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Covid-19 | Canal Inclusivo em Cascais – “O Sucesso em Cada Aluno”

Em Cascais, os Estudantes terão um canal local complementar ao ensino à distância e à iniciativa nacional #estudoemcasa.

No âmbito das medidas adotadas em Cascais para fazer face à pandemia #Covid-19, a partir da segunda semana de maio, até junho inclusiva, os alunos vão passar a ter um canal próprio "O Sucesso em Cada Aluno" que funcionará dentro do Canal Cascais, canal youtube da Câmara Municipal de Cascais. Aberto a todos, este canal destina-se particularmente a crianças com Necessidades de Saúde Especiais, a partir de adaptação de algumas atividades. 

Usando metodologias essencialmente lúdicas e artísticas criamos um canal com um conjunto de propostas que englobam as diferentes áreas de desenvolvimento pessoal e social. Assim, em cada dia da semana, vai ser proposto às famílias e crianças  uma ou mais atividades contempladas nos vídeos apresentados, atividades de estimulação cognitiva, motora, artística e de exploração dos sentidos e significados das emoções nas crianças e jovens.  

Estes programas fornecem-lhe, também, uma memória descritiva que permite à família replicar aquelas atividades em ambiente familiar.

Em termos de organização das atividades semanais elas estão divididas por rubricas de segunda a sexta-feira. Assim:

2.ª feira - Pequenos Artistas;

3.ª feira - Grandes Pensadores;

4.ª feira - Criação com a Família;

5.ª feira - Relaxar em Casa;

6.ª feira - A Filosofia que me Estimula.

O programa, que se prevê que tenha início a 13 de maio, arrancará com a rubrica “Criação com a Família | O Conto das Cores; 14 de maio - Relaxar em Casa |  A Garrafa que me relaxa; 15 de maio - A Filosofia que me Estimula | O Sorriso que me desperta; 18 de maio - Pequenos Artistas | Pintura com Arte; 19 de maio - Grandes Pensadores | A minha caixa.

Para quem quiser acompanhar as aulas, ou pretender rever, pode dirigir-se ao site da Câmara Municipal de Cascais, à página da Educação e encontrará cada um destes conteúdos disponíveis.  

Estes recursos inclusivos, que se pretendem facilitadores da aprendizagem, resultam de um trabalho conjunto de equipas multidisciplinares escolares (Agrupamentos de Escolas Matilde Rosa Araújo, Agrupamento de Escolas Alapraia), parceiros locais (Escola Profissional Val do Rio, Centro de Recursos para a Inclusão - CERCICA, Ludobibliotecas das Juntas de Freguesia Alcabideche, Carcavelos-Parede e Cascais-Estoril), Câmara Municipal de Cascais e a supervisão das Professoras Dra. Ariana Cosme e Dra. Daniela Ferreira, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. 

Em Cascais ninguém fica para trás.

Covid-19 | Em Cascais o seu donativo conta a dobrar

E todos contam, todos por todos!
É muito simples, em Cascais 1=2. A Câmara Municipal de Cascais lança uma nova plataforma de donativos, em que o valor que cada cidadão ou empresa doar conta a dobrar. Assim, se fizer um donativo de 5 euros, o seu donativo equivale a um valor de 10 euros. Fácil, direto e acessível. E ajuda quem mais precisa. 
 
Agora que preparamos o regresso, devagar, a uma nova normalidade, com o fim gradual do confinamento, é tempo de prevenção – usar máscaras (comunitárias ou descartáveis) e outros dispositivos necessários para evitar uma nova onda de COVID-19. Mas também de ajudar quem mais necessita, tanto nos equipamentos de proteção, como nos produtos alimentares.
 
“É uma verdadeira “Caixa Solidária Virtual”, inspirada no esforço e dedicação que vimos na sociedade civil – de que é o melhor exemplo o projeto “caixas solidárias” do nosso munícipe Nuno Botelho”, sinaliza Carlos Carreiras. Para o presidente da Câmara “estes projetos provam que a democracia colaborativa é a solução para alguns dos nossos problemas”, em especial para a crise social que já nos está a bater à porta. “É fundamental encontrar, para todos, dignidade na dificuldade”, conclui o autarca. 
 
Assim, e no sentido de união e comunidade, Cascais dá mais um novo passo. Porque a recuperação deste período de confinamento trará desafios de saúde publica e económicos. E porque juntos somos mais fortes. 
 
E qual o objetivo?
Este projeto pretende angariar donativos para a aquisição de material de saúde e de proteção individual, assim como bens alimentares e de produtos de higiene, que será distribuído pelas instituições de solidariedade social e pelas famílias mais carenciadas.
 
