Mateus
As situações que vê são piores do que pensava quando, há quatro anos, abraçou o Gabinete Dívida 0 da ABLA - Associação de Beneficência Luso-Alemã, em Carcavelos.
São até piores do que as notícias mostram. Mas, mesmo perante as realidades que fazem a sua rotina, Pedro Mateus continua otimista. Como consegue? Primeiro, pela sua experiência de vida: há muitos anos sentiu na pele as dificuldades de perder a empresa e ser obrigado a deixar a terra natal, São João da Madeira. Acreditava estar condenado a não ter mais nada, até que apareceu uma segunda oportunidade, uma terceira, uma quarta… E percebeu que é sempre possível reconstruir. Mas há outro elemento: a fé cristã, sem a qual “estaria completamente apagado”. É pelo seu exemplo que Pedro Mateus não desiste de apoiar as famílias sobre endividadas: “Se eu consegui, porque os outros não hão de conseguir também?”. No Gabinete Dívida 0, a sua missão é ajudar as famílias cuja situação financeira já ultrapassou o limite. O trabalho vai desde dar dicas simples - como poupar no supermercado - a apoiar casos mais complicados, como a renegociação de créditos. A paixão pela vida e pelas pessoas levam Pedro Mateus a desenvolver outros dois projetos. O primeiro, Kids Games e Family Games, são jogos que visam transmitir valores às crianças/adolescentes e famílias. O segundo é a animação sociocultural no ATL da ABLA. Há 20 anos atrás, Pedro Mateus não se imaginava a ajudar outras pessoas. Hoje sente-se completamente realizado, porque pela primeira vez na vida faz o que realmente gosta. E afirma com plena convicção que não trocava o seu trabalho por nenhum Euromilhões.
Maria Conceição Barros
Aos 75 anos, esta mulher simples e recatada na sua timidez, tem um espírito de missão que fez dela uma das mais populares voluntárias das Conferências Vicentinas de Trajouce. Conceição vive para dar vida aos outros mas prefere esconder-se na capa da normalidade - “sou uma pessoa igual às outras”, diz. Quem a conhece não concorda, até porque Conceição é daquele tipo de pessoas que nunca sabe dizer “não”.
A vocação altruísta vem de cedo, desde a sua infância passada no concelho Paços Ferreira. Por volta de 1985, chega a Lisboa e conheceu uma senhora com fortes limitações motoras. Aí sobressaiu de imediato o espírito voluntário de Conceição Barros. A partir de então, a vocação materializou-se em missão. Por motivos pessoais, foi forçada a voltar para sua terra natal de onde regressaria passados 12 anos. E é quando regressa, em 2001, que tem um grande desafio à sua espera e que lhe mudaria a vida. As Conferencias de São Vicente Paulo querem formar a Conferência de Trajouce e pedem-lhe ajuda.
É o sítio certo para os talentos sociais de Conceição Barros sobressaírem. Para além de ajudar na Igreja, Conceição combate todos os dias uma das maiores doenças da sociedade contemporânea – a solidão – visitando idosos. Muitas vezes, só para ouvir. Outras, prestando assistência domiciliária a quem dela precisa. E porque saber ouvir é um dom, quando o trabalho é muito e as suas visitas habituais têm de ser alteradas, a vicentina liga para casa dos que tem ao seu cuidado, para saber se está tudo bem ou apenas porque sabe que as palavras têm o poder de ajudar a ultrapassar as dificuldades do dia-a-dia. Para além de tudo isto, a vicentina ainda distribui alimentos a 338 famílias uma vez por mês. Não se vê a fazer mais nada na vida. No fim do dia, basta-lhe a felicidade dos outros e a satisfação que tira da sua ambição: ajudar.
