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Guincho: uma praia que é uma Maravilha

O Guincho venceu em 2012, na categoria de Praia de Uso Desportivo, o concurso "Sete Maravilhas, Praias de Portugal". Saiba porquê.

As ondas e o vento são perfeitos para os amantes do surf, bodyboard e kitesurf. Os cerca de 800 metros de areal convidam a estender a toalha e relaxar, enquanto se contempla o intenso azul do mar. Para lá chegar não é preciso carro: pode ir de bicicleta. Um conjunto de dunas escondem a beleza da praia, em jeito de proteção. E há um parque de campismo por perto para quem quer pernoitar por estas bandas. Estamos a falar do Guincho, vencedora do concurso “Sete Maravilhas, Praias de Portugal”. 

PÉROLA DOS DESPORTOS DE VENTO
Encravada entre dois picos rochosos, a Ponta Alta e a Ponta do Abano, está a praia do Guincho. O facto de estar em pleno Parque Natural de Sintra-Cascais, muito próximo da serra, dá-lhe um toque único: o vento que ali se faz sentir ao longo de quase todo o ano torna esta praia perfeita para a prática de desportos radicais, como o surf, windsurf e kitesurf. É por isso que a praia do Guincho está na final do concurso nacional “Sete Maravilhas, Praias de Portugal”, na categoria “Praia de uso desportivo”.
O Guincho é frequentemente palco de eventos europeus e mundiais na área dos desportos relacionados com o vento, sendo um dos destinos mais procurados pelos melhores atletas. A título de exemplo, este ano já se realizou ali a segunda etapa da Liga MEO Prosurf 2012 (abril), o Bodyboard Fest (maio) e a primeira etapa do Kite Surf Pro (junho).

GUINCHO: A HISTÓRIA DESTA PRAIA DAVA UM FILME
Ou melhor, deu vários. A verdade é que a história do Guincho confunde-se com o cinema. E ao longo de décadas, a praia do Guincho não se limitou a ser um irrepetível cenário natural: a praia foi atriz principal das mais variadas tramas. Mas, como nos filmes, comecemos pelo início da história. Lá, no final do século XIX a Boca do Inferno, com o Guincho ao fundo, foi o cenário do primeiro filme português ao estilo “Lumiére”: “A Boca do Inferno” foi gravado em 1896 pelo operador de câmara inglês Henry W. Short e foi projetado a 29 de Setembro do mesmo ano no Colyseu de Lisboa. Há medida que os anos foram passando, e beneficiando com a afirmação do Estoril “Riviera Portuguesa”, o Guincho foi conhecendo uma clientela cada vez mais aristocrata. A turbulência política na Europa, as guerras e as perseguições, fize-ram de Cascais um concelho com mais reis sem coroa do que hotéis de cinco estrelas. Atrás deles, e da localização estratégica de Portugal, vieram agentes secretos de um lado e do outro da barricada. O mundo da espionagem daria a Cascais uma aura de glamour e de fascínio inigualável. Não tardaria até que, em 1969, Harry Saltzman e Albert R. Broccoli escolhessem o Guincho como teatro de operações do menos secreto de todos os espiões: 007. Em “James Bond – Ao serviço de Sua Majestade”, a aventura de Bond (George Lazenby) começa com uma perseguição na estrada do Guincho e termina já na praia, onde Bond acaba por salvar a Condessa Tereza de Vicenzo (Diana Rigg). Walt Disney, Jean Renoi, René Clair, Zsa Zsa Gabor, Leslie Howard, Max Ophuls ou Orson Welles, são outros dos nomes grandes da Sétima Arte que, de uma forma ou de outra, deixaram o seu nome para sempre gravado no passeio da fama da Praia do Guincho.

CICLOVIA DO GUINCHO É A MAIS ANTIGA DE CASCAIS
Mas o Guincho não se resume a praia, ondas, areia e vento. Os quase nove quilómetros que ligam a Marina de Cascais ao Guincho podem ser percorridos de bicicleta, através de uma ciclovia onde o cenário de fundo é pintado por um misto de verde e mar. Quem decide fazer o passeio na ciclovia mais antiga de Cascais passa por alguns pontos de interesse a não perder, como a Boca do Inferno (caracterizada pela sua imensa caverna aberta em terrenos com cerca de 150 milhões de anos), o Farol da Guia (que data do século XVIII) ou o Forte S. Jorge de Oitavos (recentemente reaberto ao público, após um período de requalificação). O melhor de tudo é que para fazer este passeio não é obrigatório ter bicicleta. A Câmara Municipal de Cascais disponibiliza  as “bicas”, e um dos postos para levantar estas bicicletas fica na Avenida Nossa Senhora do Cabo, na Guia. Durante o verão o posto está aberto todos os dias, das 8h00 às 20h00.