Mas o seu donativo irá igualmente para bens de primeira necessidade – alimentares e de higiene - numa altura em que a nossa sociedade enfrenta novos desafios não só de saúde pública como económicos. 
 
E este é o momento de, com a ajuda de todos, garantirmos que toda a população tem acesso a estes meios essenciais no combate a esta pandemia. 
Por isso: Em Cascais o seu donativo conta a dobrar. E todos Contam!
 
Mais informação: 
Plataforma de donativos 1=2 (donativoscovid.cascais.pt)

Como fazer o meu donativo:
É muito simples.
1. Aceder à plataforma de donativos 1=2 (donativoscovid.cascais.pt)
2. Clicar em Fazer Donativo
3. Indicar a verba que pretende doar e clicar em seguinte. 
4. Preencher com os dados: Nome | Email | NIF | Código-postal e clicar em seguinte.
5. Escolher o método de pagamento (MBWay, multibanco ou cartão de crédito) e seguir as indicações. Clicar em "Fazer donativo".
6. A Câmara Municipal de Cascais irá doar verba igual. O seu donativo contará a dobrar.

Que material vai ser adquirido:
1. Equipamento de proteção individual
2. Material de saúde
3. Bens alimentares
4. Produtos de higiene (Ver informação detalhada – na plataforma)
Mais informação detalhada aqui
 

Covid-19 | Fruta para a Linha da Frente

Gesto simbólico de agradecimento a operacionais dos espaços verdes.

Um empresário do ramo do comércio de frutas e legumes de Cascais ofereceu hoje um saco de fruta aos operacionais da Divisão de Gestão da Estrutura Verde (DGEV), como agradecimento e homenagem pelo trabalho que realizam na manutenção de espaços verdes municipais neste período de estado de emergência.

A entrega da oferta da “NFrutas” contou com a presença do Presidente da Câmara, Carlos Carreiras, que agradeceu  o gesto e todo o trabalho e dedicação dos colaboradores municipais ao longo destas semanas de confinamento social.

A homenagem teve lugar no Parque Marechal Carmona, com a devida distância de segurança e equipamentos de proteção e contou também com a presença da Vereadora Joana Balsemão.

Joana Balsemão destacou o simbolismo da oferta e o trabalho destes profissionais municipais que mantém os jardins e espaços verdes “num brinco” todos os dias.

O empresário João Borges disse que, com o seu gesto, apenas quis agradecer a estes trabalhadores por manterem os espaços verdes com a qualidade habitual, mesmo em tempo de pandemia.

 

Millennium Estoril Open: Adiado, mas a rolar no coração dos cascalenses

Cascais e o Ténis, numa relação desde 1882
Estaria a decorrer agora e até 3 de maio, no Clube de Ténis do Estoril, o único torneio português que faz parte do calendário ATP World Tour. O Millennium Estoril Open foi suspenso devido à situação de pandemia provocada pelo Covid-19. 
 
Não queremos deixar, contudo, de recordar aos adeptos desta modalidade, a ligação histórica que há entre Cascais e o Ténis. 
 
Sabia que Cascais foi palco em 1882 do primeiro desafio de ténis entre portugueses? E  que nomes como Bjorn Borg, John McEnroe, Ivan Lendl e Jimmy Connors, todos nº 1 mundiais, vieram disputar o título em Cascais?
 
O ténis foi introduzido em Portugal pela comunidade inglesa residente em Lisboa e no Porto, por volta de 1880. Não obstante o ténis ser já praticado em Carcavelos pela comunidade britânica, que desde 1870 administrou o cabo submarino, a modalidade passaria também a constituir um dos desportos de eleição dos elegantes a banhos em Cascais, num período em que o concelho se transformou na capital do desporto em Portugal. 
 
Surgiram, então, os primeiros courts nas principais localidades do litoral, assim como os famosos Campeonatos Internacionais de Portugal, promovidos no Sporting Club de Cascais a partir de 1902. 
 
Nem mesmo os monarcas escaparam a esta nova moda, noticiando o Correio de Cascais, em 1901, que «Sua Majestade [o Rei] tem tomado parte em algumas partidas de tennis no Sporting». Pouco depois noticiava-se, mesmo, a realização de um torneio internacional, «festa [a que] concorreram além da gente da primeira sociedade que se encontra em Cascais, muitos estrangeiros distintos, como foram os ingleses que vieram de propósito do seu país para esse fim», caso da vencedora de Wimbledon, Blanche Hillyard.
 