José Vera
José Vera, homem de trato fino e suave, é médico na unidade de infeciologia do Hospital de Cascais. Já não se lembra como é que optou pela medicina mas lembra-se do momento que, talvez, lhe tenha traçado o destino: ainda nos tempos de liceu, não se dava bem com o “grego” e foi isso que o levou a mudar de área. Ainda bem, dizemos nós. José Vera trabalha desde 1994 com doentes infetados pelo VIH e recorda com mágoa e espírito crítico os primeiros tempos de uma epidemia com que o país lidava com a dificuldade de quem teme o desconhecido e de quem não é capaz de vencer o preconceito. É nessa altura que é criada uma unidade de infeciologia em Cascais e José abraça a gigantesca tarefa de tratar quem lhe chega às mãos, toxicodependentes na maioria. Apesar de todos os esforços, José reconhece que os doentes não eram bem tratados. Não que lhes faltasse apoio e dedicação médica, mas porque faltava muita coisa a nível farmacêutico e tecnológico.
Hoje, muita coisa mudou. Para melhor. De epidemia do século o VIH passou a doença crónica que, controlada, é uma doença como outras doenças. Ainda assim, os desafios de José não lhe permitem baixar a guarda e é por isso que continua a trabalhar na prevenção em escolas e a dar palestras no projeto “Passe Bem”, da Ser+. Hoje, como ontem, o VIH não dá tréguas mas é a falta de dinheiro para os doentes pagarem consultas que mais o inquieta. Isso, e a “exclusão” - uma atitude que nunca mudou perante o “papão” do VIH. José gostava de poder explicar e convencer todos que, nos nossos dias, as mulheres infetadas podem ser mães, que os pais podem brincar com os filhos e os avós com os netos.
Tudo com qualidade de vida. Otimista, crê que a vacina de prevenção do VIH talvez possa surgir no longo prazo. Enquanto esse momento não chega, é nas suas palavras de médico, mas também de psicólogo e amigo, que muitos doentes encontram refúgio e dignidade no meio da adversidade. Quanto ao resto, ao progresso da medicina e da ciência, José já não arrisca tantas certezas. Contudo, de uma coisa está certo: se algum dia tivesse de fazer outra coisa qualquer, seria sempre no campo da saúde. Porque apesar das dificuldades, dos obstáculos e do caminho longo e sinuoso que já percorreu, José Vera é um homem realizado com o que faz. E centenas de pessoas agradecem-lhe por isso.
Júlio Marques
Não se considera, apesar de tudo, uma pessoa feliz. Diz-se, antes, “minimamente feliz”, porque ama e sente-se amado, mas enquanto houver alguém, perto ou longe, que passa por dificuldades não se sentirá completamente feliz. O “tiro no escuro” dado, entre outras pessoas, com Lurdes Rocha Viera há mais de 20 anos, para intervir na área da Deficiência em Cascais é hoje um sonho tornado realidade. Falta ainda fazer muita coisa, mas é certo que têm trabalhado com e para as pessoas, tornando-as mais felizes e autónomas, apesar de contrariedades várias. “Fomos concretizando devagarinho, mas é preciso tempo para que as pessoas possam atingir os seus objetivos e este tempo não é igual para todos”.
Gosta de ouvir as pessoas e colocar-se no seu lugar e sentir como é ter um peso, uma idade ou um tom de pele diferentes, ou uma deficiência. “Se todos nós soubéssemos colocar-nos no lugar dos outros e dar-lhes a importância que eles têm, se calhar não havia tanta gente a passar por tantas dificuldades. É tempo das pessoas pararem, escutarem e olharem-se. Onde procurarem a diferença, encontrarão a igualdade”. Admite que o respeito e a sensibilidade para com os outros são a sua pedra de toque e aprecia particularmente os projetos que plantam essas sementes entre crianças e jovens que, assim, crescem de forma mais equilibrada. Ainda assim, “todos os projetos são parte de um mesmo sonho”, afirma concretizando: “Um dos meus sonhos era ganhar um euromilhões chorudo para poder realizar sonhos de outras pessoas!”
