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Cidadania e Participação

A nossa Voz precisa de todos nós

“A VOZ DOS JOVENS” vai a votos.

É mais que um projeto, é um imenso desafio a uma nova escola, um desígnio que tem envolvido, entusiasmado, mobilizado a juventude deste nosso concelho desde 2016.

Decididos na formação de uma consciência cívica coletiva, de uma geração de cidadãos livres e solidários, de uma geração inclusiva e empenhada em participar na vida pública, alunos das escolas públicas e privadas do concelho, todos os anos, reúnem-se em plenários representativos, para refletirem a escola e toda a comunidade que os cerca, e proporem soluções.

Esta Assembleia de delegados de turma, cujo projeto dá pelo nome de “Voz dos Jovens” e que já inspirou outras iniciativas na Europa, vai agora a votos como um dos projetos nacionais de reconhecido valor pelas boas práticas de participação, um prémio que é atribuído pela Rede de Autarquias Participativas.

Este projeto, entre cinco finalista, merece dos cascalenses esse reconhecimento e espera o seu voto.

Vote AQUI, porque agora “A Voz dos Jovens” precisa de todos nós.


Covid-19 | Canal Inclusivo em Cascais – “O Sucesso em Cada Aluno”

Em Cascais, os Estudantes terão um canal local complementar ao ensino à distância e à iniciativa nacional #estudoemcasa.

No âmbito das medidas adotadas em Cascais para fazer face à pandemia #Covid-19, a partir da segunda semana de maio, até junho inclusiva, os alunos vão passar a ter um canal próprio "O Sucesso em Cada Aluno" que funcionará dentro do Canal Cascais, canal youtube da Câmara Municipal de Cascais. Aberto a todos, este canal destina-se particularmente a crianças com Necessidades de Saúde Especiais, a partir de adaptação de algumas atividades. 

Usando metodologias essencialmente lúdicas e artísticas criamos um canal com um conjunto de propostas que englobam as diferentes áreas de desenvolvimento pessoal e social. Assim, em cada dia da semana, vai ser proposto às famílias e crianças  uma ou mais atividades contempladas nos vídeos apresentados, atividades de estimulação cognitiva, motora, artística e de exploração dos sentidos e significados das emoções nas crianças e jovens.  

Estes programas fornecem-lhe, também, uma memória descritiva que permite à família replicar aquelas atividades em ambiente familiar.

Em termos de organização das atividades semanais elas estão divididas por rubricas de segunda a sexta-feira. Assim:

2.ª feira - Pequenos Artistas;

3.ª feira - Grandes Pensadores;

4.ª feira - Criação com a Família;

5.ª feira - Relaxar em Casa;

6.ª feira - A Filosofia que me Estimula.

O programa, que se prevê que tenha início a 13 de maio, arrancará com a rubrica “Criação com a Família | O Conto das Cores; 14 de maio - Relaxar em Casa |  A Garrafa que me relaxa; 15 de maio - A Filosofia que me Estimula | O Sorriso que me desperta; 18 de maio - Pequenos Artistas | Pintura com Arte; 19 de maio - Grandes Pensadores | A minha caixa.

Para quem quiser acompanhar as aulas, ou pretender rever, pode dirigir-se ao site da Câmara Municipal de Cascais, à página da Educação e encontrará cada um destes conteúdos disponíveis.  

Estes recursos inclusivos, que se pretendem facilitadores da aprendizagem, resultam de um trabalho conjunto de equipas multidisciplinares escolares (Agrupamentos de Escolas Matilde Rosa Araújo, Agrupamento de Escolas Alapraia), parceiros locais (Escola Profissional Val do Rio, Centro de Recursos para a Inclusão - CERCICA, Ludobibliotecas das Juntas de Freguesia Alcabideche, Carcavelos-Parede e Cascais-Estoril), Câmara Municipal de Cascais e a supervisão das Professoras Dra. Ariana Cosme e Dra. Daniela Ferreira, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto. 

Em Cascais ninguém fica para trás.