DA DUNA PARA A PRAIA SEM UM GRÃO DE AREIA NOS PÉS
Agora há uma forma diferente de desfrutar da praia do Guincho sem sujar os pés com areia: os passeios interpretativos da Duna da Cresmina levam os visitantes a percorrer passadiços sobre-elevados até à praia. Atravessando a flora e fauna locais, mas sem destruir a biodiversidade, este percurso é guiado por painéis de informação que dão a conhecer animais e plantas que habitam na Duna, tornando-a num ecossistema ímpar. Esta é a única zona de reserva integral do Parque Natural de Sintra-Cascais, ou seja, é uma área com grau de proteção máxima.
No entanto, até há pouco tempo a Duna da Cresmina era visitada sem qualquer cuidado: pisoteio, passeios equestres e passagem de viaturas todo-o-terreno destruíam o sistema dunar e algumas populações vegetais e animais. Aliado a este facto a ação dos fortes ventos estava a desestabilizar a Duna, verificando-se um avanço das areias em cerca de dez metros por ano para Sul, começando a invadir o Parque de Campismo, o Clube D. Carlos e até mesmo a estrada do Guincho.
Com o objetivo de normalizar a situação e preservar a biodiversidade local, a Câmara Municipal de Cascais iniciou em 2010 uma intervenção no local, um projeto inserido na Rede de Visitação e Interpretação do Parque Natural de Sintra-Cascais, que conta com financiamento do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional para 2007/2013.
A intervenção passou pela instalação de paliçadas na areia para fixá-la, plantação de vegetação nativa e colocação dos passadiços sobre-elevados de madeira, que ligam as dunas à praia, numa vista de tirar o fôlego.
 


 

Guincho: porque é que esta praia é uma Maravilha?

Tudo o que precisa saber para ajudar o Guincho a vencer o concurso "Sete Maravilhas, Praias de Portugal"

22 DE AGOSTO - FESTAS DO MAR [BRANDO FEL + ANDRÉ SARDET]

22 de Agosto | Baía de Cascais
Em palco estarão Brando Fel[1ª parte] e André Sardet.
Início dos concertos às 20h30!
ENTRADA LIVRE

Venha participar na animação das noites de Cascais em mais uma edição das Festas do Mar!
Esta noite estarão em palco Brando Fel e André Sardet, com músicas e êxitos conhecidos de todos nós.


Também hoje a Câmara lhe dá a possibilidade de ter acesso à área reservada, bastando para tal participar no passatempo que lhe propomos e veja, também,  a antevisão da noite de hoje nas entrevistas com Brando Fel e com André Sardet.


Junte a sua voz à nossa e cante connosco! Veja aqui alguns vídeos e treine as letras:


BRANDO FEL
 O meu chapéu


ANDRÉ SARDET
 Adivinha quanto gosto de ti
 Roubo-te um beijo


Mais sobre os artistas em:
 Brando Fel
 André Sardet


Conheça o cartaz completo das Festas do Mar!

Enamorados não? Prepara-te e namora sempre!

No âmbito do Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre Gerações a Câmara Municipal de Cascais lança-lhe o desafio: manter-se sempre em atividade. A cada semana que passa vai encontrar uma sugestão para ajudar a completar esse desafio com êxito. A dica é: Enamorados não? Prepara-te e namora sempre!

Não há idade para o amor, nem para namorar. Envelhecer ativamente inclui namorar e não há paisagens mais belas que as proporcionadas por um passeio à beira-mar, no Passeio Marítimo Cascais-Estoril, ou por uma das pedovias. Aqui e ali há pequenos apontamentos que podem fazer toda a diferença: Um gelado? Uma flor? Uma mão dada num banco de jardim? Um cachorro quente à porta da Boca do Inferno? Poemas declamados num parque? A escolha é sua. Aproveite!

Maria Vitória Oliveira

Maria Vitória Lopes Kaizeler de Oliveira tem 77 anos e é natural de Setúbal, mas reside em CAscais desde os doze anos e não hesita em dizer que Cascaie é a sua terra.