Margarete Mourão
Falamos da analista de marketing, mulher cosmopolita que, há cinco anos, durante a sua primeira gravidez, conheceu a enfermeira Cristina Flores que a ajudou, a Margarete e ao marido, a ultrapassar uma fase particularmente difícil da gravidez do casal. Ligadas emocionalmente desde então, avançaram para um projeto de apoio à maternidade e parentalidade: o Clube Barrigas XXL. Com sede em Cascais, este centro, mais que o auxílio às mães e pais, é neste espaço que se tentam anular as ansiedades e medos ligados à gravidez, ao parto e à chegada de um novo membro às famílias. Também há cursos de pré e pós parto e, em cima de tudo isso, um projeto de responsabilidade social que faz toda a diferença.
É no bairro de Matos-Cheirinhos que Margarete presta apoio a mães adolescentes, num trabalho que tem tanto de árduo como de gratificante. Pelas barrigas XXL já passaram cerca de 70 casais e cerca de 20 jovens mães carenciadas. E ao lado de Margarete está sempre a enérgica e indispensável Cristina – “um anjo da guarda” para tantas famílias e para a própria. Margarete é daquele tipo de mulheres radiantes, feliz consigo e com a vida. Daquele tipo de pessoas para quem o amor é incondicional, ultrapassa a fronteira do lar e espalha-se por aqueles que mais necessitam. Ativa, solidária, divertida, diz-se uma mulher realizada, leal mas por vezes impaciente e teimosa.
A coordenadora do Clube sonha um dia poder viver “do e para o projeto” que, devido à conjuntura atual, a tem levado a levantar várias possibilidades quanto ao futuro. Margarete deseja que ele nunca acabe e por isso o apoio das entidades torna-se essencial, para que o centro viva e para que possamos todos continuar a partilhar a felicidade de dezenas de mães que foram inspiradas pelo Clube e pela mão de Margarete. E, no fim do dia, que a comunidade continue a ser tocada por esta mulher de sorriso contagiante, tamanho XXL.
Pessoas que nos inspiram
É aquele tempo em que todos nós, pelo menos num segundo da nossa vida, fomos levados a pensar no que fizemos. E no que ficou para fazer. Ou no que gostaríamos de ter feito. Talvez até naquilo que nos arrependemos de ter feito. É a tradição. Mas este é também aquele tempo em que nos projetamos para a frente, que ganhamos força e balanço para o que está para vir. Dizem que é duro e difícil o que está para vir. Por isso, quisemos ir conhecer pessoas para quem o princípio de vida é ajudar os que os rodeiam a vencer as dificuldades.
Apresentamos-lhe Conceição Barros, José Vera, Margarete Mourão, Filipe Silva, Júlio Marques e Pedro Mateus. Seis exemplos, cascalenses, anónimos, inspiradores. Pessoas que não fazem capas de revista nem são notícia mas que, a cada dia que passa, fazem a diferença onde ela mais é precisa: entre as comunidades mais frágeis da nossa sociedade.
Para além de ser um tempo para balanços, esta é a quadra que nos oferece uma janela única para a renovação. Contamos-lhe, por isso, seis histórias que mostram como a vontade e a esperança são extraordinários motores de transformação social. Conceição, José, Margarete, Filipe, Júlio e Pedro são pessoas que nos inspiram.
Não são eles que o dizem, nem somos nós que o dizemos. É o trabalho deles – e as pessoas que ele toca - que falam por todos nós. Porque no limite, quando tudo no mundo muda depressa demais, estes seis cascalenses mostram-nos que há constância na bondade humana.
E que, por isso, há sempre lugar para a esperança no tempo que está para vir. Para terminar, pedimos a todos que completassem a frase: “Em 2013 todos poderíamos dar aos outros mais… “ O resultado está nos quadros.
Deixe-se inspirar.