Covid-19 | Em Cascais o seu donativo conta a dobrar

E todos contam, todos por todos!
É muito simples, em Cascais 1=2. A Câmara Municipal de Cascais lança uma nova plataforma de donativos, em que o valor que cada cidadão ou empresa doar conta a dobrar. Assim, se fizer um donativo de 5 euros, o seu donativo equivale a um valor de 10 euros. Fácil, direto e acessível. E ajuda quem mais precisa. 
 
Agora que preparamos o regresso, devagar, a uma nova normalidade, com o fim gradual do confinamento, é tempo de prevenção – usar máscaras (comunitárias ou descartáveis) e outros dispositivos necessários para evitar uma nova onda de COVID-19. Mas também de ajudar quem mais necessita, tanto nos equipamentos de proteção, como nos produtos alimentares.
 
“É uma verdadeira “Caixa Solidária Virtual”, inspirada no esforço e dedicação que vimos na sociedade civil – de que é o melhor exemplo o projeto “caixas solidárias” do nosso munícipe Nuno Botelho”, sinaliza Carlos Carreiras. Para o presidente da Câmara “estes projetos provam que a democracia colaborativa é a solução para alguns dos nossos problemas”, em especial para a crise social que já nos está a bater à porta. “É fundamental encontrar, para todos, dignidade na dificuldade”, conclui o autarca. 
 
Assim, e no sentido de união e comunidade, Cascais dá mais um novo passo. Porque a recuperação deste período de confinamento trará desafios de saúde publica e económicos. E porque juntos somos mais fortes. 
 
E qual o objetivo?
Este projeto pretende angariar donativos para a aquisição de material de saúde e de proteção individual, assim como bens alimentares e de produtos de higiene, que será distribuído pelas instituições de solidariedade social e pelas famílias mais carenciadas.
 
Mas o seu donativo irá igualmente para bens de primeira necessidade – alimentares e de higiene - numa altura em que a nossa sociedade enfrenta novos desafios não só de saúde pública como económicos. 
 
E este é o momento de, com a ajuda de todos, garantirmos que toda a população tem acesso a estes meios essenciais no combate a esta pandemia. 
Por isso: Em Cascais o seu donativo conta a dobrar. E todos Contam!
 
Mais informação: 
Plataforma de donativos 1=2 (donativoscovid.cascais.pt)

Como fazer o meu donativo:
É muito simples.
1. Aceder à plataforma de donativos 1=2 (donativoscovid.cascais.pt)
2. Clicar em Fazer Donativo
3. Indicar a verba que pretende doar e clicar em seguinte. 
4. Preencher com os dados: Nome | Email | NIF | Código-postal e clicar em seguinte.
5. Escolher o método de pagamento (MBWay, multibanco ou cartão de crédito) e seguir as indicações. Clicar em "Fazer donativo".
6. A Câmara Municipal de Cascais irá doar verba igual. O seu donativo contará a dobrar.

Que material vai ser adquirido:
1. Equipamento de proteção individual
2. Material de saúde
3. Bens alimentares
4. Produtos de higiene (Ver informação detalhada – na plataforma)
Mais informação detalhada aqui
 

Covid-19 | Clubes desportivos de Cascais na linha da frente no combate à epidemia

Programa Máscaras Acessíveis já permitiu vender mais de 50 mil máscaras.

Há pouco mais de uma semana que o Programa Máscaras Acessíveis passou a abranger, além de Instituições Particulares de Solidariedade Social, também 25 clubes desportivos de Cascais. Este alargamento da rede de pontos de venda de máscaras faz com que, assim, seja possível adquiri-las em mais de 70 locais espalhados pelo concelho.

“Quero deixar o meu agradecimento a todos os clubes e a todas as instituições parceiras neste movimento, porque, desde a primeira hora, aceitaram o desafio de nos ajudar na linha da frente a combater esta epidemia”, frisou Frederico Nunes, vereador da Câmara de Cascais com o pelouro do Desporto, em visita aos clubes que aderiram a esta iniciativa.

 

(A)CASOS Online | 13.ª Edição

Conheça três histórias de vida em mais um programa

O (A)casos é um espaço de partilha de percursos profissionais inspiradores onde, a cada trimestre, três oradores partilham a sua história e a forma como alcançaram os seus sonhos e objetivos.