Filha de pais portugueses, tem sobrenome alemão que herdou do seu avô paterno que nunca chegou a conhecer. Um dia quis o destino que o pai, pescador de profissão, viesse trabalhar para Cascais e que mais tarde tomasse a decisão de aqui se fixar definitivamente com toda a família. Desses tempos, lembra que eram oito irmãos, quatro rapazes e quatro raparigas e que a mãe tinha uma saúde frágil que a impedia de trabalhar fora de casa sendo, por isso, o pai o único sustento do lar. Quando veio para Cascais, Maria Vitória tinha apenas doze anos. E, embora não se consiga lembrar com rigor do ano em que nasceu, traz bem vincados na memória os anos difíceis da sua meninice. Quando fala do seu percurso de vida parece que os sonhos de criança nunca passaram por ela: “Nunca na minha vida fui à escola. Nunca aprendi a ler, nem em criança, nem em adulta. Só me lembro de querer muito arranjar um trabalho para ajudar a minha família”. Nessa altura, a sua imaginação era sempre povoada por imagens ligadas à venda de peixe. Tinha treze anos quando começou a ajudar o pai e outros pescadores que chegavam à praia da Ribeira, em Cascais, com as chatas carregadas. “Apanhava a sardinha que caía das chatas, desemalhava a que ficava presa às redes, salgava e gelava o peixe. Foi assim que comecei” recorda Maria Vitória. Pelo seu trabalho não recebia dinheiro, apenas algum peixe oferecido para levar para casa. “Passávamos muito mal, não tínhamos para comer.
Com quinze anos ainda cheguei a ir servir para uma casa, mas percebi que o que gostava mesmo era de vender peixe.” E assim foi: “Comecei a vender com a canastra à cabeça cheia de sardinha que na época custava 20 escudos, o equivalente hoje a 10 cêntimos. Três carapaus custavam dez tostões”. A maior parte das vezes descalça – “porque não havia dinheiro para sapatos” - , Maria Vitória ia a pé para Sintra e Lourel vender o peixe. De volta a Cascais trazia favas, couves e outros legumes que as pessoas lhe ofereciam.
Era assim que passava os dias naquele tempo. Lembra-se também das suas idas à Doca Pesca comprar peixe e de trazer os sacos cheios no comboio. Fazia tudo com o mesmo objetivo: ajudar a família.
As vendas na banca do mercado de Cascais começaram quando Vitória chegou aos vinte anos. “Mas o que eu gostava mesmo “Mas o que eu gostava mesmo era de andar com a canastra à cabeça, de apregoar embora fosse proibido vender peixe na “rua” confessa a peixeira ganhando fôlego à medida que é assaltada pelas suas memórias. “Tenho até uma história engraçada que se passou em Cascais”, prossegue Maria Vitória, “de um certo dia, já no fim da venda, entrei no António de Alvide com a canastra onde levava ainda algum peixe.
Fui apanhada por um polícia que me agarrou o braço…” Maria, que nunca foi mulher de se deixar ficar, reagiu desafiando a autoridade: “Atirei-lhe com a canastra à cabeça!” Como consequência esteve detida oito dias na esquadra de Cascais. “Fui depois presente ao juiz, mas não fui para o Calhariz no carro da polícia, o agente levou-me de comboio. Acabei
por ser absolvida. No intervalo o juiz saiu da sala e convidou-me para ir lanchar à Portugália. Apaixonou-se por mim e andou-me a namoriscar durante quatro anos. Eu era uma  jovem vistosa e magra. Gostava muito de dançar e era muito divertida.” Acabou o namorico com o juíz mas não a capacidade de Maria Vitória fazer rodar olhares. “Quando passei a
ganhar um pouco melhor, comecei a usar os aventais bordados e as chinelas típicas das varinas. Até fazia parar o trânsito” diz divertida.
Há já alguns anos doou quase todos os seus aventais ao Museu do Mar, em Cascais.
Hoje, Maria Vitória é uma das únicas representantes do seu tempo. “Sou uma das vendedoras mais antigas do mercado, mas há ainda, pelo menos, mais três da minha geração.” Quando começou a vender no mercado havia menos vendedores e mais freguesia. “Tinha muitos fregueses, mas com a concorrência das grandes superfícies já não se vende tanto, embora ainda consiga manter alguns clientes de antigamente. Alguns apenas continuam a espreitar as bancas mas não compram nada.” A rotina, essa, mantêm-se inalterada, indiferente aos altos e baixos dos ciclos económicos. “Continuo como sempre a chegar ao mercado antes das 6h00, para arrumar o peixe na banca. O mercado abre às 6h30 e a essa hora já se veem clientes. À quarta-feira e ao sábado é quando se vende melhor. No resto da semana não ganhamos para a despesa que temos. Antigamente não se pagavam tantos impostos. Já me aconteceu algumas vezes ir para o mercado e não conseguir vender nada”.
Quando fala em dinheiro Maria Vitória prefere exprimir-se “em contos de reis” em vez de euros, e explica que num sábado de julho ficou com 50 contos de peixe para vender (douradas, robalos, tiras de choco, peixe-espada).
Quanto à recente requalificação do mercado, Maria Vitória pensa que poderá trazer mais fregueses. “Agora, aos sábados costumam aparecer grupos a cantar”.
A caminhar para os oitenta anos, Maria Vitória já pensou em deixar de trabalhar e ir para casa descansar. Mas gosta do convívio do mercado, dos seus colegas e dos fregueses. Com um sorriso irónico conta que “já está farta de dizer aos colegas que quando morrer quero que me ponham uma sardinha no caixão”. Casada com um pescador que andou ao mar durante 50 anos, a peixeira não tem dúvidas de que o seu marido “era o maior pescador de Cascais.” E quando Cascais se prepara para celebrar mais uma edição das Festas do Mar, a varina recorda as festas do seu tempo gabando-se de ser quase sempre ela a ganhar os prémios. “Vestia-me muito bem à varina, usava carrapito e era muito magrinha”.
Maria Vitória é mãe de três filhos mas nenhum escolheu a profissão dos pais. Acredita que eles têm uma vida melhor do que a dela. Há 65 anos a viver no concelho, esta mulher com uma vida ligada ao mar não hesita: “Cascais é a minha terra”.

António Silva - Tozé

O nome e o cargo no título podem não lhe dizer muito.Mas se lhe dissermos que falamos do “Tozé”, vocalista da banda cascalense “Ténis Bar”, a conversa é outra. Apostamos que não há em Cascais quem não conheça o “Tozé” e os Ténis Bar. A música é a sua vida apesar de profissionalmente percorrer outro caminho.