Margarete Mourão - Coordenadora do Clube Barrigas XXL
Júlio Marques - Centro de Reabilitação e Integração de Deficientes - CRID
José Vera - Médico do Hospital de Cascais
Maria Conceição Barros - Voluntário na Conferência Vicentina de Trajouce
Pedro Mateus - Gabinete Divida Zero
Filipe Silva - Esperança de Recomeçar
(Entrevista disponíveis no Boletim Municipal C nº21)
Assista ao vídeo de "Feliz Natal CASCAIS 2012"
Cascais é o caso de estudo português no projeto europeu SUSTAIN
Esta é uma ferramenta europeia de análise e implementação de ações sustentáveis para o litoral, integrada no projeto SUSTAIN; projeto financiado pela União Europeia, que visa promover a sustentabilidade das localidades banhadas pelo mar, através da partilha de boas práticas de gestão integrada. A apresentação do caso cascalense aos participantes do SUSTAIN decorreu no passado dia 14 de dezembro, no Auditório da Agência Portuguesa do Ambiente, em Lisboa.
A nomeação do concelho de Cascais relaciona-se com estratégia municipal de sustentabilidade, um vasto plano de ação que inclui iniciativas ambientais como o programa de monitorização biológica e biofísica AquaSig; a gestão integrada de áreas protegidas específicas, como as Avencas ou a Duna da Cresmina; e ações de limpeza da costa, nomeadamente o Clean Up the Atlantic.
A estratégia abrange ainda a área da governança, de onde se destacaram as sessões de participação pública realizadas no âmbito da proposta de criação da Reserva Marinha Local das Avencas. Outra dimensão avaliada é a económica, onde o exemplo de Cascais se distinguiu pela aposta na economia do mar, através da criação do Centro de Mar de Cascais. Na dimensão social, é de referir casos como o Programa de Sensibilização Ambiental ou os Programas de Voluntariado Jovem.
O SUSTAIN tem como objetivos: contribuir para uma maior sustentabilidade das regiões participantes no projeto, através da partilha de boas práticas de gestão sustentável e integrada de zonas costeiras; e desenvolver uma ferramenta simples para apoiar as autoridades locais e as regiões costeiras da Europa a fazer uma autoavaliação do seu desempenho em termos de desenvolvimento sustentável dos seus territórios.
Vem conhecer a magia do Natal no CIAPS
Neve artificial, figuras natalicias e um marco de correio exclusivo para cartas ao Pai Natal, ajudam a alegrar este espaço municipal. Todas as cartas terão resposta!!
O Natal no CIAPS é uma grande fantasia com contos de Natal ao fim de semana na companhia do Snoopy ... a não perder!
Hora do conto: Sábados e domingos, às 11h00 e às 15h00 - duração de 60 minutos
Marcação prévia: 214815924 | E-mail: ciaps@cm-cascais.pt
Cascais é o ponto de partida da EDP Rock'n'Roll Maratona de Lisboa | 42 quilómetros de cultura pela Estrada Marginal
A apresentação da Maratona decorreu no dia 17 de dezembro, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, momento em que Carlos Móia, do Maratona Clube de Portugal, anunciou que espera trazer a esta prova cerca de três a quatro mil atletas estrangeiros, atraindo para Portugal a notoriedade de grandes maratonas como Nova Iorque ou Londres: "Esta terá seguramente o percurso mais bonito", afirmou na ocasião.
De acordo com a organização, a prova contará igualmente com a presença dos melhores atletas da modalidade. A expectativa é gerar um retorno financeiro na ordem dos seis milhões de euros, valor capaz de estimular as economias locais, uma vez que as maratonas são seguidas pelo mundo inteiro por legiões de adeptos, num nicho de turismo que se quer agora explorar de forma mais direta.
Para Carlos Carreiras, presidente da Câmara Municipal de Cascais, a organização desta prova, que terá início em frente aos Paços do Concelho de Cascais, passagem pela Câmara Municipal de Oeiras e de Lisboa e chegada no Parque das Nações, frente ao Mar da Palha, prova que "é possível entrar numa estratégia win/win, em que todos ganham. Quem nos visita por este motivo desportivo vai, seguramente, querer voltar! Esta será a milésima primeira sensação a juntar à nossa mensagem "Estoril, um lugar, mil sensações".
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