Habitualmente, as sessões decorrem em ambiente intimista na Cidade das Profissões de Cascais. No entanto, na impossibilidade da 13.ª edição ser realizada presencialmente, "saltou" para o digital e através do Facebook da Cidade das Profissões damos a conhecer percursos profissionais que o podem inspirar na conquista dos seus objetivos.

Fátima Andrade | "Uma Aprendiz de Vida"

David Parente | "Tudo Por Um Sonho"

Ricardo Gomes | "Do deslumbramento à realidade"

Um capitão de Abril em Cascais

António Rosado da Luz era capitão no CIAAC em Cascais na revolução.

O Coronel António Rosado da Luz foi um “Capitão de Abril” desde a primeira hora e colaborador próximo de Otelo Saraiva de Carvalho.

Com pouco mais de 25 anos cumpria, o Capitão Rosado da Luz cumpria à época o serviço militar no Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Costa de Cascais (CIAACC). Participou em todas as reuniões dos militares revoltosos que conduziram à deposição do anterior regime, nomeadamente nos dois encontros de oficiais no Estoril e em Cascais.

Rosado da Luz considera que a reunião efetuada no atelier do Arquiteto Braula Reis, no centro de Cascais, foi determinante para o desenrolar do 25 de abril de 1974. “Essa reunião acelerou tudo”, relembra, sublinhando que estava tanta gente na reunião (197 oficiais) que temeu que o soalho de madeira do 1º andar do atelier abatesse.

No dia 25 de Abril, Rosado da Luz fazia, no Largo do Carmo, a ligação entre o Posto de Comando e as forças sitiantes de Salgueiro Maia. Nessa ocasião, como o impasse da rendição do Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, já durava há horas, e “o tempo corria contra nós” – como recorda – “fui efetivamente eu quem levou, por escrito, a ordem de Otelo Saraiva de Carvalho para abrir fogo e destruir o Quartel General da GNR, se eles não se rendessem e não entregassem Marcelo Caetano que ali tinham abrigado”. S.R.S.

 

 

25 Abril 2020 | 46 anos da Revolução dos Cravos

Comemoramos em casa para nova revolução no mundo
Há 46 anos o povo saiu à rua. Foi uma revolução única, em que o símbolo não foram as armas mas sim a alegria de sair... e essa alegria foi exposta na Metáfora de uma flor – Um Cravo Vermelho. 
 
E o povo tinha sede – de se expressar, de sair, de construir uma sociedade livre e democrata. 
 
Hoje pedem ao povo para ficar em casa. 2020, ficará marcado pela Pandemia COVID-19 e por tantos heróis anónimos que estão na linha da frente deste luta – os profissionais de saúde, os que trabalham para que nada falte à nossa mesa, os voluntários, os que mudaram as suas empresas para ajudar o próximo, os que mantém as ruas limpas, as forças de segurança, os bombeiros...aqueles que agradecemos todos os dias e que trabalham para um bem comum. 
 
E ajudamos ao ficar em casa. Para travar um inimigo invisível e traiçoeiro. Que não tem balas, mas que traz a morte, a dor e o luto. E nos tira o fundamental – o de sair à rua, abraçar, beijar. A Liberdade! 
 
46 anos que separaram estas revoluções. Da primeira sabemos o que nos trouxe.  A segunda havemos de escrever muitas historias.  

Mas com a certeza de que tal como o Dia 25 de Abril de 1974, Abril não tem donos. A sua mensagem é para todos. E é de otimismo e esperança. 
 
#Fiqueemcasa. Por si, pelos seus, por todos. #Juntosvamosconseguir.
MS
 
Portugal Ressuscitado | José Carlos Ary dos Santos
 
Depois da fome, da guerra da prisão e da tortura
vi abrir-se a minha terra como um cravo de ternura.
 
Vi nas ruas da cidade o coração do meu povo
gaivota da liberdade voando num Tejo novo.
 
Agora o povo unido nunca mais será vencido
nunca mais será vencido
 
Vi nas bocas vi nos olhos nos braços nas mãos acesas
cravos vermelhos aos molhos rosas livres portuguesas.
 
Vi as portas da prisão abertas de par em par
vi passar a procissão do meu país a cantar.
 