António José Marau Silva, nascido em 1957 no Monte Estoril, reside em Janes, e partilha a vida com a mulher Luisa Andrade e as duas filhas, Diana e Rita, que já se encarregaram de aumentar a família Silva: “Sou um avô babado até porque o Gustavo, com quase 3 anos, tem dois brinquedos favoritos: um micro e um tripé. Ele já viu mais vezes o DVD das Festas do Mar do que qualquer outra pessoa.” O resultado de tanta repetição faz com que Tozé solte uma gargalhada: “Fez com que eu me fartasse de mim mesmo” diz.
Decano das Festas do Mar, Tozé começou a cantar aos sete anos e não tardou até escrever as suas próprias músicas. Nos tempos de criança muitas foram as horas em que acompanhou a música com uma jogatana de futebol. Na escola, apaixonou-se loucamente pelo circo e chegou mesmo a tentar fugir dentro de uma roulotte mas os planos do jovem ruíram depois da mãe o ter descoberto. Coquinha - O Pirata do Ar, era a personagem circense que idolatrava: “Ainda me recordo que o espetáculo se chamava Rádio Circo e eu queria ser trapezista como o Pirata do Ar. O desejo era tão forte que acabei por ficar com a alcunha de Pirata.”
Posta de parte a hipótese do circo, Tozé prosseguiu os estudos no Liceu encontrando-se hoje a concluir o 12º ano. A escola da vida deu-lhe a bagagem suficiente para ser aquilo que é hoje. Mas o músico não quer ficar por aqui e, por isso, ambiciona tirar um curso na área da animação ou representação. Percorrer Portugal com os Ténis Bar proporcionou-lhe a experiência única de absorver culturalmente os costumes e tradições das diversas localidades por onde passa. “Há uma infinidade de países dentro do nosso país e só se compreende
isso, vivendo! No Sabugal chegam a mandar parar os concertos para a garraiada, momento que é objeto de uma ovação maior do que a que é dada aos artistas em palco. É culturalmente fascinante”, acrescenta.
No currículo, Tozé traz inscritos 23 anos na Alcatel e uma passagem pela consultora multinacional, Deloitte. A música foi sempre uma paixão que chamou mais forte e, por momentos ao longo da vida, trocou a secretária pelos palcos dedicando-se exclusivamente às canções. Porém, como nunca conseguiu viver só da música, optou por conciliar esta
atividade com uma profissão fora do mundo do espetáculo e integra atualmente a empresa municipal de ambiente de Cascais, EMAC.
Há alguns anos, Tozé teve a oportunidade de assinar um contrato com a PolyGram que acabou por não se concretizar. “Lamento não ter tido a paciência suficiente para aproveitar essa oportunidade mas não sei se seria mais feliz se, profissionalmente, fosse só cantor”, confessa Tozé.
No “mundo das cantigas”, como prefere chamar-lhe, a entrega é total.
Frontal por natureza, confessa-se exigente em tudo o que faz. Incansável durante as suas atuações – imagem de marca da banda - Tozé diz que o que o caracteriza vem da emoção de subir ao palco, das palmas do público e do cumprimento das pessoas. Ao contrário do que a sua música sugere, Tozé nunca fez nudismo no Abano mas esta praia continua a ser aquela que a família frequenta: “É sem dúvida uma praia calma, de inspiração, de namoros.” É também na praia que costuma escrever as suas músicas para além de o fazer também após um bom concerto ou ao deitar.
Orgulha-se de atuar em concertos de solidariedade e ambiciona fazer um espetáculo no Centro de Apoio Social do Pisão: “Tenho um carinho especial, desde miúdo, por aquelas pessoas. Quando era mais novo havia quem fugisse de lá para me ouvir em Janes.” Com “contrato eterno” nas Festas do Mar, Tozé não esconde a emoção quando fala do palco da
Baía, “único” e que o faz “sempre feliz” cada vez que o pisa. Essa felicidade reflete-se num sonho: o de fazer uma passagem de ano na Baía de Cascais. “Já sonhei em fazer um concerto único, aqui na Baía, das 23h às 01h00. Se a banda tivesse que acabar, era aqui e dessa forma que terminaria a carreira.”
Outro dos seus sonhos é pisar o palco do Coliseu dos Recreios, mas garante que o concerto de passagem de ano, na baía estaria à frente da grande sala lisboeta.
Entre trabalho e música, sonhos e ambições, resta-lhe pouco tempo para férias. Até porque, mesmo quando descansa por uns dias, o apelo da música bate sempre mais forte no seu coração. E é a esse mundo que, invariavelmente, regressa sempre.

Simonetta Luz Afonso

Diz-se que as palavras são como as cerejas.E a verdade é que durante uma hora de conversa com Simonetta Luz Afonso abordaram-se quase todos os temas com a inspiradora baía de Cascais como cenário. Cultura, património, identidade, turismo, as cidades e a sua regeneração, conceitos que estiveram em debate no seminário “Turismo e Modelos de Gestão do Património”, que coordenou no âmbito do XI Congresso Internacional de Reabilitação do Património Arquitetónico e Edificado fizeram naturalmente parte da conversa com o “C”. Mas também o design, a música, o cinema e a criatividade dos portugueses. Faltou a literatura…“mas a literatura está subjacente a tudo isto”. Simonetta Luz Afonso exerceu os cargos de conservadora dos Palácios Nacionais da Pena e de Queluz, foi comissária da Europália Portugal 91 e na Expo 98, presidiu ao Instituto Português de Museus e ao Centro Internacional de Estudos para a Conservação e Restauro de Bens Culturais. Antes de se reformar, em 2008, teve ainda tempo de assumir a direção do Instituto Camões durante quatro anos. Ocupa hoje a presidência da Assembleia Municipal de Lisboa.

