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Prémio Internacional Fernando Lopes-Graça de Composição - Premiados

Na foto: O Secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, entrega o Prémio Fernando Lopes-Graça 2011 ao compositor Hugo Ribeiro.

Obras premiadas com o Prémio Lopes-Graça de Composição e Menções Honrosas:

1995 – “Quarteto de cordas” de Luís Tínoco | Menção Honrosa: “Peregrinação” de João Pedro Oliveira
1996 – “In memoriam Jorge Peixinho” de João Pedro Oliveira
1997 – “Coda” de Sérgio Azevedo
1998 – “Aspetto” de Sérgio Azevedo
1999 – “Canções populares portuguesas” de Carlos Marecos
2000 – “Cinco Miniaturas” de Carlos Marecos
2001 – Não foi atribuído prémio a nenhuma das obras a concurso | Menção Honrosa: “Sequenza Prima” de Sérgio Azevedo
2002 – Não foi atribuído prémio a nenhuma das obras a concurso
2003 – Não foi atribuído prémio a nenhuma das obras a concurso | Menção Honrosa: “Mársias e Apolo” de Fernando Lobo
2004 – “Plurabelle” de Vasco Mendonça | Menções Honrosas: “Não saber” de Manuel João Salvador Durão e “Chiarezza lontana, respiro affannoso” de César Oliveira
2006 – “Rifrazioni in canto” de Sílvia Colasanti (Prémio Internacional de Composição Fernando Lopes-Graça | Menções Honrosas: “De luas” de Carla Rebora e “O lobo, o capuchinho e a avó” de Rogério Ferreira de Medeiros
2009 - "Cinco Miniaturas" de José Miguel Duarte Oliveira | Menções Honrosas: "Serafina" de João Duarte Damas e "Sem Abrigo" de José Pereira Valente
2011 - "et sequentes", de Hugo Ribeiro | Menção honrosa: "Rewind for harpsichord", de Sílvia Mendonça

Obras e intérpretes dos concertos dos Prémios Lopes-Graça de Composição:

1995 – “Quarteto de Cordas” de Luís Tinoco e “Quarteto de Cordas nº 2” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Alexei Tolpygo, Andrei Ratnikov, Guenrich Elessine (violino, viola, violoncelo) e Tatiana Gaivoronskaia (violino).

1996 – “In memoriam Jorge Peixinho” de João Pedro Oliveira e “In memoriam Béla Bartók” (6ª e 7ª suites para piano) de Fernando Lopes-Graça.
Intérprete: Luís Miguel Borges Coelho (piano).

1997 – “Coda” de Sérgio Azevedo e “Sete apotegmas” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Alexei Eremine e Andrei Ratnikov (piano e viola), Andrew Swinnerton (oboé) e Duncan Fox (contrabaixo).

1998 – “Aspetto” de Sérgio Azevedo e “Sete lembranças para Vieira da Silva” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Manuel Ivo Cruz, Ricardo Santos Lopes, Jorge Pereira Trindade, Carolino Carreira e Jorge Guerreiro (flauta, oboé, clarinete, trompa e fagote).

1999 – “Canções populares portuguesas” de Carlos Marecos e “Ciclo de Canções Populares Portuguesas” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Maria Repas Gonçalves (soprano) e Alexei Eremine (piano).

2000 – “Cinco miniaturas” de Carlos Marecos, “Três inflorescências para violoncelo solo” e “Três canções populares portuguesas para violoncelo e piano” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Paulo Gaio Lima (violoncelo) e Alexei Eremine (piano)

2001 – “Sequenza Prima” do compositor Sérgio Azevedo e “Canto de Amor e de Morte” de Fernando Lopes-Graça
Intérpretes: Xuan Du, Guenrich Elessine, Andrei Ratnikov e Alexei Eremine (Moscow Piano Quartet) e Jing Liu (violinista)

2002 – “Sonatina nº 1 para violino e piano”, “Quatro miniaturas”, “Sonatina nº 2 para violino e piano” e “Prelúdio, Capricho e Galope” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Xuan Du (violino) e Alexei Eremine (piano)

2003 – “Mársias e Apolo” do compositor Fernando Lobo, “Três pequenos duos”, “Melodias Rústicas Portuguesas” e “Tre Capriccetti” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Nuno Inácio (flauta) e Júlio Guerreiro (guitarra).