25 Abril 2020 | Um capitão de Abril em Cascais

António Rosado da Luz era capitão no CIAAC em Cascais na revolução.
O Coronel António Rosado da Luz foi um “Capitão de Abril” desde a primeira hora e próximo colaborador próximo de Otelo Saraiva de Carvalho.

Com pouco mais de 25 anos cumpria, à época, serviço militar no Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea de Costa de Cascais (CIAACC). Participou em todas as reuniões dos militares que conduziram à deposição do anterior regime, nomeadamente nos encontros de oficiais no Estoril e em Cascais.

Rosado da Luz considera que a reunião efetuada no atelier do Arquiteto Braula Reis, no centro de Cascais, foi determinante para o desenrolar do 25 de abril de 1974. “Essa reunião acelerou tudo”, recorda, sublinhando que estava tanta gente na reunião (197 oficiais) que temeu que o soalho de madeira do 1º andar do atelier abatesse. S.R.S.

 

25 Abril 2020 | A Liberdade amanheceu em Cascais!

“O dia inicial inteiro e limpo”, imortalizado no poema de Sofia de Mello Breyner, nasceu em Cascais.
Duas das reuniões preparatórias organizadas pelos Capitães de Abril tiveram lugar no concelho de Cascais, mais concretamente em S. Pedro do Estoril, a 24 de novembro de 1973, e em Cascais, a 5 de março de 1974. Alguns dos militares afetos ao movimento residiam no concelho, o que terá influenciado a localização destes encontros, colocando Cascais no mapa dos acontecimentos que conduziram à revolução.
 
A primeira reunião do Movimento das Forças Armadas decorreu em novembro de 1973, numa propriedade denominada Cerca de São Pedro, em São Pedro do Estoril. A propriedade pertencia à família de Maria da Fonseca Ribeiro, lutadora antifascista que esteve presa em Caxias.
 
Na obra Alvorada de Abril (1991), Otelo Saraiva de Carvalho explica a agenda da reunião na seguinte passagem:
 
“Foi no sábado, 24 de novembro [de 1973], que se realizou no primeiro andar de um casarão nas traseiras da Colónia Balnear Infantil de O Século, em S. Pedro do Estoril, uma importantíssima reunião de todos os camaradas componentes das comissões Coordenadora e Consultiva, alargada, pela primeira vez, a tenentes-coronéis e a outras patentes mais elevadas, se fosse possível. Fora decidido tratar-se nela, além de um ponto de situação, dos mecanismos para a constituição e eleição de uma Comissão Coordenadora definitiva que fosse verdadeiramente representativa do Movimento”.
 
Participaram no encontro cerca de 45 oficiais oriundos das principais unidades do país, que dariam início a uma segunda fase do Movimento, marcadamente política e conspirativa. O derrube do regime através de um golpe militar foi equacionado e usou-se, pela primeira vez, a palavra “Revolução”. O tenentecoronel Luís Banazol fez uma intervenção polémica: “Não tenhamos ilusões: o governo só sai a tiro e os únicos capazes de o fazer somos nós, mais ninguém!”. A intervenção deste militar serviria de mote à discussão que se prolongou até à noite.
 
Sobre a reunião, Otelo Saraiva de Carvalho esclareceu: “Ela iria definir uma nova opção para o Movimento dos Capitães, permitiria alargar o seu âmbito e criaria no seu seio uma certa hierarquização e consequente distribuição de responsabilidades”.
 
Entretanto, o regime abanava, mas não caía. A 5 de março de 1974, o Presidente do Conselho, Marcelo Caetano, discursou na Assembleia Nacional, pedindo apoio à sua política colonial. No
mesmo dia teve lugar um mini-plenário do Movimento no atelier do arquiteto Braula Reis, no n.º 45 da Rua Visconde da Luz, em Cascais, maioritariamente composto por oficiais do Exército.
 
No total, reuniram-se 197 militares, que ratificaram os nomes dos generais Costa Gomes e de António de Spínola para chefes do Movimento e aprovaram o primeiro manifesto político de efetiva relevância – O Movimento, as Forças Armadas e a Nação – onde se fixaram os princípios em que assentaria o Programa do Movimento das Forças Armadas, demonstrando claramente que a ação militar contra o regime se tornara irreversível. A reunião de Cascais viria a ser reconhecida como o último grande encontro decisivo para o início da revolução.
 