A Dr.ª Simonetta Luz Afonso já foi munícipe do concelho. Mantém uma ligação forte com Cascais?
Já vivi no concelho, vivi no Estoril. Mas continuo a vir muito a Cascais porque tem uma oferta muito interessante para crianças e adultos. E é walking distance, está bem organizado. Aliás, quero felicitar a Câmara de Cascais que, ao longo dos anos tem tido uma estratégia concertada de recuperação do Património. O exemplo mais recente é a Cidadela e resultou num conceito muito interessante, ao congregar a hotelaria, o lazer, a recuperação do Património, o museu. Foi feito um trabalho de base importantíssimo, com escavações arqueológicas e um grande cuidado e respeito pela História. A Cidadela é, por isso, um exemplo inteligente de como dar vida às instituições, garantindo a sustentabilidade. Os edifícios têm que ter uma nova função. E o que se pretende não é construir cidades para o turismo, isso são as chamadas aldeias-fantasma, que deram os piores resultados ao longo século XX – e ainda este século se cometem dessas asneiras. O que se faz é recuperar a vivência das cidades, vilas, regiões com os seus habitantes, e com um espaço para o turismo.


Cascais apresenta uma situação singular, com uma grande concentração de equipamentos culturais num perímetro específico…
O que é muito interessante… o Museum Mile, em Nova Iorque, é assim e funciona muito bem. Aqui tiveram sorte porque os edifícios estão muito perto uns dos outros, mas também houve a inteligência de os recuperar e de criar um itinerário cultural no centro de Cascais. Porque o que os turistas querem quando visitam uma cidade é perceber como as pessoas vivem, como é que viveram, como é que convivem com a sua história. É essa fórmula que tem interesse para uma vila como Cascais, com grande potencialidade turística, geradora de receitas. Agora, se começamos a ser subservientes em relação ao turismo, também matamos a galinha dos ovos de ouro, porque não é isso que as pessoas querem. Querem sim sítios como este, com uma vida própria, quotidiana, mas também uma diversidade de lazer para vários gostos.


Que riscos podem estar associados ao excessivo peso do Turismo?
Acabar por se dar mais importância ao turismo em detrimento dos habitantes. E os habitantes têm que estar envolvidos, caso contrário o turista torna-se uma espécie de ser antipático, que tem mais dinheiro, que usa os espaços que eles não podem usar… tem que ser partilhado e o habitante tem que ver no turista uma mais-valia.
Portugal já é uma referência enquanto destino cultural?
É. Aliás, os índices de subida do turismo têm sido enormes ao longo de todo o ano. De acordo com alguns dados recentes, 40% do turismo que vem para a região da Grande Lisboa é turismo cultural. Ou seja, as pessoas vêm precisamente para um turismo de cidade. Querem viver com os habitantes. Para este facto, sobretudo em Lisboa, penso que contribuiu bastante o nascimento dos hostels, que resultam do aproveitamento de casas que estavam vazias no centro histórico, e que foram recuperadas e transformados em hotéis bons, mas com um custo baixo. Nem todo o património construído antigo, que temos imenso, pode ser transformado em museu! É preciso encontrar formas inteligentes de tornar a sua recuperação sustentável e de o tornar vivo e vivido pelas pessoas.


E Cascais, acha que também já é procurada pela sua oferta cultural?
Acho que sim, as pessoas já conhecem. Mas temos que ter consciência de que a oferta principal é a Grande Lisboa. As divisões dos concelhos na cabeça de um turista não funcionam. Isso são questões administrativas. O que eu acho é que as câmaras da Grande Lisboa têm que se juntar e criar uma oferta conjunta, porque é uma oferta muito diversificada e que se complementa. É evidente que as pessoas quando vêm a Lisboa, também vão ao Estoril e a Sintra, não podem deixar de vir. São sítios que já viram na televisão… por exemplo, as grandes regatas de vela que houve agora projetam muito a imagem da região. Estes grandes eventos são necessários, e se custam muito dinheiro têm que ser conjuntos. O Tejo, e já aqui o oceano, é o que nos une, toda esta gente de cá e de lá está unida por uma grande estrada de água que é o rio Tejo. Há esta relação com água que é muito interessante.


Qual é a identidade de Cascais, o que é que marca a diferença?
Cascais tem um substrato muito interessante: do século XIX ligado à vilegiatura, depois ali no Estoril a história do século XX relacionada com o jogo, a guerra, a espionagem que está plasmada até em grandes romances policiais. São histórias recentes que as pessoas gostam de ouvir e tudo isso pode ser usado a favor de Cascais. Mas uma característica interessante é que não estagnou como vila de vilegiatura do século XIX. Conseguiu dar o salto. A Paula Rego é uma grande atração em qualquer parte do mundo, as pessoas vêm de propósito ver o museu, a arquitetura. A própria escolha do arquiteto Souto Moura, prémio Pritzker, foi excelente. Há uma vontade de atualizar, que é muito interessante para quem visita.