2004 – “Para uma criança que vai nascer” do compositor Fernando Lopes-Graça, “Suite Concertante” de Sérgio Azevedo e “Plurabelle” de Vasco Mendonça.
Intérpretes: Orquestra de Câmara de Cascais e Oeiras dirigida pelo maestro Nikolay Lalov.

2006 – “Rifrazioni in canto” de Sílvia Colasanti, “Sinfonietta Semplice” de Sérgio Azevedo, “Cinco velhos romances portugueses” e “Sinfonietta em homenagem a Haydn” de Fernando Lopes-Graça.
Intérpretes: Orquestra Metropolitana de Lisboa dirigida pelo maestro Cesário Costa

2009 - "Cinco Miniaturas” de José Miguel Duarte Oliveira, obra “Serafina” de João Duarte Damas, “Sem abrigo” de José Pereira Valente e Divertissement
Intérpretes: Trio de Fernando Lopes-Graça.

2011 - “Et sequentes”, de Hugo Ribeiro,  “Rewind for harpsichord” de Sílvia Liliana Mendonça e "Quatro peças para Cravo", de Fernando Lopes-Graça.
Intérprete: Jenny Silvestre (cravo).

 

Museu da Música Portuguesa - Obra musical de Fernando Lopes-Graça

A documentação musical do espólio do compositor conserva-se no Museu da Música Portuguesa desde janeiro de 1995. Pertence a um fundo mais amplo de que também fazem parte a correspondência a ele dirigida durante mais de sete décadas e as suas coleções de fotografias, recortes de jornais e programas de concertos.

As características dos circuitos da música contemporânea em Portugal, em particular durante o período do Estado Novo, influíram de maneira importante na conformação das características do espólio musical de Lopes-Graça. Para começar, a fraqueza da edição de música impressa em Portugal durante a maior parte da carreira de Lopes-Graça como compositor fez com que ele próprio se tornasse editor da sua música. Assim, para começar, a parte mais importante das suas partituras autógrafas é constituída pelas suas cópias em papel vegetal. Nos hábitos do compositor, a cópia de uma obra em papel vegetal significava a sua sanção como versão definitiva, devendo-se a escolha do tipo de papel ao facto de ser um material facilmente reproduzível através do sistema de heliogravura. As cópias facsimiladas por heliogravura funcionaram durante anos como edições da sua obra no mercado português, e o compositor depositava-as em três firmas principais: a Casa Valentim de Carvalho, a Casa Santos Beirão e, sobretudo, na Academia de Amadores de Música.

Este precário sistema de distribuição, que no caso da Academia tinha características verdadeiramente amadoras, pode ter muito a ver com a imagem mais divulgada do Lopes-Graça compositor, associada quase exclusivamente ao seu trabalho militante com o Coro da Academia de Amadores de Música. Além do mais, na maior parte dos casos, Lopes-Graça deixava passar bastante tempo entre o momento da composição e a declaração nas sociedades de autores de que fazia parte, tendo entretanto só disponíveis autógrafos ou cópias manuscritas por vários copistas de difusão ainda mais limitada do que as heliogravuras.

Além das cópias autógrafas, o espólio inclui os seus autógrafos em papel opaco. Neste grupo se encontram algumas versões definitivas, mas, maioritariamente, é constituído por primeiras versões não revistas ou inutilizadas, por esboços de obras acabadas e por obras inconcluídas. Esta informação suplementar é uma fonte preciosa para a reconstrução dos processos criativos do compositor nalgumas obras fundamentais. Dentro deste grupo se contam ainda as cópias autógrafas ou manuscritas dos materiais de orquestra de várias obras. Em terceiro lugar, faz parte do arquivo um exemplar de cada uma das obras editadas em música impressa em vida do compositor e algumas edições facsimiladas.

A obra de Fernando Lopes-Graça encontra-se catalogada na íntegra, tendo o trabalho de registo cronológico dos diferentes exemplares sido desenvolvido com a ajuda do compositor entre 1992 e 1993, e inclui as informações relativas às primeiras audições. O autor, muito prolífico, cultivou uma grande variedade de formas e escreveu com objetivos variados. Podemos encontrar obras teatrais, corais, orquestrais, concertantes, para canto e orquestra, de câmara, para piano, para cravo, para violão, para canto e piano, para canto e violão, declamação e piano, para canto e conjunto instrumental de câmara, para vozes femininas e conjunto instrumental de câmara, trios e quartetos, obras vocais sem acompanhamento, obras vocais para as crianças e canções para a juventude.