Esboçavam-se, deste modo, os primeiros Campeonatos Internacionais de Portugal, que oficialmente se realizariam nos courts do Sporting Club de Cascais a partir de 1902 e de forma ininterrupta até 1973, com exceção dos anos de 1910, 1940 e 1951.
Em 1933 seria fundado um novo clube dedicado à prática da modalidade: o Estoril Parque Tennis, nas imediações do Casino. 
 
A obra de Fausto de Figueiredo, que transformou o Estoril numa estância turística de excelência, onde não faltavam espaços verdes, comércio e condições para a prática de diversos desportos, conduziria à criação do Clube de Ténis do Estoril, a 24 de agosto de 1945, que durante meio século manteve a sua atividade no local onde hoje existe o Centro de Congressos. Até à mudança das instalações, em 1991, o Clube de Ténis do Estoril manter-se-ia como a sala de visitas do ténis português. 
 
Com o fim dos Campeonatos Internacionais de Portugal, na década de 1970, abriram-se novos horizontes, num período em que a profissionalização do ténis começava a moldar um outro cenário. Era preciso atrair as grandes vedetas, nem que fosse por um dia! As exibições no Pavilhão do Dramático de Cascais, organizadas por João Lagos, tornar-se-iam, então, célebres, atraindo multidões que queriam ver os seus ídolos, como Bjorn Borg, em 1982, a que se sucederam outras grandes figura do ténis, casos de John McEnroe, Ivan Lendl e Jimmy Connors, todos nº 1 mundiais.
 
O ténis ganhou, então, outra dinâmica e expressão no concelho, organizando-se nos finais da década de 1980, na Quinta da Marinha, dois torneios internacionais que estiveram na génese do Estoril Open.
 
O maior desafio foi, contudo, o desenvolvimento e afirmação internacional do Millennium Estoril Open no mapa dos torneios do ATP World Tour, evento que desde 2015 arrasta multidões ao renovado Clube de Ténis do Estoril.
 

Covid-19 | Clubes desportivos de Cascais na linha da frente no combate à epidemia

Programa Máscaras Acessíveis já permitiu vender mais de 50 mil máscaras.

Há pouco mais de uma semana que o Programa Máscaras Acessíveis passou a abranger, além de Instituições Particulares de Solidariedade Social, também 25 clubes desportivos de Cascais. Este alargamento da rede de pontos de venda de máscaras faz com que, assim, seja possível adquiri-las em mais de 70 locais espalhados pelo concelho.

“Quero deixar o meu agradecimento a todos os clubes e a todas as instituições parceiras neste movimento, porque, desde a primeira hora, aceitaram o desafio de nos ajudar na linha da frente a combater esta epidemia”, frisou Frederico Nunes, vereador da Câmara de Cascais com o pelouro do Desporto, em visita aos clubes que aderiram a esta iniciativa.

 

Covid-19 | Cascais Webinar#2

Dia 29 de abril, às 10h00 há Cascais Webinar #2 sobre "Questões fiscais, financiamentos e incentivos". Inscreva-se já

Depois da conferência online realizada dia 6 de abril, para apresentar as medidas de apoio às empresas implementadas em Cascais e medidas gerais adotadas a nível nacional e que contou com mais de 200 participantes, tem lugar, dia 29.04, às 10h00, o Cascais Webinar #2. 

Com uma duração prevista de 30 a 45 minutos, esta segunda conferência online tem por tema "Questões fiscais, financiamentos e incentivos".

Promovidas no âmbito das medidas adotadas em contexto de pandemia Covid-19 para apoiar as empresas do concelho, estas conferências decorrem em parceria com a Deloitte, Nova School of Business & Economics, DNA Cascais e Associação Empresarial do Concelho de Cascais e são conduzidas pelo Gabinete Especializado de Apoio a Empresas criado igualmente no âmbito das medidas Covid-19 para apoia a empresas. Saiba mais sobre as medidas adotadas aqui.

Inscrições Cascais Webinar #2 AQUI

Programa:

1. Breve introdução sobre a linha de apoio às PME
2. Overview de mecanismos de apoio às empresas nacionais
     2.1. Deep-dive em questões fiscais (exemplos práticos, explicar com valores)
     2.2. Deep-dive no financiamento (linhas de crédito disponíveis, elegibilidade das empresas, como pedir o crédito)
3. Q&A

(A)CASOS Online | 13.ª Edição

Conheça três histórias de vida em mais um programa

O (A)casos é um espaço de partilha de percursos profissionais inspiradores onde, a cada trimestre, três oradores partilham a sua história e a forma como alcançaram os seus sonhos e objetivos.