Cascais está atualmente a fazer a revisão do PDM. Acha que Encontros como o do CICOP podem influenciar a decisão política?
Eu penso que esta discussão que vai haver entre grandes especialistas é sempre benéfica e é muito importante que se faça precisamente numa altura como esta em que estamos a discutir todas estas questões: a sustentabilidade, o futuro do património, como encontrar soluções para este património, que pode ser um peso, mas também uma fonte receita.


No momento que o país atravessa tem-se notado algum abrandamento do investimento do Estado nessas áreas…
Mas não pode ser. O Património e a Cultura são importantíssimos, são uma espécie de marketing de um país ou região. Quando vou a um país e vejo o Património degradado, fico com um mau retrato desse país. O Património de um país é a sua identidade e essa identidade tem que ser preservada. Temos é que encontrar formas inteligentes e atuais de preservar essa identidade. Sabendo muito bem o que estamos a fazer e sabendo salvaguardar o que é importante, temos que encontrar soluções em que todos contribuem. É preciso o Estado e as Câmaras fazerem um investimento inicial e mostrarem que estão empenhados, para ganhar a confiança dos investidores. Não é verdade que em tempos de crise ninguém investe. Mas as pessoas só investem se tiverem a certeza de que o Estado acompanha. É preciso perceber as novas tendências, hoje as pessoas já não compram casa, alugam, por isso a reabilitação é um negócio rentável. Dessa forma se criam novos ciclos de vida nas cidades, aldeias, vilas…


Em que é que somos mesmo bons?
Nós somos mesmo bons na imaginação, às vezes o que não temos é capacidade de concretização das coisas, porque temos uma ligeira preguiça… mas hoje em dia já se vêm mais projetos a serem concretizados, há mais apoios, os jovens como não têm emprego acabam eles próprios por pôr a imaginação ao serviço do seu futuro e criam o seu próprio emprego. Penso que somos muito bons nisso, na criatividade. Agora, é preciso que essa criatividade seja bem orientada e apoiada, pelo menos numa primeira fase em que as pessoas são muito novas e não têm experiência.
 
Mas falta também alguma capacidade de projeção…?
Somos um bocadinho pessimistas e isso é mau. Às vezes as pessoas não avançam porque não acreditam que são capazes e é preciso dar-lhes força. Por outro lado, acho que as pessoas confundem o marketing com farolice, mas não é. As pessoas têm que saber divulgar o que fazem e têm que ter consciência das suas capacidades e dizer “eu sei fazer isto, sou bom nisto” e provar que o são.


É uma realidade que também se verifica na área da cultura, não? Temos boa música, bom cinema, ganham-se prémios lá fora, mas…
Ganham prémios, mas depois não entram nas salas! É preciso dar esse salto. A cultura é o cavalo de Tróia. Entra, mas depois é preciso quem vá atrás para potencializar aquilo que vai à frente, para garantir que é comercializado e reproduzido. A cultura é extremamente importante, abre portas. Por exemplo, o Fado ser Património da Humanidade foi muito importante porque chamou a atenção para a música portuguesa. E à volta do Fado fazem-se 100 mil coisas. É preciso fazer mais coisas destas, chamar as pessoas certas para construir as candidaturas. Nos filmes, temos prémios que já permitem um olhar diferente sobre os criadores de cinema português, mas as primeiras salas que deviam mostrar filmes portugueses são as nossas… e a televisão. Como é que se convencem 10 milhões de portugueses a exigirem cinema português nas salas, se não o conhecem? Eu vou sempre ver cinema português quando há, mas há pouco. Agora, como se faz é assim. É fazendo e não largando. Tem que se ter um projeto e ir atrás dele. Não se pode é estar sempre “stop and go”, a começar e a largar. Isto leva a tempo.


Há alguma área em que Cascais pudesse estar a apostar mais e não está?
Eu acho que a aposta está muito equilibrada. Talvez a sinalética devesse ser mais correta… essa é uma pecha portuguesa, a sinalética. Se eu fosse estrangeira não sei se chegando aqui me entendia. Era preciso criar em Cascais percursos pedonais que levassem as pessoas a ver determinadas coisas. Faz falta. Eu que conheço Cascais desde pequena não tenho dificuldade nenhuma, mas quem nunca cá veio pode perder-se. Por exemplo, o Museu da Música Portuguesa fica muito fora de mão e era preciso levar as pessoas ao Monte Estoril, que é muito bonito. Haveria que criar mais percursos dentro de Cascais. Mesmo na própria internet, a página podia ser mais trabalhada no sentido de fazer ligações do género “se gosta de ver isto, vá também ver aquilo”. Retrabalhar o “embrulho” da oferta.