As obras estão classificadas pelo título original dado pelo autor, tendo-se para efeitos do catálogo/base de dados, mantido a língua usada no original. Os títulos secundários correspondem aos títulos das canções no caso dos ciclos vocais e aos andamentos das peças instrumentais em que foram indicados.
 

Museu da Música Portuguesa - Obra literária de Fernando Lopes-Graça

Para além da vasta obra musical, Fernando Lopes-Graça deixou ainda uma significativa obra ensaística. Senhor de um estilo ágil, a sua escrita tratou sobretudo de temas ligados à crítica, teoria e história da música, quer portuguesa, quer estrangeira. Abordou também assuntos ligados ao teatro e à literatura tradicional portuguesa, nesse caso específico, em colaboração com Michel Giacometti.

A tipologia das obras é variada, indo de monografias a obras de teoria, de críticas à polémica que manteve com Rui Coelho em vários jornais, durante os anos 20/30.

De entre os estudos que publicou contam-se obras sobre compositores tão díspares quanto Béla Bartok, Stravinsky, Chopin, Bach, Mozart, Vianna da Mota e António Fragoso, textos sobre teoria da música, colaborações num dicionário de música (com Tomás Borba) e artigos dispersos em muitas publicações periódicas.

Fernando Lopes-Graça desenvolveu igualmente atividade como tradutor tendo tendo traduzido Rousseau, Tolstoi, Thomas Mann e Balzac.

Museu da Música Portuguesa - Coleções

Michel Giacometti
A investigação de Michel Giacometti, as suas várias missões de prospeção realizadas em todo o país, durante 30 anos, a recolha sistemática da música tradicional, da literatura popular, a observação da vida do povo e a fixação da sua cultura de tradição oral nos mais diversos suportes (fitas magnéticas, filmes, fotografias, fichas de recolha) geraram diferentes coleções documentais, além de uma coleção de objetos etnográficos e outra de instrumentos musicais.
A constituição das coleções entrava no grande plano de salvaguarda do património cultural português, que Giacometti iniciou em 1960 com a criação dos Arquivos Sonoros Portugueses, para virem a ser “um artístico museu onde se reunirão os mais diversos documentos sonoros, como as músicas tradicionais de Portugal e do estrangeiro, os testemunhos sonoros dos acontecimentos contemporâneos, os ruídos e as vozes do nosso tempo”.

Fernando Lopes-Graça
Durante uma visita que fez ao Museu da Música Portuguesa em 1994, o compositor Fernando Lopes-Graça evidenciou o desejo de aqui deixar o seu espólio, que deveria ficar disponível a todos os estudantes e investigadores. Com a demonstração desta vontade foi-lhe apresentado um plano de trabalho e uma proposta de ação cultural sobre a sua obra, que obteve a sua aprovação. Ao longo desse ano, o Museu esteve em casa do compositor, onde realizou um primeiro levantamento das existências bibliográficas e documentais, fizeram-se cópias de segurança da sua obra musical e promoveu-se o arquivo em caixas de conservação. Fernando Lopes-Graça orientou e acompanhou todo este trabalho de forma atenta e empenhada e com a certeza da perenidade da sua obra.
Hoje, o espólio de Fernando Lopes Graça-Graça encontra-se dividido em obra musical e obra literária, disponível para consulta no Centro de Documentação do museu.