Habitualmente, as sessões decorrem em ambiente intimista na Cidade das Profissões de Cascais. No entanto, na impossibilidade da 13.ª edição ser realizada presencialmente, "saltou" para o digital e através do Facebook da Cidade das Profissões damos a conhecer percursos profissionais que o podem inspirar na conquista dos seus objetivos.

Fátima Andrade | "Uma Aprendiz de Vida"

David Parente | "Tudo Por Um Sonho"

Ricardo Gomes | "Do deslumbramento à realidade"

Covid-19 | Associações de Moradores e autarquia reunidos

Maior proximidade e interajuda no combate à pandemia Covid-19

No âmbito das medidas adotadas para fazer face à pandemia Covid-19, a Câmara Municipal de Cascais tem promovido diversas reuniões com as Associações de Moradores, uma aproximação "fundamental para ajustar estratégias”, confirma Nuno Piteira Lopes, vereador da autarquia.

Fazendo a ponte entre a autarquia e os residentes, as Associações de Moradores aproveitaram estes encontros para partilhar o trabalho desenvolvido e identificar apoios necessários. “É muito benéfico para a população o apoio e a disponibilidade que têm demonstrado,” salienta Marco Príncipe, da Associação de Moradores da Adroana que acrescenta: “Temos muita vontade em ajudar a população carenciada e acho que com o trabalho de todos vamos conseguir.”

No Livramento, a Associação de Moradores tem estado a desenvolver projetos de solidariedade para ajudar famílias e instituições, além da intervenção realizada na comunidade.“Contactámos alguns moradores, que estão mais sozinhos e fragilizados, no sentido de saber que tipo de necessidades têm para, no que podermos, ajudarmos", explica Tiago Vicente, representante da Associação. Além disso, no bairro há já voluntários para outras ações: "Fizémos uma divulgação ampla aqui na comunidade de toda a informação oficial e inscrevemo-nos na formação de limpeza e higienização das ruas da Câmara". Fruto desta dinamização, a equipa de voluntários ganhou mais dois elementos que aguardam pelos materiais para reforçar a deseinfeção de ruas.

Também os Bairros da Torre, Cruz Vermelha, Alcoitão, Junqueiro, Matarraque e Penedo tiveram a oportunidade apresentar os seus projetos esta semana e articular com a autarquia as necessidades locais.

“Quero agradecer a todas e a todos os que fazem parte das associações de moradores que tive o privilégio de visitar esta semana, de todas as freguesias, e testemunhar o trabalho meritório que eles estão a fazer junto da sua população. Muito obrigado”, destaca o vereador.

Um capitão de Abril em Cascais

António Rosado da Luz era capitão no CIAAC em Cascais na revolução.

O Coronel António Rosado da Luz foi um “Capitão de Abril” desde a primeira hora e colaborador próximo de Otelo Saraiva de Carvalho.

Com pouco mais de 25 anos cumpria, o Capitão Rosado da Luz cumpria à época o serviço militar no Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Costa de Cascais (CIAACC). Participou em todas as reuniões dos militares revoltosos que conduziram à deposição do anterior regime, nomeadamente nos dois encontros de oficiais no Estoril e em Cascais.

Rosado da Luz considera que a reunião efetuada no atelier do Arquiteto Braula Reis, no centro de Cascais, foi determinante para o desenrolar do 25 de abril de 1974. “Essa reunião acelerou tudo”, relembra, sublinhando que estava tanta gente na reunião (197 oficiais) que temeu que o soalho de madeira do 1º andar do atelier abatesse.

No dia 25 de Abril, Rosado da Luz fazia, no Largo do Carmo, a ligação entre o Posto de Comando e as forças sitiantes de Salgueiro Maia. Nessa ocasião, como o impasse da rendição do Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, já durava há horas, e “o tempo corria contra nós” – como recorda – “fui efetivamente eu quem levou, por escrito, a ordem de Otelo Saraiva de Carvalho para abrir fogo e destruir o Quartel General da GNR, se eles não se rendessem e não entregassem Marcelo Caetano que ali tinham abrigado”. S.R.S.

 

 

25 Abril 2020 | O estilo mudou com a Revolução de Abril?

O colorido lifestyle de Cascais em anos de ditadura

 Saiba mais sobre como assinalámos o 25 de Abril 2020 em casa

Antes do 25 de abril, Portugal estava isolado, imune ao que se passava no resto do mundo. Um país cinzento, no estado de espírito e na roupa. Os hippies, o movimento “flower power”, os padrões psicadélicos e os punks que marcavam o estilo lá fora, não chegavam a um Portugal ultra conservador.