Como seria um dia perfeito em Cascais?
Um dia perfeito em Cascais é muito o que eu faço. É vir aqui de manhã, dar um passeio pela Baía ou no Guincho, depois ir ver uma exposição, levar a minha neta ao Parque Marechal Carmona, ir à biblioteca municipal infantil que tem muitas atividades para crianças, ou ir ali ao Forte para ela brincar e eu ficar a ler um livro. Venho muitas vezes aos museus, que têm sempre coisas novas, com programas de fim de semana giríssimos. Comer umas refeições mais ligeiras, petiscos - que agora a oferta que não é tão “farta-brutos” - ir ali à Cidadela renovada, ir à Rua Direita fazer compras…há muita coisa para fazer!


 


[Entrevista originalmente publicada no Boletim Municipal "C" nº 14 - 19 de Julho de 2012]


 

Obras de António Vasconcelos Lapa patentes na Casa de Santa Maria

Prolongada até 30 de setembro, na Casa de Santa Maria, a exposição “Caminhos”, propõe uma viagem ao fantástico mundo vegetal criado pelo ceramista António Vasconcelos Lapa especificamente para este espaço.

Numa exposição para todos, incluindo portadores de deficiência visual, que podem explorar as peças através do tato e audição, são apresentadas peças de cerâmica, cuja base de execução é o grés (vidrado) e o barro (polido), aos quais são adicionados outros materiais.
As peças tomam forma com uma simplicidade que nos remete para um universo fantástico, vestígios de uma floresta, cenário de fábulas e histórias. O artista confere o prazer da textura às formas que uma vez tocadas produzem sons singulares irrepetíveis, como o cair da água, o vento, entre outros.
Filho do pintor Manuel Lapa, António Vasconcelos Lapa nasceu em Lisboa em 1945. Formou-se em Escultura Decorativa pela Escola António Arroio e possui também o curso de cerâmica do “Instituto Statale d’Arte per la Ceramica”, de Faenza, Itália, enquanto bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian. É professor de cerâmica, tapeçaria e tecelagem. Entre as suas muitas obras integradas em coleções de arte, encontram-se uma tapeçaria para o Palácio da Justiça de Coruche e os azulejos de padrão para a Estação Fronteira de Marvão.
A exposição tem entrada livre e estará patente até 30 de setembro, na Casa de Santa Maria, de 3ª a 6ª feira das 10h às 17h00 e ao sábado e domingo das 10h às 13h e das 14h às 17h00.

David Fonseca

Quisemos falar com David Fonseca sobre as Festas do Mar que estão aí à porta. Fomos a Lisboa para falar sobre Cascais e aproveitar para nos atualizarmos acerca do que anda a fazer um dos maiores músicos portugueses dos últimos quinze anos.

Neste momento da carreira, David Fonseca está entre um novo trabalho, que são dois (ou dois trabalhos, que são um). “Seasons: Rising” é a primeira parte de um trabalho sobre as estações do ano e saiu no passado mês de março; “Seasons: Falling” sai em setembro e completa este conceito.
Num final de tarde com o sol dourado de agosto, na Avenida da Liberdade em Lisboa, David Fonseca teve uma breve conversa connosco. Acompanhado de uma bicicleta vintage de cor verde seca, algures entre o sóbrio e o que chama a atenção, e que é, normalmente, o seu meio de transporte de escolha. David Fonseca até não é um fanático de desporto por aí além mas as bicicletas são outra história. “Venho de Leiria para Lisboa nela”, diz com graça.
Numa conversa sobre música, a carreira e, claro, Cascais, o músico português, que atua pela segunda vez no palco da Baía, teve a humildade e simpatia habituais. Qualidades que, com a sua música, o tornam num dos músicos mais requisitados pelo público português.