Álvaro Cassuto
Em 2008, a Câmara Municipal de Cascais adquiriu, por deliberação unânime, a biblioteca do Maestro Álvaro Cassuto, integrada no Museu da Música Portuguesa/Casa Verdades de Faria e, após tratamento técnico, disponibilizada online no catálogo documental da Rede de Bibliotecas Municipais e de alguns arquivos especializados.
Esta biblioteca, de inegável valor para o estudo da história da Música Portuguesa, contém documentos raros e valiosos, alguns inéditos e coleções muito completas de periódicos musicais, obras que, no seu conjunto, raramente chegaram até aos nossos dias.
Dentro das várias tipologias encontramos obras impressas – as mais antigas do século XVI – missais, obras religiosas com notação musical, manuais de ensino da música, bem como numerosas obras de referência dos séculos XIX e XX, de musicólogos e investigadores consagrados, de entre os quais registamos os nomes de: José Leite de Vasconcelos, Joaquim de Vasconcelos, Ernesto Vieira, Michelangelo Lambertini, Bertino Daciano, Fonseca Benevides, Tomás Borba, Luís de Freitas Branco, Manuel Carvalhais, Mário de Sampaio Ribeiro, Solange Corbin, Manuel Joaquim, Santiago Kastner, entre outros.
N
a coleção de documentos manuscritos destacam-se autógrafos originais e manuscritos musicais dos quais sobressaem 16 operetas de Eugénio Ricardo Monteiro de Almeida, um músico de finais de Oitocentos, cuja obra foi muito divulgada na sua época, cerca de 2000 partituras avulsas – transcrições para piano de música ligeira (fado, música para revista, canção, marchas populares, etc.) e obras destinadas ao ensino da música.
Os cerca de 2750 títulos desta coleção complementam o acervo do Museu da Música Portuguesa – Casa Verdades de Faria, um espaço privilegiado que convida ao estudo e à investigação na área da musicologia e da música tradicional portuguesa.

Museu da Música Portuguesa - Coleções Documentais

Tradição Oral

Enquanto viajava por Portugal, no prosseguimento do trabalho de recolha etnomusicológica, Michel Giacometti – fiel à sua linha de pensamento que via a cultura popular como um todo identificativo de um povo – sempre que a oportunidade se lhe deparou nunca a deixou fugir e foi recolhendo toda uma série de elementos que enquadram e contextualizam o trabalho mais diretamente ligado à etnomusicologia, numa coleção que veio não só a assumir proporções vastas como também um carácter muito interessante e variado.

Assim, encontram-se recolhas de:

- formas poéticas – romances, quadras e poemas, canções e orações;

- formas em prosa – lendas, contos, fábulas e teatro; formas lúdicas;

- adivinhas, provérbios, jogos de palavras, lengalengas e anedotas.

Para além destas, recolheu ainda muita informação sobre medicina popular e deu início a um interessante dicionário de música, em que reuniu um  conjunto de tradições musicais portuguesas que vão das formas musicais à descrição dos instrumentos, das danças às funções sociais da música assim como às ocasiões – festivas ou de trabalho - a que esta se encontrava associada.

Desta forma, Michel Giacometti garantiu a preservação de uma cultura eminentemente oral que, com o decorrer dos tempos, corria o risco de se perder.

Iconografia

Do trabalho de campo realizado ao longo de trinta anos ininterruptos surge uma extensa coleção de fotografias que documentam momentos importantes da vida e da cultura tradicional portuguesa. Foram tiradas aquando da recolha de campo, acompanhando o inquérito e as gravações, pelo que estão diretamente associadas ao trabalho do investigador.

Através destas imagens descobrimos o Portugal dos anos 60 a 80, visto pelo olhar orientado de Michel Giacometti, que pretendeu deixar a imagem do som, a sua expressão física, a envolvente social e cultural em que a música tradicional acontecia.

Resultando do contexto do trabalho de campo, esta coleção não deixa de ser um excelente núcleo fotográfico do ponto de vista artístico, havendo fotografias da autoria de Michel Giacometti e de outros colaboradores, devidamente identificados nas fichas de recolha. Referem-se a temas vários, desde a música tradicional, ao trabalho, à geografia, incluindo um vasto registo das pessoas que davam voz e rosto à cultura tradicional portuguesa.
 

Museu da Música Portuguesa - Arquivos Sonoros Portugueses

Os Arquivos Sonoros Portugueses constituíram-se como um centro de investigação, onde se preparavam as prospeções no terreno, se acolhia e tratava a documentação levantada e se preparavam, por fim, as edições discográficas.

Michel Giacometti criou os Arquivos Sonoros Portugueses em dezembro de 1960. Este projeto pretendia vir a ser a origem de um autêntico museu que reunisse um grande número de ecos sonoros a serem postos à disposição dos investigadores, numa diversidade de ruídos, vozes e música. Portugal era um dos raríssimos países da Europa a não possuir uma antologia da sua música tradicional e um arquivo sonoro, pelo que este projeto era, em seu entender, o caminho para a sua salvaguarda.