Mas o Aeródromo de Tires também foi alvo do interesse dos revoltosos que traçaram uma missão destinada a ocupar e defender esta infraestrutura, impedindo a aterragem e descolagem de aviões. No entanto, a apropriação não aconteceria no dia e hora planeados (madrugada de 25 de abril) devido a escutas telefónicas colocadas no Centro de Instrução de Artilharia Antiaérea e de Costa (CIAAC), levando à sua consecução somente no dia seguinte. No dia 27 de abril as Forças Armadas retiraram a maior parte dos elementos do CIAAC e do Aeródromo, percorrendo em coluna a povoação de Tires, onde foram vivamente aplaudidos, comemorando, assim, a revolução em curso.
 
O movimento militar desencadeado no dia 25 de abril desferiu o golpe final num regime político em avançado estado de erosão política. Apesar da turbulência política e social que se seguiu, a intervenção militar criou as condições de transição para um regime democrático em Portugal e para a independência das colónias africanas e o fim do império ultramarino português. S.R.S
 

25 Abril 2020 | Canções que contam abril

Nesta curta viagem pela música de intervenção em Portugal pode ler e ouvir as canções que contam abril.

 Saiba mais sobre como assinalámos o 25 de Abril 2020 em casa

Ouça a nossa playlist enquanto lê o texto.

A saída da Guerra

Ouçamos então o Bella Ciao a música cantada em todas as praças de uma Europa que festeja o fim da guerra. Em Portugal também há manifestações de júbilo ainda que a bandeira, nos edifícios públicos, seja colocada a meia haste por 3 dias. Um luto que poderia encontrar justificação nos cerca de 80 milhões de mortes provocadas pela II Guerra Mundial, mas não. Assinala antes a morte de Adolf Hitler. Ainda assim Portugal apanha boleia no comboio da bonança embora por pouco tempo. 

O Mundo renascia ao sol de Truman, Stalin e Churchill e em Portugal uma nesga de esperança. A 14 de novembro de 1945, em entrevista ao Diário de Notícias e ao O Século, Salazar prometia eleições livres: “Considero as próximas eleições tão livres como na livre Inglaterra”.

Entre o fim de uma guerra e o início de outra, chamada fria, nascia uma maior atenção aos direitos sociais na reconstrução de uma Europa.

Amália Rodrigues cantava até a “Boa Nova”, que refletia algumas expectativas da paz e das suas consequência na vida das pessoas. À semelhança do que se havia passado em França e em Espanha formava-se em Portugal o Movimento de Unidade Anti-Fascista (MUNAF) presidido pelo General Norton de Matos, que juntava todas as forças oposicionistas.

O nascimento de uma nova música

Esta frente, MUNAF, daria lugar, a 8 de Outubro de 1945, ao Movimento de Unidade Democrática. E o hino, “Jornada”, era de Fernando Lopes Graça, esse mesmo compositor cujo espólio se encontra no Museu da Música em Cascais.  

Quer Lopes Graça quer José Gomes Ferreira tinham já um historial de contestação ao regime, mas aqui se pode dizer que às preocupações sociais do neo-realismo juntar-se-á o vanguardismo musical na oposição ao Estado Novo.

O hino do MUD, “Jornada” é uma das composições de Fernando Lopes Graça que integra as “Heróicas”. Talvez seja esta a ponta de uma nova música que alerta para a realidade social portuguesa e que mais adiante se designaria Canção de Intervenção.

Um ano depois, as Heróicas são proibidas pela Inspeção Geral dos Espectáculos.

Entretanto, as tão esperadas eleições livres ficam marcadas para 13 de dezembro de 1949. O candidato da oposição é exatamente o General Norton de Matos, mas, ao contrário da liberdade prometida, a campanha é marcada por uma forte repressão. Norton de Matos desiste à boca das urnas. Muitos dos envolvidos são presos.