Mas, o ambiente e o estilo de vida em Cascais e no Estoril era diferenciado, desafiando a homogeneidade de hábitos no restante país. Não era alheio o facto de este ser um concelho há muito aberto aos estrangeiros, quer aos que vinham desfrutar do verão na Costa do Sol, quer dos que aqui viviam, exilados ou por escolha.

Cascais a remar contra a maré do nacional- cinzentismo

Nos anos 70, em plena ditadura, Cascais reafirma a sua fama enquanto destino de noite boémia. Como estância balnear de excelência, Cascais era visitado por muitos estrangeiros que traziam as tendências atuais e um lifestyle a que os portugueses não estavam habituados, mas que depressa contagiou quem por cá vivia.

Lembramos a imagem da geração dos “meninos de Cascais”, jovens com dinheiro para viajar, comprar discos e dançar até ser dia. Um estilo de vida vibrante que contrastava com o país a preto e branco de Salazar. Não se estranhava ao ver jovens com calças boca-de-sino, minissaias, vestidos justos e sapatos plataforma ou botas altas de camurça, a passear nas ruas de Cascais e do Estoril. Tendências revisitadas de cidades europeias como Londres e Paris.

As roupas e acessórios eram compradas nas únicas lojas que importavam roupa do estrangeiro. “A Maçã” de Ana Salazar, em Lisboa, vendia "peças tendência" de designers que a estilista ia buscar a Londres. A grande novidade eram as calças de ganga, que introduziu no país com tal sucesso que tinha lista de espera. Para os que não podiam comprar roupa de designer, havia os “Porfírios” na Baixa Lisboeta, com preços mais acessíveis. Grandes filas à entrada, roupa colorida e música alta, sinais dos tempos que aos poucos ia abrindo o mundo à juventude portuguesa.

A Catedral “2001” – um ícone da noite dos anos 70

Van Gogo, Palm Beach, Coconuts e o Jet 7 na Malveira, eram os locais da noite boémia da Costa do Sol. Mas nenhum se comparava à “catedral” do rock – A discoteca 2001. Considerada uma das primeiras discotecas do país, abriu portas em Outubro de 1973, junto ao Autódromo do Estoril e converteu-se num verdadeiro ícone na noite dos anos 70, sendo referenciada pela revista Paris Match como o "maior fenómeno social da Europa". Frequentada por uma audiência extremamente eclética, refletia o poder transversal da música rock na sociedade, atraindo clientes de camadas menos favorecidas e bairros periféricos, como "meninos ricos", das melhores famílias de Lisboa e da linha do Estoril, unidos na paixão pelo som e o ambiente elétrico e único da Catedral do Rock.

Concertos no Pavilhão Dramático de CascaisA Juventude e os músicos que desafiavam o Estado Novo

Sempre com um ambiente muito cosmopolita, o que diferenciava a Costa do Sol do restante país, o concelho abriu as portas aos amantes de estilos de música diferentes. O Estoril acolheu o pequeno bar KGB (de Paulo Nery) e Cascais recebeu o primeiro clube de Jazz – Luisiana – “oferecido” pelo pai do jazz em Portugal, Luiz Villas-Boas, que em 1971 fazia história ao criar o 1º Festival de Jazz de Cascais. Eram raros este tipo de eventos. Portugal debatia-se com um regime autoritário, onde todas as tendências musicais, artísticas ou outras, eram vistas como um atentado aos bons costumes e à ordem instituída. Por isso rumaram ao Pavilhão Dramático de Cascais autênticas multidões, públicos distintos, pessoas sedentas de ver e sentir o que se fazia lá fora. 

Miles Davis foi um desses grandes nomes que subiu ao palco. A ebulição criativa do músico levou ao rubro o Dramático. Os artistas provocavam, assim, a ira da PIDE (policia politica do Estado Novo), ao darem voz aos movimentos contra a guerra colonial que defendiam a libertação de Angola e Moçambique. Estes episódios levaram mesmo Luís Villas-Boas, promotor do Festival, a ser interrogado pela própria PIDE.

Manobras de Maio - a viragem na moda portuguesa

Seria preciso esperar quase 15 anos, após a Revolução de Abril de 74, para que se sentisse uma verdadeira mudança no estilo dos portugueses. Nos anos 80, ultrapassado o conturbado período da pós-revolução, a massa critica de artistas e criadores encontraram terreno para se expressarem, então, livremente. As Manobras de Maio foram o primeiro movimento de moda, com etiqueta portuguesa, que marcou a diferença. O início daquilo que muitos chamaram a "movida" lisboeta (por referência à movida espanhola). Multiplicaram-se as manifestações artisticas e os grandes festivais de música. Também aí Cascais ficaria sempre como o pioneiro de uma juventude inquieta. (PL) 

 

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