Neste momento, tem um disco editado no passado mês de março, o “Seasons: Rising”; vai sair uma segunda parte, que completa o primeiro trabalho, que é o “Seasons: Falling”. Isto é uma espécie de coleção primavera/verão?
Em fascículos... (risos) A ideia inicial era lançar um disco apenas, por cada estação. Teria mais lógica se fosse assim. Só que acabava por ser um bocadinho estranho comercialmente, estar a editar tanto durante tanto tempo. Acabámos por dividir o projeto em dois. É o mesmo projeto. No fundo, no fundo, era como editar um disco duplo. Em vez de ser em uma vez só, decidimos fazê--lo às secções. Primeiro fizemos a secção que diz respeito à primavera e ao verão e agora vem a secção que diz respeito ao outono e ao inverno. Assim, acho que dá mais tempo às pessoas para perceberem melhor o que é que eu fiz no primeiro disco e agora dá um bocadinho mais de espaço para o segundo disco. Foi essa a tentativa. Vamos ver se corre bem ou não.
E porque é que o Rising (a subir) vem antes, e o Falling (a descer) vem depois? Podia ter feito ao contrário, não é?
Podia. Foi assim que correu. Quando estive a compor durante um ano, de facto, a primeira parte do disco tem muito mais a ver com uma espécie de procura mais violenta e a segunda com uma contemplação mais específica que tem a ver com as estações também, acho eu. Com aquilo que eu vivi, mas também com as estações em que eu vivi essas coisas. E daí os títulos serem um bocadinho a súmula do que se passou e ficou assim.
Tem alguma estação favorita?
Não. Eu gosto de viver.
Diria que é um músico que se deixa afetar, no bom sentido, pela música atual? Por aquilo que vai acontecendo na música contemporânea?
Sim mas, na verdade, especialmente como neste último ano, quando se está a compôr muito não há muito tempo para ouvir música. Infelizmente. É uma das coisas que eu gosto mais de fazer. Eu acabei o disco ontem - como gosto de dizer - e uma das primeiras coisas que me ocorreu, mal o disco ficou masterizado, foi que agora já podia voltar a ouvir música como ouço normalmente. Posso pôr os meus discos de vinil ininterruptamente quando estou lá em casa, mas é uma coisa que, normalmente, não faço quando estou a compor. E porquê? Porque não há muito espaço mental para isso.
Mas sim… ouço muita música. Porém, não sei se afeta a minha, ou não. É possível que sim e espero que o faça, sinceramente.
Até espero que as coisas que eu ouço me influenciem, de alguma forma. Diria, contudo, que não é aquilo que eu ouço que me influencia mais. A influência daquilo que eu vejo é maior do que propriamente do que ouço.
Nesse sentido, isola-se propositadamente no processo criativo, por ter muita música na cabeça e para se concentrar na própria música?
Não propositadamente, mas porque simplesmente não consigo ouvir outra música. Quando se está a compor muito e a ouvir música durante quinze horas de um dia, não se corre para ouvir mais música quando esse dia acaba.
A música só ocupa o meu lado profissional… porque do lado do lazer eu prefiro não ouvir nada e, em vez disso, estar a ver um filme. Ou outra coisa que não esteja relacionada propriamente apenas com o som. Por isso, sim… posso dizer que me isolo um bocadinho mais da música quando estou a compor. Mas atenção: isto não quer dizer que não ouça nada! Vou ouvindo canções, obviamente. Vou ouvindo aquilo que gosto, aqui e ali, mas não da mesma forma exagerada, como faço no resto do tempo (risos).
O vídeo do seu single atual, “What Life Is For”, inclui cenas de uma verdadeira pista de atletismo, com tartan, argolas, saltos à vara e em altura. Foi a pensar nos Jogos Olímpicos?
Não... (risos) Por acaso foi uma coincidência. Quando fizemos o vídeo nem sequer estava minimamente virado para a ideia de que vinham aí os Jogos Olímpicos. Escolhi fazer um vídeo assim porque tinha a ver com o disco, com a canção, com uma visualização da canção um bocadinho diferente do que se estaria à espera. E, desse ponto de vista, eu gosto de arriscar. E devo acrescentar que nem sequer sou uma pessoa ligada ao desporto por aí além... Mas achei que, exatamente por isso, devia atacar uma coisa que não me é muito natural e que pudesse trazer alguma coisa de novo à música.
Apesar de vir de Leiria de bicicleta, sempre que vem a Lisboa.
Exatamente. Ando sempre de bicicleta, é sempre a descer.
Temos as Festas do Mar à porta e não é a tua primeira vez… Expectativas para mais uma
Não, não é. Já atuei há dois anos e lembro-me que foi uma festa gigantesca. Se não me engano, até foi a primeira vez que tocámos o single da altura, que tinha saído, o “A Cry 4 Love”. As pessoas não conheciam o tema, mas teve uma boa recetividade e acabou por ser um grande sucesso.
E Cascais…é mais um regresso para ti a esta Vila. Qual é a tua perceção sobre este lugar?
É uma das zonas onde costumo ir passear. De vez em quando, quando quero sair de Lisboa, é isso que faço. Gosto de ir dar uma volta por Cascais acompanhado pela minha família… e almoçar por Cascais também. É um passeio que gosto muito de fazer e que costumo fazer de três em três meses. Comigo acontece essa relação: o sítio onde vou tocar é um sítio onde volto, quase sempre de três em três meses. Dar uma volta, espairecer um bocadinho.
 


Foto: Rui Leal Photography
 

Vila de Cascais revive tradições antigas durante a Procissão de N. Senhora dos Navegantes

Centenas de fiéis participaram ontem, 19 de agosto, na procissão de Nossa Senhora dos Navegantes, revivendo esta antiga tradição dos pescadores. A romaria é um dos pontos altos das Festas do Mar.

A procissão partiu da Igreja Matriz rumo à Raquete dos Pescadores. Ali chegados, os fiéis subiram a bordo de barcos tradicionais de pesca, decorados com cores garridas, e seguiram por mar até ao farol da Guia.


Em Cascais, esta procissão não é muito antiga. Até à década de 50 realizava-se a romaria a Nossa Senhora da Guia - agora incorporada nesta procissão - à qual acorriam até lisboetas. Esta romaria derivava de uma promessa feita pelos vereadores de Lisboa, no primeiro quartel do século XVI: «quebrasse a Senhora os malefícios da peste que se abatera sobre a cidade e eles viriam ali, ao santuário, uma vez por ano - a pé, primeiro, de barco, depois - venerá-la, em ação de graças». A tradição esmoreceu, mas na procissão de Nossa Senhora dos Navegantes é ainda a Guia o ponto culminante do percurso por mar.
 

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