Os anos 50

A 9 de maio de 1950, num mundo dividido, nasce a ideia de uma Europa Comunitária, defendida por Shuman e pensada por Jean Monet.

Em Portugal morre-se nas prisões do regime. Militão Ribeiro é apenas um exemplo.

No horizonte abre-se nova expectativa: as eleições de 1958. A campanha de Humberto Delgado é mobilizadora. Apesar da repressão em todo os cantos do país por onde o candidato da oposição passa é recebido com banhos de multidão. Os resultados eleitorais (25% dos votos segundo dados oficiais) provam que quando a repressão não basta a manipulação de resultados resolve. Humberto Delgado é exonerado, sai do país e pede asilo político no Brasil.

Apesar da censura Lopes-Graça continua a compor e publica, em 1960 celebrando o aniversário da implantação da República, com a designação, Canções Heróicas, dramáticas, bucólicas e outras.

Em Paris formara-se em 1957 o MAC, Movimento Anti-Colonial, em causa a guerra da Argélia, em todo o mundo eclodiam movimentos independentistas e caiam os impérios coloniais. Em Portugal prepara-se o início de uma guerra nas colónias. Em 1958 nos campos portugueses luta-se pelas 8 horas de trabalho e a repressão é brutal. Na vida Académica o poder tenta mobilizar para a guerra e dominar as Associações Académicas.

Os anos 60 de turbulência social

Depois do paquete Santa Maria ter sido desviado por Henrique Galvão, O prototesto mobiliza a juventude estudantil. A proibição do Dia do Estudante desencadeia uma onde de protesto nas universidades de Lisboa e Coimbra. A carga policial só aumenta a contestação. É decretado o luto académico e a contestação ao regime ganha os estudantes. Nas ruas de Lisboa a polícia reprime manifestações de operários e no Alentejo os trabalhadores rurais reivindicam a jornada de 8 horas de trabalho.

Neste clima de ebulição social destaca-se, nas vozes de Coimbra, a de José Manuel Cerqueira Afonso Santos. O estudante de Histórico-Filosóficas grava o seu primeiro EP com o tema de sua autoria, letra e música, “Balada de Outono”. Há quem a considere um marco na música de protesto, ou de intervenção.

Mas José Afonso não está sozinho nesta caminhada. Adriano Correia de Oliveira, Francisco Fanhais, Luís Cília, Manuel Freire e a voz da guitarra de Carlos Paredes. Mais tarde, em França, Sérgio Godinho e José Mário Branco juntam-se fazendo da Cantiga uma Arma.

O “Acordai” de Fernando Lopes Grala e José Gomes Ferreira começa a despertar o país.

Os anos 60 vão ser anos de grande repressão, de censura, do início da guerra colonial, do exílio. Mas são também anos de resistência e a Música não mais ignora esta realidade.

Os crimes da polícia política do regime, o exílio dos que contestam, a guerra injusta e os que a ela se opõem ou que nela combatem, a tenaz luta por direitos já não é mais segredo, apesar da censura. Tudo isto é cantado.

O Festival da canção mobiliza o país agarrado à grande revolução comunicacional, a televisão. Não tardará que, também o Festival da Canção, seja influenciado por esta onda e lá surgirá Ary dos Santos, um dos poetas que cantará Abril.

A própria televisão já não ignora essa realidade, pelo contrário, abrirá em 1969 mais uma janela através de um talk-show designado Zip-Zip, liderado por Carlos Cruz, Fialho Gouveia e Raúl Solnado. À música junta-se o humor.

Abril prepara-se e adivinha-se. E a chave dessa esperada madrugada seria um tema vencedor do Festival da Canção, “E Depois do Adeus” de José Niza e José Calvário, interpretada por Paulo de Carvalho. O hino dessa madrugada seria interpretado escrito e tocado por José Afonso, Grandola Vila Morena.

Os filhos da madrugada  

Não tardam os filhos da Madrugada e do exílio, das prisões surgem mais vozes para cantar abril porque, se os anos 60 e 70, até à madrugada de 25 de abril de 1974, são de muita constestação, repressão e censura, o que resta dos anos 70 e os anos 80 são de muita imaginação e conquista. E a música conta-nos tudo.

Veja o video que preparamos para si.

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