No seguimento da recusa da Comissão de Etnomusicologia da Fundação Calouste Gulbenkian em apoiar a sua proposta de investigação em Trás-os-Montes, Giacometti deu forma a um novo plano, bem estruturado e inovador, que previa a recolha, o estudo e a divulgação da música tradicional portuguesa. Teve do seu lado, nesta grande empresa, o compositor Fernando Lopes-Graça, que o apoiou ao longo de trinta anos.

 Apesar das dificuldades em obter apoios financeiros, o trabalho avançou e, como resultado, ficámos perante um dos mais importantes arquivos do género na Europa, representando 85% das recolhas realizadas por meios mecânicos, desde 1932, em Portugal. Estes registos sonoros integram a gravação de músicas, canções, poesia, teatro popular e entrevistas.

O trabalho de campo era organizado exclusivamente por Giacometti, quer do ponto de vista científico, quer na preparação da logística para a sua concretização, com a angariação de fundos junto de várias entidades como empresas, associações culturais e Juntas Distritais. A preparação das edições contava com o trabalho de Lopes-Graça na análise, estudo e seleção dos espécimes musicais e nos textos que acompanham os discos.

Entre 1960 e 1983, os ASP publicaram várias coleções discográficas num total de 24 discos. O material fonográfico foi selecionado em exclusivo a partir das recolhas feitas em todo o país. A divulgação era realizada por meio de um catálogo e a distribuição feita com recurso a um sistema de subscrições. Algumas edições tiveram o apoio de entidades como a Folkway Record de NY, Philips, Le Chant du Monde, Torralta, Círculo de Leitores, Câmaras Municipais e Juntas Distritais.

Os Arquivos Sonoros Portugueses relacionaram-se com organismos estrangeiros, promoveram conferências, exposições, edições, programas de rádio, emissões para a Université Radiophonique Internationale e obtiveram o selo de recomendação do International Institute for Comparative Music Studies and Documentation e do International Music Council para a colecção da Antologia da Música Regional Portuguesa, editada entre 1960 e 1970.

Museu da Música Portuguesa - Coleção de Objetos Etnográficos

Giacometti reuniu uma coleção de objectos ligados à produção do linho e à arte pastoril, que foi vendida em conjunto com a coleção de instrumentos musicais tendo sido integradas no Museu da Música Portuguesa como exemplos da estética popular que se expressava também em objetos de uso quotidiano.

Mas a recolha de testemunhos da vida e da cultura do povo português foi mais além, e em 1975, com o Plano de Trabalho e Cultura organizado para o Serviço Cívico Estudantil, foi incrementado de forma sistemática o levantamento desta coleção.

Com o apoio de jovens pré-universitários, integrados em equipas distribuídas pelo país, realizou-se um grande trabalho de coleta, com registo de peças, que deu origem a várias coleções entre as quais uma de alfaias agrícolas, instrumentos de trabalho e objetos de arte popular. Este conjunto foi, mais tarde, transferido para Setúbal, dando origem ao Museu do Trabalho Michel Giacometti.

Museu da Música Portuguesa - Coleção de Instrumentos Musicais

"Comecei a recolher tudo isto há mais de 20 anos. Os instrumentos musicais comecei também a recolher há 20-25 anos, mais foi mais nos últimos anos que comecei a tentar organizar mais a colecção. Bem, aliás, a minha ideia era juntá-los, pensando na criação de um instituto […] e já tinha um exame de institutos deste tipo que se criaram em França, na Itália…" Michel Giacometti, in Intervenção, setembro/outubro 1979

A coleção de instrumentos musicais portugueses foi organizada por Michel Giacometti a par com o seu trabalho de investigação e foi em grande parte adquirida em antiquários, lojas de bric-à-brac, ferros-velhos e, também, a construtores. Por opção, são raros os instrumentos que vieram das mãos dos músicos populares, pois o etnólogo considerava que a recolha de um instrumento ativo privava o músico da sua arte e impunha-lhe o corte com a sua tradição.

Giacometti procurou constituir uma coleção que fosse tão representativa quanto possível do instrumental tradicional português, juntando espécimes de grande qualidade e outros instrumentos de feitura mais rústica, mas de igual importância no papel que desempenham do ponto de vista musical, no plano harmónico, melódico, rítmico, a solo ou em conjuntos instrumentais. A colecção de instrumentos tinha também a função de deixar a memória do som que produziam, tendo-a integrado no seu grande plano de salvaguarda do património musical português. Trata-se, ainda, de um espólio de grande interesse para o estudo da organologia musical em Portugal, nos séculos XIX e XX.

Michel Giacometti organizou a sua coleção em:

  instrumentos musicais populares portugueses - incluindo espécimes estrangeiros de utilização tradicional em Portugal;

  instrumentos tradicionais “eruditos”;

 instrumentos musicais extra-europeus.

Dentro do primeiro conjunto, ordenou-os por grupos de família organológica, seguindo a classificação de Hornbostel e Kurt Sach: cordofones, membranofones, aerofones e idiofones. Dentro desta, dividiu-a em subclasses, seguindo a proposta de Veiga de Oliveira: instrumentos para ritmo e dança, Semana Santa, Carnaval, Serração da Velha e Assuadas, instrumentos das profissões, instrumentos de passatempo e instrumentos/brinquedo. Cada instrumento tinha informação com número de campo, o nome, o construtor ou a oficina, a proveniência, data de construção ou idade provável, dimensões e uma pequena descrição física que, em alguns casos, chegava a referir o nome das madeiras, assim como algumas descrições qualitativas, como "belo instrumento" ou "espécime raro".

Em 1981, Michel Giacometti vendeu a coleção à Câmara Municipal de Cascais, tendo vindo a constituir o núcleo fundador do Museu da Música Portuguesa, onde foi força mobilizadora no desenvolvimento do seu programa museológico.

Centro de Documentação do Museu do Mar - Rei D. Carlos

O centro de documentação do Museu do Mar dispõe de um considerável número de publicações, especialmente incidentes nas temáticas marítima e marinha, entre livros antigos e atuais e cerca de cinco mil volumes de publicações periódicas.

Disponibiliza ainda uma hemeroteca com aproximadamente 200 títulos.

A pesquisa bibliográfica pode ser efetuada através do catálogo online das Bibliotecas Municipais.

Por motivos de atualização e de renovação do espaço de acolhimento aos leitores, a biblioteca encontra-se encerrada. Quaisquer pedidos para consulta de obras deverão ser efetuados antecipadamente pelo número de telefone 214815906 ou e-mail: museumar@cm-cascais.pt

Cursos Internacionais de Verão de Cascais

Os Cursos Internacionais de Verão de Cascais inscrevem-se numa tendência de longa duração que, desde a década de 30 do século XX, tem elevado o concelho a centro organizador e de acolhimento de reuniões científicas de diversa índole.

A este título, relembre-se, ainda que num outro contexto e com uma natureza diversa, a realização dos Cursos de Férias de Cascais, em agosto de 1936, logo a seguir à criação do Museu Condes de Castro Guimarães, cujo preço de inscrição rondava os 22$50 e cujo programa abarcava cursos de filologia, fonética, história de arte e etnografia, temáticas muito ao gosto da época.

Posteriormente, na década de 60, ficaram célebres os Cursos de Verão de História da Arte, dirigidos pelo Prof. Doutor Mendes Atanásio.

Em 1994 foram criados os Cursos Internacionais de Verão de Cascais, dirigidos pelo Prof. Doutor José Tengarrinha, em estreita colaboração entre a Câmara Municipal de Cascais e a Universidade de Lisboa.

A partir de 1998, com a criação do Instituto de Cultura e Estudos Sociais, a estrutura dos Cursos agilizou-se e permitiu corresponder às exigências de um público cada vez mais alargado e alcançar um novo grau qualitativo na grelha da programação anual e na dimensão organizativa do evento, procurando trazer sempre a debate temas candentes da sociedade atual.

As atas das edições encontram-se disponíveis para consulta em todas as Bibliotecas Municipais e para venda na Livraria Municipal, sendo que alguns números estão já esgotados.


Consulte o programa dos XIX Cursos Internacionais de Verão de Cascais, que decorrem de 24 de setembro a 6 de outubro de 2012, no Centro Cultural de Cascais.

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